Como cuidar da Casa Comum no cotiano? Cartilha explica

São José dos Campos, diocese comprometida com o zelo pela Casa Comum, o testemunho da Espiritualidade Ecológica Cristã e a promoção da dignidade das pessoas, famílias e comunidades, preferencialmente as mais vulneráveis.

Neste sentido, a Comissão Socioambiental, que tem como missão popularizar a Encíclica Laudato Si na Igreja local, lançou a publicação “Cuidando da Casa Comum”, uma cartilha que reúne dicas práticas e objetivas para serem aplicadas em nosso cotidiano. E paralelamente, promove iniciativas envolvendo a população. O Professor Luciano Rodolfo de Moura Machado, educador ambiental e coordenador da Comissão, menciona algumas.

“Na época de festas juninas, muitas paróquias fazem quermesses. Nós começamos um trabalho primeiro para despertar, para que durante estas festas, se faça a coleta dos resíduos de forma correta: resíduos orgânicos, que podem ser reciclados… Muitas vezes observamos que no final de uma festa fica tudo misturado e não existe uma preocupação. Então começamos um ‘despertar’ neste sentido”.

“Temos uma paróquia aqui em São José, a Paróquia Sagrada Família, que já se despertou para a separação correta dos resíduos durante as festas juninas”.

“No ano passado, houve um grande evento de música católica aqui em São José com muitos jovens e nós fizemos um trabalho de conscientização durante o evento para que se fizesse a coleta correta dos resíduos. Todo o resíduo reciclável foi dirigido a uma cooperativa aqui do município, que surgiu de um trabalho da Campanha da Fraternidade, quando se falou da importância do trabalho, já há uns 15 anos. Nós separamos o resíduo e enviamos para esta cooperativa”.

“Estamos começando a sentir este ‘despertar’, este olhar bem prático e bem ativo: nós sermos luz e sal na Terra e darmos o nosso exemplo como cristãos no cuidado com o meio ambiente a partir das nossas acções como Igreja”.

“No próximo ano, está prevista uma programação que nós estamos mediando para que pensemos em construções sustentáveis nas paróquias: repensar nossas Igrejas, nossos templos, para que tenham tecnologias sustentáveis como coleta de água da chuva, ventilação natural que utilize menos ar condicionado e gaste menos energia…”.

“Aqui em nossa diocese, foi realizado um trabalho recente, o Plano Diocesano de Evangelização Pastoral, que foi agora votado em Assembleia em março e um dos projectos estratégicos é justamente o fortalecimento da Comissão Socioambiental, por entender que nós precisamos ser testemunhas em nosso cotidiano. A Comissão Socioambiental tem buscado ser este testemunho de uma Igreja que cuida da Casa Comum”.

 

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Card. Turkson: “Oceanos são patrimônio comum da humanidade”

“Estamos esquecendo que os oceanos são patrimônio da humanidade”, afirmou terça-feira (04/07) o Cardeal ganês Peter Kodwo Appiah Turkson, Prefeito do Dicastério para o Desenvolvimento Humano Integral, no congresso “Oceanos. Tutelando uma herança comum” (“Oceans. Caring for a common heritage”).

O evento é promovido pela Santa Sé e as embaixadas da França, Mônaco e Países Baixos junto ao Vaticano.

“As áreas do fundo oceânico e de seu subsolo não pertencem a jurisdições nacionais: são patrimônio comum da humanidade”, recordou Turkson citando a Resolução 2749 da ONU. “Estamos perdendo de vista este significado. A noção de patrimônio comum deve ser aplicada nos regulamentos internacionais futuros e levar à proteção dos mares”.

“O afastamento da noção dos mares como patrimônio comum da humanidade – que é a tese do cardeal – demonstra que a responsabilidade em relação aos mares e seus recursos para a família humana está diminuindo. Não somos os autores do nosso patrimônio, o recebemos do passado e portanto, devemos deixá-lo como herança às pessoas que aqui habitarão no futuro”, advertiu Turkson, exortando à “solidariedade inter-geracional”.

“Quando se perde o sentimento de gratidão por este dom que deve ser deixado como herança – prosseguiu – começa-se a explorar os recursos de modo insustentável”. “O mar não só separa, mas garante a união entre os continentes e as pessoas. Cobre grande parte da Terra e é capaz de unir a humanidade”.

 

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A historicidade da Ressurreição do Senhor

No nosso espaço Memória Histórica – 50 anos do Concílio Vaticano II, vamos tratar no programa de hoje sobre “a historicidade da ressurreição do Senhor”.

Nos programas anteriores, tratamos da renovação litúrgica trazida pela Constituição conciliar Sacrosanctum Concilium, a constituição pilar de toda a valorização e renovação dos sacramentos e, no centro disto, a Páscoa, a vigília pascal por excelência e a Eucaristia, como Mistério Pascal.

Mas quando falamos de Páscoa, falamos da Ressurreição do Senhor, fato que nas palavras do Frei Raniero Cantalamessa, “é um acontecimento histórico, em um sentido muito particular”. Ela está dentro e fora do tempo, com ela, a história se abre ao que está além da história, a escatologia.

“A historicidade da ressurreição do Senhor” é o tema da reflexão do Padre Gerson Schmidt para a edição de hoje deste nosso espaço:

Depois do Concilio Vaticano II, a tônica da terceira pessoa, o Espírito Santo tem sido pauta das reflexões eclesiais. Fruto do Concílio são os novos carismas (SC, 06) e importância dada em nosso tempo para a pleumatologia – o estudo sobre o Espírito Santo. Frei Raniero diz que a ressurreição de Jesus Cristo se prova historicamente, não sendo apenas uma utopia que se levanta pelo kerigma ou uma projeção coletiva dos discípulos. Pergunta o pregador, falando ao Papa e aos padres da Cúria Romana: “O que provocou tal mudança que fez com que os mesmos homens que antes haviam negado Jesus ou tinham fugido, agora dizem em público estas coisas, fundam Igrejas e se deixam, inclusive, prender, flagelar, matar por ele? Em coro, eles nos dão esta resposta: “Ressuscitou! Nós vimos!”.

Cantalamessa diz assim: “A ressurreição é um acontecimento histórico, em um sentido muito particular. Ela está no limite da história, como aquele fio que separa o mar da terra firme. Está dentro e fora ao mesmo tempo. Com ela, a história se abre ao que está além da história, à escatologia. É, portanto, em certo sentido, a ruptura da história e a sua superação, assim como a criação é o seu começo. Isto significa que a ressurreição é um evento em si mesmo não testemunhável e atingível com as nossas categorias mentais que são todas ligadas à experiência do tempo e do espaço. E, de fato, ninguém vê o momento em que Jesus ressuscita. Ninguém pode dizer que viu Jesus ressuscitar, mas só de tê-lo visto ressuscitado”. Cristo ressuscitou na madrugada de domingo. Em qual vigília teria ele ressuscitado? Na primeira, na segunda…na aurora do dia? Não sabemos. Somente a noite foi testemunha. “Que noite tão ditosa, realmente gloriosa – canta o Exultet de Páscoa -, só ela conheceu o momento em que Cristo ressuscitou dentre os mortos!”. Só a noite foi testemunha da ressurreição de Cristo.

Com efeito, ninguém foi testemunha ocular do acontecimento da Ressurreição e nenhum evangelista o descreve. Ninguém pode dizer como aconteceu fisicamente. Menos ainda, sua essência mais íntima, a passagem à outra vida, foi perceptível aos sentidos. Acontecimento histórico demonstrável não somente pelo sinal do sepulcro vazio, mas pela realidade dos encontros dos apóstolos com Cristo ressuscitado; ou melhor, como a graça é um dom – da iniciativa de Cristo de se revelar como Ressuscitado aos seus.

Os apóstolos duvidaram da ressurreição. Não acreditaram assim tão rápido, mesmo Jesus tendo predito sua ressurreição ao terceiro dia. Tão impossível lhes parece que, até mesmo colocados diante da realidade de Jesus ressuscitado, os discípulos ainda duvidam: creem ver um espírito. “Não podiam acreditar por causa da alegria e estavam assustados” – a tradução da Bíblia de Jerusalém é surpresos, relata o texto de São Lucas (Lc 24,41). Tomé conhecerá a mesma prova da dúvida e, na última aparição na Galiléia, referida por Mateus, “alguns entretanto duvidaram” (Mt 28, 17). Até na última aparição narrada por Mateus – nos últimos versículos do seu evangelho – alguns ainda duvidam. Por isto, a hipótese segundo a qual a ressurreição teria sido um ‘produto’ da fé (ou da credulidade) dos apóstolos não tem consistência. Pelo contrário, sua fé na Ressurreição nasceu sob a ação da graça divina- da experiência direta da realidade de Jesus ressuscitado.

Diz Cantalamessa: “A ressurreição, portanto, é conhecida a posteriori, em seguida. Como é a presença física do Verbo em Maria que demonstra o fato que se encarnou; assim a presença espiritual de Cristo na comunidade, evidenciada pelas aparições, demonstra que ressuscitou. Isso explica o fato de que nenhum historiador profano diga uma palavra sobre a ressurreição. Tácito, que também lembra da morte de um “um certo Cristo”(Tacito, Anais 25) nos dias de Pôncio Pilatos, cala sobre a ressurreição. Aquele evento não tinha relevância e sentido a não ser para quem experimentava as suas consequências, no seio da comunidade”.

 

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Suíça: nova versão francesa do Pai Nosso a partir de 2018

A Conferência Episcopal da Suíça aceitou transferir para a Páscoa do próximo ano a entrada em vigor de uma alteração na tradução francesa do Pai Nosso, justificando que “o essencial é rezar juntos”. A decisão responde aos pedidos da Federação das Igrejas Protestantes, da Conferência da Igrejas Reformadas e da Igreja Católica-Cristã do país.

A primeira data da modificação era prevista para o primeiro domingo do Advento, isto é, 3 de dezembro de 2017. A prorrogação, porém, vai consentir às três Igrejas de introduzir contemporaneamente a nova versão da oração nas respectivas liturgias, “num espírito de comunhão ecumênica”, escrevem os bispos num comunicado divulgado pelo L’Osservatore Romano.

Alteração já foi adotada na Bélgica

Ao final da Assembleia Plenária de fim de maio no Mosteiro de Einsiedeln, o episcopado helvético, aderindo à escolha feita em 2013 na França e em outros países de língua francesa, anunciou a introdução da alteração na parte da Suíça onde o francês é o idioma oficial. A modificação na tradução do texto original grego do Pai Nosso é no trecho que irá para “não nos deixeis entrar (ou cair) em tentação” (“Et ne nous soumets pas à la tentation” passará a ser “Et ne nous laisse pas entrer en tentation”).

Essa alteração já está em vigor na Bélgica desde 4 de junho e será introduzida na França, em dezembro, enquanto a Conferência Episcopal do Canadá divulgou que “não teve como promover logo essa modificação”.

Uma versão mais próxima do texto original

O presidente da Conferência das Igrejas Reformadas da parte francesa da Suíça, Xavier Paillard, como o presidente do Conselho da Federação das Igrejas Protestantes, Gottfried Locher, e o bispo para os católicos-cristãos, Harald Rein, da preocupação pela repentina mudança agora se sentem “aliviados” com a notícia.

De fato, mesmo reconhecendo que a versão corresponde melhor ao texto original, entre as diversas denominações cristãs houve um pouco de perturbação por não existir uma pré-consulta. Agora, o acordo vai permitir que cada comunidade eclesial tenha o tempo necessário para consultar as próprias instâncias e poder se alinhar com a Igreja católica romana a partir da Páscoa de 2018.

Uma decisão como sinal ecumênico

Na Suíça, o ecumenismo é forte. Desde 1966 existe uma tradução ecumênica da Bíblia, e os cristãos de expressão francesa fazem a mesma oração ao Pai. A decisão do Episcopado Católico vai consentir de preservar o caminho comum.

 

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Santa Sé: medicamentos para todos, não apenas a poucos privilegiados

“Não obstante as promessas e os esforços para realizar os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, milhões de pessoas ficaram para trás.”

Foi o que disse, nesta terça-feira (04/07), o Observador Permanente da Santa Sé na ONU, em Genebra, na Suíça, Dom Ivan Jurkovič, na reunião da 26ª Comissão Permanente da Organização Mundial para a propriedade intelectual.

Durante o encontro, centrado no tema “Patentes e saúde”, foi sublinhado que o acesso a medicamentos a um custo acessível é um desafio não só para as nações pobres e os países em desenvolvimento, mas também para os Estados desenvolvidos.

Dom Jurkovič recordou o que foi escrito pelo Papa Francisco na Encíclica Laudato si: “Muitas vezes não se tem uma consciência clara dos problemas que afetam particularmente os excluídos. Eles são a maior parte do Planeta, bilhões de pessoas.”

Conforme afirmado pelo Papa Francisco, em 14 de abril de 2016, aos participantes do encontro de alto nível dos líderes das Indústrias farmacêuticas e diagnóstico, é necessário prosseguir nos esforços para garantir o acesso a medicamentos. Deve-se continuar até encontrar a vontade, experiência, recursos e métodos para garantir tal acesso a todos, não apenas a poucos privilegiados, pois não existe uma vida humana mais sagrada que a outra.

 

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