Marawi prestes a ser libertada: Bispo filipino teme pela vida dos reféns

Marawi (RV) – Em Marawi, nas Filipinas, “os combates se intensificam e o exército realiza os últimos esforços para expulsar os jihadistas e retomar a cidade”, disse à Agência Fides o Bispo de Marawi, Dom Edwin de la Pena.

“Estamos em uma fase muito delicada – explica o prelado. Estamos muito preocupados pela vida dos reféns (entre os quais 15 católicos, ndr), pois não sabemos qual poderá ser a sorte deles. Segundo alguns contatos, os militantes ameaçam decapitar o Padre Chito. Os reféns são a sua garantia de sobrevivência. Esperemos que os militantes, pressionados, decidam libertá-los sãos e salvos”.

Dom Edwin referiu ainda, terem acolhido “com satisfação e renovada esperança o comunicado público de Jafaar Ghadzali, Vice-Presidente da ‘Moro Islamic Liberation Front’ (grupo guerrilheiro de Minadano, ndr), que pediu ao grupo jihadista “Maute” para libertar Padre Chito e os outros reféns por motivos humanitários, reiterando que tais atos violentos não são compatíveis com o ensinamento do Islã”.

Também a parlamentar muçulmana Samira Gutoc-Tomaws – acrescentou o prelado – fez votos de que pela libertação do sacerdote, com quem compartilhou muitos esforços islâmico-cristãos e iniciativas para construir a paz.

“A opinião pública está se compactando. Esperamos que isto possa ter uma influência no fim da crise e na libertação dos reféns. Continuamos a rezar por eles e renovamos o apelo ao Santo Padre para que reze por nós”, conclui o bispo.

As forças governamentais retomaram o controle quase total da cidade que havia sido ocupada por jihadistas. Entre 50 e 100 militantes permanecem sitiados em algumas áreas, onde se encontram mais de 200 reféns entre mulheres, crianças, um sacerdote e 15 fiéis católicos.

Os militantes do grupo terrorista “Maute” – ligado ao autoproclamado Estado Islâmico – usam mulheres e crianças como escudos humanos, e pretendem usá-los para fugir.

Segundo cifras oficiais, as vítimas do conflito em andamento desde 23 de maio em Marawi são ao menos 174, enquanto vigora na Ilha de Minadano a Lei Marcial decretada pelo Presidente Rodrigo Duterte.

Crianças

Com o conflito, agrava-se a crise humanitária. Segundo a UNICEF, ao menos 50 mil crianças foram envolvidas no conflito e algumas delas foram usadas pelos terroristas como combatentes.

“Estamos profundamente preocupados em relação a qualquer ação que possa colocar em perigo a vida e a segurança das crianças e interferir em seu desenvolvimento geral ou o acesso a serviços sociais de base, como a educação e a saúde”, declarou Lotta Sylwander, responsável Unicef nas Filipinas.

O conflito poderia ter um impacto grave a longo prazo na saúde psicossocial das crianças. No conflito, foram destruídas duas escolas elementares de Marawi. (Fides/JE)

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