Futebol, fé e o bispo jogador: confira reflexões sobre o esporte do Brasil

São Paulo (RV) – A segunda rodada do Campeonato Brasileiro de Futebol terminou nesta segunda-feira, dia 22, e torcedores do país inteiro já estão envolvidos pelo torneio de futebol nacional considerado o mais equilibrado do mundo. A paixão pelo futebol, a fé e o ato de torcer por um clube foram temáticas apontadas para a reflexão do bispo auxiliar de São Paulo (SP), dom Luiz Carlos Dias, um prelado que desde muito jovem está envolvido com o esporte e que até mantém a prática jogando semanalmente.

Pesquisas estimam que cerca de 161,2 milhões de brasileiros torcem pelos times nacionais. Treze dos 20 times que disputam a Série A do Brasileirão, como é chamada a primeira divisão do torneio, detém quase 70% dos torcedores do Brasil, com destaque para Flamengo, Corinthians, São Paulo e o atual campeão, Palmeiras, cujo número de torcedores corresponde a 61 milhões de pessoas.

“Hoje o futebol é o esporte que mais desperta interesse e paixão pelo mundo afora”, observa dom Luiz. “A economia de mercado aproveita-se deste esporte ao qual se liga grandes marcas. Os valores envolvidos no ‘mercado do futebol’ são astronômicos. Os clubes aprenderam a explorar o potencial consumidor da paixão de suas torcidas”, revela o bispo.

Apesar da exploração econômica, para dom Luiz Carlos o jogo dentro das quatro linhas continua a exercer deslumbramento cativante, assim como, as discussões intermináveis acerca das partidas e de seus lances mais engenhosos, habilidosos ou duvidosos: “Para os apreciadores, uma partida de futebol dura bem mais que os seus 90 minutos, alimentando ainda mais uma paixão por excelência”.

Futebol e fé

Assim como o bispo, os fiéis católicos também estão inseridos entre os torcedores apaixonados por algum clube. Dom Luiz não vê nenhuma incompatibilidade entre a prática da fé e a prática de torcer. A fé, observa, por colocar o ser humano em relação com Deus, deve irradiar-se por todas as dimensões da vida. “A pessoa de fé, em todas as suas atividades procura ser coerente com a fé. O ato de torcer, também leva o torcedor (a) a nutrir uma relação especial com um determinado clube esportivo, e onde quer que esteja ou no exercício de qualquer atividade, cultivará aquele vínculo”, afirma.

Dom Luiz ressalta, no entanto, que a fé deve ser a fonte dos valores da pessoa e inspiração para suas opções fundamentais e decisões cotidianas. “Dessa forma, o ato de torcer é relativizado no confronto com a fé”.

Violência

O bispo ainda destaca que, para quem se nutre da fé, é uma “grande incoerência tomar parte de atos de violência em nome de sua equipe esportiva”, uma prática tão relacionada às chamadas torcidas organizadas. “Tais manifestações indicam que o ato de torcer é colocado no centro da vida da pessoa, um grande equívoco”, afirma.

“A violência como elemento sistêmico do ato de torcer como vemos nas torcidas organizadas indica a transposição de tais grupos da dimensão lúdica, na qual se insere o esporte para a esfera da violência de gangues que se digladiam com o desejo de eliminar o inimigo”, comenta.

Os atos de violência às vezes estão ligados a interesses que invadem o ambiente das torcidas, com grupos que “abrigam pessoas que infelizmente estão vinculadas ao crime” e as atrelam a práticas ilícitas. “Isto precisa ser coibido para que o esporte não venha a afugentar as pessoas ainda mais destes saudáveis momentos lúdicos”, acredita dom Luiz.

Paixão pelo esporte

Além da torcida, os brasileiros também praticam o futebol com frequência. Para dom Luiz, representa vida saudável, inserção em um grupo promovendo amizades e lazer. Além disso, a prática esportiva, como a do futebol, também é pedagógica: proporciona muitos ensinamentos aos seus praticantes. “Se em campo somos o que somos, aí pode-se aprender a importância da organização (tática), desenvolver habilidades motoras, conviver com as pessoas das mais diversas em clima amistoso, aprender a lutar até o fim, como a ter responsabilidade, pois cada uma exercerá uma função pelo grupo”, enumera.

Em 2013, quando era secretário executivo de Campanhas da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, o então padre Luiz foi destaque em uma série do Globo Esporte sobre os “peladeiros” do Distrito Federal. (SP-CNBB)

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Combonianos celebram 150 anos de missão na África

Roma (RV) – Os missionários Combonianos festejam 150 anos de atividades e missão na África, organizando um simpósio que terá início, na próxima quinta-feira (25/05) até 1º de junho, em Roma, na Casa Geral.

Segundo informações da Agência Sir, o evento faz parte de um programa de celebrações que envolvem todas as circunscrições dos Combonianos no mundo. O objetivo é “requalificar o serviço missionário em resposta aos desafios do mundo atual e renovar a vocação ‘em saída’”.

A missão precisa ser repensada para atualizar a intuição de Daniel Comboni que, em 1867, em Verona, fundou o Instituto para as Missões Africanas.

Na sexta-feira, 26 de maio, o Pe. Fidel Gonzalez, falará sobre a história do instituto. No sábado, 27, o Pe. Diego Farés abordará o tema da visão missionária do Papa Francisco.

No domingo, 28, os participantes visitarão os lugares combonianos, em Roma, e participarão do Angelus na Praça São Pedro.

Na segunda-feira, 29, Pe. Teresino Serra falará sobre o instituto e da nova mensagem de Deus para a Igreja missionária. No dia seguinte, Pe. Enrique Sanchez fará uma palestra sobre os desafios futuros do instituto.

Em 10 de junho de 1867, em Verona, sob a pressão de Propaganda Fide que exigia garantias para o futuro da missão na África Central, Daniel Comboni fundou o Instituto para as Missões Africanas. A sua finalidade era a evangelização da África.

Em 1872, o Comboni funda, em Verona, o Instituto das Pias Madres da Negritude. Morre em Cartum, em 10 de outubro de 1881, aos 50 anos, sem consolidar as instituições que se desenvolveram no âmbito internacional.

(MJ)

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Consistório: nomeação surpreende Arcebispo de Bamako

Bamako (RV) – “Positivamente surpreso”: esta foi a reação do Arcebispo de Bamako, no Mali, Dom Jean Zerbo ao tomar conhecimento de sua nomeação para Cardeal.

O anúncio foi feito pelo Papa Francisco no Regina Caeli de domingo, 21 de maio. “Dom Zerbo não esperava de fato a nomeação”, afirmou à Agência Fides o Secretário Geral da Conferência Episcopal do Mali, Pe. Edmond Dembele.

Segundo ele, “a notícia foi muito bem acolhida no país. O Presidente Ibrahim Boubacar Keïta dirigiu uma mensagem de saudação ao Arcebispo, expressando sua gratidão ao Papa Francisco. Os bispos malianos estão felizes, assim como os fiéis católicos. A comunidade de Bamako expressou sua alegria com cantos e aplausos”.

O sacerdote acrescentou que os malianos viram esta nomeação de Dom Zerbo como uma mensagem do Papa Francisco dirigida em primeiro lugar à Igreja local, para que continue a missão iniciada tempo atrás e, sobretudo, para perseverar nos esforços de reconciliar o país. “Mas também é um apelo lançado a todo o Mali para sair da crise iniciada em 2012 e caminhar na estrada da reconciliação e da paz.”

Crise

Na crise de 2012, o norte do país foi conquistado vários grupos jihadistas. A intervenção francesa, numa missão da ONU, permitiu a libertação das áreas ocupadas, mas como disse Pe. Dembele, “o Mali deve agora enfrentar um conflito assimétrico, com ataques de grupos armados contra as localidades do norte e do centro do país, que causaram forte insegurança”.

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Pesar do Papa pelas vítimas de Manchester: ataque bárbaro

Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco manifestou seu pesar pelas vítimas do atentado perpetrado por um camicase, nesta segunda-feira (22/05), em Manchester, Inglaterra, onde 22 pessoas morreram, incluindo crianças e adolescentes, e 59 ficaram feridas.

O atentado ocorreu no final do show da cantora teenager estadunidense Ariana Grande que faz muito sucesso entre crianças e adolescentes.

Telegrama do Papa

“Uma ataque bárbaro. Um ato de violência sem sentido”, afirma o Papa Francisco no telegrama assinado pelo Secretário de Estado, Cardeal Pietro Parolin.

O Pontífice manifesta seu pesar pelo atentado que causou a “trágica perda de vidas”. Elogia os “esforços generosos dos socorristas e agentes de segurança, e oferece suas orações pelos feridos e por todos os que morreram”.

O Santo Padre recorda de forma particular “as crianças e os jovens que perderam a vida e suas famílias”, e pede a Deus para que conceda paz e força a toda a nação.

Arcebispo de Westminster

Mensagens de solidariedade e oração chegaram também de vários outros líderes religiosos do mundo. O Arcebispo de Westminster, Cardeal Vincent Nichols, Presidente da Conferência Episcopal da Inglaterra e Gales, escreveu uma carta ao Bispo da Diocese de Salford, Dom John Arnold, a qual pertence a cidade de Manchester.

“Foi com grande pesar que ouvi da imprensa as notícias sobre a atrocidade vivida na noite passada em Manchester. Que Deus conceda força e fé a todos aqueles que perderam seus familiares, aos feridos e pessoas que ficaram traumatizadas. Que Deus acolha em sua misericórdia todos os que morreram, converta os corações daqueles que cometem o mal e faça com que entendam o seu desejo e suas intenções para a humanidade.”

“Choramos a perda de tantas vidas humanas e rezamos pelo descanso eterno de todas as vítimas”, concluiu o Cardeal Nichols.

O Estado Islâmico reivindicou nesta terça-feira a autoria do ataque suicida. A polícia britânica deteve um jovem de 23 anos por suspeita de conexão com o atentado.

Arcebispo de Armagh

O Arcebispo de Armagh, Dom Eamon Martin, Primaz da Irlanda, enviou uma mensagem para expressar a solidariedade do episcopado na oração e de todos os irlandeses à cidade de Manchester. “Este ataque terrível nos desafia a nos comprometer na construção da paz, da solidariedade e da esperança em todo lugar”, afirma na nota.

Arcebispo de Mumbai

O Presidente da Federação das Conferências Episcopais Asiáticas, Cardeal Oswald Gracias, Arcebispo de Mumbai, na Índia, manifestou pesar em nome da Igreja na Ásia: “O nosso coração sofre com as famílias e pedimos a Deus para que as console.”

O purpurado renova “a oração pela paz a Nossa Senhora de Fátima a fim de que a paz possa nascer de nossos corações, na luta entre o bem e o mal”.

“Rezemos com mais fervor pela paz em nosso mundo. Rezemos também para que através da intercessão de Nossa Senhora de Fátima Deus possa tocar os corações dos autores dessa violência, que possa ter fim a destruição e a violência. Nunca devemos perder a nossa esperança pela paz. O mal não vencerá jamais. A paz é a única resposta. A paz que é dom de Deus”, concluiu o Gracias.

Bispo anglicano de Manchester

O bispo anglicano de Manchester, David Walker, condenou o atentado num comunicado divulgado esta manhã. “Um dia para chorar os mortos, rezar com suas famílias e feridos, e reiterar a nossa determinação a fim de que não sejamos derrotados por aqueles que matam e destroem.”

Segundo a Agência Sir, o bispo fez um apelo inter-religioso “a todas as Igrejas da cidade para que encontrem tempo e espaço para quem deseja um momento de oração”.

“Como outras grandes cidades, Manchester é um alvo claro para os terroristas”, disse ele, “mas o que torna este último atentado particularmente horrível é a escolha deliberada de um concerto em que estariam presentes muitos jovens fãs”.

O bispo Walker recordou também as “muitas vidas que foram ceifadas para sempre por essa tragédia” e disse que “a raiva que se sente diante desses fatos trágicos deve ser transformada em força para o bem”.

(MJ)

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Presidente coreano pede ajuda ao Papa para a reconciliação na península

Seul (RV) – O Presidente sul-coreano Moon Jae, pediu ajuda ao Papa Francisco na mediação da crise entre as duas Coreias.

Segundo a Agência Yonhap o Presidente da Conferência Episcopal Coreana, Dom Kim Hee Joong, está no Vaticano com o objetivo de entregar ao Pontífice uma carta de Moon sobre o tema, pedindo a ele “para rezar pela paz e a reconciliação” na península coreana.

O pedido é inspirado no papel desempenhado pelo Papa na normalização das relações diplomáticas entre Cuba e Estados Unidos em 2014.

A este respeito, a Secretaria da Presidência de Seul precisou que a Coréia do Sul pediu ao Papa Francisco ajuda para restabelecer a paz e a reconciliação na península coreana e não para mediar um encontro de cúpula entre as Coreias, como chegou a ser anunciado por algumas agências.

“É previsto que o Arcebispo Kim entregue uma carta pessoal do Presidente ao Papa”, afirmou o porta-voz Park Soo-hyun em um comunicado.

“De qualquer forma, a carta não contém o pedido ao Papa para ajudar a mediação de um vértice entre Norte e Sul”. Neste sentido, devido aos repetidos testes com mísseis por parte de Pyongyang, não existe condições para um encontro de cúpulas entre as duas Coréias, precisou o porta-voz.

(JE/Ansa)

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