Papa inaugura sede vaticana de “Scholas Occurrentes”

Cidade do Vaticano (RV) – O perigo que se corre no mundo da escola é o da “elitização”. Foi o que denunciou o Papa Francisco, que no discurso em espanhol e sem texto, em resposta às perguntas dos jovens de nove países dos cinco continentes, por ocasião da inauguração oficial feita na tarde desta sexta-feira (09/06) da sede vaticana de “Scholas Occurrentes”, estigmatizou a atitude de quem pensa que “o pressuposto da educação” é “criar uma elite”.

“Educar garotos e garotas não é saber algo, é saber usar as três linguagens” da educação: a linguagem da mente, a linguagem do coração e a linguagem das mãos. Estamos num mundo em que domina a globalização, e a globalização é boa – explicou o Santo Padre –, porém o perigo é concebê-la como uma bola de bilhar, toda igual: uma esfera onde tudo é equidistante do centro, mas em que se anulam as características pessoais um jovem ou de uma jovem. Todos são iguais.”

“A autêntica globalização é um poliedro”, reiterou Francisco citando a imagem da Evangelii gaudium, “onde buscamos a unidade, mas cada um mantém a própria peculiaridade, a própria riqueza”.

A educação como “abertura, escuta, diálogo”, não se faz agredindo, advertiu o Papa, que logo em seguida exclamou: não prática do bullyng! “Encontrar-se, dialogar, inclusive sobre problemas graves”: este é “o trabalho para a formação”, disse o Papa citando os ministros e as autoridades presentes, que “estão aprendendo eles mesmos aquilo que vocês aprendem, e têm a coragem de ser criativos”

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Bispos do Panamá encontram o Papa: JMJ tema do encontro


Está se realizando nestes dias a visita “ad Limina Apostolorum” ao Vaticano dos Bispos da Conferência Episcopal do Panamá. Nesta quinta-feira pela manhã tiveram um encontro de duas horas com o Papa Francisco. Na terça-feira passaram a manhã no Pontifício Conselho para os Leigos. O Presidente da Conferência Episcopal, Dom José Domingo Ulloa Mendieta, Arcebispo da Cidade do Panamá, disse à Rádio Vaticano que esta “visita “tem algo especial porque está voltada para a Jornada Mundial da Juventude de 2019”:

“O nosso encontro com o Santo Padre foi fraterno. Ele voltou a reiterar uma grande realidade, de não nos preocuparmos, porque Pedro estará presente na Jornada Mundial da Juventude. Ele nos encorajou a continuarmos neste grande desafio, que o Panamá se converta no centro da juventude mundial. Ele nos encorajou, e nós lhe apresentamos todos os projetos que temos. Queremos que seja uma Jornada completamente latino-americana e centro-americana, e por isso, ele nos convidou a aproveitar a preparação para o Sínodo que se realizará em 2018 para que a JMJ seja um incentivo aos jovens para transformar a sociedade. Francisco insistiu muito sobre este tema. A mudança na Igreja e na sociedade ocorre graças à juventude. Muitos países da América Latina e América Central estão abertos a novas ideias e concordam com a ideia de que a pré-jornada se possa realizar em algum desses países e, posteriormente, fazer o grande evento na Cidade do Panamá”.

Uma mensagem aos fiéis e jovens que estão se preparando para a JMJ:

“O Papa insistiu muito em duas realidades, em crer nos leigos e deixar que tenham o seu espaço, especialmente na transformação da sociedade e também nos disse que podemos acreditar e dar oportunidade aos jovens. Também nos falou de outra grande realidade que nos preocupa como bispos: que devemos ser irmãos e pais de nossos sacerdotes, e nos pediu como ele sempre faz, para rezar por ele”.

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Francisco pede a contribuição das mulheres no diálogo inter-religioso

Cidade do Vaticano (RV) – No final da manhã desta sexta-feira (09/06), o Papa Francisco recebeu em audiência os participantes da Assembleia Plenária do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso.

O “Papel da mulher na educação à fraternidade universal” é o tema deste ano da Plenária – tema que o Papa definiu de “primária importância” para o caminho tortuoso da humanidade rumo à fraternidade e à paz.

Presença incisiva

Para Francisco, a figura da mulher como educadora está ofuscada pela violência “cega”, sendo elas e as crianças as principais vítimas, comprometendo o futuro das famílias e de toda a sociedade. O Pontífice define como “benéfico” o processo da crescente presença feminina na vida social, econômica, política e eclesial, que deve ser ainda mais “incisiva”. “As mulheres têm o pleno direito de se inserir ativamente em todos os âmbitos, e este direito deve ser protegido inclusive através de instrumentos jurídicos quando necessário.”

Heroísmo

Dedicação, consciência, coragem e heroísmo foram as palavras usadas pelo Papa para enaltecer o modo como as mulheres cumprem sua missão na família e na sociedade. Por estarem intimamente ligadas ao mistério da vida, “podem fazer muito para promover o espírito de fraternidade, com seu cuidado para a preservação da vida e com sua convicção de que o amor é a única força que pode tornar o mundo habitável para todos”.

Graças à contribuição feminina, afirmou o Papa, é possível superar a cultura do descarte.

Mulheres e homens juntos

Todavia, advertiu, a contribuição das mulheres não deve ser limitada a questões “femininas”. Pelo contrário, elas podem e devem se inserir no diálogo inter-religioso, inclusive em nível teológico. “O diálogo é um caminho que a mulher e o homem devem realizar juntos. Hoje, é mais necessário do que nunca que as mulheres estejam presentes.”

Por fim, o Pontífice agradeceu o “serviço precioso” que o Pontifício Conselho desempenha em tecer “a delicada teia do diálogo com todos os que buscam Deus e os homens de boa vontade”.

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Brasil sediará I Congresso Continental da Misericórdia

Cidade do Vaticano (RV) – O Brasil será o país-sede do I Congresso Continental da Misericórdia, a ter lugar em Aparecida, de 22 a 25 de junho, com o tema “Sua misericórdia se estende de geração em geração, sobre aqueles que o temem”.

Organizado em parceria com o Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização – dirigido pelo Arcebispo Rino Fisichella – o objetivo do encontro é pensar a identidade da Igreja como Igreja de Misericórdia.

Quem nos fala sobre como surgiu a ideia desta iniciativa e como o Congresso irá se desenvolver, é Izaías de Souza Carneiro, fundador da Comunidade Coração Novo (sediada no Rio de Janeiro) e que visitou a nossa emissora:

“No ano passado o Papa convocou o Ano da Misericórdia. Mas uma grande preocupação de toda a Igreja e também do Papa, é que o Ano da Misericórdia não encerrasse na Festa de Cristo Rei, quando se fecharam as Portas da Misericórdia. Fecharam-se as Portas simbólicas, mas não se fecham nunca portas da misericórdia.

Por isto mesmo nós estamos empreendendo no Brasil, junto com o dicastério para a Nova Evangelização – presidido pelo Monsenhor Rino Fisichella – o Congresso continental da Misericórdia, que é o primeiro, o primeiro Congresso continental da Misericórdia.

Este Congresso, ele é fruto dos Congressos Mundiais da Misericórdia. Em 2008 iniciaram-se os Congressos Mundiais da Misericórdia, que foi um pedido do Papa Bento XVI a um grupo de 17 Cardeais, entre eles, o Cardeal Christoph Schönborn, de Viena, Áustria, para que a cultura da misericórdia, para que uma reflexão séria a respeito da identidade da Igreja como Igreja de misericórdia, pudesse começar a ser feita, a partir da pessoa de João Paulo II e de Santa Faustina.

Porém, o Congresso da Misericórdia, o congresso mundial – e eu estive no primeiro como delegado da CNBB, junto com o Padre Marcial Maçaneiro do Brasil, Padre dehoniano, na época estivemos eu e minha esposa junto com ele – e o Congresso da Misericórdia está bem longe de ser um Congresso apenas para divulgar a devoção à Divina Misericórdia, mas é um Congresso para pensar a identidade da Igreja como Igreja de Misericórdia.

Então, a partir de 2008, vários outros Congressos Mundiais acontece em – o último por sinal foi agora em janeiro, aconteceu nas Filipinas e no ano de 2014 acontece o penúltimo Congresso Mundial em Bogotá, na Colômbia.

Naquela oportunidade, nosso Arcebispo do Rio, Dom Orani, leva uma carta de Dom Damasceno, pedindo para que o Brasil pudesse sediar um desses Congressos Mundiais. E a resposta foi, que já que nós tínhamos os próximos Congressos Mundiais agendados e o Brasil é um país estratégico do ponto de vista cristão para todo o continente, então que o Brasil poderia sediar o primeiro Congresso continental.

Foi nomeado o Padre João Supinski como Secretário Geral, eu fui nomeado como Secretário Executivo do Congresso e nós estamos então preparando este Congresso que vai acontecer entre os dias 22 e 25 de junho próximo, na cidade de Aparecida, e vai contar com a presença do Cardeal Orani, Cardeal Damasceno, Cardeal Sérgio da Rocha, Cardeal Odilo Scherer, Padre Eduardo Dougherty, Padre Zezinho estará junto conosco como um dos conferencistas.

Aliás, é muito bonito ver isto, você vai ter Padre Zezinho que vai falar sobre o rosto da misericórdia, Jesus, o rosto da misericórdia, mas você vai ter também a irmã Lina Boff, que vai falar sobre Maria, a Mãe da Misericórdia.

O contexto teológico da do Congresso, o viés teológico do Congresso quem prepara é o Padre João Carlos Almeida, o Padre Joãozinho, também dehoniano. A linha teológica do Congresso é a Trindade. Então, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, com a intercessão de Maria.

Primeira conferência: o Pai das Misericórdias; segunda Conferência: Jesus, o rosto da Misericórdia; terceira conferência, Padre Wagner Ferreira da Canção Nova: Espírito Santo, Efusão da Misericórdia; depois a Irmã Lina Boff, Maria, Mãe da Misericórdia,. Entremeado com testemunhos, de sacerdotes, de leigos, de pessoas recuperadas por obras de misericórdia – no Brasil nós temos muitas.

Nós vamos então realizar este Congresso em Aparecida e as inscrições devem sempre ser feitas pelo site.

É um Congresso aberto para todo o povo. Mas o foco principal são formadores de opinião, porque nós queremos disseminar, através do Congresso, uma cultura de misericórdia. Esta cultura da misericórdia da qual nos fala o Papa Francisco. E daí também o tema do Congresso vai falar disto. Nós escolhemos como tema, por ser no Brasil um ano mariano, nós escolhemos como tema do Congresso Lucas 1, 50, que é o Cântico de Maria: “Sua misericórdia se estende de geração em geração, sobre aqueles que o temem”. Com este tema nós conseguimos abrir de novo as portas da misericórdia e para além do Ano Santo”.

As inscrições e maiores informações sobre o Congresso podem ser obtidas no site www.accom2017.org.

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Cardeal Turkson: acordo urgente sobre proteção dos oceanos

“Durante anos, a saúde dos oceanos e dos mares não foi considerada adequadamente. Privilegiamos o nosso direito e a liberdade de desfrutar sem considerar as responsabilidades pessoais e nacionais em relação a esses bens tão preciosos.”

Estas foram as palavras proferidas pelo prefeito do dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, Cardeal Peter Turkson, na Conferência da ONU, em Nova Iorque, sobre a tutela e o uso dos oceanos, mares e recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável. A conferência prossegue até a próxima sexta-feira, dia 9.

Valor dos oceanos

O chefe da delegação da Santa Sé recordou que hoje “não existe nenhum acordo global ou uma entidade institucional que enfrente especificamente a questão do cuidado e da proteção dos recursos dos oceanos. Faltam quadros jurídicos adequados e muitas vezes as leis existentes não são implementadas. Um acordo desse tipo se torna cada vez mais urgente, olhando ao uso maciço desses recursos”.

O valor dos oceanos vai além da pesca e da navegação. “Os oceanos são uma grande fonte de energia renovável e uma riqueza biológica e mineral. Fornecem alimento e matérias-primas, oferecem benefícios insubstituíveis ao ambiente como a purificação do ar e têm um papel significativo na estabilidade climática, no ciclo dos resíduos e na manutenção de habitats importantes para a vida sobre a terra”.

Conversão ecológica

“A abordagem não pode ser egoísta”, frisou o purpurado, que exortou a pensar nas futuras gerações que receberão como herança os frutos do nosso comportamento. “Em muitas tradições religiosas a água é símbolo de limpeza, renascimento e renovação”, sublinhou.

O convite é de uma conversão ecológica conforme feito pelo Papa Francisco: “O cuidado da nossa Casa comum é e será sempre um imperativo moral.”
O Cardeal Turkson reiterou o compromisso da Santa Sé em favor do desenvolvimento sustentável no interesse de todos, “pois a gravidade das questões relativas aos nossos oceanos envolve a própria existência da humanidade”.

Abordagem ética

O prefeito do dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral renovou o convite do Papa Francisco na Encíclica ‘Laudato si’ de modificar estilos de vida prejudiciais para a tutela da Criação. O uso desconsiderado dos recursos do Planeta deve ser enfrentado em todos os níveis, desde o comportamento individual às políticas de cada país, e os acordos internacionais multilaterais.

“A deterioração ambiental e a degradação ética e humana estão estritamente ligadas. O meio ambiente não pode ser considerado algo separado de nós ou simplesmente um espaço em que vivemos. A abordagem deve ser ética e não exclusivamente fundada na lógica do lucro, mas é preciso integrar tutela da Criação, combate à pobreza e exclusão social. Somente assim, será possível usufruir coletivamente do bem comum e haver solidariedade entre as gerações. Preocupar-se com o meio ambiente significa proteger os mais vulneráveis”, concluiu o Cardeal Turkson.

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