Crônica: Bíblia e Alcorão e suas diferenças

Amigas a amigos, envio uma saudação esperançosa de paz entre as religiões das Arábias.

Quando nos debruçamos sobre diversos livros, com o intuito de conhecê-los, é interessante evitar os julgamentos. Tratando-se de livros, como a Bíblia e o Alcorão que são a base das duas maiores religiões do planeta, é normal que tenhamos um profundo respeito também pelos seus seguidores.

Tanto os livros da Bíblia como o Alcorão foram formados em épocas diferentes e o processo de composição também teve duração diferenciada.

O Alcorão é o livro venerado por mais de um bilhão de pessoas ao redor do mundo. Os muçulmanos creem que seu livro sagrado é a palavra eterna e literal de Deus. Segundo eles, ela já existia no céu. Aos poucos foi revelada ao profeta Maomé, em árabe, pelo anjo Gabriel, num intervalo de 23 anos. Maomé memorizava as revelações e as recitava aos seus seguidores. Daí vem o nome Al Corão, recitação.

Quando Maomé morreu, o Alcorão ainda não existia na forma de um livro. Foi Abu Baker, o sucessor do profeta, quem ordenou a um homem de sua confiança que preparasse uma coleção escrita dos textos, espalhados por toda a península arábica e regiões vizinhas. Foi assim que surgiu o livro com 114 capítulos, para eles suras, formando um livro só.

A Bíblia, pelo contrário, como o nome significa, é um conjunto de livros, uma pequena biblioteca. Em línguas diferentes, hebraico, aramaico e grego, foi escrita por autores diferentes, durante mil anos aproximadamente, de 900 A.C e 100 D.C. Por serem livros que narram o caminho da fé vivida por um povo, durante longo tempo, reúne gêneros literários muito variados, como históricos, orações, poesias etc. A divisão em dois testamentos é marcada pela presença de Cristo na história que a divide em duas partes, Antigo e Novo Testamento.

Cristãos e muçulmanos aproximam-se em seus textos sagrados de forma muito diferente. Um cristão vê a Bíblia como história de salvação. O muçulmano vê o Alcorão como “palavra eterna e “incriada” e, portanto, que não pode ser alterada no mais mínimo detalhe.

Ambos os textos foram traduzidos a inúmeras línguas para tornar seu conteúdo compreensível. No entanto, a diferença radical está em que, nos atos de culto, a Bíblia é usada na língua própria de cada povo. O Alcorão só se usa em árabe, língua de Deus, segundo eles. Daí que seja tão importante a recitação dos textos no árabe original.

A crença em um único Deus, tendo em Abraão como o tronco da fé, são fatores comuns para as duas religiões, mas para os cristãos, o aspecto fundamental sustenta-se, na figura de Cristo, centro da história da salvação.

*Missionário Pe. Olmes Milani CS, para a Rádio Vaticano

 

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