Editorial: A vida cristã é tão simples

Cidade do Vaticano (RV) – Nos dias passados recebendo membros do Serra Clube Internacional Francisco cunhou mais uma de suas frases que tocam e ficam gravadas: “melhor caminhar mancando do que permanecer parados fechados no próprio nicho”. O Papa disse que é muito triste ver homens e mulheres de igreja que não sabem ceder o seu lugar, reafirmando que o cristão deve sempre colocar em discussão si mesmo se deseja viver verdadeiramente o encontro com Cristo.

Francisco convida todo cristão a sair de si mesmo para iniciar a viver a festa do encontro com Cristo e percorrer as estradas às quais ele envia todos nós. Mas para caminhar, – fez uma advertência -, é preciso colocar-se em discussão: “Não avança em direção da meta quem tem medo de perder si mesmo”.

Nenhum navio navegaria em alto mar se tivesse medo de deixar a segurança do porto. Da mesma maneira, nenhum cristão pode entrar na experiência transformadora do amor de Deus se não estiver disposto a colocar em discussão si mesmo, se continuar ligado aos próprios projetos e às próprias aquisições consolidadas.

O cristão, ao invés, “sabe poder descobrir as surpreendentes iniciativas de Deus quando tem a coragem de ousar, quando não permite ao medo de prevalecer sobre a criatividade”. Quando não se fecha diante das novidades e sabe abraçar os desafios que o Espírito apresenta, até mesmo quando lhe pedem para mudar de direção e sair dos esquemas.

É melhor caminhar mancando, às vezes caindo, mas confiando sempre na misericórdia de Deus, do que ser “cristãos de museus”, que temem as mudanças e que, recebendo um carisma ou uma vocação, ao invés, de colocar-se ao serviço da eterna novidade do Evangelho, defendem si mesmos e os próprios cargos.

O Papa Francisco, olhando para dentro de casa disse como é triste ver que, às vezes, precisamente os homens de Igreja não sabem ceder o seu lugar, não conseguem deixar as suas tarefas com serenidade; fadigam para deixar nas mãos dos outros as obras que Deus lhe confiou.

Celebrando a Santa Missa nos dias passados na capela da Casa Santa Marta, Francisco voltou a tocar a tecla sobre o estilo do cristão. “O cristão verdadeiro – disse – não é aquele que se instala e fica parado, mas aquele que confia em Deus e se deixa guiar num caminho aberto às surpresas do Senhor”.

O ser cristão tem sempre a dimensão do despojamento. Os cristãos, acrescentou o Papa, “devem ter a capacidade de serem despojados, caso contrário não são cristãos autênticos, como não são aqueles que não se deixam despojar e crucificar com Jesus.

“O cristão não tem um horóscopo para ver o futuro. Não procura a necromante que tem a bola de cristal, para que leia a sua mão. Não. Não sabe aonde vai. Deve ser guiado. Somos homens e mulheres que caminham para uma promessa, para um encontro, para algo”.

O caminho começa todos os dias na parte da manhã; o caminho de confiar em Deus; o caminho aberto às surpresas do Senhor, muitas vezes não boas, muitas vezes feias.

Muitas vezes, acrescenta o Pontífice, estamos acostumados “a não falar bem” do próximo, quando “a língua se move um pouco como quer”, em vez de seguir o mandamento de Deus de caminhar, deixando-se “despojar” pelo Senhor e confiando em suas promessas, para sermos irrepreensíveis. Pensamentos profundos a serem resumidos em poucas palavras: a vida cristã é “tão simples”, basta vivê-la com intensidade. (Silvonei José)

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Sacerdote de Aleppo designado com o Prêmio Jan Karski 2017

Aleppo (RV) – “Ser digno de esperança em uma cidade morta e sem futuro, quer dizer atingir a esperança, a Fonte da Vida e da Esperança que é Jesus Cristo. Os nossos olhos viram a realidade cruel (…) nestes momentos difíceis, foi somente na esperança em Deus que encontramos força para seguir em frente”.

Foi o que sublinhou o Padre Ibrahim Alsabagh, 44 anos, franciscano, guardião e pároco da Paróquia latina de Aleppo, vencedor da edição 2017 do Jan Karki’s Eagle Award, Prêmio dedicado à memória do célebre advogado e ativista polonês, um dos primeiros a narrar o drama da Polônia sob domínio nazista.

Testemunha e voz do conflito sírio e do drama de Aleppo

O reconhecimento, conferido à personalidades que se distinguem no “serviço humanitário” pelos outros, foi entregue nos dias passados em Cracóvia, na Polônia, na presença do Arcebispo emérito da cidade, Cardeal Stanislaw Dziwisz.

O sacerdote recebeu o Prêmio – assim diz a motivação oficial – por ter “levado a esperança a um mundo sem esperança e às pessoas esquecidas”.

No discurso de agradecimento – enviado à Agência Asianews – Padre Ibrahim sublinhou que a honorificência é “um encorajamento na batalha pelo meu povo, na minha missão de levar à minha gente a ajuda, a consolação, a esperança”.

Ele recordou ainda o “dever moral” que experimentou nestes anos de “fazer conhecer a todo o mundo a situação trágica (do povo sírio)”, oferecendo para este fim “a minha vida e tudo aquilo que tenho”.

O sacerdote foi por longo tempo testemunha e voz do conflito sírio e do drama de Aleppo, epicentro do conflito sírio e por anos dividida em dois setores separados entre eles, até a libertação em dezembro passado.

Povo polonês e sírio, história parecidas

“A história do povo sírio – recordou o pároco de Aleppo – é muito similar à história do povo polonês, que por um certo período de tempo sofreu (…). Tantas pessoas, tantas famílias sírias, como Jó na Bíblia, perderam tudo em um só instante, a promessa de uma vida inteira: casa, família, saúde. 70% das famílias estão sem casa, sem um abrigo. Ao redor da cidade a guerra continua. De noite, escutamos os bombardeios e os barulhos dos disparos. A cada pouco, a estrada principal – e também a única – para Aleppo é fechada pelos combates”.

Premiação presidida pelo Cardeal Dziwisz

Ao entregar o Prêmio ao Padre Ibrahim, o Cardeal Dziwisz sublinhou que ele contempla não somente “as funções e os deveres cumpridos pelo premiado devido a sua vida sacerdotal e religiosa”, mas também por ter sabido “levar a esperança em um mundo sem esperança”.

O purpurado recorda que “não obstante tivesse sido oferecido a ele um lugar seguro na Europa”, o pároco de Aleppo “decidiu retornar para sua pátria, na Síria prisioneira da guerra há vários anos. Retornou para consagrar-se, arriscando a própria vida, ao serviço pastoral de Aleppo, que é até agora uma das cidades destruídas, praticamente desprovida de tudo o que pé necessário para a sobrevivência”. (JE)

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Ordem do Santo Sepulcro tem novo Governador Geral

Após dois mandatos quadrienais consecutivos como Governador Geral da Ordem Equestre do Santo Sepulcro de Jerusalém, Agostino Borromeo deixou o cargo em 29 de junho. Ele será sucedido por Leonardo Visconti di Modrone, nomeado pelo Cardeal Grão Mestre Edwin O’Brien.

Contextualmente, sob mandato do Papa Francisco, o Cardeal Secretário de Estado Pietro Parolin conferiu a Grã-Cruz da Ordem de São Gregório Magno ao Professor Borromeo, durante a reunião anual realizada em Roma de todos os Lugar-Tenentes da Europa.

Assistido por membros do Grão Magistério, o Embaixador Visconti di Modrone é agora chamado a coordenar as atividades dos cerca de 30 mil Cavaleiros e Damas da instituição laical a serviço da Igreja Católica na Terra Santa, desenvolvido sobretudo por meio do apoio ao Patriarcado Latino de Jerusalém.

No site do grão magistério www.oessh.va está disponível uma entrevista em que é apresentado o perfil biográfico do novo Governador Geral, enquanto um breve vídeo no youtube mostra como a alternância é vivida em continuidade e com confiança, sob a vigilância do Cardeal grão Mestre.

 

 

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Ctv apresenta filme documentário – Os Jubileus. O caminho do perdão

Foi feita na manhã do dia (30/06/2017, na sede da Filmoteca Vaticana – Palácio São Carlos, no Vaticano, a apresentação de “Os Jubileus. O caminho do perdão”, nova produção realizada pelo Centro televisivo vaticano (Ctv) e pela Oficina da Comunicação, em parceria com a UnipolSai.

Trata-se de um filme documentário pensado como momento de balanço final do Jubileu extraordinário da misericórdia, mas também como ocasião para repercorrer os momentos significativos dos Anos jubilares do passado.

“O Centro televisivo vaticano tem por missão desde 1983 contar a atuação do Papa e da Santa Sé”, disse o prefeito da Secretaria para a Comunicação, Mons. Dario Edoardo Viganò.

Por ocasião do Ano Santo da misericórdia celebrado por iniciativa do Papa Francisco pensamos com o diretor do Ctv, Stefano D’Agostini, e a Oficina da Comunicação – com a qual produzimos nossos filmes documentários – que fosse importante e justo produzir uma obra que contasse a experiência do Ano Santo ao longo dos séculos, disse ainda Mons. Viganò.

Segundo o prelado, trata-se, portanto, de um documentário capaz de reconstituir em chave acessível e de fácil divulgação os fios da história, a atuação da Igreja ao longo do tempo por ocasião das celebrações jubilares, acrescentou.

 

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“Caminhos de paz”: todas as religiões podem e devem fazer mais pela paz

A iniciativa “Caminhos de Paz” recebe novas adesões a cada ano. Este encontro internacional promovido pela Comunidade Santo Egídio nasceu do histórico Dia de Oração pela Paz – convocado pelo Papa João Paulo II em 1986 – e tem por objetivo promover o diálogo entre as religiões e com o mundo da cultura.

Angela Merkel

Em uma coletiva de imprensa na manhã de quinta-feira em Osnabrück, Alemanha, foi anunciada a participação este ano da Chanceler Angela Merkel, que assim, soma-se às numerosas outras autoridades e líderes religiosos de todo o mundo que tomarão parte no encontro a ser realizado de 10 a 12 de setembro no “coração da Europa”, precisamente nas Dioceses de Münster e Osnabrück.

Cesare Zucconi, falando pela Comunidade de Santo Egídio, recordou que neste momento histórico marcado por conflitos e pelo terrorismo, existe a necessidade de insistir na dissociação das religiões das guerras e de todo tipo de violência. “Existe hoje a necessidade de uma visão global e ecumênica”, destacou.

Religiões, parte da solução

“As religiões – acentuou – caso não se deixarem instrumentalizar, são uma parte imprescindível da solução. As religiões têm energias de paz, que devem ser libertadas. Durante estes anos, com o Espírito de Assis, as religiões tornaram-se mais conscientes de suas responsabilidades. As religiões podem e devem fazer mais pela paz”

O Bispo de Münster, Dom Felix Genn, convidou por sua vez “para que se continue a acreditar de que é possível mudar o mundo, como faz Santo Egídio, nascida em 1968, quando havia uma ânsia de mudanças na sociedade.

Construtores de paz

Já o Bispo de Osnabrück, Franz Joseph Bode, recordou que na iniciativa “Caminhos de paz” tomarão parte numerosos testemunhos de países em guerra: “Não é teoria, ouçamos o que dizem. Pedem a nós para sermos construtores de paz”.

Os diversos painéis do encontro tratarão de temas como ambiente, migrações, integração, exploração de menores, tráfico de seres humanos, guerras.

Em setembro passado em Assis, 30 anos após o histórico encontro convocado por Wojtyla, tomaram parte, além do Papa Francisco, numerosos líderes religiosos de diferentes credos. Na ocasião, Francisco havia sublinhado que “não existe nenhuma guerra santa, somente a paz é santa”.

 

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