27 de novembro – Missa do 1° Domingo do Advento 2022
Missa do 1° Domingo do Advento 2022
Viemos à casa do Senhor para nos deixarmos guiar por sua luz. Com esta celebração, iniciamos novo ano litúrgico e também o Advento, tempo em que nos preparamos, com muita alegria e esperança, para a celebração do Natal. Somos convidados a viver, atentos e vigilantes, à espera de Jesus, nosso Salvador, que vem ao nosso encontro.
Deus está sempre perto de nós. Ele me ouve quando o chamo.
Alerta: Viver bem o presente
Com base na narrativa do dilúvio e em duas breves parábolas, Mateus descreve o que significa vigiar, estar preparado. São três apelos à vigilância, fundados na narrativa bíblica e em acontecimentos cotidianos. Noé viu longe e por isso preparou a arca dentro da qual se salvou; trabalhar no campo e moer trigo são ações que revelam a imprevisibilidade dos acontecimentos; cabe ao dono da casa manter-se desperto, pois não sabe se e quando haverá a investida do ladrão.
No final do primeiro século, quando surgiu o Evangelho de Mateus, as comunidades cristãs viviam tempos difíceis, sob o domínio do Império Romano e em meio a conflitos e perseguições. Tais comunidades buscavam forças na espera da vinda de Jesus, para superar esses conflitos e concretizar o sonho de uma sociedade justa, humana e fraterna. Havia, portanto, uma preocupação comunitária com essa realidade de sofrimento.
O apelo de Jesus para vigiar não significa, portanto, incentivo ao fechamento, à preocupação apenas com os próprios interesses. Ao contrário, a esperança cristã nos chama a ir além dos nossos interesses, tornando-nos sensíveis às necessidades dos outros. O seguimento de Jesus não nos leva a ficarmos reclusos no templo, mas nos impulsiona a sair de nossas bolhas de segurança, a nos libertarmos de nossos modos fechados de viver. A construção da arca que nos salvará é ação cotidiana.
O Evangelho nos faz um alerta para vivermos bem o tempo presente. Não está preocupado com quando será o fim. Todo dia é dia para viver a proposta de Jesus, e toda hora é hora da vinda do Deus da vida. Somos lembrados de que estamos vivendo um tempo de graça, tempo forte, carregado de sentido, o qual nos humaniza e nos conduz ao encontro dos outros, sem polarizações. O chamado à vigilância é um alerta de que o Senhor da vida está sempre conosco. Cabe a cada um acolhê-lo não apenas com palavras, mas principalmente com gestos concretos.
Pe. Nilo Luza, ssp / Portal Kairós