Mensagem para o Ramadã: “Cristãos e muçulmanos: juntos para o cuidado da Casa comum”

Cidade do Vaticano (RV) – O Presidente do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso, Cardeal Jean-Louis Tauran, enviou, nesta sexta-feira (02/6), uma Mensagem por ocasião do Ramadã, o nono mês do calendário islâmico, no qual se acredita que o profeta Maomé recebeu a revelação por parte de Alá (Deus Todo-Poderoso), dos primeiros versos do Alcorão.

Em sua mensagem, intitulada “Cristãos e muçulmanos: juntos para o cuidado da Casa comum”, o Cardeal assegura a solidariedade orante dos Católicos neste tempo de jejum no mês de Ramadã e para a celebração final do “Id al-Fitr”, com os melhores votos de serenidade, alegria e abundantes frutos espirituais.

A mensagem deste ano é particularmente oportuna e significativa, pois há 50 anos, precisamente em 1967, três anos após a criação do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso, o Papa Paulo VI, enviou, pela primeira vez, sua Mensagem para a ocasião (19 de maio de 1964).

Entre as numerosas atividades deste Organismo vaticano, para a promoção do diálogo com os Muçulmanos, a mais importante, nestes longos anos, é a mensagem anual para o Ramadã e “Id al-Fitr”, dirigida aos muçulmanos do mundo inteiro.

A experiência de ambas as comunidades confirma o valor desta mensagem para a promoção das relações cordiais entre os amigos cristãos e muçulmanos, mediante reflexões sobre os desafios atuais e urgentes.

A mensagem deste ano do Organismo vaticano para o Diálogo Inter-religioso é inpirada na Encíclica “Laudato Si” do Papa Francisco, sobre o cuidado da Casa comum. Na Carta Encíclica ele chama a atenção para os danos causados ​​ao meio ambiente, a nós e aos nossos semelhantes, devido aos nossos estilos de vida e decisões.

Há, por exemplo, algumas perspectivas filosóficas, religiosas e culturais que representam uma ameaça para a relação da humanidade com a natureza. Este desafio envolve todos nós, quer professemos ou não uma fé religiosa.

O próprio título da Encíclica é expressivo: o mundo é uma “casa comum”, uma morada para todos os membros da família humana. Por sua vez, nenhuma pessoa, nação ou povo pode impor, de modo exclusivo, sua compreensão sobre o planeta.

Por isso, o Papa convida a “renovar o diálogo sobre o modo em que estamos construindo o futuro do nosso planeta, porque o desafio ambiental e suas raízes humanas envolvem a todos”.

Francisco afirma ainda que “a crise ecológica é um apelo a uma profunda conversão interior”. Por isso, é preciso educação, abertura espiritual e “conversão ecológica global” para enfrentar adequadamente este desafio. Como crentes, a nossa relação com Deus deve ser cada vez mais evidente pelo modo em que tratamos o mundo que nos circunda.

O Papa ressalta também que a nossa vocação de ser guardiões da obra de Deus não é facultativa e nem marginal, mas essencial em relação ao nosso compromisso religioso como cristãos e muçulmanos.

O Cardeal Jean-Louis Tauran conclui sua mensagem para o Ramadã e o “Id al-Fitr” auspiciando que os pensamentos religiosos, que derivam das bênçãos do jejum, da oração e das boas obras, possam sustentar a todos, com a ajuda de Deus, no caminho da paz e da bondade, ao cuidar dos membros da família humana e de toda a Criação! (MT/REI)

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Salesiano pede consagrar a Índia ao Coração Imaculado de Maria€

Bangalore (RV) – Consagrar a Índia ao Coração Imaculado de Maria: é o pedido feito pelo sacerdote salesiano José Kuttianimattathil, do colégio Kristu Jyoti em Bangalore, numa carta enviada à Conferência Episcopal da Índia (CBCI).

Centenário das Aparições de Fátima

Na missiva enviada à Agência Fides, o Salesiano afirma: “Estamos no ano do centenário das Aparições de Nossa Senhora de Fátima. Sabemos que em 13 de julho de 1917, a Virgem contou aos três vigentes que, para impedir guerras, fome e perseguições pedia a consagração da Rússia ao Coração Imaculado e a ‘Comunhão para oferecer reparações ‘ no primeiro sábado. Assim, haverá paz, caso contrário os seus erros poderiam se difundir em todo o mundo, causando guerras e perseguições. Sabemos que o povo russo foi consagrado ao Coração Imaculado de Maria por Pio XII em 7 de julho de 1952 e sucessivamente por São João Paulo II em 13 de maio de 1982. São João Paulo II renovou a consagração em outubro de 1983 e em março de 1984. Experimentamos o dom desta consagração através da queda do comunismo”, afirma Pe. José.

O sacerdote prossegue: “Hoje, constatamos que na Índia os cristãos estão enfrentando oposição e sofrimentos de várias maneiras. Parece que o futuro será difícil para todas as minorias na Índia. Neste contexto, podemos rezar a Nossa Senhora e consagrar a Índia ao Coração Imaculado de Maria, com o pedido especial de salvaguardar a liberdade religiosa e proteger as pessoas das perseguições”, lê-se na missiva.

Consagrar a nação ao Coração Imaculado de Maria

“A minha sugestão humilde é que a Conferência Episcopal da Índia tome a iniciativa de consagrar a nação ao Coração Imaculado de Maria numa data apropriada, que poderia ser 8 de dezembro de 2017, festividade da Imaculada Conceição. Nos próximos meses se poderia preparar os fiéis cristãos indianos a esta consagração através de orações e sacrifícios, sobretudo participando com a ‘Comunhão de reparação’ ao primeiro sábado de todo mês. Hoje, nos confiamos para sempre à materna proteção de nossa Beata Mãe celeste”, escreve Pe. José.

Segundo Fides, a proposta do salesiano poderia ser levada em consideração pelos bispos num futuro próximo. (SP-Fides)

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Card. Filoni: testemunho de Pe. Ganni deve permencer vivo na Igreja

Cidade do Vaticano (RV) – “Um sacerdote alegre, inteligente, que amava profundamente sua escolha de vida e um pároco generoso. O esplêndido testemunho de fé de Pe. Ragheed é verdadeiramente tal, e deve permanecer presente na memória da Igreja. Passados dez anos de seu martírio, Pe. Ganni está vivo na memória dos parentes, dos amigos, da Igreja caldeia e de toda a Igreja católica.”

Com essas palavras, o prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos, Cardeal Fernando Filoni – que já foi núncio apostólico no Iraque e Jordânia –, recorda a figura de Pe. Ragheed Aziz Ganni, membro da Arquidiocese caldeia de Mosul (norte do Iraque), barbaramente assassinado em 3 de junho de 2007, aos 37 anos de idade.

Foi dedicado ao mártir caldeu o livro “Um sacerdote católico no Estado islâmico”, escrito por Pe. Rebwar Audish Basa, amigo e coirmão de Pe. Ganni, com o prefácio do próprio Cardeal Filoni.

“Conheci Pe. Ganni no Iraque, durante meu mandato de núncio apostólico naquele país – escreve o purpurado. Encontrei-o em Bagdá e depois em Mosul. Impressionou-me sua vivacidade e seu entusiasmo sacerdotal, apesar das dificuldades destes tempos.”

De fato, observa o prefeito de Propaganda Fide, “desde a queda do regime de Saddam Hussein, toda a população parece passar pela grande tribulação: guerra, explosões, atentados, saques, assassinados e extorsões”.

“Os cristãos no Iraque tornaram-se o alvo preferido de fanáticos islâmicos e de criminosos; primeiro Bagdá, depois Mosul, tornaram-se centros de violências sistemáticas”, acrescenta.

Ainda no prefácio, o Cardeal Filoni recorda também o Arcebispo Faraj Rahho, assassinado em Mosul em 12 de março de 2008: ambos foram uma oblação do povo de Deus para o próprio Cristo.

Obrigado Pe. Ganni, conclui o purpurado, “obrigado por ter-nos ensinado a viver como sacerdotes corajosos, que amam o próprio ministério, fiéis a Cristo, servidores do Povo de Deus. A Igreja tem a honra de tê-lo como Filho devoto e o vê parte daquela eleita fileira de mártires que ninguém pode contar e da qual fala o Livro do Apocalipse”.

Durante uma visita à Planície de Nínive (Iraque) em março passado, uma delegação de “Ajuda à Igreja que Sofre” – propugnadora do livro sobre Pe. Ganni – encontrou na igreja de Saint-Adday, em Karamles, a lápide do sacerdote caldeu quebrada em várias partes por obra das milícias do autodenominado Estado Islâmico, providenciando reconstituí-la. (RL-Sir)

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Catacumbas de Santa Domitila: restauração e novo museu

Cidade do Vaticano (RV) – Uma viagem no tempo para redescobrir os lugares onde eram sepultados os primeiros cristãos, mas também onde eles se reuniam para rezar e celebrar durante as perseguições e momentos de maior perigo.

As restaurações e o novo museu das Catacumbas de Santa Domitila – realizados pela Pontifícia Comissão de Arqueologia Sacra – foram apresentados na última quarta-feira à imprensa. Entre as técnicas usadas para trazer à luz pinturas e inscrições ainda desconhecidas, pela primeira o emprego do laser.

Na apresentação do novo museu sobre o tema “O mito, o tempo e a vida”, uma série de explanações buscou explicar o significado da beleza das decorações pictóricas reveladas com o uso da nova técnica.

O Cardeal Gianfranco Ravasi, Presidente da Pontifícia Comissão de Arqueologia Sacra, explicou a importância das descobertas:

“É importante por três razões. Antes de tudo, porque permite ver esta conjugação profunda entre a cultura clássica e a cultura cristã. É uma espécie quase de lugar de diálogo entre duas expressões religiosas e duas visões de mundo que porém tem muitas raízes comuns. Segundo, é importante porque é a catacumba mais extensa de Roma: estes 12 km, estes quatro andares, estes 26 mil, senão mais, nichos, demonstram o quanto eram importante, o quanto aqui se respirava o cristianismo e também a vida de Roma. Terceiro: Domitila é importante também agora pelo museu que organizamos, porque as restaurações que estamos realizando permitem ver um complexo iconográfico de imagens, de extraordinária intensidade e beleza e sobretudo também de grande cotidianidade, recordando-nos que aqui, sob a terra, havia uma continuação da vida que acontecia na superfície”.

RV: Que significado tem as catacumbas para os cristãos?

“Tinham a convicção de que a vida continuava e não por nada os fiéis, os parentes, os amigos, voltavam aqui para este espaço, celebrando também refeições, segundo um ritual bem conhecido, ou mesmo reproduziam ali toda a vida que havia acompanhado seus entes queridos. E isto era um modo para afirmar sobretudo a fé e a ressurreição na imortalidade, neste outro plano da vida, que é a dimensão da eternidade”.

Entre as restaurações mais importantes, encontra-se o chamado “Cubículos dos padeiros” onde são descritas, por meio das decorações, as atividades ligadas à Annona, a instituição romana que administrava o fornecimentos de alimentos na cidade. Pela primeira vez foi utilizada para a restauração a técnica do laser, que permitiu restituir o colorido original às pinturas. Ouçamos o que disse Barbara Mazzei, responsável pelas restaurações dos afrescos:

“As novidades são, no entanto, a possibilidade de identificar, finalmente, os sujeitos representados; e existem alguns importante que dizem respeito à história da panificação em Roma: como se desenvolvia o comércio do trigo e a distribuição do pão. Depois, temos cenas que pertencem ao repertório da pintura paleocristã, e em particular um colégio apostólico muito importante que faz referência, com base na composição, ao mais antigo mosaico absidial que temos em Roma, que é o de Santa Prudenciana”.

Junto às catacumbas, também foi restaurado o museu anexo, onde foram reunidas peças de sarcófagos, bustos, estátuas, epígrafes, além de outros objetos encontrados durante as escavações, e que descrevem a vida cotidiana existente nas proximidades das catacumbas, como nos explica Fabrizio Bisconti, Superintendente da Pontifícia Comissão de Arqueologia Sacra:

“Vocês podem ver dentro deste museu banqueiros, pastores, cavaleiros. Depois temos crianças que brincam no berço com um chocalho e até mesmo ourives, portanto, também a vida cotidiana representada. Se constata como havia uma integração entre pagãos e cristãos também nas catacumbas, que era o lugar destinado precisamente à morte, que depois era a vida dos cristãos, porque não esqueçamos que os cemitérios são dormitórios à espera da ressurreição”. (MartT/JE)

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Papa exorta os jovens a mudar o mundo abrindo o coração aos outros

Cidade do Vaticano (RV) – O mundo pode mudar se abrirmos o coração aos outros, jamais responder ao mal com o mal. Foi a exortação do Papa aos cerca de seis mil jovens da experiência educacional cristã “Graal” e “Os Cavaleiros”, recebidos por Francisco na Sala Paulo VI, no Vaticano.

Falando espontaneamente, ou seja, sem texto, e respondendo às perguntas de três jovens, o Pontífice ressaltou que não há respostas diante do sofrimento das crianças, mas que somente se pode olhar para o Crucifixo e rezar.

Milhares de jovens acolheram com afeto e entusiasmo o Santo Padre na Sala Paulo VI, cujo encontro foi vivido em clima de grande festa. Com a naturalidade que lhe é própria, Francisco dialogou com os jovens, respondendo em particular às perguntas de três deles.

Dirigindo-se à jovem Marta que lhe confiara seu receio de passar para o ensino médio, Francisco ressaltou que a vida é “um contínuo bom-dia e até a próxima”. Afirmou também que se não se aprende a despedir-se bem, jamais aprenderá a encontrar novas pessoas.

Não se pode acomodar-se no sofá, retomou, por ter medo de mudar, correndo o risco de fechar o horizonte da vida. Daí, a exortação a vencer o medo de crescer e de mudar e a aceitar o desafio de alargar o horizonte, de fazer o caminho com novas pessoas.

Para mudar o mundo é preciso abrir o coração aos outros e não responder ao mal com o mal. Assim o Papa respondeu à pergunta de Giulia sobre como poder mudar o mundo. Em primeiro lugar, disse o Santo Padre, é preciso ter consciência de que ninguém possui a “varinha mágica” para mudar o mundo. Em seguida, evidenciou o coração como o motor de uma autêntica mudança:

“O mundo muda abrindo o coração, ouvindo os outros, recebendo os outros, partilhando as coisas. E vocês podem fazer o mesmo. Se você tem um companheiro, um amigo, uma amiga, um colega de escola, uma colega de escola de quem você não gosta, que é um pouco antipática… Se você vai fofocar sobre aquela pessoa, porque esta é assim e assim. Se, ao invés, você releva – ‘Não gosto, mas não digo nada’ –, como é aquela pessoa? Brava. Entenderam! Mudar o mundo com as pequenas coisas de todos os dias, com a generosidade, com a partilha, criando essas atitudes de irmandade.”

Em seguida, o Santo Padre pediu aos jovens que jamais respondam ao mal com o mal, e que não respondam nem mesmo aos insultos. Jesus, recordou Francisco, nos pede que rezemos por todos, inclusive pelos nossos inimigos. Desse modo, rezando por todos, retomou, “se pode mudar o mundo”.

Em seguida, foi a vez de Tanio, jovem búlgaro adotado, que contou sua comovente história de sofrimento perguntando a Francisco como se pode acreditar no Senhor diante da dor que atinge as crianças.

O Papa disse que não é possível encontrar explicações racionais para o sofrimento de uma criança. Dirigindo-se a Tanio disse que é possível encontrar alguma explicação “no amor daqueles que lhe querem bem e lhe apoiam”:

“Sinceramente, lhe digo, e você entenderá bem isso: quando na oração faço a pergunta ‘por que as crianças sofrem?’, habitualmente faço essa pergunta quando vou aos hospitais das crianças e depois saio – e lhe digo a verdade – com o coração, não diria destruído, mas muito compadecido, o Senhor não me responde. Apenas olho para o Crucifixo. Se Deus permitiu que Seu Filho sofresse assim por nós, deve haver algo ali que tenha um sentido. Mas, querido Tanio, não posso explicar-lhe o sentido. Você o encontrará: mais adiante na vida ou na outra vida. Mas explicações, como se explica um teorema matemático ou uma questão histórica, não lhe posso dar nem eu nem ninguém.”

“Não posso lhe explicar isso”, retomou o Papa com sinceridade. E concluiu agradecendo a Tanio pela pergunta porque, observou, “é importante que vocês, rapazes e moças”, comecem “a entender essas coisas, porque isso os ajudará a crescer bem e a seguir adiante”. (RL/AG)

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