Entrevista: combater a corrupção para despertar a esperança, não só no Brasil

Combater a corrupção para despertar novamente a esperança: com este espírito se realizou no Vaticano, na quinta-feira (15/06), o debate internacional sobre a corrupção.

Representantes da Igreja, de instituições e da sociedade civil de vários países se reuniram a convite do Dicastério para o Desenvolvimento Humano Integral para um evento inédito.

Não havia representantes do Brasil, mas uma participante do debate conhece de perto a nossa realidade: a coordenadora internacional da Rede de religiosos contra o tráfico humano (Talitha Kum), Ir. Gabriella Bottani.

Em entrevista ao Programa Brasileiro, ela faz um balanço deste evento, fala do elo que une o tráfico humano e a corrupção e expressa seu pesar pelo momento político que o Brasil está vivendo:

“É um debate muito interessante. É importante que como Igreja, com representantes da sociedade civil, estamos sentados para discutir a questão da corrupção. Um dos problemas mais sérios da nossa época, a corrupção se tornou sistêmica e endêmica e temos que dizer ‘basta.’ Temos que encontrar juntos caminhos para transformar esta realidade, para despertar novamente a esperança.”

 

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Recuperada a relíquia de Dom Bosco: a alegria da Igreja de Turim

Após 13 dias de investigações foi encontrada pela polícia italiana, em uma casa na localidade de Pinerolo, a relíquia de Dom Bosco. Preso o responsável pelo roubo, enquanto a comunidade dos Salesianos e o Arcebispo de Turim, Dom Cesare Nosiglia expressam alegria e gratidão.

Foi finalmente recuperada pela polícia italiana em Pinerolo, perto de Turim, a ampola na qual são conservados os restos mortais de Dom Bosco, roubada da Basílica de Castelnuovo. Escondida em um bule de cobre, dentro de um armário da cozinha na casa de um homem de 42 anos de idade, a relíquia foi encontrada em perfeito estado de conservação, enquanto o homem depois de admitir a sua responsabilidade foi levado para a prisão de Asti. Segundo os investigadores por trás do roubo, que ocorreu entre as 18 e 20 horas do dia 02 de junho, quando o fluxo de peregrinos era reduzido, não haveria nem o desejo de pedir resgate, nem seria um crime sob comissão de um colecionador, mas apenas equivocada convicção de que a tampa do relicário fosse de valor.

Alívio para a comunidade salesiana e para os fiéis devotos do Santo dos jovens, mas também alegria e gratidão foram expressos pelo Arcebispo de Turim, Dom Cesare Nosiglia que agradeceu a polícia por ter resolvido a questão do furto, embora convencido de que a oração e a condenação unânime dos “amigos de Dom Bosco” fizeram a sua parte. “Espero – disse Dom Nosiglia – que os jovens de todo o mundo possam seguir seu exemplo e ter sentimentos de bondade e misericórdia, mesmo para com aqueles que cometem más ações, porque é isso que Jesus nos ensinou”.

 

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Holanda: noite de oração pelos cristãos perseguidos

Realiza-se nesta sexta-feira (17/06), na Holanda, uma noite de oração pelos cristãos perseguidos em 300 localidades do país.

A iniciativa é promovida pela associação ‘Portas Abertas’ (Open doors) que apoia os cristãos perseguidos e oprimidos por causa de sua fé.

Segundo a Agência Sir, esta noite, das 19h às 2h da manhã de sábado (17/06), “serão relatadas histórias de cristãos perseguidos. A seguir, se rezará por eles”.

“A violência contra os cristãos está aumentando. A sua oração fará a diferença para as irmãs e irmãos perseguidos”, explica o convite da associação, embora “não possamos imaginar quais serão os frutos dessa oração em nossas comunidades locais”, sublinha o texto.

A noite de oração pelos cristãos perseguidos foi organizada por comunidades e pessoas individuais que decidiram abrir sua própria casa a um grupo de pessoas para rezar. A quem se disponibilizou a organizar uma vigília de oração, a associação ‘Portas Abertas’ colocou à disposição indicações para a oração e documentários sobre a perseguição dos cristãos.

‘Portas Abertas’ foi criada, em 1955, pela jovem Anne van der Bijl, preocupada em oferecer apoio aos cristãos perseguidos nos países comunistas, depois na China, Oriente Médio e América Central.

 

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Papa: “O poder de Deus nos salva das fraquezas e dos pecados”

Cidade do Vaticano (RV) – “Tomar consciência de sermos frágeis, vulneráveis e pecadores: somente a potência de Deus salva e cura. Foi a exortação do Papa Francisco na homilia da missa celebrada na manhã de sexta-feira (16/06) na Casa Santa Marta.

Nenhum de nós ‘pode se salvar sozinho’: precisamos do poder de Deus para sermos salvos. O Papa Francisco refletiu sobre a Segunda carta aos Coríntios, em que o apóstolo fala do mistério de Cristo dizendo “temos um tesouro em vasos de barro” e exorta todos a tomar consciência de serem ‘barro, frágeis e pecadores’: sem o poder de Deus – recordou, não podemos prosseguir. “Temos este tesouro de Cristo – explicou o Papa – em nossa fragilidade… nós somos barro”, porque é o poder, a força de Deus que nos salva, que nos cura, que nos ergue. É esta, no fundo, a realidade de nossa fraqueza”.

A dificuldade de admitir nossa fragilidade

“Todos nós somos vulneráveis, frágeis, fracos, e precisamos ser curados. Ele nos diz: somos afligidos, abalados, perseguidos, atingidos: é a manifestação da nossa fraqueza, é a nossa vulnerabilidade. E uma das coisas mais difíceis na vida é admitir a própria fragilidade. Às vezes, tentamos encobri-la para que não se veja; ou mascará-la, ou dissimular… O próprio Paulo, no início deste capítulo, diz: ‘Quando caí em dissimulações vergonhosas’. Dissimular é vergonhoso sempre. É hipocrisia”.

Além da ‘hipocrisia com os outros’ – prosseguiu Francisco – existe também a ‘comparação com nós mesmos’, ou seja, quando acreditamos ‘ser outra coisa’, pensando ‘não precisar de curas ou apoio’. Quando dizemos: “não sou feito de barro, tenho um tesouro meu”.

“Este é o caminho, é a estrada rumo à vaidade, à soberba, à autorreferencialidade daqueles que não se sentindo de barro, buscam a salvação, a plenitude de si mesmos. Mas o poder de Deus é o que nos salva, porque Paulo reconhece a nossa vulnerabilidade:

Paulo e a vergonha da dissimulação

‘Somos afligidos de todos os lados, mas não vencidos pela angústia. Existe algo em Deus que nos dá esperança. Somos postos entre os maiores apuros, mas sem perder a esperança; perseguidos, mas não desamparados; derrubados, mas não aniquilados’. É o poder de Deus que nos salva. Sempre existe esta relação entre o barro e o poder, o barro e o tesouro. Nós temos um tesouro em vasos de barro, mas a tentação é sempre a mesma: cobrir, dissimular, não admitir que somos barro… a hipocrisia em relação a nós mesmos”.

O apóstolo Paulo – destacou o Papa – com este modo de pensar, de raciocinar, de pregar a Palavra de Deus, nos conduz a um diálogo entre o tesouro e a argila. Um diálogo que continuamente devemos fazer para sermos honestos”. Francisco citou o exemplo da confissão, ‘quando dizemos os pecados como se fossem uma lista de preços no supermercado’, pensando em “clarear um pouco o barro” para sermos mais fortes. Ao invés, temos que aceitar a fraqueza e a vulnerabilidade, mesmo que seja difícil fazê-lo: é aqui que entra em jogo a ‘vergonha’.

“É a vergonha, aquilo que aumenta o coração para deixar entrar o poder de Deus, a força de Deus. A vergonha de ser barro e não um vaso de prata ou de ouro. De ser de argila. E se chegarmos a este ponto, seremos felizes. O diálogo entre o poder de Deus e o barro. Por exemplo, no lava-pés, quando Jesus se aproxima de Pedro e este lhe diz: ‘Não, a mim não Senhor, por favor’. O que? Pedro não tinha entendido que era de barro, que precisava do poder do Senhor para ser salvo”.

Reconhecer nossas fragilidades e obter a salvação

É na generosidade que reconhecemos ser vulneráveis, frágeis, fracos, pecadores. Somente quando aceitamos ser de barro – concluiu o Papa – “o extraordinário poder de Deus virá a nós e nos dará a plenitude, a salvação, a felicidade, a alegria de sermos salvos, recebendo assim a alegria de sermos ‘tesouro’ do Senhor.

(CM)

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ONU alerta para aumento da pobreza na América Latina

Santiago (RV) – O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) divulgou um documento em que alerta que entre 25 e 30 milhões de pessoas que vivem na América Latina podem voltar à viver na miséria ou na pobreza se não houver um mudança nas políticas públicas de cada nação.

O documento divulgado na última quarta-feira (14) afirma que a recessão econômica que atinge o continente não é a única responsável pela “recaída de milhões” à linha da pobreza, mas aponta para a ausência da implantação de “políticas públicas de nova geração” como a maior responsável pelo problema.

A preocupação da entidade é, especialmente, com um terço das pessoas que saiu da condição de pobreza na América Latina desde 2003. “Muitos são jovens e mulheres com inserção no mercado de trabalho precário. Eles fazem parte de um grupo maior, de 220 milhões de pessoas (38%, quase dois em cada cinco latino-americanos) que estão vulneráveis: oficialmente não são pobres, mas tampouco conseguiram subir para a classe média”, diz o relatório.

De acordo com o Pnud, é “fundamental” que as políticas de cada país “fortaleçam os quatro fatores que impedem o retrocesso: proteção social, sistemas de cuidado, ativos físicos e financeiros (como um carro, casa própria, conta no banco [..]) e qualificação do trabalho”.

A entidade ainda afirma que é preciso “transcender” os cálculos tradicionais para verificar o desenvolvimento de determinado país e não apenas focar na medida de evolução do Produto Interno Bruto (PIB) ou no ritmo de crescimento econômico.

“O crescimento econômico por si só, não basta. Nada que diminua os direitos das pessoas ou das comunidades ou que ameace a sustentabilidade ambiental pode ser considerado progresso”, diz ainda o documento.

O texto não cita nenhum país específico, mas foca na visão geral da América Latina. Como base para o alerta, o Pnud usa o Relatório de Desenvolvimento Humano (IDH), divulgado no mês de março.

Segundo o relatório, houve uma desaceleração nos últimos três anos do número de pessoas que conseguiram sair da situação de miséria e de pobreza.

Entre 2003 e 2013, 72 milhões de pessoas saíram da pobreza e 94 milhões entraram para a faixa da classe média.

Isso significa que quase oito milhões de pessoas por ano, entre 2003 e 2008, e cinco milhões por ano, entre 2009 e 2014, saíram de condições extremas. No entanto, entre 2015 e 2016, “aumentou o número absoluto de pessoas pobres pela primeira vez na década”. (SP-PNUD)

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