A liturgia do mês de setembro de 2020

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A liturgia do mês de setembro de 2020

Em setembro de 1971, por iniciativa da Arquidiocese de Belo Horizonte que comemorava 50 anos, teve início, no Brasil, o mês da Bíblia. Por que setembro? Porque no dia 30 de setembro se celebra São Jerônimo, o santo que traduziu a Bíblia dos originais para o latim. Trata-se da tradução intitulada “Vulgata”, edição acessível ao povo. A tradução de São Jerônimo permaneceu intocável até 1979, quando foi editada sua revisão – a “Neovulgata”-, apresentada pelo papa São João Paulo II.

O objetivo do mês dedicado à Bíblia é contribuir para o desenvolvimento das diversas formas de presença da Bíblia na ação evangelizadora da Igreja no Brasil, colocando-a mais perto do povo de Deus.

Intenção do mês de setembro de 2020:
Para que os recursos do planeta não sejam saqueados, mas partilhados de forma justa e respeitosa.

O papa Francisco, orientando a Igreja para o caminho da santidade, afirma: “Sobre a essência da santidade, pode haver muitas teorias, abundantes explicações e distinções […], mas não há nada de mais esclarecedor do que voltar ás palavras de Jesus e recolher o seu modo de transmitir a verdade” (GE 63; destaque nosso). E o papa faz esse caminho com as bem-aventuranças, presentes no Evangelho de Mateus 5,3-12 (cf. GE 67-94).

Não há palavra mais eficaz, mais fecunda, mais iluminadora, mais libertadora do que a Palavra de Deus. Jesus á a Palavra que se fez carne (cf. Jo 1,14). O povo de Deus, desde o início da sua caminhada, foi orientado pela Palavra de Deus. O apóstolo Tiago nos pede: “recebei com mansidão a Palavra que em vós foi implantada e que é capaz de salvar-vos. Todavia, sede praticantes da Palavra, e não meros ouvintes, enganando-vos a vós mesmos” (Tg 1,21-22).

E São Paulo, escrevendo a Timóteo, seu filho espiritual, pede com ternura paterna: Quanto a ti, permanece firme naquilo que aprendeste e aceitaste como verdade. E sabes de quem o aprendeste. Desde criança conheces as Escrituras Sagradas. Elas têm o poder de te comunicar a sabedoria que conduz à salvação pela fé em Cristo Jesus” (2Tm 3,14-15).

Os subsídios põem nas mãos dos católicos do Brasil, diariamente, a Palavra proclamada na liturgia da celebração da Eucaristia. Acolha, meu irmão/minha irmã, com alegria e gratidão, o que Deus fala a você!

Comemorações do mês de Setembro de 2020

01° – Dia de oração pelo cuidado da criação
03 – São Gregório Magno
04 – 1ª sexta-feira
05 – Santa Teresa de Calcutá

 

06 –  23° Domingo do Tempo Comum
07 –  Dia da Pátria / Grito dos Excluídos 2020
08 –  Natividade de Nossa Senhora
09 –  São Pedro Claver
12 –  Santíssimo nome de Maria

13 –  24° domingo do Tempo Comum (S. João Crisóstomo)
14 –  Exaltação da Santa Cruz
15 –  Nossa Senhora das Dores
16 –  Santos Cornélio e Cipriano
17 –  São Roberto Belarmino
19 –  São Januário

20 –  25° domingo do Tempo Comum (Ss. André Kim Taegon, Paulo Chong Hasang e comps.)
21 –  São Mateus
23 –  São Pio de Pietrelcina
26 –  Santos Cosme e Damião

27 – 26° domingo do Tempo Comum / Dia da Bíblia (S.Vicente de Paulo)
28 –  Santos Venceslau; Lourenço Ruiz e comps.
29 –  Santos arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael (Fim da Quaresma de São Miguel Arcanjo)
30 – São Jerônimo

 

D. Geraldo Majella Agnelo – Cardeal Arcebispo Emérito de Salvador / Portal Kairós

30 de agosto – Missa do 22° Domingo do Tempo Comum 2020

Missa do 22° Domingo do Tempo Comum 2020

Saciemos nesta liturgia nossa sede de fé e de amor, necessários para seguir Jesus e enfrentar as dificuldades que podemos encontrar no caminho. O Senhor está sempre conosco para nos ajudar a fazer a vontade de Deus e nos conduzir para a salvação e a vida plena e feliz. Neste dia dos catequistas, nosso reconhecimento e gratidão aos que exercem essa tão bela missão a serviço da comunidade.

Quem segue Jesus encontra a vida, a felicidade e a salvação.

RENUNCIAR E ASSUMIR A CRUZ

Ir a Jerusalém significava, para Jesus, encarar a perseguição por parte das autoridades: anciãos (grandes latifundiários), sumos sacerdotes (homens da alta hierarquia religiosa) e
mestres da lei (letrados e intelectuais). Pedro mostra-se corajoso e reage, querendo interferir no projeto de Deus a respeito do Mestre. Repreendendo-o, Jesus pede-lhe que se ponha na condição de discípulo e o chama de satanás, porque se revela um obstáculo e não encarna “as coisas de Deus, mas das pessoas”.

As palavras de Pedro podem exprimir a revolta contra a perseguição e contra o sofrimento de justos e inocentes, mas provavelmen­te sua intenção fosse impedir que o Mestre levasse à frente a própria missão. Assim como foi duro com Pedro, Jesus é duro com todos os que se dizem seus discípulos, quando querem pôr obs­táculos ao seu projeto de vida e liberdade; quando pensam servir a Deus, mas acabam satisfazendo aos próprios caprichos; quando lutam pela
justiça e, ao mesmo tempo, se beneficiam da injustiça.

O alerta contra Pedro é ocasião para mostrar como será o caminho do discipulado. A fidelidade total no seguimento de Jesus pode trazer consequências desagradáveis: incompreensões, perseguições e até morte. Seus discípulos podem ter a mesma sorte do Mestre.

Para ser seu fiel seguidor, Jesus propõe duas condições: renunciar a si mesmo e tomar a cruz.

Renunciar a si mesmo significa abandonar toda ambição pessoal, não querer ser a referência de si próprio, exaltando-se, mas abrir-se para o projeto de Jesus.

Tomar a cruz significa aceitar o discipulado cristão com todas as consequências que isso possa implicar. Os seguidores do Mestre não podem pretender ser mais que ele, precisam estar dispostos a enfrentar seu mesmo destino. Ignorar o Jesus da cruz pode revelar que não estamos dispostos a assumir a nossa.

Somos chamados a segui-lo na condição de discípulos. Sendo ele nosso Mestre, é fundamental aprender seu jeito de ser, de pensar e de agir. O autêntico discípulo segue o Mestre, e não se coloca no lugar dele.

 

Pe. Nilo Luza, ssp  / Portal Kairós

Oração do Dizimista 2020

Oração do Dizimista

ORAÇÃO DO DIZIMISTA  – modelo 01

Senhor meu Deus, sempre vos peço bênçãos e graças, mas hoje quero me prostrar diante de Vós apenas para agradecer, pois a minha vida já é uma grande benção e uma sucessão de graças recebidas.
Em cada dia vivido e em cada noite de descanso, em cada pessoa que existe, em cada encontro, cada amanhecer e anoitecer, em cada refeição e em cada oração, em tudo encontro a oportunidade de me lembrar de todo bem que recebo de Ti e de quanto vos devo agradecer.
Muito obrigado meu Deus, por tudo o que tenho e sou!
Que o meu Dízimo seja sempre um compromisso fiel em reconhecimento e gratidão por todos os bens que continuamente me concedeis!
E que em toda a minha vida eu vos louve sem cessar!

Amém!

ORAÇÃO DO DIZIMISTA  – modelo 02

Senhor.
Fazei que eu seja um dizimista consciente.
Que cada dízimo que eu der, seja um verdadeiro agradecimento, um ato de amor, o reconhecimento de tua bondade para comigo.
Sei que tudo que tenho de bom vem de ti: paz, saúde, amor, prosperidade, bens.
Ajudai-me a dar com liberdade e justiça.
Tirai todo o egoísmo do meu coração.
Que eu possa amar cada vez mais o meu irmão.
Quero ser um instrumento de paz e amor em tuas mãos!
Que o meu dízimo seja agradável a ti, Senhor!

Amém!

ORAÇÃO DO DIZIMISTA  – modelo 03

Nós vos pedimos, Senhor, que abençoeis a nossa comunidade e fazei-nos perseverantes em nossa adesão ao dízimo em nossa paróquia. Que a nossa participação concreta possibilite a realização dos objetivos das dimensões religiosa, social e missionária, permitindo que a Boa Nova do Evangelho seja uma realidade presente entre nós e o vosso Reino de amor e de justiça se propague cada vez mais.
Nós vos agradecemos, Senhor, por todas as pessoas já conscientes de sua corresponsabilidade eclesial e também por aquelas que ainda haverão de tornar-se dizimistas em nossa comunidade, assumindo mais plenamente a sua vocação de batizados e ajudando a Igreja em sua missão evangelizadora.
A Vós exaltação, louvor e glória para sempre.

Amém!

ORAÇÃO DO DIZIMISTA  – modelo 04

Senhor.
Nós vos louvamos pelas maravilhas da criação e vos bendizemos por nos haverdes criado à vossa imagem e semelhança.
Temos consciência de que em cada ser humano existe uma semente do bem que devemos cultivar sempre para que cresça e dê bons frutos. Nós vos agradecemos pelo dom da vida de cada um de nós e por nossas famílias, vos agradecemos pela nossa comunidade de irmãos e pela possibilidade de celebrarmos juntos os mistérios da nossa fé.
Nós vos agradecemos pelo dinamismo das pastorais e movimentos de nossa comunidade e hoje, em particular, pela pastoral do dízimo, pelos dizimistas e pelos que ainda haverão de se tornar dizimistas em nossa comunidade, assumindo ainda mais concretamente a missão de manter e expandir a obra da evangelização que é o anúncio do vosso Reino de Amor e Justiça, presente no meio de nós.
Que a nossa gratidão por todas as bençãos que recebemos de Vós nos ajude a sermos cada vez mais fiéis aos nossos compromissos de batizados e membros atuantes dessa Igreja à qual pertencemos e amamos.

Amém!

ORAÇÃO DO DIZIMISTA  – modelo 05

Senhor.
Somos caminheiros na jornada da existência e aprendemos com o Evangelho a importância do amor, da justiça e da solidariedade. Sabemos que cada um de nós deve fazer a sua parte para que aconteça entre nós o Reino de Paz, Amor e Justiça anunciado e vivido por Vosso Filho e Senhor nosso, Jesus de Nazaré, que ofertou sua própria vida na cruz em favor da redenção de toda a humanidade.
Para que esse anúncio de salvação se propague é preciso que assumamos a nossa missão de batizados e através da oração, do jejum e da participação solidária na comunidade, oferecendo-nos a nós mesmos a Deus, com tudo o que somos e temos, também com a oferta do dízimo que ajuda a nossa comunidade a ser fiel em sua missão evangelizadora.
Que a vossa graça nos sustente para que permaneçamos fiéis e unidos em fraternidade, correspondendo ao chamado recebido em nosso batismo de sermos fermento, sal e luz e assim podermos crescer, dar sabor e iluminar os caminhos da humanidade, para que esta não pereça e nem se afaste de vós.

Amém!

ORAÇÃO DO DIZIMISTA MIRIM – modelo 01

Pai bondoso, que tudo criastes por Amor, nós vos damos graças pelas maravilhas da vida.
Agradecemos pelos nossos pais e familiares, pela nossa Igreja e pela nossa comunidade de irmãos na fé.
Pedimos que o Vosso Espírito Santo de Amor nos ilumine e nos oriente na fé e na nossa vocação de batizados.
Que desde cedo aprendamos a ser fiéis na vida de oração e na fraternidade, partilhando nossas vidas na comunidade e dando o nosso testemunho de dizimistas mirins com amor e fidelidade, por Jesus Cristo, vosso Filho e Senhor nosso.

Amém!

ORAÇÃO DO DIZIMISTA MIRIM – modelo 02

Papai do Céu, muito obrigado pelo dom da vida e por todas as vossas bençãos.
Somos dizimistas mirins e desejamos ser fiéis em todos os nossos compromissos de batizados.
Ajuda-nos a crescer na fé, na esperança e no amor.
Que o nosso testemunho humilde, mas fiel, seja um sinal concreto a iluminar nossa comunidade e toda a Igreja.

Amém!

ORAÇÃO DO DIZIMISTA MIRIM – modelo 03

Deus de Amor e de Bondade, nós vos agradecemos por todas as vossas bençãos: nossa família, nossa Igreja, nossos irmãos de caminhada na fé.
Iluminados pelo Vosso Espírito Santo, queremos colaborar na Igreja com o nosso testemunho, nossas orações e o nosso dízimo mirim. Alimenta-nos, Senhor, com vossa graça e proteção, para que possamos crescer em estatura, graça e sabedoria, como cresceu Jesus, o Vosso Filho e Senhor Nosso.

Amém!

Portal Kairós

Reflexão e sugestão para a Missa do 22° Domingo do Tempo Comum 2020 – Ano A

22° Domingo do Tempo Comum 2020 – Ano A

Jr 20,7-9; SI 62; Rm 12,1-2; Mt 16,21-27

22° Domingo do Tempo Comum 2020 - Ano A

Tome sua cruz e me siga

Cada um de nós traz dentro de si uma dose de egoísmo. Não é fácil assumir o ponto de vista do outro, compreender a situação do outro, em uma palavra, doar-se pelo outro. Corremos o risco de nos fechar em nós mesmos ou nos abrir ao outro só por conveniência, porque isso pode me trazer um certo benefício. Quanta ação boa traz em suas raízes atitudes egoístas e interesseiras…

Cada um de nós traz dentro de si uma dose de amor. É por isso que tantas vezes somos surpreendidos por momentos de verdadeiro perdão, de verdadeira doação pela causa da justiça e da paz. E aí passamos a perceber que nem tudo está perdido, que há esperança no mundo e que tudo pode ser transformado a partir do amor. Pedro é a figura paradigmática do discípulo de todos os tempos. Tem dentro de si a abertura para reconhecer Cristo como Filho do Deus vivo. Por outro lado, não é capaz de compreender as consequências de tal profissão de fé. É difícil para ele- e para nós – entender a dinâmica do Dom que está presente no agir do Filho de Deus. Ainda mais difícil é entender que nós também somos chamados a entrar nessa mesma dinâmica do Dom, fazendo de nossa vida um sacrifício vivo, como nos diz Paulo.

A postura de Jesus é firme: “Vai para longe, satanás!” Com essa repreensão, Cristo revela a Pedro que todo discípulo deve estar atendo a presença da pedra de tropeço da acomodação e do egoísmo interesseiro. Jesus propõe a cruz a todo discípulo que livremente quer ser um sinal do dom de Deus ao mundo. E a cruz, enquanto sinal do amor total, é a medida referencial de nossa resposta.

Não vos conformeis com o mundo

O seguimento de Jesus passa pela transformação profunda de mentalidade. Vocação não é um verniz que embeleza a vida cristã, mas é sua própria essência. Quando lemos a realidade a partir da vocação que Deus colocou em nosso coração, pouco a pouco nos damos conta de que precisamos ter posturas firmes e proféticas para fazer a diferença e, assim, promover a vida. É nadar contra a corrente, é sentir o peso das chacotas, como sentiu Jeremias. Mas, quando vemos as sementes do amor brotarem e florescerem, vamos nos dando conta de que o fogo ardente do Espírito aquece nosso coração e nos impele a fazer do Reino de Deus uma presença cada vez mais viva.

A vocação do Catequista, que hoje celebramos, é prova de que o Espírito Santo é força viva no coração pulsante da Igreja. Rezemos por todos os homens e todas as mulheres que se deixam conduzir por esse chamado do Senhor a plantar a semente do evangelho no coração das crianças, dos adolescentes e jovens e de todos os que querem livremente abraçar a vida cristã.

Sugestões litúrgicas para a Missa do 22° Domingo do Tempo Comum 2020 – Ano A

– Após a procissão de entrada: imediatamente após a procissão de entrada, receber os catequistas da comunidade, chamando-os pelo nome, os quais responderão: Eis-me aqui! Quando estiverem todos, cantar um cântico vocacional, enquanto o Presidente da Celebração os saúda.
– Entrada da Palavra: catequizandos podem entrar com a Bíblia e proclamar as leituras. Pode-se dinamizar esse momento com velas que ladeiam a Palavra, ou com danças e coreografias que manifestem a alegria dos catequizandos em acolher a palavra de Deus.
– Oferendas: os pais e mães podem entrar com seus filhos catequizandos, trazendo pão e vinho, galhetas, patena, cálice e âmbulas. Enfatizar o agradecimento dos pais pelos catequistas enquanto colaboradores na educação da fé de seus filhos.
– Antes da bênção final: um pai, uma mãe e alguns catequizandos podem ler uma mensagem de agradecimento aos catequistas (cada um pode ler um parágrafo). Em seguida, juntamente com o Presidente da celebração e todo o povo de Deus, podem empunhar as mãos sobre os catequistas e rezar por eles. Ao fim desse momento, entregar lembrancinhas aos catequistas.

Sugestões de repertório para a Missa do 22° Domingo do Tempo Comum 2020 –  Ano A (O Domingo)

Abertura: Deus, nosso Pai
Aclamação: Aleluia, Jesus Cristo
Oferendas: As mesmas mãos
Comunhão: É bom estarmos

Cifras e partituras das sugestões CNBB

Semanário litúrgico – catequético – Cantos para a Celebração – 22° Domingo do Tempo Comum 2020

 

Áudios para a Missa do 22° Domingo do Tempo Comum 2020 – Ano A CNBB:

 

Padre Anísio Tavares, C.Ss.R. / Portal Kairós

Leituras de Domingo: 22° Domingo do Tempo Comum 2020

22° Domingo do Tempo Comum 2020

(Verde, glória, creio – 2ª semana do saltério)

Tende compaixão de mim, Senhor, clamo por vós o dia inteiro; Senhor, sois bom e clemente, cheio de misericórdia para aqueles que vos invocam (Sl 85,3.5).

Atraídos por Jesus, somos convidados por ele a assumir a missão a nós confiada e renunciar a tudo o que nos impede de segui-lo com fidelidade. Ele transforma nosso pensar e agir e nos revela que ganhamos a vida quando a pomos a serviço do seu Evangelho. Dirijamos nossa prece carinhosa a todos os catequistas, neste dia a eles dedicado.

Primeira Leitura: Jeremias 20,7-9

Leitura do livro do profeta Jeremias – 7Seduziste-me, Senhor, e deixei-me seduzir; foste mais forte, tiveste mais poder. Tornei-me alvo de irrisão o dia inteiro, todos zombam de mim. 8Todas as vezes que falo, levanto a voz, clamando contra a maldade e invocando calamidades; a palavra do Senhor tornou-se para mim fonte de vergonha e de chacota o dia inteiro. 9Disse comigo: “Não quero mais lembrar-me disso nem falar mais em nome dele”. Senti, então, dentro de mim um fogo ardente a penetrar-me o corpo todo: desfaleci, sem forças para suportar. – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: 62(63)

A minha alma tem sede de vós / como a terra sedenta, ó meu Deus!

1. Sois vós, ó Senhor, o meu Deus! / Desde a aurora, ansioso vos busco! / A minha alma tem sede de vós, † minha carne também vos deseja, / como terra sedenta e sem água! – R.

2. Venho, assim, contemplar-vos no templo, / para ver vossa glória e poder. / Vosso amor vale mais do que a vida: / e por isso meus lábios vos louvam. – R.

3. Quero, pois, vos louvar pela vida / e elevar para vós minhas mãos! / A minha alma será saciada, / como em grande banquete de festa; / cantará a alegria em meus lábios / ao cantar para vós meu louvor! – R.

4. Para mim fostes sempre um socorro; / de vossas asas à sombra eu exulto! / Minha alma se agarra em vós; / com poder vossa mão me sustenta. – R.

Segunda Leitura: Romanos 12,1-2

Leitura da carta de São Paulo aos Romanos – 1Pela misericórdia de Deus, eu vos exorto, irmãos, a vos oferecerdes em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus: este é o vosso culto espiritual. 2Não vos conformeis com o mundo, mas transformai-vos, renovando vossa maneira de pensar e de julgar, para que possais distinguir o que é da vontade de Deus, isto é, o que é bom, o que lhe agrada, o que é perfeito. – Palavra do Senhor.

Evangelho: Mateus 16,21-27

Aleluia, aleluia, aleluia.

Que o Pai do Senhor Jesus Cristo / nos dê do saber o espírito; / conheçamos, assim, a esperança / à qual nos chamou, como herança! (Ef 1,17s) – R.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus – Naquele tempo, 21Jesus começou a mostrar a seus discípulos que devia ir a Jerusalém e sofrer muito da parte dos anciãos, dos sumos sacerdotes e dos mestres da Lei e que devia ser morto e ressuscitar no terceiro dia. 22Então Pedro tomou Jesus à parte e começou a repreendê-lo, dizendo: “Deus não permita tal coisa, Senhor! Que isso nunca te aconteça!” 23Jesus, porém, voltou-se para Pedro e disse: “Vai para longe, satanás! Tu és para mim uma pedra de tropeço, porque não pensas as coisas de Deus, mas sim as coisas dos homens!” 24Então Jesus disse aos discípulos: “Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga. 25Pois quem quiser salvar a sua vida vai perdê-la; e quem perder a sua vida por causa de mim vai encontrá-la. 26De fato, que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro, mas perder a sua vida? O que poderá alguém dar em troca de sua vida? 27Porque o Filho do Homem virá na glória do seu Pai, com os seus anjos, e então retribuirá a cada um de acordo com a sua conduta”. – Palavra da salvação.

Reflexão

Jesus nunca procurou esconder de seus seguidores a realidade a respeito de sua vida, nem tentou adocicar suas propostas para angariar mais seguidores. Ele não quer iludir ninguém. Assim também nesse texto, em que fala de seu destino trágico em Jerusalém e convida quem tiver coragem para segui-lo. Diante das revelações nada alvissareiras, Pedro, todo “corajoso”, chama a atenção do Mestre, dizendo que isso não pode acontecer. Jesus o convida a se colocar em seu lugar: ser discípulo aprendiz (“vá para trás de mim”); além disso, chama-o de “Satanás”. Em suas boas intenções, Pedro quer livrar Jesus da morte trágica em Jerusalém. Provavelmente pensou também em salvar a própria pele, pois, se isso acontece com o Mestre, os discípulos caminham para ter a mesma sorte. Pedro, portanto, procura desviar Jesus do seu projeto. O Mestre não deseja sacrifício a ninguém, mas também não promete “mar de rosas”, e quem quiser segui-lo terá de renunciar a regalias ou pretensões egoístas. Nada de pensar só na própria vida, ele diz.

Ó Jesus, incansável caminheiro, revelas a teus discípulos que terás um trágico fim em Jerusalém. Sem entender, Pedro tenta desviar-te desse doloroso final. Tu lhes explicas o valor infinito de tua morte redentora. E nos convidas a seguir-te, renunciando aos nossos projetos pessoais. Amém.

 

Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp / Pe. Nilo Luza, ssp / Portal Kairós