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Terra boa, coração sempre aberto
/em Artigos católicosO objetivo daquele que semeia é que a semente caia em terra boa. Mas, na realidade, ela cai na terra. E, algumas vezes, a terra não está preparada. A semente pode se perder pelo caminho, não produzindo os frutos desejados. Assim como a semente, quando a Palavra de Deus cai em “terra boa”, na terra do nosso coração, aí sim essa Palavra dá fruto.
Jesus Cristo nos lança a sua Palavra. E como é fundamental, nos dias de hoje, podermos ouvir a Palavra de Deus, deixando que ela caia, em nosso coração, como terra boa, para produzir frutos. A terra boa é a terra preparada. E nessa terra, que se coloca adubo, se não der chuva, que se coloque irrigação para molhá-la. E o nosso coração, assim como a terra, tem que estar preparado para receber a Palavra de Deus. Ele precisa ter estas condições: estar aberto, acolhedor, sem nenhum obstáculo para que a Palavra caia, germine, produza os frutos desejados.
Quando você sai de casa, para participar da Eucaristia, sabe que a Missa é num determinado horário. Aí você toma banho, veste roupa, pega e olha o relógio – sabe o tempo que gasta para chegar à igreja. E chega na hora certa na igreja, e lá faz uma oração, alguns vão ao Santíssimo, fazem uma visita ao Cristo Sacramentado, tem um diálogo com Ele. Depois se coloca no momento para a Celebração, cantando, participando, rezando, e ouvindo com atenção à Palavra. Depois da Proclamação da Leitura, você senta para ouvir o comentário, a homilia do sacerdote ou do Arcebispo. Essa preparação que você faz, sempre que vai à Missa, ela é muito importante, porque você está fazendo isso para ir receber a Palavra de Deus.
O coração preparado é o coração aberto para receber a Palavra com alegria, e com o compromisso de, saindo da igreja, colocá-la em prática. Ela é como a chuva que cai. Ela não volta para Deus – escorre produzindo os frutos desejados, sendo realizado aquilo que Deus diz e quer. A chuva vem fecundar a terra, gerar vida, transformar a realidade. A Palavra de Deus que cai na terra do nosso coração, como chuva divina, vem mudar a nossa vida, transformar o nosso ser, moldar a nossa existência, para que tomemos a feição de filhos e filhas do Pai. Isso é maravilhoso! E a Palavra de Deus muda a nossa vida. Ela nos corrige, ela nos exorta, ela nos faz compreender e nos convence do que é bom, do que devemos fazer, ela nos entusiasma, e nos anima, para continuarmos no caminho do Senhor. A Palavra de Deus nos enche de esperança. E nos compromete para o bem, para a verdade, com a justiça e com a paz.
Dom Manoel Delson
Arcebispo da Paraíba
CNBB
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Amoris Laetitia: Construir a família
/em Artigos católicosA família é, no dizer de nosso Papa Francisco, “uma boa notícia” (Amoris Laetitia, n.1). LEIA: http://w2.vatican.va/content/francesco/pt/apost_exhortations/documents/papa-francesco_esortazione-ap_20160319_amoris-laetitia.html
Ela é um projeto de vida em construção. Essas duas perspectivas se completam. “O matrimônio cristão, reflexo da união entre Cristo e a sua Igreja, realiza-se plenamente na união entre um homem e uma mulher, que se doam reciprocamente com um amor exclusivo e livre fidelidade, se pertencem até a morte e abrem à transmissão da vida, consagrados pelo sacramento que lhes confere a graça para constituírem como igreja doméstica e serem fermento de vida nova para a sociedade” (Amoris Laetitia, n.292).
Este o modo como a fé cristã compreende a realidade familiar. Aqui está o ideal. Ela está fundada no amor humano, que se entrega pelo bem do outro, e abençoado pelo amor divino. Ele permanece sempre válido, pois tem seu fundamento numa visão humana integral e na fé que parte da revelação cristã. Não podemos baixar o ideal por causa das pressões ou modas de uma sociedade “líquida”. Sabemos do seu lugar único e insubstituível na formação humana, psíquica e espiritual dos filhos. Nenhuma instituição social poderá realizar ou substituir os laços de amor entre os pais, destes com seus filhos e dos filhos entre si. É um verdadeiro santuário, espaço sagrado, onde a vida é acolhida e educada para formar personalidades sadias, cidadãos e bons cristãos.
Porém, a idealização da família, por si só, não responde aos desafios que elas vivem. Como todas as realidades humanas, não são realidades prontas, mas a caminho. Um caminho num constante processo de amadurecimento na capacidade de amar. A vivência da caridade está sempre aberta a novas possibilidades de crescimento. Já São João Paulo II propôs a “lei da gradualidade” à realidade familiar, visto que o ser humano “conhece, valoriza e realiza o bem moral, segundo as diversas etapas de crescimento” (Familiares Consortio, n.34). Alguns, pelas suas circunstâncias estão bem próximos do ideal proposto, outros sabem que ainda precisam caminhar e crescer.
Isto faz com que a vida seja uma positiva tensão entre o ideal desejado e o real vivido. Assim, é ilusão querer famílias perfeitas, cônjuge perfeito, filhos perfeitos. Como nos recorda o Papa: “É preciso pôr de lado as ilusões e aceitá-lo [o cônjuge] como é: inacabado, chamado a crescer, em caminho. Quando o olhar sobre o cônjuge é constantemente crítico, isto indica que o matrimônio não foi assumido também como um projeto a construir juntos, com paciência, compreensão, tolerância e generosidade.” (AmorisLaetitia, n. 218). Para que este caminho seja possível, não basta a vontade e determinação humanas, é preciso a força da bênção de Deus, no sacramento do matrimônio, com uma vida de oração.Com esta bênção, cada um dos cônjuges é instrumento de Deus para fazer o outro crescer. O “sim” dado um dia um ao outro foi o início de um caminho para juntos superarem os obstáculos. Enfim, não existem famílias prontas, mas sempre a caminho. Cada membro da família é responsável para fazê-la crescer.
Concluo com as palavras encorajadoras de nosso Papa: “Avancemos, famílias; continuemos a caminhar! O que nos é prometido é sempre mais. Não percamos a esperança por causa de nossos limites, mas também não renunciemos à procura da plenitude de amor e comunhão que nos foi prometida” (Amoris Laetitia, n. 325).
Parabéns a todos os pais pela passagem do seu dia! Nosso abraço e bênçãos de Deus!
A Semana Nacional da Família de 2021
Dom Adelar Baruffi
Bispo de Cruz Alta, RS
CNBB
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Vocação e a “Vontade de Deus”
/em Artigos católicosCaros irmãos, todos os cristãos são “vocacionados”, ou seja, são chamados por Deus para uma missão específica no mundo, em meio aos seus irmãos. E o requisito primeiro para o cumprimento desta missão é a escuta da voz de Deus que nos fala em sua palavra, pelos pastores da Igreja, nos momentos de oração pessoal e nos acontecimentos do dia-a-dia. Em segundo lugar, a coragem para dizer sim.
Quando permitimos que o Espírito Santo gerencie nossas vidas, seus planos sempre ampliam nossos horizontes de futuro. Seu amor não nos deixa tranquilos enquanto não iniciarmos um autêntico processo de reforma interior: reforma dos próprios pensamentos, sentimentos, vontades… Até o ponto de sinceramente reconhecermos que a vontade de Deus é a única capaz de salvar-nos de uma vida sem sentido guiada somente por nossas vontades.
Quando um cristão, jovem ou mais maduro, coloca-se sinceramente diante de Deus que chama, depara-se com um maravilhoso mundo de expectativas e realizações. A liberdade que tantos buscam com afinco não consiste exatamente em “fazer o que se quer” – este é o princípio do caos que leva ao embrutecimento do coração e ao esvaziamento do sentido da vida – mas a liberdade está sempre unida à verdade, ao bem, ao amor. Ela só é autêntica quando conflui para o bem do homem todo e de todos os homens.
Deixar-se comprometer, assumir e entregar a vida por amor são autênticos atos humanos livres, que sempre atraem novas bênçãos divinas e aperfeiçoam a personalidade dos filhos de Deus.
Muitos são os chamados por Deus, mas por um desejo desordenado de “poupar-se” acabam atrasando sua decisão e perdendo-se. Cumpre-se a verdade anunciada por Nosso Senhor Jesus Cristo: “Quem quiser salvar sua vida a perderá; e quem perder sua vida por causa de mim a encontrará. De fato, que adianta a alguém ganhar o mundo inteiro, se perde a própria vida? Ou que poderá alguém dar em troca da própria vida?” (Mt 16, 25-26)
Nossa existência neste mundo é única, sem direito à reprise. Cada dia pode albergar o minuto final e é importante que nos questionemos se estamos fazendo os movimentos certos. Entregar a vida em cada ato, conscientes de que estamos no caminho certo deve ser a preocupação de todos nós.
Vejo com alegria que o Evangelho continua, apoiado na fidelidade de Deus, contagiando os corações de muitos jovens pelo mundo para que abracem, sem reservas, a vontade do Pai: muitos são os que se entregam à missão, ao sacerdócio, à vida religiosa, ao amor conjugal e à educação cristã dos filhos, entre outras tarefas cotidianas e igualmente heroicas. Rogo a Deus para que este número cresça ainda mais.
Dom Edney Gouvêa Mattoso
Bispo de Nova Friburgo (RJ)
CNBB
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Recriar a vida: estamos brincando de Deus?
/em Artigos católicosMais uma descoberta científica, entre tantas outras, na fronteira do conhecimento humano na área da genética nos surpreende, levantando uma série de dúvidas, questionamentos, inquietações e esperanças. A manchete de primeira página em vários Jornais Brasileiros informa: “Ciência cria primeira célula sintética: Bactéria com DNA montado a partir de informações vindas de computador ganha vida e passa a se replicar”; “Pesquisadores produzem a primeira forma de vida ‘sintética’ em laboratório”. Estamos definitivamente entrando na chamada era genômica e muito próximos da criação da chamada “vida artificial” neste início de século XXI, afirmam muitos pesquisadores nesta área da genômica.
Vejamos ainda que de forma sintética algumas informações básicas para entendermos esta descoberta que deverá entrar para a história como um dos maiores e mais polêmicos feitos científicos da biologia moderna. Este invento foi realizado pela equipe de pesquisadores liderada pelo cientista e empresário norte-americano Craig Venter, sempre polëmico e audacionso, no instituto que leva seu nome em Mariland, EUA. É bom lembrar que este cientista também liderou um projeto privado que seqüenciou um dos primeiros genomas humanos no ano 2000.
Como foi feita a pesquisa? Para criar um organismo sintético, a equipe de pesquisadores de Venter começou por reconstruir, com a ajuda de um computador, o genoma de uma bactéria comum, Mycoplasma mycoides. A informação foi colocada em um sintetizador de DNA, que produziu filamentos de DNA. Esses filamentos foram costurados ao serem inseridos em levedura e depois em bactérias E.coli. Os mecanismos naturais de reparo da bactéria resultante viram os filamentos como fragmentos partidos e os reuniu. Após várias rodadas, os cientistas montaram todas as letras do genoma da bactéria. Para marcar o genoma como sintético, inseriram novos filamentos de DNA, cada um deles uma marca d’água que carrega mensagens codificas. O passo crucial ocorrei a seguir: eles transferiram o genoma sintético para outro tipo de bactéria comum. À medida que se multiplicava, ela passava a usar o genoma sintético. Venter chama o organismo de “célula sintética” porque ele sobrevive graças a um genoma criado pelo homem.
A nova bactéria, diz Venter “é a prova do conceito de que podemos fazer, em teoria, mudanças por todo o genoma humano de um organismo, adicionar novas funções, eliminar as que não queremos e criar novos organismos industriais que fariam o que quiséssemos. Até que esse experimento funcionasse, o campo era teórico. Agora, é real”.
As reações frente a este feito são contrastantes. Vão desde as que suscitam excesso de otimismo, beirando cenários de ficção científica, apontando para benefícios potenciais enormes, tais como, a possibilidade de sintetizar combustíveis a partir da criação de algas que absorvem CO2 da atmosfera, vacinas, produção de alimentos. No pólo oposto surgem inquietações sérias, apontando perigos que vão desde o bioerro ao bioterror. O próprio Venter afirma que necessitaremos de regulamentação ética severa para assegurar que os organismos sintéticos não escapem e causem danos. “É claro que essa tecnologia tem dois gumes e isto requer uma reponsabilidade imensa de quem a usa.
Nós estamos entrando em uma nova era estimulante, na qual estamos limitados principalmente pela nossa imaginação”, afirma Venter.
Ainda é muito cedo para sabermos das reais consequências deste feito. Não podemos e não devemos “endeusar” e muito menos “satanizar”. Necessitamos de muita prudência, colocando em ação o princípio ético da precaução que se traduz na ética da responsabilidade que dialogue com a ciência. Este é o caminho que gera esperança e não o otimismo falso que é ilusório Nesta perspectiva o ser humano é “cocriador”, enquanto aperfeiçoa o mundo criado. Não se trata da criação da vida do nada, mas de recriação a partir de uma vida existente. No princípio da vida, nós cristãos acreditamos que temos a ação do Deus criador e não o feito orgulhoso do ser humano de “querer ser Deus”.
Pe. Léo Pessini
a12.com
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10 curiosidades sobre a vida e obra de Santo Afonso de Ligório
/em Artigos católicos, Santos católicosSanto Afonso Maria de Ligório
Fundador da Congregação do Santíssimo Senhor Redentor, é santo e doutor da Igreja.
Nasceu em Marianella, Itália,em 27 de setembro de 1696.
Primogênito de uma família bastante numerosa e parte da nobreza napolitana, traz algumas curiosidades em sua vida e missão.
01 – Era Advogado
Formou-se em Direito aos 16 anos e se tornou Doutor em Direito Civil e Canônico.
Era um grande advogado, nunca havia perdido uma causa sequer, até certo dia em que um juiz se corrompeu e lhe negou a causa. Este fato o fez repensar sua vida e abandonou os tribunais, momento em que disse sua célebre frase:
02 – Era compositor
Como sua família era parte da nobreza de Nápoles, teve acesso à cultura e arte. Por isso, se tornou pintor, poeta e compositor. Inclusive algumas de suas músicas são cantadas até hoje na Itália como a famosa canção de Natal “Tu Scendi dalle Stelle” (Eis que lá das Estrelas).
03 – Morou na casa de seus Pais, até mesmo depois de ordenado
Filho primogênito, trazia as expectativas de seu pai para que fosse o herdeiro da família. Quando abandonou a profissão, seu pai não concordou e tentou ao máximo fazê-lo desistir. Vendo que não seria possível fez um acordo: Afonso poderia frequentar o Seminário, desde que continuasse a viver em sua casa e assim aconteceu.
04 – Criou as Capelas do Entardecer
Eram casas feitas para os mendigos e abandonados de Nápoles. Eram lugar de oração, atividades pastorais e comunitárias e até mesmo local de educação. Os próprios marginalizados eram responsáveis por organizar e gerenciar as casas.
05 – Morou num convento de Chineses refugiados
Depois de três anos ordenado sacerdote, saiu da casa de seus pais e foi morar no Colégio dos Chineses, em Nápoles. Era uma casa de sacerdotes, fundada por um missionário que havia sido expulso da China, Mateus Ripa. Neste tempo, Afonso intensificou o trabalho com as Capelas para os moradores de rua.
06 – Viveu com cuidadores de cabras
Afonso estava fatigado pelo trabalho com os mais pobres e viajou de férias para as montanhas de Scala, na Itália. Chegando à cidade, se espantou com a pobreza do povo, que segundo ele, eram mais miseráveis do que o mais pobre da cidade de Nápoles. Foi evangelizar e ensinar os moradores da cidade, de maneira especial, os cuidadores de cabras. Anos mais tarde, chegou até a morar com os cabreiros.
07 – A ordem feminina nasceu antes da masculina
Em Scala conheceu irmã Maria Celeste Crostarosa, que estava fundando a Ordem do Santíssimo Redentor feminina. Viraram grandes amigos e foi ela quem disse a Afonso:
Em 9 de novembro de 1732, ele fundou então a Congregação do Santíssimo Redentor, para poder anunciar a Boa Nova aos pobres e mais abandonados.
08 – Escreveu mais de 100 obras em 15 anos
Depois de fundar a Congregação, dedicou-se a produzir suas obras. No período de 1743 a 1758, escreveu mais de 100 obras sobre espiritualidade e teologia. Obras estas que já tiveram mais de 21500 edições e foram traduzidas em 72 línguas.
09 – Doutor da Igreja
Foi canonizado em 1831, e, em 1871, foi proclamado Doutor da Igreja.
Mas suas obras não foram escritas para doutores, apesar de assim o ser, Afonso escrevia para o povo, para os humildes, de maneira simples. Escrevia para responder às questões que os fiéis lhe faziam durante suas missões.
10 – Foi Bispo e é Padroeiro dos confessores
Em 1762, foi ordenado bispo de Santa Ágata dos Gôdos, apesar de ter relutado muito à nomeação. Afonso achava que era muito idoso e estava doente para cuidar de uma diocese. Apesar disso, promoveu uma renovação do clero diocesano, além de ser um bispo completamente diferente, deixou as riquezas e as pompas, foi humilde e doava a renda da diocese aos pobres. Em 1950, foi proclamado como Patrono dos Confessores e Moralistas.
A12
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