08 de novembro – Missa do 32° Domingo do Tempo Comum 2020

Missa do 32° Domingo do Tempo Comum 2020

Somos convidados a cultivar a sabedoria que nos conduz a saciar nossa sede de Deus, vivendo o amor e a fraternidade com o coração vigilante e atento para a vinda de Jesus. Encontrando-nos como irmãos e irmãs que se deixam guiar pela luz da fé, realizemos também, nesta liturgia, nosso encontro com o Senhor, que vem até nós na Palavra e na Eucaristia.

Vigilantes vamos ao encontro de Jesus, amando e servindo nossos irmãos e irmãs.

MANTER A LAMPARINA ACESA

As comunidades cristãs do primeiro século esperavam a volta de Jesus. Como isso não aconteceu, provavelmente lembraram a parábola das dez jovens que ele teria contado.

Mais uma vez, uma parábola é proposta para dizer a quem se assemelha o Reino dos céus. Ele é comparado a dez moças convidadas a uma festa de casamento. Cinco delas eram prudentes, pois se preveniram com óleo, e cinco eram imprudentes, pois não o providenciaram. A diferença entre elas era o óleo que levavam ou não para alimentar as lamparinas.

O atraso do noivo pegou de surpresa as moças que não tinham reserva do óleo. Como as jovens prudentes se recusassem a partilhar, as insensatas foram em busca do azeite para suas lamparinas e, quando retornaram, deram com a porta fechada.

A vigilância consistiu mais em estar preparadas para a demora do que em estar acordadas, pois todas cochilaram. Com o atraso, já não adiantava invocar “Senhor, Senhor!”, pois a porta já estava fechada. A falta do óleo do amor e da fé atrasa nosso percurso na busca do Reino de Deus, pondo em risco a chama de nossas lamparinas quando o Senhor vier.

A possibilidade de participar das alegrias da festa (do Reino) pode ser única. Alimentar a “cultura da indiferença” atrasa o percurso, e não adianta atribuir a culpa aos outros. A responsabilidade pelo Reino é compromisso de cada discípulo e discípula. Cada um será responsabilizado pela sua própria prática.

O óleo ou azeite da prática do amor ao próximo, com atenção especial ao mais necessitado, é aquilo que alimenta nossa fé. Vigilância, portanto, não é algo estático, mas dinâmico, ou seja, envolve empenho nas práticas de solidariedade. A espera, sem a atitude de amor e serviço, é inútil. Os gestos evangélicos concretos nos garantem o azeite necessário para alimentar a lamparina que nos conduz ao noivo e à participação na festa.

O noivo não nos abrirá a porta se não tivermos a lamparina acesa. Não adiantam rezas, profecias, milagres e curas – acompanhadas de gritos e barulho. Precisamos de prudência e vigilância para realizar a vontade de Deus. É isso que nos garantirá a reserva do óleo.

 

Pe. Nilo Luza, ssp / Portal Kairós