Bispo e jovem brasileiros comentam suas experiências no Sínodo

Dom Vilson Basso e Lucas Galhardo falaram sobre a oportunidade de fala e escuta proporcionados pelos círculos menores do Sínodo

O Sínodo dos Bispos, dedicado à juventude, está nesta quarta-feira, 10, em seu oitavo dia. Com 14 grupos linguísticos, bispos e auditores se reúnem na primeira das três etapas dos círculos menores – cada uma com a duração de dois dias – para tratarem de temáticas voltadas para as vivências e desafios dos jovens. Segundo Dom Vilson Basso, presidente da Comissão Episcopal para a Juventude da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e bispo da diocese de Imperatriz (MA), os círculos menores enriquecem profundamente a XV Assembleia Ordinária.

15ª Assembleia Geral Ordinária dos Bispos, cujo tema é “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”

“No círculo menor todos podem falar e se manifestar com ainda mais tempo e liberdade”, contou Dom Vilson. Para valorizar o momento de diálogo, o bispo contou que é a primeira vez que um Sínodo teve seus círculos menores ampliados, totalizando 6 dias de trabalhos em grupo. “Dessa forma todo ele [Sínodo] é feito por uma grande participação de todos que aqui estão”, pontuou o bispo.

O coordenador da Pastoral Juvenil Nacional, Lucas Galhardo — que participou da reunião pré-sinodal em março deste ano, em Roma, e está presente no Sínodo como representante brasileiro —, falou sobre a experiência positiva vivida nestes dias da XV Assembleia Ordinária. “Estar aqui ouvindo a sabedoria de muitos vindo de distintas realidades, isso agrega muito”, comentou.

Para Galhardo, os círculos menores ajudam os participantes jovens a compreenderem que suas realidades não são únicas no mundo. “Temos distintas realidades e culturas, por isso precisamos pensar que estamos aqui por todos. É muito positiva essa experiência de escutar, estamos aprendendo muito, sem dúvida, mas também de sermos ouvidos, já que temos a oportunidade de falar”, comentou.
O representante brasileiro contou que as intervenções para os padres sinodais e para os auditores jovens são de quatro minutos, e que a juventude participante não tem o poder de voto, mas tem a oportunidade de se expressar. “Ter essa oportunidade de falar e transmitir nossos sonhos, desejos e desafios é muito gratificante. (…) São nos círculos menores que conseguimos trazer um pouco sobre os jovens que viemos representar neste Sínodo”, concluiu Lucas.

 

XV Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos
http://www.synod2018.va/content/synod2018/pt.html

Julia Beck
Colaboração de Lízia Costa e Huanna Mykaella

Canção Nova/ Portal Kairós

Na Terra Santa, cristãos celebram o dia de Nossa Senhora do Rosário

Nossa Senhora do Rosário apareceu a São Domingos e indicou-lhe o Rosário como potente arma para a conversão

Esta festa foi instituída pelo Papa Pio V em 1571, quando celebrou-se a vitória dos cristãos na batalha naval de Lepanto. Nesta batalha os cristãos católicos, em meio a recitação do Rosário, resistiram aos ataques dos turcos otomanos vencendo-os em combate.

A celebração de hoje convida-nos à meditação dos Mistérios de Cristo, os quais nos guiam à Encarnação, Paixão, Morte e Ressurreição do Filho de Deus.

A origem do Rosário é muito antiga, pois conta-se que os monges anacoretas usavam pedrinhas para contar o número das orações vocais. Desta forma, nos conventos medievais, os irmãos leigos dispensados da recitação do Saltério (pela pouca familiaridade com o latim), completavam suas práticas de piedade com a recitação de Pai-Nossos e, para a contagem, o Doutor da Igreja São Beda, o Venerável (séc. VII-VIII), havia sugerido a adoção de vários grãos enfiados em um barbante.

Na história também encontramos Maria que apareceu a São Domingos e indicou-lhe o Rosário como potente arma para a conversão: “Quero que saiba que, a principal peça de combate, tem sido sempre o Saltério Angélico (Rosário) que é a pedra fundamental do Novo Testamento. Assim quero que alcances estas almas endurecidas e as conquiste para Deus, com a oração do meu Saltério”.

Essa devoção, propagada principalmente pelos filhos de São Domingos, recebe da Igreja a melhor aprovação e foi enriquecida por muitas indulgências. Essa grinalda de 200 rosas – por isso Rosário – é rezado praticamente em todas as línguas, e o saudoso Papa João Paulo II e tantos outros Papas que o precederam recomendaram esta singela e poderosa oração, com a qual, por intercessão da Virgem Maria, alcançamos muitas graças de Jesus, como nos ensina a própria Virgem Santíssima em todas as suas aparições.

Nossa Senhora do Rosário, rogai por nós!

A Igreja celebrou, nesse domingo, o dia de Nossa Senhora do Rosário. Para a congregação que propaga esta devoção mariana, na Terra Santa, o dia de ontem foi especial.

 

Canção Nova/ Portal Kairós

Papa Francisco anuncia o desejo de visitar o Japão em 2019

Anúncio aconteceu no Vaticano, durante visita de membros de associação proveniente do Japão

Premiê japonês conversa com o Papa já em 2014

Na manhã desta quarta-feira, 12, o Papa Francisco anunciou a membros da Associação Tensho Kenoho Shisetsu Kenshokai, proveniente do Japão, seu desejo de visitar o Japão em 2019. O grupo foi recebido na antessala Paulo VI, no Vaticano, e estava acompanhado por dois sacerdotes: Renzo De Luca e Shinzo Kawamura. “Gostaria de anunciar-lhes a minha vontade de visitar o Japão no ano que vem. Espero poder fazê-lo”, foi a afirmação do Santo Padre.

Francisco fez elogios à Associação Tensho Kenoho Shisetsu Kenshokai, promotora de projetos de cultura e solidariedade; e encorajou os jovens a prosseguirem o esforço de criar um fundo de ajudas para a formação de jovens e órfãos, com a contribuição de empresas sensíveis a seus problemas.

“Vocês querem demonstrar que a religião, a cultura e as finanças podem colaborar pacificamente para criar um mundo mais humano e caracterizado pela ecologia integral. E isto concorda plenamente com os meus desejos para a humanidade de hoje e de amanhã, assim como escrevi na Carta Encíclica Laudato Si. É o caminho certo para o futuro de nossa Casa Comum”, comentou o Pontífice.

Despedindo-se do grupo, Francisco agradeceu a visita e pediu aos japoneses que levassem a seu maravilhoso povo e a seu grande país, a amizade do Papa de Roma e a admiração de toda a Igreja católica.

 

Vatican News / Portal Kairós

Quais são os venenos que podem sair da nossa língua?

Rezemos para Deus quebrar as maldições que chegaram a nós pela língua

Nenhuma pessoa consegue dominar a língua. É um mal incontrolável e cheio de veneno mortal, pois, com a língua, bendizemos o Senhor e Pai, porém, ela amaldiçoa nossos semelhantes criados à imagem de Deus.

A Palavra de Deus, no livro de Tiago 3,7, relata-nos: “Porque toda a natureza, tanto de bestas feras como de aves, tanto de répteis como de animais do mar, amansa-se e foi domada pela natureza humana”.

Oremos e reflitamos com a Palavra de Deus

O Livro de Provérbios 18,21 nos diz que a língua pode ser uma fonte de vida ou um veneno mortífero, pode dar vida ou matar. Já Tiago 3,2 diz: “Todos tropeçamos de muitas maneiras. Se alguém não tropeça no falar, tal homem é perfeito, sendo também capaz de dominar todo o seu corpo”.

Veja a importância das nossas palavras, pois se alguém não tropeça no falar, é perfeito.

O homem pode domar toda espécie de feras, aves, répteis e seres marinhos, mas nenhum dos homens é capaz de domar a língua. Ela é o mal incontido e carregado de veneno mortífero, por isso, veja como é importante fazermos uma reflexão de oração, porque o pecado da língua é tão sério, que ocupa todo o capítulo 3 e parte do capítulo 4 da epístola de São Tiago.

Muitos males têm sido causado por uma só palavra proferida, porque elas ferem, matam, magoam, semeiam dúvidas, fazem pecar e geram ódio. Uma palavra ou uma frase pode doer mais que qualquer dor física.

A dor física pode cessar com um medicamento, mas a dor provocada por uma palavra ou frase, muitas vezes, nem o tempo apaga; e quando apaga, costuma deixar cicatrizes de muita dor e sofrimento na vida e na alma das pessoas.

Destruindo as palavras negativas

Senhor, quero pedir que venha destruindo toda a ação de miséria, dor e sofrimento que estão acabando com nossa vida por palavras ou frases negativas que recebemos. Que Deus destrua toda palavra que foi proclamada contra nós e família, as quais representamos.

Conceda-nos, agora, uma demonstração da Sua misericórdia e uma efusão do Seu Sangue sobre o sangue de cada um de nós, eliminando todos os sentimentos de dor, mágoa, feridas ocultas causadas por palavras ou frases negativas que os nossos ouvidos possam ter ouvido e trazemos no coração.

Quebra, Jesus, toda raiz dessa maldição e cura todas as feridas, trazendo paz, harmonia e ordem na vida dos seus filhos.

Jesus, ao censurar os fariseus, disse-lhes: “a boca fala do que está cheio o coração” (Mt 12,34). E a advertiu nos versículos 36 e 37: “Mas eu lhes digo que, no dia do juízo, os homens haverão de dar conta de toda palavra inútil que tiverem falado. Pois por suas palavras você será absolvido, e por suas palavras será condenado”.

Olha que palavra forte Jesus pronunciou, porque não há nada pior que a língua, e nada melhor do que a língua, pois depende do modo que a usamos. Se amaldiçoamos, também carregamos os efeitos negativos do mal; se ferimos com a língua, também carregamos os ferimentos dessas feridas; mas se abençoamos, a bênção será dobrada; se proclamamos a cura para nós, a cura vem dobrada.

Quais são os pontos que precisamos analisar?

Dos venenos da língua, precisamos renunciar diariamente e pedir que o Sangue de Cristo lave cada palavra proferida da nossa boca.
A língua trabalha com palavras que destroem, e ela é indomável e incoerente, pois as palavras podem distorcer, espalhar boatos, alterar fatos para denegrir a imagem do outro. Falamos mal do próximo e, muitas vezes, calamos quando deveríamos falar, ou falamos quando deveríamos nos calar.

Que Deus nos ajude a usar a nossa língua para glorificar e abençoar o próximo. Senhor, peçamos que lave toda a nossa língua e nossa boca com o Seu Sangue, livrando-nos de todo o mal proferido pelas palavras que proclamamos. Livra-nos também lavando os nossos ouvidos de todo mal das palavras que ouvimos.

Deus está nos curando

Ele cura todos aqueles que não tinham referência, viviam na depressão e no pânico por palavras que pronunciaram negativamente contra cada um de nós. Também seremos curados das feridas que trazemos desde o ventre materno, porque seus pais diziam que não queriam esse bebê por não estarem preparados.

Essas palavras de maldição estão sendo quebradas, e todo aquele sentimento de falta de referência, de vazio e morte que sentíamos está caindo por terra, por isso recebemos a cura.

Deus está quebrando e destruindo todos os males causados na nossa vida.

Recomendo que, o livro ‘Por suas feridas fosses curados’, possamos fazer o cerco de Jericó do Sangue do Cordeiro e invocarmos as chagas e o Sangue de Jesus, para que toda a maldição da língua, para que as palavras que proferimos ou proferiram contra nós sejam quebradas.

Deus o abençoe e lhe dê a paz!

Canção Nova / Portal Kairós

A restauração da imagem de Nossa Senhora Aparecida

No Domingo, 19 de agosto, foram lembrados os 40 anos da restauração da imagem original de Nossa Senhora Aparecida, depois de ela ter sido atacada, profanada e quebrada em mais de 200 pedaços, no dia 16 de maio de 1978. Uma artista habilidosa, Maria Helena Chartuni, fez o trabalho primoroso de restauro, devolvendo novamente à pequena e simples imagem de Nossa Senhora Aparecida o seu aspecto original.

O fato foi recordado numa Santa Missa celebrada na Catedral Metropolitana de São Paulo, antes que a imagem seguisse para a Basílica Nacional, acompanhada por festiva carreata de São Paulo até Aparecida (SP), exatamente como foi há 40 anos, após o restauro. Os Missionários Redentoristas organizaram o evento, contando com sua experiência de evangelização popular.

Antes da partida do cortejo, à frente da Catedral da Sé, foi apresentada a simbologia do restauro da imagem de Nossa Senhora Aparecida, a começar pela experiência da própria artista que executou o trabalho. Ela conta em seu livro “A história de dois restauros” (2018) como o processo da recuperação da pequena imagem significou para a sua própria vida um processo de recuperação de sua fé e do sentido de sua vida.  Escreve ela: “espero que este depoimento ajude, de alguma forma, muitas pessoas perdidas, sem esperança, como fui um dia, e que a fé em algo maior que nós mesmos as ajude a encontrar paz e o equilíbrio necessários para caminhar com mais alegria e confiança neste mundo conturbado em que vivemos todos, no mesmo barco que ameaça naufragar, diante dos graves problemas atuais”.

A restauração da imagem da Padroeira do Brasil acaba sendo uma mensagem para os nossos tempos. A destruição dessa imagem simples e pequena, embora de imenso valor simbólico para nós e para nossa fé, causou enorme comoção entre católicos e não católicos. Sua restauração trouxe igualmente grande alegria ao coração dos milhões de devotos da Virgem Mãe Aparecida. Mas não devemos esquecer que existe uma imagem infinitamente mais preciosa em nós mesmos, que não deve ser descuidada, nem destruída. Cada pessoa traz em si a imagem e semelhança de Deus!

Essa imagem viva de Deus nos dá uma dignidade imensa e inimaginável. Quantas vezes esquecemos isso e desrespeitamos essa imagem em nós e no próximo! Quanta imagem de Deus profanada pelo pecado, aviltada pela discriminação e o desprezo, humilhada pela miséria e a violência! Imagens manchadas pelo pecado, pelos vícios, aviltadas pela degradação moral… Quanta imagem preciosa por aí necessitada de restauro para recuperar a sua beleza e dignidade originária!

Nossa Senhora Aparecida nos faz pensar em nossa Pátria, cuja imagem não anda boa por esses tempos. Muita violência, corrupção e injustiças sociais, perda dos valores morais, degradação social, humores agressivos e até ódio de grupos antagônicos, como nunca antes se viu no meio deste povo pacífico! Uns perdendo a paciência, outros a compostura, outros a fé e a esperança em dias melhores! Ficamos quebrados, não apenas política e economicamente, mas também moralmente! É preciso restaurar a imagem do Brasil! Todos nós podemos ser os artistas, que colocam mãos à obra para juntar os cacos dessa imagem quebrada e recuperar a autoestima perdida.

O Brasil tem urgente necessidade de recuperar a confiança em si mesmo, contando, para isso, com a participação generosa de todos os seus filhos. Vale parafrasear o conselho de um grande político: “não perguntes o que o Brasil pode fazer por ti. Pensa naquilo que tu podes fazer pelo Brasil!” O tempo da campanha eleitoral pode ser bem mais do que a busca de argumentos para superar um partido ou um candidato concorrente: este deveria ser um tempo de reflexão e de busca de convergência sobre aquilo que será útil para o Brasil e ajuda a construir a cidadania.

Que a imagem restaurada de Nossa Senhora Aparecida nos ensine a fazer a nossa parte na recuperação da imagem do nosso Brasil! Que a “Mãe de Deus e nossa, nos ajude a cuidar bem da nossa dignidade de filhos e filhas de Deus e a promover o reconhecimento e respeito pela dignidade dos irmãos”. Que a Senhora Aparecida interceda por nós e pelo povo brasileiro!

 

Cardeal Odilo Pedro Scherer
Arcebispo de São Paulo

CNBB / Portal Kairós