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O ano de 2018 com São Francisco de Assis

A Regra Não Bulada 10,8 registra uma das mais belas palavras de São Francisco de Assis: “Possuir o Espírito do Senhor e o seu santo modo de operar”. Um Capítulo dos Frades da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil tinha o sugestivo lema: “Para onde nos conduz o Espírito?” Oportuna as palavras de Francisco de Assis para este novo ano, pois podemos iniciar com aquela sensação com que terminamos 2017: há uma desesperança no ar.  Buscamos sempre soluções econômicas, políticas, financeiras, jurídicas e terapêuticas. Em meio a tudo isto nos sentimos perdidos numa clareira em meio a uma floresta fechada. Vamos filtrar mais pelo Espírito. Buscar o discernimento espiritual. Há uma força que pode iluminar o sentido das decisões que temos que tomar. Há razões mais fortes que inspiram nossas escolhas. Não podemos perder o otimismo do caminho e com ele energizar nossos passos. A retrospectiva de 2017 nos assustou, mas algo tem que mudar em 2018.

Vamos nos abandonar mais fervorosamente ao Espírito do Senhor e ao seu santo modo de operar. Há um Pentecostes em cada sala de nossa vida e uma Porciúncula nos apontando que não estamos sós. Se não temos segurança na Constituição Brasileira tão remendada e desobedecida, possuímos a força do Evangelho. A Boa Nova é sempre a lucidez para as nossas escolhas. O Evangelho pede para dar a César o que é de César e a Deus o que é de Deus. Justiça não tem meio termo, é decisão. Estamos do lado da Palavra que é luz para os nossos passos e não do lado dos incontáveis posts de Facebook e Whattsapp que dão opinião sem raiz. Eu penso a partir de que valor maior? É minha opinião ou componho uma colcha de retalhos com retalhadas opiniões que não são fundamentadas em nada.

Francisco de Assis criou uma revolução a partir do Evangelho e rompeu com a revolução econômica da época. Hoje a revolução econômica decide globalmente o destino das pessoas. Eu quero ir por este caminho? Francisco de Assis espalhou verdades incontestáveis da Boa Nova em cartas, admoestações, preces e regras de vida. E o que eu coloco na revolução digital internética que permite colocar opiniões com velocidade avassaladora?  Estou tendo a lucidez críticas das palavras?  A maior crise que existe é a perda da identidade humana imersa em conceitos de revolução tecnológica e laboratórios que violentam a natureza. Como me posiciono diante das formas de pobreza que se estendem pelas calçadas da minha vizinhança? E o medo, a agressividade, a violência, vão diminuir com a Campanha da Fraternidade deste ano? Como acolher as quedas de fronteiras que colocaram o movimento migratório bem perto de nós, espalhando a diversidade étnica e cultural em nossas cidades e vilas?

Há mudanças climáticas que desmoronam lugares enquanto governos constroem privilégios para o futuro de alguns. O mundo mudou muito, mas a pessoa não quer mudar e fica no “está bom assim mesmo”.  É preciso buscar o Espírito do Senhor para sair da estagnação.

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Os Dois Franciscos: o de Assis e o de Buenos Aires

Um deles é do século 13 e é venerado como o santo pobrezinho (poverello) e tinha sido rico. Foi líder de jovens.

Em menos de um século seus seguidores, monges, monjas, irmãos menores, leigos, casais tinham optado pela pobreza e pela mansidão e chegaram a quase um milhão de seguidores em toda a Europa. Francisco de Assis se convertera para a paz e para a mansidão e para o diálogo em favor da vida aos 26 anos e morreu 16 anos depois! É respeitado por todas religiões pelo legado que deixou há 800 anos.

O outro, chamava-se JORGE BERGOGLIO, tinha só um pulmão e ainda vive e é o atual Papa dos católicos.

Está sacudindo a igreja do século 21 e é respeitado pelo mundo inteiro, exceto por menos de 0,1% de católicos que alegam representar 10%. Eles não acham que ele representa o diálogo, a paz e a mansidão e a retidão São Francisco de Assis.

Mas como os outros Francisco, (Xavier, Sales) também canonizados que imitaram São Francisco de Assis nem sempre foram reconhecidos em vida.

Os dois Franciscos optaram pelo desprendimento, pelo diálogo para a solução de conflitos, pela disciplina na Igreja, pela volta a costumes mais simples, pela partilha em favor dos pobres, por misturar-se com o povo; pelo testemunho pessoal e pregações que o povo simples entende. Os dois tinham cheiro de ovelhas. O de Assis amansava até lobos. O de Buenos Aires está tendo dificuldades em amansar alguns católicos irados por suas reformas.

Sofrimentos?

São Francisco de Assis foi deposto da liderança na própria ordem que fundara. Mas quem o depôs acabou deixando a ordem. E só é lembrado pelos livros de História.

O Papa Francisco enfrenta ferrenha oposição de alguns microgrupos bem organizados que, não podendo anular suas mudanças já trabalham pela sua sucessão.

O Espírito Santo pode surpreende-los com um sucessor ainda mais disposto a arejar a Igreja do Papa Francisco que só tem um pulmão. Nossa Igreja está respirando melhor com os últimos 9 papas que nos lideraram.

Quem viver verá. Aqueles rapazes e aquelas mocinhas do século 13 que sacudiram a Igreja do seu tempo nos deram milhões de jovens simples, pacifistas e preocupados em ajudar os mais pobres. Alguns tornaram -se bispos, cardeais, papas, empresários e políticos de sucesso. E viveram a simplicidade de Francisco e de Clara.

Imagino que Francisco de Buenos Aires e de Roma será imitado. E viverá um resumo dos ótimos papas que tivemos!

A volta ao passado? Não acontecerá! Guardaremos o que foi bom e avançaremos por águas mais profundas. Sem medo do amanhã! Somos a Igreja Católica. Os historiadores sabem disso! E os católicos que estudaram nossa História sabem também!

 

Pe Zezinho, scj
https://www.facebook.com/padrezezinhoscj/posts/865290550286698

Exemplo de São Francisco interpela consciências e comunidades

“O exemplo do pobrezinho de Assis ainda hoje interpela nossas consciências e nossas comunidades e nos atrai ao Senhor.” Foi o que disse o secretário de Estado vaticano, Cardeal Pietro Parolin, presidindo na manhã desta quarta-feira (02/17) na Basílica de Santa Maria dos Anjos, em Assis – região italiana da Úmbria –, a celebração eucarística por ocasião da Festa do perdão com a qual concluiu o Ano jubilar pelo VIII centenário do Perdão de Assis.

Bem feito pelos santos chega até nós

Levando a cordial saudação e bênção apostólica do Papa Francisco, o purpurado observou que é verdadeiramente motivo grande alegria “constatar que o bem feito pelos santos se dilata no espaço e no tempo e chega até nós”.

Referindo-se a São Francisco, o secretário de Estado ressaltou que “o ardor com o qual ele amou o Senhor tornou-se compaixão e caridade para com o próximo. Transformou-se em súplica a Deus a fim de que derrame abundantemente a sua misericórdia sobre o seu povo”.

Igreja: favorecer encontro entre Deus e seres humanos

Essa “é a missão fundamental da Igreja”, que é a de “favorecer o encontro entre Deus e os seres humanos, de construir pontos sólidos entre o céu e a terra, de mostrar um caminho de salvação oferecido a todos e não reservado a pequenos grupos de doutos e sapientes”, prosseguiu.

“Um caminho acessível aos pobres e aos últimos. Um caminho amplo e livre de obstáculos que conduz à salvação, embora mediante uma porta estreita como a da Porciúncula”, acrescentou.

Deus se revela fazendo-se “pequeno e frágil”

Segundo o Cardeal Parolin, “na Porciúncula, como na gruta de Belém e na santa casa de Nazaré, a infinita misericórdia divina se manifesta num espaço delimitado. Deus se revela e ao mesmo tempo parece velar-se, coloca-se ao nosso lado, quer-nos levar todos ao Paraíso, mas utiliza canais de humildade escolhendo lugares periféricos e sinais delicados”, fazendo-se “pequeno e frágil”.

 

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