Dom Paloschi: confronto entre índíos e fazendeiros no Maranhão

Menos de um mês depois de um confronto por terras no Mato Grosso, dessa vez, o conflito foi no Maranhão. Índios da tribo Gamela e fazendeiros brigaram com revólveres e facões. Houve feridos dos dois lados. Cinco índios estão no hospital, em São Luis, em estado grave.

O ataque foi no fim da tarde de domingo (30), no povoado Bahias, em Viana, cerca de 250 quilômetros de São Luís. Segundo a Pastoral da Terra, dezenas de homens chegaram à área indígena com armas de fogo, facões e pedaços de pau e os índios foram pegos de surpresa.

Ainda segundo a Pastoral da Terra, essa é uma área indígena que foi invadida por fazendeiros. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, o motivo seria uma disputa por terras na região entre fazendeiros e os índios Gamela. A Polícia Civil está investigando o caso.

Sobre o que aconteceu nós conversamos com o Arcebispo de Porto Velho, Ro, Dom Roque Paloschi, que também é presidente do CIMI, Conselho Indigenista Missionário…

De Aparecida SP, para a Rádio Vaticano, Silvonei José

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Papa: “Deus é capaz de transformar os corações de pedra”

“Peçamos a graça que o Senhor abrande os corações duros, fechados na Lei, corações que condenam tudo”: foi a exortação de Francisco na missa celebrada na manhã de terça-feira (02/05) na Casa Santa Marta. Santo Estêvão é “testemunha de obediência” como Jesus, que obedeceu até o fim. E justamente por isso foi perseguido.

Na homilia, o Papa começou pela Primeira Leitura do dia, que narra o martírio de Santo Estêvão. Aqueles que o lapidaram não entendiam a Palavra de Deus; Jesus os chama “teimosos”, “pagãos no coração e nos ouvidos”. O Papa pediu para refletir sobre os vários modos de não entender a Palavra de Deus. Por exemplo, Jesus chama os discípulos de Emaús de “tolos”, porque não entendiam, tinham medo porque não queriam problemas, mas “eram bons”, “abertos à verdade”. E quando Jesus os repreende, deixam entrar suas palavras e seu coração se aquece, enquanto aqueles que lapidaram Estêvão “estavam furiosos”, não queriam ouvir. Este é o drama do “fechamento do coração”.

No salmo 94 o Senhor adverte o seu povo, exortando a não endurecer o coração e depois, faz uma promessa belíssima ao Profeta Ezequiel: trocar o coração de pedra por um de carne, ou seja, por um coração “que sabe escutar” e “receber o testemunho da obediência”:

“A Igreja sofre muito, muito por isso: corações fechados, corações de pedra, corações que não querem se abrir, que não querem ouvir; corações que conhecem apenas a linguagem da condenação: sabem condenar, mas não sabem dizer: ‘Explique-me, por que diz isto? Por que isto? Explique-me…’. Não: são fechados, sabem tudo, não precisam de explicações”.

A repreensão que Jesus faz é “Mataram os profetas porque diziam coisas que vocês não gostavam”, recordou Francisco.

Um coração fechado não deixa o Espírito Santo entrar:

“Em seus corações não havia lugar para o Espírito Santo. A Leitura de hoje nos diz que Estêvão, cheio do Espírito Santo, havia entendido tudo: era testemunha da obediência do Verbo feito carne, como feito pelo Espírito Santo. Estava cheio. Um coração fechado, um coração teimoso, um coração pagão que não deixa o Espírito Santo entrar e se sente autossuficiente”.

Os dois discípulos de Emaús “somos nós”, disse o Papa, “com tantas dúvidas, tantos pecados, que tantas vezes queremos nos afastar da Cruz, das provações, mas abrimos espaço para ouvir Jesus que nos aquece o coração”. Jesus disse muito, coisas piores daquelas ditas por Estevão ao outro grupo, aos que são “fechados na rigidez da lei e não querem ouvir”.

Francisco concluiu se referindo ao episódio da adúltera, que era pecadora. “Cada um de nós – afirma – entra em um diálogo entre Jesus e a vítima dos corações de pedra: a adúltera”. Àqueles que queriam lapidá-la, Jesus responde apenas: “Olhem dentro de si”:

“Hoje, olhemos para a ternura de Jesus: testemunha da obediência, Grande Testemunha, Jesus, que deu a vida, nos mostra o carinho de Deus por nós, por nossos pecados e sofrimentos. Entremos neste diálogo e peçamos a graça que o Senhor abrande um pouco o coração destes rígidos, daquelas pessoas que estão sempre fechadas na Lei e condenam tudo o que é fora daquela Lei. Não sabem que o Verbo veio em carne, que o Verbo é testemunho de obediência, não sabem que a ternura de Deus é capaz de transformar um coração de pedra, colocando em seu lugar um coração de carne”.

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Aparecida: Dom Paulo Mendes e o trabalhador brasileiro

Mais de 350 bispos estão reunidos em Aparecida, SP, desde a última quarta-feira na 55ª Assembleia Geral da CNBB, Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.

Os encontros se realizam no complexo do Santuário Nacional, divididos entre reuniões no Centro de Eventos Padre Vitor Coelho de Almeida, e missas na Basílica de Nossa Senhora Aparecida.

Neste final de semana tivemos o Retiro dos bispos que se concluiu neste domingo com a celebração Eucarística. O pregador do Retiro foi o Abade trapista Dom Bernardo Bonowitz. As atividades foram retomadas nesta segunda-feira com a celebração da Santa Missa no Santuário Nacional, presidida por Dom Guilherme Werlang, Arcebispo de Goiania. Recordamos que a Assembleia Geral termina na sexta-feira próxima, dia 5 de maio.

O tema central do encontro é a iniciação cristã, tema baseado nas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora para o Brasil, documento que define as necessidades de trabalho da Igreja Católica no país para o período de 2015 a 2019.

Ainda durante os trabalhos outros assuntos estão ganhando a atenção dos bispos como temas relacionados à realidade socioeconômica e política do Brasil.

Outro ponto importante para os trabalhos da Assembleia é a apresentação de documentos sobre os ritos católicos. Ao menos dois subsídios que tratam do tema devem ser apreciados e debatidos pelos bispos ainda nesta semana.

A programação conta ainda com uma celebração Ecumênica amanhã, dia 2 de maio, recordando os 500 anos da Reforma Protestante. Na quinta-feira, dia 4 de maio, será realizada uma Sessão Mariana, em comemoração pelos 300 anos do Encontro da Imagem de Nossa Senhora Aparecida e 100 anos das Aparições de Fátima.

Mas sobre os trabalhos, nós conversamos com Dom Paulo Mendes, Arcebispo de Uberaba.

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Celebração em Roma recorda 42 anos da morte do Cardeal József Mindszenty

Uma Santa Missa a ser celebrada na quinta-feira, 4 de maio, na Igreja de Santo Estevão “al Celio”, em Roma, irá recordar o Servo de Deus Cardeal József Mindszenty (1892-1975).

A Liturgia será presidida pelo Presidente do Pontifício Conselho da Cultura, Cardeal Gianfranco Ravasi. O serviço do altar será feito, como por tradição, por alunos do Pontifício Colégio Germânico-Húngaro, ao qual pertence a igreja.

Este ano a celebração terá a participação do Coral “Benedictus” da homônima Catedral de Kecskemét e a Orquestra de Câmara “Sándor Lakó” de Kecskemét, que após a Missa executarão algumas peças musicais típicas da tradição musical húngara (Liszt e Kodály).

De fato, passaram-se já 42 anos do trânsito do Cardeal Mindszenty, ocorrido em Viena em 6 de maio de 1957. Desde os anos 90, a comunidade húngara de Roma, em colaboração com instituições húngaras da Cidade Eterna, celebra em memória do Cardeal na Igreja de Santo Estêvão, da qual era titular.

József Mindszenty foi ordenado sacerdote em 12 de junho de 1915, sendo preso quantro anos mais tarde durante a revolução comunista de Bela Kun. Foi ordenado Bispo de Veszprém em 25 de março de 1944.

Caiu prisioneiro do regime nazista em 1944 – 1945 de quem se mostrou adversário e depois de ter ajudado inúmeros judeus a fugir. Foi nomeado Arcebispo metropolitano de Esztergom em 2 de outubro de 1945, cargo em que permaneceu até 18 de dezembro de 1973. Foi criado Cardeal em 18 de fevereiro de 1946 pelo Papa Pio XII com o título de Cardeal-presbítero de “Santo Stefano de Monte Celio”.

Preso pelo regime comunista em 1949 e libertado por ocasião da Revolução Húngara de 1956, obteve asilo na embaixada dos Estados Unidos até 1971. Por ocasião da sua prisão por parte das autoridades húngaras (2 de janeiro de 1949) o Papa Pio XII escreveu a Carta “Acerrimo Moerore”, de protesto, dirigida aos Arcebispos e Bispos da Hungria.

Foi impedido pelo regime de participar dos Conclaves de 1958 e 1963 que procederam à eleição dos Papas João XXIII e Paulo VI, respectivamente. Faleceu no exílio, em Viena em 6 de maio de 1975.

Em 1991 seu corpo foi exumado e encontrado incorrupto, após 16 anos de sua morte. Em 1996 a documentação para o processo de sua beatificação foi apresentada à Congregação para a Causa dos Santos pelo postulador da Causa Fr. Janos Szoke.

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Papa: respeito pelos trabalhadores deve marcar processo produtivo

“Que São José dê aos jovens a capacidade de sonhar, de se arriscar por grandes coisas, as coisas que Deus sonha para nós”. Com este tweet, o Papa Francisco dirige-se neste Dia de São José Operário e Dia do Trabalhador aos jovens do mundo inteiro, justamente eles que seguidamente sofrem com o desemprego.

Um convite, portanto, a não se desencorajarem diante das dificuldades, mas em renovarem a confiança e unirem-se em iniciativas e projetos criativos, como um novo estilo, o da fraternidade.

A crise no trabalho afeta todo o mundo. O Papa Francisco propõe portanto, uma receita antiga, mas sempre nova, a fraternidade. O faz em uma mensagem dirigida à Pontifícia Academia das Ciências Sociais, que até a terça-feira, 2 de maio, realiza no Vaticano sua Assembleia Plenária. O organismo da Santa Sé é presidido por Margaret Archer.

O Santo Padre defendeu a necessidade de uma reflexão global sobre o “trabalho justo” e o respeito pela dignidade humana, a começar no “processo produtivo”.

“O trabalho justo é aquele que não só assegura uma remuneração com equidade mas também o que corresponde à vocação da pessoa e, por isso, é capaz de desenvolver as suas capacidades”, refere o Pontífice na mensagem.

O Papa observa que o trabalho transforma a pessoa e, por isso, tem uma dimensão moral.

“O trabalho não é um mero fator da produção que, como tal, deva adequar-se às exigências do processo produtivo, para lhe aumentar a eficiência. Pelo contrário, é o processo produtivo que tem de ser organizado de forma a permitir o crescimento humano das pessoas, a harmonia dos tempos de vida familiar e laboral”, escreve.

Francisco propõe o alargamento da noção de “justiça” para além do “momento distributivo da riqueza”, para que esta possa chegar ao momento da “produção”.

“É preciso também perguntar se o processo produtivo se desenvolve ou não no respeito pela dignidade do trabalho humano, se respeita os direitos humanos fundamentais, se é compatível com a norma moral”, acrescenta.

O Papa recorda a Doutrina Social da Igreja e o ensinamento dos seus predecessores para apresentar a fraternidade como “princípio regulador da ordem econômica”.

“É preciso remediar o erro da cultura contemporânea, que fez crer que uma sociedade democrática pode progredir mantendo separados o código da eficiência e o código da solidariedade”, sublinha.

Francisco refere que é necessário procurar um “caminho de saída da sufocante alternativa” entre teses do neoliberalismo e do neoestatismo.

“É urgente intervir sobre as causas do mau funcionamento, sobretudo no campo financeiro, em vez de limitar-se a corrigir os seus efeitos.”

O Papa diz que as guerras, as mudanças climáticas e as desigualdades são as causas da “maior migração forçada” da história da humanidade, que atinge hoje “mais de 65 milhões de pessoas”.

(MJ/Agência Ecclesia)

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