O verdadeiro sentido da Liturgia

Cidade do Vaticano (RV) – No nosso espaço Memória Histórica – 50 anos do Concílio Vaticano II, vamos tratar no programa de hoje sobre “o verdadeiro sentido da liturgia”.

A constituição Sacrosanctum Concilium – promulgada pelo Papa Paulo VI no dia 4 de dezembro de 1963, no final da segunda sessão conciliar – centra-se em torno da Liturgia, que é analisada pelos Padres conciliares sob “uma tríplice dimensão teológica, eclesial e pastoral: a liturgia é obra da redenção em ato, celebração hierárquica e ao mesmo tempo comunitária, expressão de culto universal, que envolve toda a criação”.

Os padres conciliares descrevem ainda a Liturgia como “a primeira e necessária fonte onde os fiéis hão de beber o espírito genuinamente cristão”.

A mesma Constituição, afirma que Jesus instituiu o sacrifício da Santa Missa, a fim de perpetuar nos séculos, até a sua volta, o sacrifício da cruz, como nos explica o Padre Gerson Schmidt, incardinado na Arquidiocese de Porto Alegre:

“A constituição dogmática Sacrosanctum Concilium – no número 47 – afirma que Jesus instituiu o sacrifício da Santa Missa, a fim de perpetuar nos séculos, até a sua volta, o sacrifício da cruz[1]. Por isso, o “sacrifício dos cristãos não pretende completar o sacrifício da cruz, porém, torná-lo presente, atualizá-lo, desenvolver no hic et nunc (aqui e agora) a sua dimensão interna”[2]. No número 06 desse precioso documento Sacrossanctum Concilium – a constituição dogmática pilar de toda a valorização e renovação litúrgica – está um título significativo: “A obra da salvação continuada pela Igreja realiza-se na liturgia”.

Começa dizendo assim esse número 06 da Sacrosanctum Concilium: “Portanto, como Cristo foi enviado pelo Pai, assim também ele enviou os apóstolos, cheios do Espírito Santo, não só porque, pregando o Evangelho a todos os homens anunciassem que o Filho de Deus com a sua morte e ressurreição nos livrou do poder de satanás e da morte e nos transferiu para o reino do Pai, mas também para que levassem a efeito, por meio do sacrifício e dos sacramentos, sobre os quais gira toda a vida litúrgica, a obra de salvação que anunciavam”.

Aqui já vemos que essa obra da salvação é continuada na liturgia da Igreja. A Igreja perpetua a salvação de Cristo na sua ação sacramental e também querigmática. Na liturgia, de maneira especial, se perpetua e se atualiza a redenção de Cristo, a sua Páscoa pela humanidade. E continua o documento da renovação litúrgica nesses termos: “Assim pelo batismo os homens são inseridos no mistério pascal de Cristo: com ele mortos, sepultados, e ressuscitados; recebem o espírito de adoção de filhos, “no qual clamam: Abba, Pai ” (Rm 8,15), e se tornam assim verdadeiros adoradores que o Pai procura. Do mesmo modo, toda vez que come a ceia do Senhor, anunciam a sua morte até que venha. Por esse motivo, no próprio dia de Pentecostes, no qual a Igreja se manifestou ao mundo, “os que receberam a palavra” de Pedro “foram batizados”. E “perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comum fração do pão e na oração… louvando a Deus e sendo bem vistos por todo o povo” (At 2,41-47). Desde então, a Igreja jamais deixou de reunir-se para celebrar o mistério pascal: lendo “tudo quanto nas Escrituras a ele se referia” – palavras de Jesus aos discípulos de Emaús – em Lc 24,27, celebrando a eucaristia na qual “se representa a vitória e o triunfo de sua morte” e, ao mesmo tempo, dando graças “a Deus pelo seu dom inefável” (2Cor 9,15) em Cristo Jesus, “para louvor de sua glória” (Ef 1,12) por virtude do Espírito Santo”(SacrosanctumConcilium, 06).

A liturgia, portanto, é a celebração por excelência do Mistério Pascal de Cristo agora realizado em nossas vidas, em nossa história concreta, na atualidade da vida concreta dos que ali celebram a salvação. Portanto, se pudéssemos resumir numa só palavrinha o que vem a ser a Eucaristia, não seria “sacrifício”, como pretenderia aqueles padres altareiros do século XII. Não será a palavra “adoração e louvor” como poderiam pretender os carismáticos. Não seria “unidade e comunhão” como poderiam sugerir os focolarinos. Não seria “rito de expiação” como poderiam pretender a ordem dos padres penitentes e confessores. Que nenhum desses grupos se sintam aqui atingidos, pois todas essas realidades também fazem parte da liturgia. Mas a palavra que melhor define a Eucaristia é MISTÉRIO PASCAL, como é a definição conciliar, mistério este recordado, renovado e atualizado em cada banquete eucarístico que é celebrado em qualquer canto de nosso planeta”.


[1] SC, 47.

[2] BETZ, J. Em MysteriumSalutis 8. In: Dicionário de Liturgia, Organizado por DominicoSartore e Achille M. Triancca, Paulus, SP, 1992, p. 1078.

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Argélia: mesquita no local de igreja demolida

Argel (RV) – Em 9 de junho, com o aval da Assembleia Municipal Popular, foi demolida uma igreja católica no centro da cidade de Sidi Moussa, a 25 km de Argel. No local será construída uma mesquita e uma escola corânica, segundo antecipou o Prefeito da cidade.

A ação recorda a destruição de uma igreja no centro de Jijel ou da bela igreja de uma cidadezinha nas proximidades de Sidi Moussa, para implantar no local uma praça.

Para as autoridades locais, o templo “corria o risco de desabar”, por isto foi demolido, com o uso de uma retroescavadeira.

O Ministro dos Assuntos Religiosos nada fez para impedir a demolição, que desrespeita os cristãos argelinos, uma minoria – cerca de 10 mil. De fato, 98,5% da população é muçulmana.

O Artigo 36 da Constituição do país garante liberdade de consciência e contempla a liberdade de culto “nos limites da lei”, mesmo se não indicado de maneira explícita no texto.

Os artigos 2 e 10 estabelecem, respectivamente, que o Islã é a religião oficial de Estado e é proibido às instituições estatais agir contra a moral islâmica.

(JE com informações da Ag. Asianews)

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Noruega: Praça adjacente à Catedral será dedicada a João Paulo II

Oslo (RV) – A praça adjacente à nova Catedral católica de Santo Olavo, em Trondheim, Noruega, será dedicada a São João Paulo II.

O anúncio foi dado pelo Bispo Bernt Eisvig, após a breve cerimônia em que a placa comemorativa que recorda a viagem de João Paulo II aos países nórdicos em 1998 foi colocada no campanário do novo prédio da Catedral.

A placa estava na antiga Catedral, que foi destruída e reconstruída. A nova catedral foi consagrada em 19 de novembro de 2016.

Os procedimentos administrativos junto à Prefeitura local para dedicar a Praça ao Papa polonês, ainda exigirão cerca de dois meses. Neste sentido, a Diocese já se prepara para celebrar o acontecimento no outono.

JP II lançou as bases para o diálogo ecumênico

“O Papa abriu as portas para a cooperação ecumênica no nosso país quando visitou a Noruega. Depois da visita do Papa, o diálogo entre as nossas duas grandes Igrejas, Luterana e Católica, melhorou; ele lançou as bases para o diálogo excelente que temos hoje”, declarou no site da Diocese Albert Vold, ecônomo da Diocese que acompanhará os trâmites burocráticos na Prefeitura local.

Para o Bispo Eisvig, este acontecimento “será particularmente significativo para a parte polonesa da comunidade e fortalecerá as relações com ela”.

Santo Olavo

Olavo II Haraldsson, também conhecido como Olavo, o Santo, foi rei da Noruega de 1015 a 1028. De origem viking, converteu-se ao cristianismo na cidade de Ruão e esteve a serviço do rei exilado Etelredo II de Inglaterra. (JE)

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Comissão bilateral de trabalho Santa Sé – Israel reúne-se no Vaticano

Cidade do Vaticano (RV) – A Comissão Bilateral Permanente de Trabalho entre a Santa Sé e o Estado de Israel reuniu-se esta terça-feira (13/06) em sessão Plenária, no Vaticano, para dar continuidade às negociações baseadas no Acordo Fundamental entre a Santa Sé e o Estado de Israel de 1993.

Presidida pelo subsecretário das Relações com os Estados, Mons. Antoine Camilleri, e pelo ministro da Cooperação Regional do Estado de Israel, Tzachi Hanegbi, a sessão plenária manifestou satisfação pelos progressos feitos pela Comissão de trabalho concernentes às negociações que se realizaram numa cordial atmosfera, afirma um comunicado conjunto.

Os resultados da Plenária fazem esperar uma rápida conclusão das negociações em andamento e a assinatura do documento. Ademais, a Plenária reconhece os esforços de colaboração de ambas as partes em relação à aplicação do Acordo Bilateral de 1997 sobre a Personalidade Jurídica.

(RL)

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Apresentadas conclusões dos trabalhos do Conselho de Cardeais

Cidade do Vaticano (RV) – O diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Greg Burke, concedeu uma coletiva esta quarta-feira (14/06) sobre a XX reunião do Conselho de Cardeais (C9) com o Santo Padre.

O Conselho de Cardeais reuniu-se com o Papa de segunda até esta quarta-feira (12, 13 e 14 de junho). As sessões de trabalho se realizaram pela manhã, das 9h às 12h30 (hora local), e na parte da tarde das 16h30 às 19h – precisou Burke –, e foram dedicadas a aprofundar os modos nos quais a Cúria Romana pode servir melhor às Igrejas locais.

Por exemplo, uma consulta mais ampla – constituída também por membros da vida consagrada e por leigos – em relação aos candidatos propostos para nomeação episcopal. Entre outras propostas, a possibilidade de transferir algumas faculdades dos Dicastérios romanos aos bispos locais ou às Conferências episcopais, num espírito de salutar descentralização.

Por exemplo, transferir do Dicastério dedicado ao Clero para a Conferência Episcopal o exame e autorização: para ordenar sacerdote um diácono permanente não casado; a contrair novas núpcias um diácono permanente que ficou viúvo; a solicitação de admissão à ordenação sacerdotal de um diácono permanente que ficou viúvo.

Os cardeais fizeram ulteriores considerações sobre vários dicastérios da Cúria, em particular, sobre a Congregação para a Evangelização dos Povos.

Estudaram e releram textos propostos a serem submetidos ao Santo Padre relacionados ao dicastério para o Diálogo Inter-religioso; o dicastério para as Igrejas Orientais; o dicastério para os Textos Legislativos e três tribunais: a Penitenciaria Apostólica, o Supremo Tribunal da Signatura Apostólica e o Tribunal da Rota Romana.

O Cardeal George Pell fez uma atualização concernente ao trabalho da Secretaria para a Economia, por ele presidida. Teve-se particular atenção aos passos dados no processo de planejamento dos recursos econômicos e no monitoramento dos planos financeiros para o primeiro trimestre de 2017 que substancialmente confirmaram, com poucas exceções, os dados de orçamento. Dentro em breve se iniciará o processo de orçamento para o ano 2018 e o de monitoramento para o segundo trimestre de 2017.

Por sua vez, o prefeito da Secretaria para a Comunicação (SPC), Mons. Dario Eduardo Viganò, apresentou um relatório sobre o andamento da reforma do sistema comunicativo da Santa Sé: ilustrou o andamento econômico e administrativo da SPC, expondo seus resultados positivos.

Em seguida, explicou os projetos em fase de realização do novo sistema comunicativo, em consonância com o que foi precisado pelo Pontífice no recente discurso por ocasião da primeira plenária do dicastério.

A próxima reunião do Conselho de Cardeais vai se realizar nos dias 11, 12 e 13 de setembro próximo.

(RL)

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