Card. Baldisseri: À escuta dos jovens, em preparação ao Sínodo

Para o Sínodo dos bispos é o momento da escuta, de receber as propostas e solicitações daqueles que assim compartilham suas impressões, expectativas e dificuldades, em preparação ao encontro do próximo ano dedicado aos jovens.

Mas também, é o tempo das experiências pastorais com as novas gerações, como aquela que viveu o Cardeal Lorenzo Baldisseri nos dias passados, na comunidade de Taizé.

Em entrevista concedida ao L’Osservatore Romano, o purpurado falou do final de semana transcorrido com os jovens, que no verão – provenientes de diversas partes do mundo – dirigem-se à comunidade ecumênica fundada pelo Irmão Roger e comentou os dados recolhidos até agora pela Secretaria Geral com um questionário, onde os jovens demonstram preocupações principalmente com a família, a amizade, o trabalho e a vida afetiva:

OR: Não é muito comum que um Cardeal vai até Taizé. O que lhe inspirou para isto?

“Trata-se de uma realidade que acolhe jovens de diferentes confissões cristãs e aberta também a outras. Toca muito o silêncio, os jovens são protagonistas. O fundador, Irmão Roger Schutz, suíço reformado, no inÍcio, durante o período nazista, queria trabalhar em favor da famílias em dificuldades e pelos pobres. Mas o percurso o levou ao pequeno povoado da França onde se desenvolveu a obra como a conhecemos hoje. Nele sempre foi muito forte o sentido da unidade, caminho seguido desde o início, tanto que Taizé é um centro de espiritualidade ecumênica. A capela, que atualmente pode receber até cinco mil pessoas, significativamente é chamada igreja da Reconciliação. E em 5 de outubro de 1986 o Papa João Paulo II foi até lá”.

OR: Que impressões o senhor teve desta experiência?

“Como Secretário Geral do Sínodo dos Bispos fui convidado pelo atual Prior, Irmão Alois, em primeiro lugar para encontrar os irmãos, cerca de 80 (provenientes também da fraternidade em outros continentes), que vivem como monges, dedicados à oração e ao serviço aos jovens, na sua busca e em seu caminho espiritual. A vida monástica é alicerçada na Palavra e na Eucaristia, e é totalmente centrada na unidade. Mas sobretudo fui para encontrar numerosos jovens”.

OR: No caminho rumo ao Sínodo dos Jovens, estamos agora na fase da escuta. Dentro do material que foi enviado até agora, foi possível perceber os principais temas que interessam às novas gerações?

“Como é sabido, a Secretaria Geral lançou um documento preparatório com a Carta de Francisco aos jovens em janeiro passado. Houve uma reação positiva imediata, justamente por parte dos próprios jovens, que responderam com interesse e entusiasmo. Estão fazendo com que sua voz seja ouvida, não somente por meio das Conferências Episcopais, algumas das quais já enviaram as respostas pedidas, mas diretamente ou por meio de instituições a que pertencem. Eles, além disso, podem ter acesso ao questionário online proposto pela Secretaria Geral e fazer chegar o seu pensamento e as suas sugestões, e assim contribuir para a preparação do Sínodo. As respostas online poderão ser enviadas até o fim de novembro deste ano e somente então, obviamente, poderão ser elaboradas. Estamos, portanto, na fase que poderíamos definir de escuta, de coleta de dados, os quais serão analisados mais adiante. Somente então se poderá dizer de maneira confiável quais são os temas que interessam às novas gerações”.

 

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Santa Sé: migrantes representam feição humana da globalização

“Os migrantes representam o rosto humano da globalização e podem ajudar a instaurar relações de paz entre os países, enriquecendo a cultura das sociedades em que se inserem.”

Foi o que disse o observador permanente da Santa Sé no escritório da Onu em Genebra, na Suíça, Dom Ivan Jurkovič, em pronunciamento num encontro promovido na cidade helvécia pela Organização Internacional para as Migrações.

O dever da solidariedade por parte de quem acolhe e o de respeitar as leis por parte de quem é acolhido

“Todavia, na mídia como na opinião pública, muitas vezes esses aspectos são ofuscados para dar espaço a medos, estereótipos e generalizações negativas”, prosseguiu o arcebispo esloveno, recordando duas coisas: o “dever da solidariedade” de que fala o Papa Francisco em relação às pessoas mais frágeis, pobres e vulneráveis, e a obrigação para os migrantes de respeitar as leis dos países que os acolhem, num processo de encontro que se faz nas duas direções.

O núncio apostólico informou que na próxima sessão do Conselho da Organização Internacional para as Migrações, prevista para novembro, a Representação permanente da Santa Sé está organizado, junto com outras realidades, um evento paralelo para ilustrar como melhorar, através de recomendações práticas, a integração dos migrantes nas sociedades que os acolhem.

 

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Marconi, idealizador da Rádio Vaticano, falecia há 80 anos

Oitenta anos atrás, em 20 de julho de 1937, falecia um dos maiores físicos e inventores italianos, Guglielmo Marconi. No dia da sua morte, em sinal de luto, estações de rádio do mundo inteiro interromperam contemporaneamente as transmissões durante dois minutos.

Durante a vida, Marconi foi reconhecido pela sua dedicação à comunicação sem fio, recebeu dezenas de certificados de doutor honoris causa e outros títulos honoríficos, cidadanias honorárias e foi agraciado, em 1909, com o Prêmio Nobel de Física.

Marconi foi quem projetou a Rádio Vaticano, inaugurada em 12 de fevereiro de 1931 por Pio XI. A emissora da Santa Sé é um instrumento de comunicação e de evangelização a serviço do Papa e, atualmente, está sendo repensada mediante o novo sistema comunicativo do Vaticano, com a Secretaria para a Comunicação instituída pelo Papa Francisco em 27 de junho de 2015.

O novo dicastério da Cúria Romana recebeu a incumbência de reestruturar, através de um processo de reorganização e de anexação, “todas as realidades que, de vários modos, até hoje, se ocuparam da comunicação”, para “responder sempre melhor às exigências da missão da Igreja”.

 

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Mons. Viganò: romper o círculo vicioso das notícias más

“Para romper o círculo vicioso das notícias más – como nos pediu o Papa Francisco na Mensagem para o 51º Dia Mundial das Comunicações Sociais – não basta relatar boas notícias, mas é preciso sobretudo mudar as narrativas, as modalidades de relato nas situações do mundo que são sempre feitas de luzes e sombras, de graça e de pecado, de violência e de ternura.”

Foi o que disse esta terça-feira (18/07) o prefeito da Secretaria para a Comunicação (SpC) da Santa Sé, Mons. Dario Edoardo Viganò, ao falar na apresentação do coleção “Rostos de Esperança” da associação “Amigos de Santina Zucchinelli”.

Relatos feitos no horizonte de uma compreensão possível

Segundo o prefeito vaticano os volumes da coleção seguem esta lógica, porque “relatam história de pessoas que viveram situações dramáticas e de ferocidade, mas são narradas através de uma trama que perfaz o horizonte de um possível perdão, de uma compreensão possível”.

As obras são escritas por Pe. Luigi Ginami, sacerdote do norte da Itália e filho de Santina Zucchinelli, que dá nome à referida Fundação. Evocando a experiência e a atividade do presbítero em várias partes do mundo mais pobres e sofredoras, Mons. Viganò observou em tom de brincadeira que “na Cúria e na Igreja existem sacerdotes que querem bem ao Senhor, que sentem a força de um testemunho, que sabem fazer gestos de consolação e de bem”.

Discrição e silêncio caracterizam o testemunho

O prelado ressaltou que “os traços característicos do testemunho são a discrição e o silêncio”. Mas é preciso “um olhar puro que saiba encontrar estes sinais de testemunho”.

Em seguida, Mons. Viganò evocou o “tema do ecumenismo”, ao qual o Papa Francisco está dando um lugar central. O prefeito prosseguiu observando que “para que a fé se torne concretude devemos tem a peito a história, a memória, inclusive a do futuro”. E que – referindo-se à experiência de Nicodemos – “é preciso nascer de novo. Renascer do alto para ver as vicissitudes do mundo como Deus as vê”.

 

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Santa Sé: fiéis sejam alma e consciência do desenvolvimento sustentável

A maior contribuição que os fiéis podem dar para implementar a Agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável consiste em continuar comprometidos com a diminuição da pobreza, a tutela do ambiente e a construção da paz.

Foi o que afirmou o observador permanente de Santa Sé junto à Organização das Nações Unidas, Dom Bernardito Auza, em pronunciamento esta segunda-feira (17/07) na sede da Onu, em Nova Iorque, sobre o tema “Mobilizar as comunidades religiosas a agir com solidariedade e responsabilidade partilhada para dar fim à pobreza e promover a paz”.

Valores éticos estão na base de um verdadeiro desenvolvimento

O serviço das comunidades religiosas tornar-se-á desse modo fermento para promover um desenvolvimento sustentável, explicou o núncio apostólico.

Se perdermos as coordenadas humanas fundamentais, corremos o grave risco de que os objetivos de desenvolvimento sustentável possam ser considerados somente de modo parcial. Desse modo corre-se o risco, em particular, de privilegiar aspectos econômicos e sociológicos e não seu contexto ético e antropológico, acrescentou Dom Auza.

Por isso, é essencial para os líderes religiosos, as comunidades e os fiéis contribuir para alimentar, com coragem e perseverança, “a alma” e a “consciência” em prol de um desenvolvimento autenticamente sustentável.

Deve-se evitar a instrumentalização da religião

Numa época como a atual marcada pelo relativismo é também urgente ajudar as pessoas a colher o verdadeiro sentido do bem e do belo. Ademais, disse ainda o arcebispo filipino, devem ser corrigidas aquelas ações voltadas a instrumentalizar a religião para fins incompatíveis com sua verdadeira essência.

Em particular, deve-se impedir o incitamento à violência que pode levar a praticar crimes e atrocidades. Fiéis e comunidades religiosas devem permanecer a alma e a consciência para promover o desenvolvimento sustentável.

O desenvolvimento seja responsável

Os líderes religiosos não são líderes políticos ou especialistas. Não são chamados a medir objetivos e indicadores científicos, mas a dar as razões da esperança, a favorecer o diálogo. A verdadeira prioridade é promover o desenvolvimento humano integral de toda pessoa, afirmou o representante vaticano.

Os líderes religiosos e os fiéis devem se comprometer a proteger a vida para defender os mais fracos e os oprimidos. Além disso, devem ajudar as populações a desenvolver seus recursos naturais de modo responsável, a protegê-los de explorações econômicas e de interesses políticos.

É preciso abordagem integral

Como escreveu o Papa Francisco na Carta encíclica Laudato si, “as diretrizes para a solução exigem uma abordagem integral para combater a pobreza, para restituir a dignidade aos excluídos e, ao mesmo tempo, para cuidar da natureza”, recordou por fim o prelado.

Os indicadores mais importantes para o desenvolvimento sustentável não são quantitativos, mas qualitativos, e dizem respeito aos valores éticos. Valores contrários à cultura do descarte, concluiu Dom Auza.

 

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