Participe da Campanha da Fraternidade de 2019

A Campanha da Fraternidade de 2019

As constantes crises políticas e econômicas abrem cada vez mais espaço para o crescimento da descrença e desconfiança nas instituições do país.

Papa Francisco, na encíclica Laudato si, adverte sobre essa realidade. “Muitas vezes, a própria política é responsável pelo seu descrédito, devido à corrupção e à falta de boas políticas públicas”.

O problema é que, quando deixamos de acreditar, perdemos também a capacidade de tomar iniciativas e de manifestar interesse em mudanças, e a ganância e ambição dos que deveriam garantir os diretos e o bem comum da população ganham cada vez mais oportunidades e protagonizam um cenário cada vez mais desolador.

Nesse panorama brasileiro, destaca-se essa carência de políticas públicas efetivas para contemplar as graves questões sociais do país, como o desemprego, desigualdade social, saúde, moradia, educação, violência e exclusão social.

Para combater esses inúmeros desafios, a Igreja no Brasil vai refletir, na Campanha da Fraternidade do próximo ano, o tema das Políticas Públicas.

Segundo o secretário executivo das Campanhas da Fraternidade, padre Luís Fernando da Silva, quando se fala de política, se fala de participação das pessoas no processo de gestão e controle social. “Todos os cristãos têm a missão e são chamados a participar do processo das políticas públicas. Este é o grande convite e contribuição da CF 2019”.

A atual situação do país exige então, o correto discernimento e responsabilidade dos cidadãos, e também das instituições e organizações responsáveis pela justiça e construção do bem comum.

Dentro da temática da Campanha da Fraternidade, o lema também ajudará os católicos a compreender sua missão, diante de uma realidade de desânimo e ausência de esperança.

Lema da Campanha – “Serás libertado pelo direito e pela justiça”

Padre Antonio Aparecido Alves, membro da equipe de trabalho que prepara o Texto-Base da Campanha da Fraternidade 2019, explica a proposta do lema da campanha: “Serás libertado pelo direito e pela justiça”, extraído do livro de Isaías (1,27), que convida a praticar a justiça e o direito.

“Os profetas chamavam a atenção dos líderes exatamente porque deixavam perecer as ovelhas, não cuidavam dos animais feridos, descuidava da ovelha mãe, etc. A nossa fé nos impulsiona a ter o cuidado com as ovelhas feridas, machucadas e abandonadas”, disse.

Somente pelo compromisso com a política e pela efetivação de políticas públicas, à luz da Palavra de Deus e da Doutrina Social da Igreja, que a cidadania e o bem comum sairão fortalecidos e serão sinais de esperança de um futuro mais digno para todos.

Cartaz da Campanha da Fraternidade

Conheça as versões do cartaz

O cartaz da próxima Campanha expressa questões relacionadas à educação, saúde, meio-ambiente e desenvolvimento social. A arte do cartaz é do religioso paulino Padre Erivaldo Dantas.

Cartaz da Campanha da Fraternidade 2019 em png:

O que são Políticas públicas?

Leia mais

Resumo e estudo do texto-base da Campanha da Fraternidade 2019

Este artigo propõe uma reflexão sobre a Campanha da Fraternidade de 2019, com o tema “Fraternidade e políticas públicas” e o lema “Serás libertado pelo direito e pela justiça” (Is 1,27). O autor nos questiona: O que são políticas públicas? Como são construídas? E nós, movidos pelos valores do evangelho, que contribuição podemos dar a esse processo?

Introdução

O tempo quaresmal é itinerário fecundo que prepara toda a Igreja para a celebração dos mistérios pascais. Celebrar a Páscoa é caminhar com Jesus e a comunidade de seus seguidores para Jerusalém. Ao longo da caminhada, Jesus vai revelando o seu projeto salvífico de libertar o ser humano das amarras do pecado e da morte.

Nesse sentido, a Campanha da Fraternidade (CF) é um instrumento valioso, que serve a toda comunidade como apoio e motivação para a conversão social. Cada ano, em cada temática aprofundada, são apresentadas situações que ferem a dignidade humana, e assim a Igreja faz um apelo para que, enquanto sociedade, nos convertamos, buscando um agir mais pautado pelo evangelho.

Baixe PowerPoint e PDF do Texto-base da CF 2019 – 129 páginas do vídeo acima:

 

A reflexão proposta pelo tema da CF deste ano convida-nos a compreender: O que são políticas públicas? Como são construídas? E nós, movidos pelos valores do evangelho, que contribuição podemos dar a esse processo?

1. O bem comum e o cotidiano do povo

O tema escolhido para a Campanha da Fraternidade deste ano, “Fraternidade e políticas públicas”, tem o objetivo de estimular a participação em políticas públicas, à luz da Palavra de Deus e da Doutrina Social da Igreja, para fortalecer a cidadania e o bem comum, sinais de fraternidade.

Trata-se de tempo propício para refletirmos sobre essa temática, pois, nos últimos anos, tem se verificado no Brasil uma complexa realidade na convivência entre os três poderes, e estamos inaugurando novo período em nosso país com o novo executivo, eleito em outubro passado juntamente com o legislativo.

A participação da população não se encerra com o voto. Pelo contrário, ali se inicia o compromisso de acompanhar os eleitos para que garantam à população seus direitos elementares, façam bom uso do dinheiro público e em tudo zelem pelo bem comum, que pressupõe sempre justiça, transparência e equidade.

Refletir sobre políticas públicas é importante para entender a maneira pela qual elas atingem a vida cotidiana e o que pode ser feito para que sejam efetivas, além de acompanhá-las com uma boa fiscalização, pois só assim são aprimoradas. Tal reflexão contribui ainda para a distinção entre “política” e “política pública”, oportuna sobretudo por causa da semelhança entre as palavras, que pode gerar confusões, sugerindo que possuem o mesmo significado.

A palavra “política” vem do grego politikós, que se refere a pólis, o lugar onde os gregos tomavam as decisões em vista do bem comum; era o espaço para garantir a ordem e estabilizar a sociedade de maneira pacífica, sendo marcado pelo conjunto de interações e conflitos de interesses.

A política direciona a vontade daqueles que participam dela, estando em toda parte, e não somente na ação do Estado. Ou seja, a política está na arte, nas relações de trabalho, nas empresas, nos clubes, nas associações etc.

O conceito de políticas públicas é recente, e seu entendimento tem diferentes interpretações. Há uma correlação entre as políticas públicas e as ciências sociais, as ciências políticas, as ciências econômicas e as ciências da administração pública. Essas grandes áreas contribuem para compreendermos o que é política pública e sua influência no cotidiano da população.

As políticas públicas, portanto, representam soluções específicas para necessidades e problemas da sociedade. São ações do Estado, que busca garantir a segurança e a ordem por meio da garantia dos direitos, e expressam, em geral, os principais resultados oriundos da presença do Estado na economia e na sociedade brasileira (CNBB, 2018, n. 15).

Podemos resumir, afirmando que política pública é a ação do governo e a sua relação com as instituições da sociedade, bem como com atores individuais e coletivos que buscam uma solução para determinado desafio. Essa solução necessariamente deve respeitar aquilo que já está garantido na Constituição Federal e em outras leis federais, estaduais e municipais. Ou seja, o governo, as instituições e os indivíduos da sociedade precisam estar articulados para que os direitos garantidos por lei sejam de fato os direitos de todos, não só de alguns.

Deveria fazer parte do cotidiano do povo acompanhar essas articulações. Não podemos simplesmente delegar isso a alguns e lavar as mãos. Precisamos participar, pois nossa participação é sementeira produtiva para que sempre nasça e cresça para todos o bem comum.

Diante da realidade apresentada, cabe-nos responder a algumas perguntas: Quais são as luzes e as sombras da democracia hoje? Como fazer políticas públicas? Como fazer crescer a participação do povo?

1.1. Sociedade democrática: luzes e sombras

O Brasil é um país democrático: nele o exercício do poder emana do povo, que, com liberdade, escolhe homens e mulheres para o representarem na gestão da Federação, dos estados e dos municípios, executando as leis, criando novas e fiscalizando a execução de todas.

A Constituição Federal de 1988 possibilitou introduzir no panorama político brasileiro o que está afirmado no parágrafo único do artigo 1º: “todo poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente”, de modo que foram criados mecanismos para o exercício de uma democracia direta, tais como os plebiscitos, os referendos e os projetos de lei de iniciativa popular. Possibilitou, ainda, que a gestão das políticas ligadas à seguridade social fosse descentralizada e tivesse a participação direta da sociedade civil (artigos 194, 198, 204, 206 e 227).

Compreender melhor o papel e o sentido das políticas públicas, despertar a consciência e incentivar a participação de todo cidadão na construção dessas ações em âmbito nacional, estadual e municipal constitui um dos objetivos específicos desta CF, bem como propor políticas que assegurem os direitos sociais dos mais frágeis e vulneráveis, trabalhando para que as políticas públicas eficazes de governo se consolidem como políticas de Estado. Mais uma vez, asseguramos a importância da presença da Igreja católica, por meio do clero e dos leigos, em busca de participação na resolução dos problemas sociais e em todo o processo de formulação das políticas públicas (CNBB, 2018, n. 21).

Nos últimos anos, temos vivido uma crise do modelo da democracia representativa, em que as tomadas de decisões ficam a cargo de técnicos e agentes políticos, sobretudo, em razão da complexidade da sociedade e de seus interesses. As pessoas já não se sentem representadas pelos que ocupam cargos eletivos (presidente, governadores, prefeitos, deputados, senadores e vereadores).

Contudo, não é só a instituição política que sofre com essa crise, mas também diversas instituições tradicionais, como escolas, movimentos sociais, sindicatos. Tais instituições vivem em crise de representatividade. Dessa maneira, cada vez mais pessoas tendem a participar e reivindicar o direito à participação no processo decisório.

As diferentes pessoas e organizações envolvidas no debate sobre políticas públicas e na participação nessas políticas são conhecidas como atores sociais, podendo ser indivíduos, grupos, movimentos sociais, partidos políticos, instituições religiosas, organizações públicas e privadas. A interação acontece na esfera pública, mas é também aí onde ocorrem os conflitos, as disputas, a cooperação e a negociação, para confrontar ou apoiar a implementação de determinada política pública.

Leia mais

Atividades da CF 2019 para Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio

Colégio Bom Jesus disponibiliza material para Campanha da Fraternidade 2019

Considerando a importância do tema da Campanha da Fraternidade 2019 em relação à missão que temos como católicos, na sociedade e, principalmente, nos espaços educacionais, o Colégio Bom Jesus elaborou-se um material de apoio com diversas sugestões de atividades de diferentes disciplinas a serem desenvolvidas em sala de aula sobre o Tema da CF 2019 para alunos da Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio com alguns textos e materiais do Portal Kairós.

Trata-se de sugestões de atividades que podem ser adaptadas e/ou complementadas conforme melhor aprouver a cada docente em sala de aula ao longo do ano letivo, assim como melhor aprouver a catequistas, coordenadores de grupos de jovens, entre outros.

Materiais de apoio

Educação Infantil ao Ensino Fundamental I:

5º ano do Ensino Fundamental ao Ensino Médio:

Exclusivo

Colorindo e recortando na Catequese e Fraternidade 2019:

 

Campanha da Fraternidade 2019

O tema da CF 2019 foi definido no dia 08 de agosto de 2017 pelos bispos do Conselho Episcopal Pastoral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB): Fraternidade e políticas públicas. E, por sua vez, o lema escolhido foi: Serás libertado pelo direito e pela justiça (Is 1,27).

Consta que a predileção por este tema se deu em meio a 98 sugestões de temas recebidos pelo referido Conselho, enviados por dioceses, regionais e órgãos governamentais, inclusive a Polícia Rodoviária Federal e o Ministério do Trabalho. Os demais temas sugeridos privilegiavam temáticas relacionadas à família, trânsito, comunicação, educação, direitos humanos, entre outros. Vale dizer que a Campanha da Fraternidade é, antes de tudo, uma expressão de comunhão, conversão e partilha entre Igreja e Sociedade, tendo dois objetivos permanentes:

01 – Despertar o espírito comunitário e cristão na busca do bem comum;
02 – Educar para a vida em fraternidade e renovar a consciência da responsabilidade de todos pela ação evangelizadora, em vista de uma sociedade justa e solidária.

 

Frei Claudino Gilz / Franciscanos / Portal Kairós

Abertura da Campanha da Fraternidade 2019 na Arquidiocese de BH

Abertura da Campanha da Fraternidade 2019 nas Regiões Episcopais da Arquidiocese de BH

A Campanha da Fraternidade 2019 terá início em todo o país no dia 6 de março. Este ano, todo o material foi elaborado com o objetivo de estimular a participação da população em Políticas Públicas, à luz da Palavra de Deus e da Doutrina Social da Igreja, para fortalecer a cidadania e o bem comum. Com o tema “Fraternidade e Políticas Públicas” e o lema “Serás libertado pelo direito e pela Justiça”, a CF busca tornar de conhecimento de todos a formulação e aplicação das Políticas Públicas estabelecidas pelo Estado brasileiro.

As Regiões Episcopais realizam eventos para iniciar as reflexões da Campanha da Fraternidade na Arquidiocese de BH.

Confira as celebrações:

Região Episcopal Nossa Senhora da Esperança – RENSE

Dia e horário: 16 de março, sábado, 14 às 17h
Local: Paróquia São Francisco das Chagas, praça São Francisco das Chagas – Carlos Prates, BH.
Atividade: Oração, palestra e debate

Região Episcopal Nossa Senhora da Piedade – RENSP

Dia e horário: 9 de março – de 14 as 17h
Local: Escola Municipal George Ricardo Salum – Rua Fósforo, 77 – Taquaril.
Atividade: Oração, palestra e debate

Região Episcopal Nossa Senhora da Conceição – RENSC

Dia e horário: 9 de março – de 14 as 17h
Local: Cidade Administrativa, rodovia Papa João Paulo II, 4001, Serra Verde, BH.
Atividade: Celebração e ato de lançamento da Campanha da Fraternidade

Região Episcopal Nossa Senhora Aparecida – RENSA

Dia e horário: 12 de março, terça – 19h
Local: Santuário de Nossa Senhora Conceição Aparecida, Praça Nossa Senhora da Conceição Aparecida, 150, Novo Eldorado, Contagem
Atividade: Missa

VEAM – Vicariato Episcopal para a Ação Missionária no Vale do Paraopeba

Dia e horário: 9 de março de 2019 – de 8h às 17h
Local: Escola CEMMA – Rua Reinaldo Pinto Vieira, 701, Silva Prado – Brumadinho

 

Arquidiocese de BH / Portal Kairós

Fraternidade e Políticas Públicas é tema de debate ao vivo

A redação do site A12 apresentou uma discussão sobre a temática da Campanha da Fraternidade 2019 (CF), que traz a questão das políticas públicas como referência das discussões. Participam da discussão o Assessor da Arquidiocese de Aparecida para a CF 2019, Padre Moisés Júnior e o jornalista Marcelo Zanini, da TV Aparecida, além do secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Leonardo Steiner, que, em vídeo, reforçou o pro propósito da Igreja do Brasil em tratar do assunto.

Padre Moisés explicou até mesmo o termo “políticas públicas”, que significa garantir o bem-estar da população através de medidas específicas e trazer o bem-comum para todos, sobretudo nas áreas da saúde, meio ambiente, educação, etc.

O padre ressalta que o acesso a tais benefícios, principalmente pelos mais pobres, se dá primeiro pelo acesso e à reclamação desses direitos. “Temos a missão de ser voz para este povo que não tem voz e nem vez, nos inserindo no campo da política”, afirmou.

A desigualdade social é gritante no País. Dessa forma, vimos a discrepância entre a renda média mensal dos brasileiros e os rendimentos e benefícios, por exemplo, de que senadores e deputados usufruem, com altos salários e incontáveis benefícios e cotas.

Para o Jornalista Marcelo Zanini, o que cabe é saber em quem se vota e cobrar para que esse ciclo vicioso termine. Embora exista renovação política tanto no Senado quanto na Câmara, ainda é longa a caminhada para que se chegue próximo do ideal. “É preciso divulgar o acesso às informações, que estão disponíveis na internet para todos os cidadãos”.

Não se pode perder a esperança

Padre Moisés reforça que, apesar de um cenário desanimador em algumas esferas da sociedade, não se pode perder a esperança em tempos melhores. “Vamos fazer cada um a sua parte, que Deus também faz a dele”.

Outros assuntos como o analfabetismo, universidade, desemprego e participação do público pelas redes sociais ainda fizeram parte do bate-papo da semana.

Assine o Canal do Portal Kairós

 

A12 / Portal Kairós