“Comprometamo-nos juntos em defender este nosso patrimônio comum e em tutelar sobretudo os direitos de quem tem mais necessidade, salvaguardando a terra”.
Com esta afirmação o Cardeal Secretário de Estado Pietro Parolin, exortou na manhã do domingo 23 de abril, os participantes reunidos na Villa Borghese, em Roma, para a Aldeia Sport4Earth, iniciativa promovida pelo Movimento dos Focolares e Earth Day Italia e inserida no evento “Villaggio della Terra”.
“Algo importante que quero sublinhar e confiar a vocês é que esta ação deve ser feita juntos”, disse Parolin. “Coloco-me na esteira da visita do Papa há um ano e da mensagem que deixou a vocês e que vos tocou profundamente como programa de graça. Não temos necessidade de tantos discursos para dizer quão bela é a terra”. Devemos “defender a terra e os direitos de quem têm necessidade”, reiterou o Cardeal na homilia da Missa que presidiu no local, para os muitos fiéis presentes.
O purpurado recordou ainda a mensagem contida na Encíclica social do Papa Francisco, Laudato Si: “ Esta irmã clama contra o mal que lhe provocamos por causa do uso irresponsável e do abuso dos bens que Deus nela colocou. Crescemos a pensar que éramos seus proprietários e dominadores, autorizados a saqueá-la. A violência, que está no coração humano ferido pelo pecado, vislumbra-se nos sintomas de doença que notamos no solo, na água, no ar e nos seres vivos. Por isso, entre os pobres mais abandonados e maltratados, conta-se a nossa terra oprimida e devastada, que «geme e sofre as dores do parto». Esquecemo-nos de que nós mesmos somos terra . O nosso corpo é constituído pelos elementos do planeta; o seu ar permite-nos respirar, e a sua água vivifica-nos e restaura-nos. Nada deste mundo nos é indiferente”.
Uma forma mais simples de descrever a cultura pós-moderna dos jovens da geração do milênio ou, simplesmente millenials é chama-la de cultura EPIC, isto é: E= experiencial, P = participativa, I= baseada em imagens, e C= conectada.
Experiencial, isto é, passamos do âmbito racional para o experiencial. Os grandes shopping centers, não são somente um local de venda de produtos, mas uma experiência. As pessoas vão a estes locais, não somente para comprar, mas para ter uma experiência, encontro com amigos, busca de novas amizades, relaxar. Talvez por isto que estes centros comerciais, mantem também lugares de lazer.
Participativa, isto é, passa-se do âmbito do representativo ao participativo. A participação nesta cultura pós-moderna é interativa, é uma cultura da opção. Não se escolhe somente de um menu, mas que você mesmo muda o menu. Não transmite somente tradição ou cultura, mas também a transformas e a personalizas.
Baseada na imagem, isto é, passou da “palavra” para a “imagem”. As imagens são a linguagem universal da humanidade. Os bancos de imagens estão adquirindo muito valor, hoje, com bancos de dinheiro. Esta geração adora se auto fotografar (selfies…) e enviar para todos os amigos…
Conectada, isto é, do contexto individual passa-se a comunidade conectada. Connexity é um meio social, é a mais nova praça central da aldeia global, o novo espaço público e a nova praça do mercado. O paradoxo é que o individualismo, que a internet fomentou, de alguma maneira levou a uma fome de conectividade, não mais de sangue, mas de opção.
Os millenials são exigentes e estão sempre atentos: para eles uma compra não representa apenas uma compra, significa principalmente valores éticos que eles querem passar para o seu círculo social, dentro e fora das redes sociais.
Eles têm trazido mudamos significativas no comportamento de consumo. Pela primeira vez, tornou-se regra ter amigos internacionais, não uma exceção. Pela primeira vez, o sonho não é ter casa e carro, mas viajar sem amarras e viver no mundo. O êxito do Uber e Airbnb so um exemplo disto. As redes sociais dão a possibilidade de se manter conectados as melhores pessoas que estimamos, não as que nos tocam por situações sociais e geográficas. Eles ao também os primeiros a rechaçar os empregos tradicionais e a educação formal como um único caminho. São mais inovadores e menos patriotas.
Segundo a Educadora sexual Débora Pádua, “esta geração quer estabilidade financeira, estudar fora, fazer intercambio. Tem coisas muito mais interessantes do que se comprometer com alguém” (Folha de S. Paulo 9/08,2016). Eles se casam mais tarde, estão saindo de casa com idade mais avançada.
A tecnologia produz uma realidade virtual padronizada e massificada, materializada num programa de computador a ser processado por um gadget, como ocorre com o Pokémon Go. O sonho é a realidade virtual onde realizamos de forma disfarçada e simbólico os desejos que a realidade nos obriga a cortar. Não é de hoje que se usam substancias que criam estados alterados de consciência, afastando-nos da realidade e nos levando para a paraísos artificiais (virtuais).
Estamos diante de uma geração marcada pelo amor a tecnologia e a informação, conectada virtualmente com todos, sem limites geográficos ou de tempo e por um estilo de vida em que a internet está presente em todos os momentos de sua vida. Em breve será esta a geração que estará moldando e dirigindo os destinos de nossos países e humanidade em geral, num futuro muito próximo (final)!
O Papa realizará nova viagem em território italiano, mais precisamente no dia 20 de junho. Francisco fará uma peregrinação a Bozzolo, Província de Mantova, e Barbiana, Província de Florença, para rezar nos túmulos dos sacerdotes Primo Mazzolari e Lorenzo Milani.
A visita terá um caráter privado e não-oficial. O Papa partirá do heliporto vaticano às 7h30min, devendo aterrissar às 9 horas no campo esportivo de Bozzolo, onde será acolhido pelo Prefeito e pelo Bispo de Cremona, Dom Antonio Napolini.
Na Paróquia de São Pedro, o Pontífice rezará diante do túmulo do Padre Primo Mazzolari (1890-1959), para então proferir um discurso comemorativo após fiéis presentes na igreja.
A seguir, sempre de helicóptero, Francisco se transfere para Barbiana, com chegada prevista para às 11h15min. O Santo será acolhido pelo Cardeal Giuseppe Betori, Arcebispo de Florença, e pelo Prefeito de Vicchio.
Francisco fará uma visita privada no Cemitério, onde rezará diante do túmulo do Padre Lorenzo Milani (1923-1967), por ocasião do 50º aniversário de sua morte.
Mais tarde, será realizado na igreja o encontro com os discípulos do Padre Milani ainda vivos, seguido por uma breve visita à canônica no jardim adjacente. Neste local, o Papa pronunciará um discurso comemorativo, na presença de fiéis, de um grupo de sacerdotes da Diocese e de alguns jovens acolhidos em casas-família.
Às 12h30, o retorno para o Vaticano, onde deverá chegar às 13h15min. (JE)
https://portalkairos.org/wp-content/uploads/2017/04/em-20-de-junho-viagem-peregrinacao-do-papa-a-bozzolo-e-barbiana.jpg453640Portal kairóshttps://portalkairos.org/wp-content/uploads/2019/09/portalkairos-site.pngPortal kairós2017-04-24 21:45:122025-01-27 18:05:41Em 20 de junho, viagem-peregrinação do Papa a Bozzolo e Barbiana
A criança brasileira curada por intercessão de Francisco e Jacinta Marto, em um milagre reconhecido pelo Papa, vai acompanhar a canonização dos Pastorzinhos, na Cova da Iria.
O anúncio foi feito na última sexta-feira, dia 21 de abril, pela página oficial da visita do Papa Francisco a Portugal. A cura, considerada como milagrosa, representou a etapa final no processo de canonização dos dois videntes.
“No dia 11 de maio, a criança miraculada e a família vão fazer uma declaração em Fátima sobre o milagre, estando disponíveis para falar com a imprensa, assistindo, no dia 13, à canonização dos dois Pastorzinhos”, assinala uma nota divulgada. Até lá, “a família não vai dar entrevistas nem fazer declarações, por pretender que o seu testemunho seja feito no Santuário de Fátima”.
A identidade da criança, por ser menor, e pormenores exatos da cura “estão sob reserva”. O reconhecimento de um milagre realizado depois da beatificação é um processo da competência da Congregação das Causas dos Santos, regulado pela Constituição Apostólica Divinus Perfectionis Magister, promulgada por João Paulo II em 1983.
O decreto saído da Congregação, declarando santos os dois beatos, foi então submetido à aprovação do Papa Francisco, o que aconteceu a 23 de março deste ano.
O caso considerado como milagre que abriu caminho à canonização dos beatos Francisco e Jacinta Marto, que vão ser declarados santos a 13 de maio, em Fátima, relaciona-se com a queda de uma criança, que ficou em coma.
Misericórdia e Justiça são inseparáveis, diz Postulador da Causa de Canonização de JPII
Celebra-se este primeiro domingo após a Páscoa a Festa da Divina Misericórdia, instituída por São João Paulo II no ano 2000, por ocasião da canonização de Santa Faustina Kowalska, apóstola da Divina Misericórdia.
A Festa está intimamente ligada à Ressurreição do Senhor ocupando, de fato, um lugar privilegiado entre todas as formas de devoção à Divina Misericórdia reveladas à Santa Faustina.
Já na primeira ocasião em que Jesus falou a ela sobre a Divina Misericórdia, em 22 de fevereiro de 1931, pediu: “Eu desejo que haja a Festa da Misericórdia. Quero que essa Imagem, que pintarás com o pincel, seja abençoada solenemente no primeiro domingo depois da Páscoa, e esse domingo deve ser a Festa da Misericórdia. Desejo que os sacerdotes anunciem esta Minha grande misericórdia para com as almas pecadoras (Diário de Santa Faustina, 49-50).
Na Carta Apostólica Misericordia et misera, o Papa Francisco escreveu que “em primeiro lugar, somos chamados a celebrar a misericórdia. Quanta riqueza está presente na oração da Igreja, quando invoca a Deus como Pai misericordioso! Na liturgia, não só se evoca repetidamente a misericórdia, mas é realmente recebida e vivida.
Desde o início até ao fim da Celebração Eucarística, a misericórdia reaparece várias vezes no diálogo entre a assembleia orante e o coração do Pai, que rejubila quando pode derramar o seu amor misericordioso”, e que “a celebração da misericórdia tem lugar, duma forma muito particular, no sacramento da Reconciliação. Este é o momento em que sentimos o abraço do Pai, que vem ao nosso encontro para nos restituir a graça de voltarmos a ser seus filhos”.
O Postulador da Causa de Canonização de João Paulo II, o sacerdote polonês Slawomir Oder, conversou conosco sobre a Divina Misericórdia:
“Não é possível pensar em Divina Misericórdia sem pensar na Ressurreição do Senhor, porque a Ressurreição do Senhor, a Páscoa do Senhor, é o ápice da revelação da Misericórdia de Deus, aquela abertura à vida, à vida eterna. É um dom supremo que Deus em Cristo oferece ao homem. Jesus veio ao mundo justamente para revelar a face misericordiosa de Deus”.
A Divina Misericórdia é certamente um dos temas fortes que colocam em íntima relação João Paulo II e Francisco. A Encíclica Dives in Misericordia é citada constantemente pelo Papa Francisco em seus pronunciamentos e homilia, assim como no Jubileu, obviamente…
“Sim, o tema da misericórdia os une de modo íntimo, e ao mesmo tempo, constitui um formidável caminho de continuidade entre os dois Pontificados. Ambos provém de situações marcadas por questões sociais, por dificuldades históricas. É precisamente a sensibilidade humana, a concretude histórica e a atenção que prestam ambos os Pontífices à dignidade do homem às questões dos mais pobres – aqueles que esperam o cumprimento da mensagem evangélica – que os torna assim tão próximos ao abordar o tema da Divina Misericórdia”.
O Papa Francisco já afirmou que justiça e misericórdia são inseparáveis. Também João Paulo II, justamente na Dives in Miserciordia perguntava: “É suficiente a justiça?”, para então responder, que na realidade, a Igreja é chamada a proclamar e a anunciar a misericórdia como a forma mais alta de justiça no amor. Às vezes parece que a misericórdia não é bem entendida, é como se fosse uma concessão, uma benevolência…
“Absolutamente não é assim, mesmo porque, da perspectiva do século passado, podemos dizer claramente o que significa a justiça humana sem Deus: leva ao horror, à negação do homem, a um sistema de escravidão e à negação da dignidade da pessoa. Não existe uma contradição entre justiça e misericórdia, não é uma benevolência falar da Misericórdia, mas devemos sempre recordar que, de qualquer forma, a revelação da Misericórdia Divina traz consigo uma obrigação moral, religiosa do homem, de acolher este mistério, mas também de converter-se a este mistério. A Misericórdia pressupõe a acolhida e um constante processo de compreensão do coração do homem”.
“Todos precisamos de consolação, porque ninguém está imune do sofrimento, da tribulação e da incompreensão, escreveu ainda o Papa Francisco na Carta Apostólica Misericordia et Misera. Quanta dor pode causar uma palavra maldosa, fruto da inveja, do ciúme e da ira! Quanto sofrimento provoca a experiência da traição, da violência e do abandono! Quanta amargura perante a morte das pessoas queridas! E, todavia, Deus nunca está longe quando se vivem estes dramas. Uma palavra que anima, um abraço que te faz sentir compreendido, uma carícia que deixa perceber o amor, uma oração que permite ser mais forte… são todas expressões da proximidade de Deus através da consolação oferecida pelos irmãos. (JE/AG)
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