Acordo Santa Sé-Igreja coreana: palavra do Papa na língua local

Seul (RV) – A Arquidiocese de Seul e a Secretaria para a Comunicação da Santa Sé firmaram um acordo de cooperação, com o objetivo de difundir a mensagem do Santo Padre em língua coreana.

O Memorandum de Intenções, assinado em março passado, foi apresentado no dia 2 de junho no Vaticano em um encontro que reuniu o Prefeito da Secretaria para a Comunicação, Monsenhor Dario Viganò, e o Arcebispo de Seul, Cardeal Andrew Yeom Soo-jung.

Pelo acordo, a Arquidiocese de Seul passa a ter a possibilidade de contribuir e supervisionar a redação coreana da Rádio Vaticano.

Neste contexto, o Departamento de Comunicações e Mídia de Seul passa a assumir oficialmente a responsabilidade de traduzir para o coreano – e divulgar na nação asiática – todos os conteúdos fornecidos pela Secretaria para a Comunicação, incluindo os discursos e as atividades do Santo Padre, as atividades de toda a Santa Sé, além de notícias sobre a Igreja em todo o mundo.

Quatro sacerdotes e cinco leigos coreanos serão responsáveis pelo setor, trabalhando na colaboração entre Seul e Roma.

O Diretor do Departamento de Comunicações e Mídia, Padre Mathias Hur, expressou à Agência Fides seu apreço e esperança pelo acordo: “Creio que seja um novo e significativo passo para uma melhor resposta às exigências de evangelização e da comunicação”.

“Após a visita do Santo Padre à Coreia em 2014 – observou – o povo coreano está ainda muito apaixonado e segue atentamente o Papa Francisco. Faremos o melhor que pudermos para oferecer e fazer circular as mensagens do Santo Padre aos católicos coreanos, presentes em todo o mundo”.

(JE/FIDES)

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A Civiltá Cattolica homenageia Primo Levi, “mártir da shoah”

Roma (RV) – A renomada revista da Companhia de Jesus, “La Civiltá Cattolica”, homenageia em sua edição atual o escritor Primo Levi, definido no artigo assinado pelo Padre Giancarlo Pani como “mártir da Shoah”.

Primo Levi, nascido em 31 de julho de 1919, foi um químico e escritor italiano. Escreveu memórias, contos, poemas, e novelas. É mais conhecido por seu trabalho sobre o Holocausto, em particular, por ter sido um prisioneiro em Auschwitz-Birkenau. Seu livro “É isso um Homem?”, é considerado um dos mais importantes trabalhos memorialísticos do século XX.

“Era um químico que costumava definir o seu trabalho “a profissão do dia”, para distingui-lo do outro, aquele feito de noite, quando escrevia sobre o que ardia dramaticamente em seu íntimo”, escreve o jesuíta Pani.

Suas três obras mais conhecidas, autobiográficas, estão “entre as obras-primas do século XX”, escreve o sacerdote: “É isso um Homem?”, “Os Afogados e os Sobreviventes” e “A trégua”.

Mesmo que não tenham sido escritos por um letrado de profissão, os livros de Primo Levi são verdadeiras pérolas literárias, pois nascem do sofrimento vivido, meditado, e nunca aceito – observa a revista dos jesuítas, cujos esboços são revisados pela Secretaria de Estado vaticana. Narram o drama do judeu deportado, condenado a morrer de desprezo, de cansaço, de fome, de doença, de espancamentos”.

Em seus livros autobiográficos, Primo Levi “testemunhou ao mundo a tragédia de um genocídio único na história da humanidade, o da Shoah”. Ao mesmo tempo, nos livros são apresentados “personagens extraordinários que somente circunstâncias extremas podem revelar”.

“Apesar das condições desumanas nos campos de concentração, alguns judeus tiveram a força e a coragem de afirmar a própria dignidade e de conservar a própria humanidade”, observa Padre Pani.

“Primo Levi, humilde testemunha do campos de concentração, ou melhor, “mártir” daquele horror, não soube resistir à vergonha de uma desumanidade que de nenhuma forma – nos longos quarenta anos que se seguiram após o seu retorno – lhe foi possível aceitar”, conclui o ensaio da Civiltà Católica.

Levi morreu em 11 de abril de 1987, na sequência de uma queda no vão da escada interna do prédio de três andares onde vivia. Especula-se, até hoje, que se tenha suicidado. À época, Elie Wiesel disse que “Primo Levi morreu em Auschwitz há quarenta anos”. Embora muitos parentes argumentem que a queda foi acidental, os biógrafos tendem, na sua maioria, a acatar a ideia de suicídio.

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Papa no twitter: Meio Ambiente é responsabilidade de todos

Com o tweet “Nunca esqueçamos de que o ambiente é um bem coletivo, patrimônio de toda a humanidade e responsabilidade de todos”, o Papa Francisco recorda o Dia Mundial do Meio Ambiente celebrado esta segunda-feira, 5 de junho.

A preocupação com nossa “Casa comum” é uma das marcas do Pontificado de Francisco. Em 24 de maio de 2015, foi publicada sua Encíclia Laudato Sii, que trata de uma “ecologia integral”, ou seja, que envolve ecologia do homem e ecologia da criação.

Já na Missa com a imposição do Pálio e a entrega do Anel do Pescador para o início do Ministério Petrino do Bispo de Roma, Francisco destacava em sua homilia a importância do cuidado com a criação, indicando assim uma das linhas de seu Pontificado.

A Santa Missa de início do ministério petrino, de fato, deu-se em coincidência com a Solenidade de São José, esposo da Virgem Maria e patrono da Igreja universal.

José teve a vocação de “guardião”, cuidou “com amor de Maria” e se dedicou “com empenho jubiloso à educação de Jesus Cristo”, “também guarda e protege o seu Corpo místico, a Igreja, da qual a Virgem Santíssima é figura e modelo” .

“Entretanto – observou o Papa Francisco – a vocação de guardião não diz respeito apenas a nós, cristãos, mas tem uma dimensão antecedente, que é simplesmente humana e diz respeito a todos: é a de guardar a criação inteira, a beleza da criação, como se diz no livro de Gênesis e nos mostrou São Francisco de Assis: é ter respeito por toda a criatura de Deus e pelo ambiente onde vivemos. É guardar as pessoas, cuidar carinhosamente de todas elas e cada uma, especialmente das crianças, dos idosos, daqueles que são mais frágeis e que muitas vezes estão na periferia do nosso coração. É cuidar uns dos outros na família: os esposos guardam-se reciprocamente, depois, como pais, cuidam dos filhos, e, com o passar do tempo, os próprios filhos tornam-se guardiões dos pais. É viver com sinceridade as amizades, que são um mútuo guardar-se na intimidade, no respeito e no bem. Fundamentalmente tudo está confiado à guarda do homem, e é uma responsabilidade que nos diz respeito a todos. Sede guardiões dos dons de Deus!”

“E quando o homem falha nesta responsabilidade – foi o seu alerta – quando não cuidamos da criação e dos irmãos, então encontra lugar a destruição e o coração fica ressequido. Infelizmente, em cada época da história, existem «Herodes» que tramam desígnios de morte, destroem e deturpam o rosto do homem e da mulher”.

Neste contexto, o Papa dirigiu o seguinte apelo:

“Queria pedir, por favor, a quantos ocupam cargos de responsabilidade em âmbito econômico, político ou social, a todos os homens e mulheres de boa vontade: sejamos «guardiões» da criação, do desígnio de Deus inscrito na natureza, guardiões do outro, do ambiente; não deixemos que sinais de destruição e morte acompanhem o caminho deste nosso mundo! Mas, para «guardar», devemos também cuidar de nós mesmos. Lembremo-nos de que o ódio, a inveja, o orgulho sujam a vida; então guardar quer dizer vigiar sobre os nossos sentimentos, o nosso coração, porque é dele que saem as boas intenções e as más: aquelas que edificam e as que destroem. Não devemos ter medo de bondade, ou mesmo de ternura”. (JE)

 

Rádio Vaticano / Portal Kairós

 

Colégio Pio Brasileiro lança novo site em Roma

Roma (RV) – O Colégio Pio Brasileiro, localizado em Roma, lançou novo site neste Domingo de Pentecostes, 04, às 19h (hora local) nas dependências da própria sede, apresentando um formato voltado à veiculação de notícias e artigos dos sacerdotes estudantes dos diversos cursos de mestrado e doutorado das Universidades Pontifícias. Entre as novidades destacam-se também a implementação de redes sociais, canal no Youtube e a possibilidade de transmissão ao vivo de eventos através de uma WebTV.

A Rádio Vaticano ouviu o Pe. Geraldo Maia…

Com a palavra inicial, Pe. Geraldo Maia, reitor da Instituição, relacionando a inauguração do novo site com o evento de Pentecostes, fez uma alusão às palavras do Papa Francisco para o Dia Mundial das Comunicações, onde afirma que o Espírito Santo é quem semeia o desejo do Reino através de muitos canais vivos, tornando as pessoas como faróis na escuridão deste mundo e que iluminam a rota, abrindo novas sendas de confiança e esperança.

“A atual página é continuidade e ruptura. Continuidade da comunicação de nosso Colégio, que difunde os principais eventos de nossa comunidade presbiteral, neste itinerário de formação permanente. É canal de comunicação com tantas pessoas queridas e outras tantas desconhecidas que se aproximam de nós, atraídas pelos grandes feitos aqui realizados. Ruptura com uma forma já arcaica de fazer comunicação. Trata-se de um site mais arrojado, com novo layout, atendendo às demandas do atual contexto tecnológico e relacional”, enfatizou o reitor.

Pe. Gilvair Messias, um dos responsáveis pela remodelagem do site, apresentou o novo veículo aos presentes, explicando o objetivo de alcançar um público específico: “queremos comunicar a vida do Colégio, o que aqui também é produzido, para os padres, bispos e leigos, com particular atenção àqueles que são do nosso Brasil”. O sacerdote ainda, em sua fala, expôs como foi pensada a constituição de cada parte do novo media e os conteúdos propostos. “Na parte das fotos, por exemplo, encontramos aquelas antigas e as mais atuais; é belo olhar o registro feito das visitas dos Papas Paulo VI e São João Paulo II à nossa casa”, ressaltou.

O novo site pode ser acessado através do endereço eletrônico www.piobrasileiro.com e se encontra também com design responsivo para facilitar o acesso através de dispositivos móveis como tablets e celulares. A parte técnica esteve a cargo da empresa Banana, Canela e Design, localizada na cidade de Poços de Caldas, em Minas Gerais. Entre os convidados para o evento de lançamento, esteve presente Silvonei José, jornalista responsável pela programação brasileira da Rádio Vaticano. (Pe. Rodrigo Rios)

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Papa: obra de misericórdia não é fazer algo para descarregar a consciência

Cidade do Vaticano (RV) – As obras de misericórdia não sejam um dar esmolas para descarregar a consciência, mas um participar do sofrimento dos outros, mesmo a seu próprio risco e deixando-se incomodar. Foi o que disse o Papa na missa desta manhã de segunda-feira na Casa Santa Marta.

O ponto de partida da homilia do Papa Francisco foi a primeira leitura do Livro de Tobias. Os hebreus foram deportados para a Assíria: um homem justo, chamado Tobias, ajuda compatriotas pobres e – com o risco da própria vida – secretamente enterra os hebreus que são mortos impunemente. Tobias fica triste diante do sofrimento dos outros. Daqui a reflexão sobre 14 obras de misericórdia corporais e espirituais. Realizá-las – explica Francisco – não significa somente compartilhar o que se tem, mas compadecer:

“Isto é, sofrer com quem sofre. Uma obra de misericórdia não é fazer algo para descarregar a consciência: uma boa ação, assim estou mais tranquilo, tiro um peso das costas… Não! É também sofrer a dor dos outros. Compartilhar e compadecer: caminham juntos. É misericordioso aquele que sabe compartilhar e também se compadecer os problemas de outras pessoas. E aqui a pergunta: “Eu sei compartilhar? Eu sou generoso? Eu sou generosa? Mas também, quando vejo uma pessoa que está sofrendo, que está em dificuldade, também eu sofro? Sei colocar-me nos sapatos dos outros? Na situação de sofrimento?”.

Aos judeus era proibido enterrar seus compatriotas: eles mesmos poderiam ser mortos. Então Tobias corria perigo. Realizar obras de misericórdia – disse o Papa – não significa apenas partilhar e ter compaixão, mas também arriscar:

“Mas, muitas vezes se corre o risco. Pensemos aqui, em Roma. Em plena guerra: quantos se arriscaram, começando por Pio XII, para esconder os hebreus, para que não fossem mortos, para que não fossem deportados. Eles arriscaram a sua pele! Mas era uma obra de misericórdia, salvar a vida daquelas pessoas! Arriscar”.

O Papa Francisco enfatiza dois outros aspectos. Quem faz obras de misericórdia pode ser ridicularizado por outros – como aconteceu com Tobias – porque é considerada uma pessoa que faz coisas loucas, em vez de estar tranquilo. E é alguém que se incomoda:

“Fazer obras de misericórdia é desconfortável. “Mas, eu tenho um amigo, um amigo doente, gostaria de visitá-lo, mas … não tenho vontade … prefiro descansar ou assistir TV … tranquilo…”. Fazer obras de misericórdia é sempre desconfortável. É inconveniente. Mas o Senhor sofreu a inconveniência por nós: foi para a cruz. Para nos dar misericórdia”.

Quem “é capaz de fazer uma obra de misericórdia” – disse o Papa – é “porque sabe que ele recebeu misericórdia antes; que foi o Senhor a conceder misericórdia a ele. E se nós fazemos essas coisas, é porque o Senhor teve misericórdia de nós. E pensemos aos nossos pecados, aos nossos erros e a como o Senhor nos perdoou; perdoou-nos tudo, teve esta misericórdia” e “nós façamos o mesmo com os nossos irmãos”. “As obras de misericórdia – concluiu Francisco – são as que tiram você do egoísmo e nos fazem imitar Jesus mais de perto”. (SP)

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