Igreja Presbiteriana EUA lança programa de combate ao uso de armas

“Continuamos lutando para conseguir uma legislação sensível e garantias para reduzir significativamente a taxa de violência devido ao uso de revólveres e fuzis”: foi o que declarou o coordenador do programa “Construção de paz”, o pastor Carl Horton, da Igreja Presbiteriana, em relação ao uso e posse excessivos de armas de fogo nos EUA.

Todos os anos morrem cerca de trinta mil pessoas, dois terços das quais por suicídio e ao menos dez mil por homicídios. Nos primeiros quatro meses de 2017 foram registrados 138 tiroteios e 6.303 mortos no território estadunidense vítimas de arma de fogo.

Um kit de prevenção contra a violência das armas idealizado pela Igreja Presbiteriana

Na tentativa de dar um freio a essa deriva a Igreja Presbiteriana preparou e disponibilizou um kit de prevenção à violência das armas, seguindo o modelo do que já havia sido feito nos anos passados. “Nosso produto atualiza uma versão precedente e oferece novos e atuais recursos àqueles que procuram resistir à epidemia de violência que atinge nosso país”, disse o pastor Horton.

Não às armas nas igrejas, nos lugares de fé e nas escolas

Entre os temas tratados no novo vade-mécum destaca-se o apelo a não fazer de igrejas, escolas e lugares de fé um novo campo de batalha, segundo as determinações da atual administração de estender em todos os lugares a presença de armas, a fim de aumentar a segurança dos presentes nos lugares públicos, seguindo o modelo do que tem sido feito sobretudo por alguns Estados do sul.

Já em 2014 a Igreja Presbiteriana pedira em alta voz que a faixa “Nenhuma arma na casa de Deus” fosse colocada na parede das igrejas para sensibilizar a população sobre o tema. “Como estadunidenses devemos aprender a falar sobre esses problemas sem ser tímidos diante da arrogância dos comitês pró-armas”, continuou o coordenador do programa.

Onde há mais armas, há mais mortes

“Devemos educar nossos filhos, ajudá-los a desenvolver a consciência de que com a violência não se resolve nada, somente crescem os problemas. Os dados são muito claros: onde há mais armas, há mais mortes, o contrário não é verdadeiro”, observou.

Embora em medida menor, também a Europa – como os EUA – tem suas vítimas de armas de fogo: são 6.700 por ano segundo um recente estudo do “Flemish peace institute”. Um número muito mais baixo em relação ao que se registra nos EUA, apesar de a União Europeia ter 503 milhões de habitantes face aos 302 milhões de habitantes dos EUA.

Nos EUA mais armas que habitantes

As armas na Europa seriam cerca de 81 milhões, em sua grande maioria tidas ilegalmente, enquanto nos EUA são cerca de 357 milhões, número maior do que o de habitantes do país.

Neste 2 de junho foi celebrado nos EUA o “Dia nacional da consciência da violência armada”, de conscientização dos danos causados pela violência das armas, cuja celebração foi três anos atrás fortemente defendida por vários movimentos de não-violência presentes na nação apoiados pelo então Presidente Barack Obama.

Obama fez da tentativa de regulamentar o uso de revólveres e fuzis uma batalha de princípio, perdida diante não somente das lobbys econômicas, mas também da maioria dos cidadãos estadunidenses que não têm intenção de abrir mão da posse de uma arma de fogo em casa.

 

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EUA: Arcebispo de Los Angeles denuncia aumento dos sem-teto

Los Angeles, é reconhecida como uma das cidades mais ricas do mundo, mas o seu Arcebispo, Dom José Gómez, denunciou uma crescente separação entre ricos e pobres que obriga milhares de pessoas a viverem em “favelas”, rodeadas pelos bens que conseguiram levar.

Preocupado com a qualidade de vida aqui

Em particular, o arcebispo de 65 anos, de origem mexicana, culpa a falta de moradias acessíveis, colocando a questão no mesmo nível das alterações climáticas e enfatizando o apelo do Papa Francisco por um mundo que é casa comum “para todos”. “Estou preocupado com a qualidade de vida aqui em Los Angeles”, escreve o bispo no site da Arquidiocese “Angelus Notícias”. “Todos os dias parece aumentar a distância entre aqueles que têm a necessidade de uma vida digna e aqueles que não o têm. Em muitos de nossos bairros que estão surgindo favelas debaixo das pontes, em meio às calçadas, ruas pouco movimentadas e espaços públicos”.

Aumento dos sem-teto em todo o país

O prelado cita um recente relatório sobre o aumento dos sem-teto em todo o país, segundo a qual cerca de 58 mil pessoas todas as noites, não tem um lugar seguro onde dormir. O arcebispo expressou sua preocupação ao ver as pessoas que vivem cercados por “roupas, móveis, bicicletas e brinquedos”, todas as lembranças de uma vida passada na casa.

Através da página web, o arcebispo de Los Angeles – que conta mais de 2,5 milhões de fiéis -, enfatiza que a falta de soluções para moradias populares demonstra como as “boas coisas da criação” devem ser compartilhadas e defendeu a visão do Papa Francisco sobre a ‘ecologia humana’ como um bem a ser defendido e incentivado.

 

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Missionários da Consolata reelegem Superior Pe. Stefano Camerlengo

Os Missionários da Consolata reelegeram segunda-feira, 12 de junho, o Padre Stefano Camerlengo, Superior Geral da Congregação para os próximos seis anos.

A eleição ocorreu com maioria absoluta no primeiro escrutínio durante o XIII Capítulo Geral, assembleia máxima da instituição, que se realiza em Roma desde 22 de maio e se estenderá até 20 de junho.

O missionário italiano, natural de Morrovalle – Macerata, que completou 61 anos em 11 de junho, foi ordenado em 1984 na República Democrática do Congo, onde trabalhou na missão, formação e direção Regional. De 2005 a 2011 ocupou o cargo de vice Superior Geral.

Congregação presente em 28 países

Fundado em 1901 pelo Bem-aventurado José Allamano na cidade de Turim, norte da Itália, o Instituto Missões Consolata (IMC) é hoje uma Congregação pluricultural e internacional com 982 missionários originários de 23 países e vivendo em 231 comunidades presentes em 28 países na África, América, Ásia e Europa.

Participam do XIII Capítulo Geral 45 missionários: 21 africanos, 14 europeus e 8 latino-americanos, representantes de 18 circunscrições. A Assembleia capitular deve eleger terça-feira (13/06) os quatro conselheiros que formarão a Direção Geral da Congregação.

Interculturalidade e compartilha

Em recente entrevista a Pe. Jaime C. Patias, responsável a Comunicação do IMC, Padre Stefano destacou dois aspectos relevantes da Assembleia: a interculturalidade, que representa um sinal de esperança; e a fraternidade e riqueza da partilha em todos os momentos do encontro.

“O XIII Capítulo Geral surge num momento da história em que sofremos as influências de fenômenos culturais e históricos, como globalização, pluralismo cultural e religioso, migrações, conflitos étnicos, etc… mas não devemos nos abater pelas dificuldades, mas sim caminhar sob o signo da esperança e do otimismo para impregnar as comunidades locais de entusiasmo pela missão e reencontrar a nossa vocação missionária específica: o primeiro anúncio”.

Segundo Pe. Stefano, “a espiritualidade missionária do Instituto Missões Consolata é alicerçada na força do Evangelho, no carisma e tradição, sobre a cristologia e a teologia. Esta é a força propulsora da vocação e do seu autêntico carisma”.

“O desafio da nova Direção Geral será garantir a unidade na diversidade, de presidir a fraternidade no espírito de família, promovendo ao mesmo tempo, a criatividade e a qualidade dos missionários”.

 

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Papa: a consolação verdadeira é dom e serviço

Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco celebrou a missa na capela da Casa Santa Marta, nesta segunda-feira (12/06).

A experiência da consolação esteve no centro da homilia do Santo Padre. O Papa frisou que a Primeira Leitura do dia fala oito vezes de consolação. Para o Pontífice foi uma ocasião para refletir sobre qual é a consolação à qual São Paulo se refere. A sua primeira característica é a de não ser “autônoma”.

“A experiência da consolação, que é uma experiência espiritual, precisa sempre da alteridade para ser plena: ninguém pode consolar-se a si mesmo. Ninguém. E quem procura fazê-lo termina olhando-se no espelho. Olha-se no espelho, procura maquiar-se, se aparecer. Consola-se com essas coisas fechadas que não o deixam crescer e o ar que respira é o ar narcisista da autorrefencialidade. Esta é uma consolação maquiada porque é fechada, falta-lhe a alteridade.”

“No Evangelho se encontra muita gente assim”, sublinhou o Papa na homilia. Por exemplo, os doutores da Lei, “cheios da própria suficiência”, o homem rico que vivia sempre em festas, pensando em se consolar, mas sobretudo o que expressa melhor este comportamento é a oração do fariseu diante do altar. Ele diz: “Eu te agradeço porque não sou como os outros”. “Ele se olhava no espelho”, disse Francisco, “olhava a própria alma maquiada por ideologias e agradecia ao Senhor”. Jesus mostra esta possibilidade de ser gente que com este modo de viver “nunca alcançará a plenitude”, mas a vanglória.

Para ser verdadeira, a consolação precisa de uma alteridade. Primeiramente, se recebe, pois “é Deus quem consola, que dá este dom”. Depois, a verdadeira consolação amadurece também outra alteridade, ou seja, a de consolar os outros. “A consolação é uma passagem do dom recebido ao serviço doado”, explicou o Papa:

“A consolação verdadeira tem dupla alteridade: é dom e serviço. Assim, se eu deixo a consolação do Senhor entrar como dom é porque eu preciso ser consolado. Para ser consolado é necessário reconhecer-se necessitado. Somente assim, o Senhor vem, nos consola e nos dá a missão de consolar os outros. Não é fácil ter o coração aberto para receber o dom e fazer o serviço, duas alteridades que tornam possível a consolação.”

“É necessário um coração aberto e para isso é preciso um coração feliz. O Evangelho de hoje das Bem-aventuranças diz quem são os felizes, quem são os beatos”:

“Os pobres, o coração se abre com uma atitude de pobreza, de pobreza de espírito. Os que sabem chorar, os mansos, a mansidão do coração; os que têm fome de justiça, que lutam pela justiça; os que são misericordiosos, que têm misericórdia pelos outros; os puros de coração; os agentes de paz e os que são perseguidos pela justiça, por amor à justiça. Assim o coração se abre e o Senhor vem com o dom da consolação e a missão de consolar os outros”.

Ao invés, são fechados os que se sentem “ricos de espírito”, isto é, “suficientes”, “os que não sentem necessidade de chorar porque se sentem justos”, os violentos que não sabem o que é a mansidão, os injustos que cometem injustiça, os que não têm misericórdia, que jamais precisam perdoar porque não sentem a necessidade de serem perdoados, “os sujos de coração”, os “agentes de guerras” e não de paz e os que jamais são criticados ou perseguidos porque não se preocupam com as injustiças contra as outras pessoas. “Essas pessoas – diz o Papa – têm um coração fechado”: não são felizes porque não pode entrar o dom da consolação para, depois, dá-lo aos demais.

Francisco convidou a nos questionar como está o nosso coração, se aberto e capaz de pedir o dom da consolação para depois dá-lo aos outros como um dom do Senhor. Durante o dia, pensar e agradecer ao Senhor que “sempre tenta nos consolar”. “Ele somente nos pede que a porta do nosso coração esteja aberta pelo menos um pouquinho”, concluiu o Papa: “Assim, Ele depois encontra o modo para entrar”.

(MJ/BF)

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Deus Amor Trindade

Deus, na plenitude dos tempos, revelou-se aos homens na pessoa de seu Filho Jesus, elevando assim a compreensão humana do próprio Deus e dos seus desígnios para com a humanidade. E, o desígnio de Deus é que o homem sacie sua sede na Fonte que jorra água viva, onde toda limitação é dissipada pelo infinito amor do Pai, que presenteia a humanidade com a doação de seu Filho na ação do Espírito. Deus chama o homem para viver a Sua vida. No evento Pascal, Deus se revela Trindade. O Mistério Pascal é a revelação histórica concreta de Deus – Amor – Trindade. Porque Deus é Trindade, cria e destina o homem a participar da comunhão divina.

Seria muito simplista pensar que o Antigo Testamento nos revela o Deus Uno, e o Novo Testamento o Deus Trino, embora esta afirmação possua algo de verdadeiro. A distinção entre os dois testamentos não nos deve fazer esquecer sua profunda unidade, e vice-versa: porquanto, assim como o Novo se esconde no Antigo, também o Antigo se torna claro no Novo.

Deus, Pai, é a fonte, a origem sem princípio. É aquele que assegura a unidade da Trindade, sendo a única fonte da divindade. Seu ser está empenhado e se esgota na geração do Filho, uma vez que Deus faz habitar Nele toda a plenitude de sua divindade. Também Cristo só existe nessa geração. A paternidade de um é absoluta, e a filiação do outro é total.

Deus gera pelo Espírito, que é amor. Ele é Pai pelo amor que tem ao Filho. Sua paternidade é mistério insondável: Ele, em seu infinito amor, gera o Filho por toda a eternidade, e a relação de amor do Pai para com o Filho, e do Filho para com o Pai, expira o Espírito Santo, que é igual ao Pai e ao Filho em divindade. Eles são de uma única substância ou essência, não há contradição entre Eles: o que um é, os outros também são; é uma profunda relação de amor e unidade.

A geração do Filho, que é a origem da criação, é também seu futuro: “tudo foi criado na direção Dele” (Cf. Cl 1,16). A atividade do Pai tem por termo sempre o Filho; portanto, Deus cria o mundo encaminhando-o na direção de Cristo. O mundo nasce num movimento que o leva na direção do Filho em seu eterno nascimento. Em seu eterno nascimento, Cristo é o alfa e o ômega da criação (cf. Ap 21,6); o alfa do qual surgem as criaturas, e o ômega que as chama e plenifica. É assim que, em sua vida terrestre, o próprio Jesus partia de seu eterno nascimento filial e ia à direção dele.

Jesus é o Filho que sai do Pai (cf. Jo 13,3). Sua vinda a este mundo é um prolongamento de sua eterna saída. Em sua glorificação junto do Pai (cf. Jo 17,5), Ele está assentado à direita do Pai (cf. Mt 26,64), plenamente assumido na condição divina como Verbo eterno: “Verbo de Deus” é seu nome (cf. Ap 19,13). Em seu mistério de morte e glória, Ele revela sua identidade de Filho eterno que nasce de Deus no Espírito Santo. O Pai gera o Filho no Espírito, que é amor. Ele o gera amando-o. E, é no mesmo amor que o Filho desempenha Sua missão: mediador da graça filial.

Mediador da graça filial, Jesus é a porta pela qual Deus convida os homens a entrar, a fim de tomarem parte no banquete trinitário. E, o título de Filho (de Deus), mais do que qualquer outro, indica a identidade última de Jesus, já que Ele supõe em evidência a unicidade de Sua relação com o Pai. Existe uma íntima conexão entre a relação de Jesus com Deus (Pai), e sua condição de salvador dos homens e mediador da graça filial. A atividade do Filho é a que o Pai lhe confia para exercer; a reconciliação é, em primeiro lugar, obra do Pai. Sendo Deus o Pai essencial, seu papel, na redenção como em todas as suas obras no mundo, é o de gerar o Filho.

O mistério da salvação se recobre com o da encarnação. Mediante sua vida e sua morte, Jesus se deixa gerar pelo Pai. Com efeito, como o papel de Deus é o de ser Pai, o de Jesus é o de ser Filho. O drama da salvação se joga na relação mútua entre o Pai e o homem Jesus, Filho de Deus. Sendo paterna e filial, a obra da redenção é cheia do Espírito Santo.

O mistério do Pai, e do Filho e do Espírito Santo se interioriza no mundo para levá-lo à sua eterna realização, isto é, sua salvação. Em seu amor aos homens, Deus entrega seu Filho, gerando-O neste mundo. Deus não podia agir de outro modo. Seu ser se identifica com sua paternidade, e toda sua atividade se empenha na geração do Filho.

Deus, Pai, em seu infinito amor gera o Filho por toda a eternidade e, a relação de amor do Pai para com o Filho, e do Filho para com o Pai expira o Espírito Santo, que é igual ao Pai e ao Filho em divindade. Assim sendo, o Espírito Santo procede do Pai e do Filho por expiração.

Quanto à missão, “são, sobretudo as missões divinas da Encarnação do Filho e do dom do Espírito Santo que manifestam as propriedades das pessoas divinas” (CIC, 258). O Filho e o Espírito Santo são os que de fato têm missões, pois estes são enviados pelo Pai.

No mistério divino, o Espírito é o poder operante, o amor no qual Deus gera, e o Filho é gerado. Pela presença do Espírito Santo no fiel, está presente nele o Pai, que gera o Filho e seus fiéis, está presente nele o Filho, no qual os fiéis são gerados. O Espírito está presente porque ele é amor, a geração do Filho pelo Pai. O Filho está presente porque é nele e com ele que o fiel é gerado pelo Pai. Jesus é o mediador, é por ele que se entra na casa trinitária. Essa porta está marcada com o sangue do Cordeiro pascal; ela se abriu “nesse Dia”, isto é, na morte de Jesus, pela qual o Pai gera seu Filho para nós e, para assim, ganharmos à graça da filiação divina.

 

Orani João, Cardeal Tempesta
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ