Card. Simoni enviado do Papa para consagração de Igreja dedicada à S. Teresa e Calcutà

O Cardeal Ernest Simoni será o enviado especial do Papa Francisco à consagração da nova igreja dedicada à Santa Teresa de Calcutá na cidade de Pristina, no Kosovo, em 5 de setembro.

Dom Ernest é um dos sacerdotes albaneses sobreviventes da feroz repressão na Albânia nos tempos do comunismo.

O Papa encontrou-o pela primeira vez durante a sua visita apostólica a Tirana, em setembro de 2014. Francisco ficou impressionado com o seu testemunho.

Cardeal

O Santo Padre chamou-o para fazer parte do Colégio Cardinalício quando tinha 88 anos, criando-o Cardeal em novembro de 2016.

As suas primeiras palavras ao saber da notícia foram: “Mas sou digno desta púrpura, eu, um simples soldado de Cristo?”.

Prisão

O sacerdote foi preso na noite de Natal de 1963, passando 28 longos anos na prisão, onde foi submetido a torturas e obrigado a trabalhos forçados em minas e nos esgotos de Scutari, pelo simples fato de ser sacerdote, como relatou ao Papa Francisco.

Ao ser libertado, demonstrou incansável zelo pastoral, testemunhando ainda hoje – quer em sua pátria como em outros países – e animando os albaneses da diáspora.

 

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Papa: a voz dos trabalhadores continua ressoando na Igreja

“A voz dos trabalhadores continua ressoando no seio da Igreja.”

É o que afirma o Papa Francisco na mensagem enviada, neste sábado (15/07), aos participantes do encontro internacional do Movimento Mundial dos Trabalhadores Cristãos, no 50º aniversario de sua fundação.

A conferência está andamento, na cidade de Ávila, Espanha, na Universidade da Mística, até o próximo dia 21. Participam do evento 120 delegados representando o movimento presente hoje em 79 países. O tema do encontro é “Terra, casa e trabalho por uma vida digna”.

A mensagem, assinada pelo Secretário de Estado, Cardeal Pietro Parolin, sublinha que “a dignidade da pessoa está estritamente ligada a essas três realidades” que recordam que a experiência fundamental do ser humano “é a de sentir-se arraigado no mundo, na família e na sociedade”.

“Terra, casa e trabalho significa lutar para que cada pessoa viva de maneira conforme à sua dignidade e ninguém seja descartado. Para isso, nos encoraja a nossa fé em Deus que enviou o seu Filho ao mundo para que, partilhando a história de seu povo, vivendo numa família e trabalhando com suas mãos, redimisse e salvasse o ser humano com a sua morte e ressurreição”, prossegue a mensagem papal.

Francisco conclui exortando o Movimento Mundial dos Trabalhadores Cristãos “a perseverar com impulso renovado nos esforços de levar o Evangelho ao mundo do trabalho”.

 

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Espaço Interativo

Voltamos com mais um Espaço Interativo da Rádio do Vaticano, comentando neste domingo algumas mensagens enviadas por nossos ouvintes ao longo desta semana e falando sobre as postagens na nossa página do facebook. E se você ainda não curte nossa página, entra lá: Rádio Vaticano – Programa Brasileiro.

 E-mail

Alguns ouvintes escreveram para nosso e-mail brasil@vatiradio.va. A Mariane A. pediu informações sobre como fica o acesso dos celíacos à comunhão, com as novas disposições da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos sobre o pão e o vinho para a Eucaristia. A este respeito nós publicamos as “Orientações da CNBB sobre as hóstias sem glúten” e também entrevistamos o Padre Fábio de Freitas Guimarães, oficial da Congregação para o Clero.

Também nos perguntaram sobre como se inscrever no Curso sobre Exorcismo e Libertação realizado anualmente em Roma. Passamos a ele o link.

Alguns ouvintes queriam saber como escrever para o Papa. Como Francisco não usa e-mail nem facebook, então, o jeito é por carta mesmo. Anota aí o endereço: Papa Francisco – Casa Santa Marta – 00120 Cidade do Vaticano.

Facebook

As postagens mais compartilhadas e curtidas desta última semana foram a matéria e o vídeo do Angelus do último domingo – onde o Papa Francisco recordou que “Jesus não nos tira a cruz, mas a carrega conosco” – e a mensagem do Santo Padre ao encontro de catequistas em Buenos Aires, onde Francisco diz que “Catequista não é profissão, mas vocação”:

“Com certeza!! Profissão é quando vc ganha dinheiro! Vocação é gratuito, é um pouquinho do nosso tempo que doamos em agradecimento pelo tanto que recebemos de Deus, mesmo não sendo merecedores de tanto amor !!!!”, comentou Veronica Sales.

Já Ari Silva observou: “É vocação e não profissão. Com certeza. Obrigado por termos um homem de Deus tão lúcido, prático e atual. Ele responde com sabedoria aos novos tempos. É desse tipo de exemplo que mais necessitamos na nossa Igreja de hoje. Homens e mulheres simples, autênticos, serviçais e santas dentro das limitações. Me identifico com esse perfil”.

A live que fizemos da procissão com a imagem de Nossa Senhora do Carmo diante da Porta Santa Ana no Vaticano, na tarde de domingo também foi muito curtido e foi o post mais comentado.

Também foram muito curtidas, comentadas e compartilhadas a nota da CNBB sobre a reforma trabalhista e a matéria sobre a afirmação do Prefeito da Congregação para os Leigos, Família e Vida, Cardeal Kevin Farrell, dizendo que “a hora dos leigos assumirem protagonismo na Igreja é agora”.

“Reflexão mais do que atrasada, infelizmente, comentou o Padre Renato dos Santos. No Brasil, há décadas, temos uma caminhada linda, feita com leigos e leigas maduros e conscientes. Tudo depende do processo de formação que cada Diocese estabelece. Onde não há plano pastoral com linhas bem definidas, cada um pensa que pode fazer o que pensa. Não é assim! Paróquia sem plano de pastoral real, vira uma nave desgovernada em alto mar… Viva os leigos e leigas que entendem do seu compromisso de evangelizar”.

A live que fizemos na Basílica de São Pedro na tarde de sexta-feira, num momento em que os raios de sol entravam pelas janelas, produzindo um efeito realmente fantástico, também foi muito curtido.

Recordamos que você pode entrar em contato conosco usando a velha e boa carta, escrevendo para Rádio Vaticano – Programa Brasileiro, Piazza Pia, 3 – 00193 Cidade do Vaticano, ou também para nosso e-mail brasil@vatiradio.va.

E não esqueça de entrar no nosso site br.radiovaticana.va e acompanhar as atividades do Papa, da Santa Sé além de notícias sobre a Igreja em todo o mundo.

 

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Apelo dos bispos chilenos: soluções contra maus-tratos de menores

“A dignidade de cada pessoa humana e mais ainda daquelas que sofreram violência, é o valor alto que somos chamados a tutelar.”

É o que escreve num editorial publicado no site da Conferência Episcopal Chilena, o presidente dos bispos locais, Dom Santiago Silva Retamales.

“Os maus-tratos de meninos, meninas e adolescentes nos causam muita dor, que, porém, aparece e desaparece”, disse o prelado. “São noticiados nos jornais por dois ou três dias, mobilizam as autoridades e dirigentes, causam reações de angústia, mas depois se transformam numa declaração passageira de intenções”, frisa ele.

O presidente da Conferência Episcopal Chilena cita vários casos de maus-tratos, mortes e abusos denunciados pelos programas de proteção do Serviço Nacional aos Menores (Sename). “Trata-se de um drama que se verifica há décadas e que mostra como muitas vezes as instituições não estejam à altura da situação. O drama persiste e as responsabilidades penais e políticas não são esclarecidas”, sublinha ainda Dom Silva.

Recordando a mensagem dos bispos chilenos publicada no Natal de 2016 sobre a tutela de menores, o prelado reitera que este não é o momento de acusações, mas de reflexão. “Mais do que uma rajada de acusações, este é o momento para uma vasta e profunda autocrítica. O momento para buscar de soluções eficazes e completas.”

“Não basta o exercício saudável de tornar transparente uma verdade dolorosa que, justamente, nos envergonha. O que precisamos é de uma autocrítica que nos ajude a fazer propostas consensuais e sustentáveis a fim de reformar o sistema e corrigir os danos causados”, observa.

Dom Silva aprecia os “esforços realizados pelas instituições chilenas em relação aos que mais precisam e pelo compromisso em respeitar as suas dignidades e seus direitos”. Ao mesmo tempo, recorda que “por décadas, vários organismos religiosos dirigiram a sua missão evangelizadora em prol das crianças e jovens, vítimas da violência”.

Uma missão que continua ainda hoje, “não obstante as dificuldades financeiras graves e os obstáculos de vários tipos, pois parte da missão evangelizadora da Igreja é a de acolher os pequeninos do Senhor e oferecer-lhes um ambiente saudável, seguro e confiável onde crescer e contribuir para o bem comum do país”.

 

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Editorial: Um mundo sem armas nucleares é possível

Organizações da sociedade civil de várias matizes e do panorama religioso em geral expressaram grande satisfação nestes dias pelo Tratado antinuclear assinado na sexta-feira, 7 de julho, nas Nações Unidas, proibindo a utilização de armas nucleares e impondo sua progressiva eliminação.

Trata-se de um texto juridicamente vinculante, um documento oficial significativo pela alta adesão recebida, aprovado por 122 países membros da Onu. Trata-se também de um passo importante para a paz, considerando que as armas nucleares eram até então as únicas de destruição em massa sem um documento próprio que as proibisse.

O Tratado reconhece as consequências catastróficas das armas nucleares e que estas transcendem os confins nacionais. O documento pede aos Estados que produzem ou fazem experimentações nucleares que assegurem a devida assistência às vítimas de tais experimentos e que adotem medidas a fim de recuperar os ambientes contaminados pelas radiações.

Ademais, se reconhece o sofrimento, muitas vezes não cônscio, daqueles que são atingidos pelas radiações consequência de experimentos ou da construção de tais armas.

A proibição da utilização de armas nucleares as coloca na mesma categoria de outras armas indiscriminadas e desumanas como as armas químicas e biológicas, as minas antipessoais ou as bombas de fragmentação – as quais são expressamente proibidas pela Convenção internacional – dando fim a uma perigosa e peculiar exceção.

A esse ponto, é preciso dizer que os nove países com armas nucleares não participaram da votação: EUA, Rússia, Inglaterra, França, China (cinco países membros permanentes da Onu), Índia, Paquistão, Coreia do Norte e Israel – este último jamais confirmou nem desmentiu possuí-las.

O documento reconhece no preâmbulo a importância do papel das religiões que favorecem “uma tomada de consciência pública baseada nos princípios de humanidade”.

A esse propósito, o secretário delegado do Dicastério vaticano para o serviço do desenvolvimento humano integral, Dom Silvano Maria Tomasi – que durante 13 anos foi observador permanente da Santa Sé no escritório da Onu em Genebra, na Suíça –, após ressaltar que esta votação muito importante é um passo por parte de alguns Estados, incluindo a Santa Sé, para se chegar a banir não somente o uso, mas também a posse das armas nucleares, recorda que este caminho partiu de modo particular do encontro de Viena realizado em dezembro de 2014, quando com uma mensagem do Papa Francisco se insistiu que “não é mais aceitável do ponto de vista racional fazer com que a segurança dependa da posse de armas nucleares; é verdadeiramente inaceitável adquirir e possuir armas nucleares ou dispositivos explosivos nucleares!” E com esse Tratado não se pode mais fazê-lo, frisou o arcebispo.

Uma rápida revisitação ao texto do Papa Francisco, com breves pinceladas, permite-nos lançar um olhar sobre algumas assertivas contundentes do Santo Padre dando-nos, na linha de seus predecessores no que tange à Doutrina social da Igreja, aquele alto magistério de consciência crítica da humanidade.

Francisco afirma que as armas nucleares constituem um problema global tendo impacto sobre as gerações vindouras, bem como sobre o planeta – que é nossa casa comum. Evidencia a necessidade de uma ética global se quisermos diminuir a ameaça nuclear e trabalhar para o desarmamento nuclear. Evocando a encíclica Sollicitudo rei socialis, n. 38, de João Paulo II, reitera que agora, mais do que nunca, a independência tecnológica, social e política exige urgentemente uma ética de solidariedade.

Ao lembrar que as consequências humanitárias das armas nucleares são previsíveis e planetárias, com potencialidade de destruir nós e a civilização, adverte que em vez de nos concentrarmos muitas vezes sobre a potencialidade das armas nucleares para os massacres em massa, deveríamos prestar mais atenção aos “sofrimentos desnecessários” causados pelo seu uso.

Outro ponto importante de grande atualidade destacado por Francisco é o de que a dissuasão nuclear e a ameaça da destruição recíproca assegurada não podem ser a base de uma ética de fraternidade e de coexistência pacífica entre povos e Estados. “Agora é o tempo de contrastar a lógica do medo com a ética da responsabilidade, de forma a promover um clima de confiança e de diálogo sincero”, exorta o Pontífice.

Francisco chama a atenção para o fato que gastar em armas nucleares dilapida a riqueza das nações e que quando estes recursos são desperdiçados, os pobres e os mais frágeis que vivem às margens da sociedade pagam o preço.

A paz não “é ausência de guerra; nem se reduz ao estabelecimento do equilíbrio entre as forças adversas, nem resulta de uma dominação despótica”, lembra ainda o Pontífice citando uma passagem solene do documento conciliar Gaudium et spes, 78.

Devemos estar profundamente comprometidos em fortalecer a confiança recíproca, pois só mediante esta confiança é possível estabelecer uma paz verdadeira e duradoura entre as Nações: é a exortação do Pontífice fazendo eco às palavra do Papa João XXIII na histórica encíclica Pacem in terris, n. 113, de1963, toda ela dedicada à urgente questão da paz diante da tensão pelo risco de um conflito atômico num contexto de intensificação da guerra fria.

Voltando à aprovação do Tratado antinuclear, os nove países com armas nucleares – os quais, recordamos, não participaram da votação – definiram os objetivos ingênuos e inalcançáveis.

Nesse sentido, o magistério da Igreja particularmente em sua doutrina social busca levar à consciência crítica da humanidade que a segurança de um pais e de todos os países não está no ter a bomba atômica, mas que nenhum país a tenha.

Um mundo livre das armas nucleares é certamente um sonho para a humanidade, mas é preciso sonhar! Em nossas vidas precisamos dos sonhos e das utopias, não utopia como ou (não) + tópos (lugar), mas como sonho realizável e projeto exequível. Definitivamente, um mundo sem armas nucleares é possível!

 

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