A contribuição da Santa Sé para reduzir os riscos de desastres

Cancún (RV) – A cidade mexicana de Cancún está sediando o encontro da Plataforma Global para a Redução dos Riscos de Desastres.

O evento, que reúne mais 5.000 participantes, tem a finalidade de reduzir o risco de catástrofes em todo o mundo, apostando numa maior responsabilidade para reforçar a resiliência aos desastres.

O encontro é a primeira oportunidade para a comunidade internacional de avaliar os progressos globais do acordo assinado em Sendai, no Japão, em 2015. A Santa Sé se fez presente através de uma carta do Secretário de Estado, Card. Pietro Parolin, enviado ao Presidente mexicano e Presidente da Plataforma global 2017, Enrique Peña Nieto.

Pobres: principais vítimas

No texto, o Cardeal insiste na necessidade de reforçar as atividades de prevenção, educação e formação para reduzir as perdas humanas, físicas e econômicas causadas pelos desastres naturais.

“Com frequência, são os mais pobres as principais vítimas dos desastres naturais, que desestabilizam as economias e as sociedades mais frágeis ou as regiões mais precárias”, escreve o Secretário de Estado, recordando que as próprias vítimas devem ser envolvidas no processo de conscientização.

Tradições religiosas e catástrofes naturais

“A capacidade de mobilização das comunidades locais jamais deveria ser subestimada em situações de catástrofes. Neste contexto, as tradições religiosas e culturais são muito importantes e representam fonte de enriquecimento para a resiliência. Tudo isso requer ampla participação, colaboração, integração e diálogo de toda a sociedade.”

O Card. Parolin defende ainda uma mudança de mentalidade e estilos de vida. “Quando levamos em consideração o futuro da humanidade, não podemos nos limitar a áreas técnicas: estamos falando de valores, de responsabilidade compartilhada, que chamam em causa o bem de toda a família humana.”

Os votos do Papa Francisco

Em nome do Papa Francisco, o Secretário de Estado faz votos que os trabalhos da Plataforma Global sejam profícuos, frutíferos e permitam que a resiliência caminhe passo a passo com o desenvolvimento de uma real, responsável e fraterna colaboração fundada sobre o bem comum. “Nesta perspectiva, a Santa Sé está sempre pronta a oferecer a sua contribuição.”

A Plataforma Global estará reunida em Cancún até o dia 26 de maio.

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Card. Turkson: “A Terra é um jardim, não façamos dela um deserto”

Roma (RV) – “Na doença e no sofrimento, as Igrejas estão mais próximas (500 depois da reforma de Lutero)” é o título de um Congresso ecumênico no Instituto Camillianum, em Roma.

Na quarta-feira (24/05), participou do evento o Prefeito do Dicastério para o Desenvolvimento Humano Integral, Card. Peter Kodwo Appiah Turkson, que desenvolveu o tema “Proteger a Terra e dar dignidade à humanidade”.

O Cardeal ganense recordou o convite do Papa a sermos custódios do meio ambiente e dos pobres, definidos “duas fragilidades”. “São problemas imperativos: a Terra deve ser protegida, a humanidade e os pobres devem ter dignidade”, disse o Card. Turkson, que falou também do tráfico de seres humanos e das novas formas de escravidão.

Para ele, existe hoje uma “justiça ecológica”. “Os bens da Terra não são destinados a alguns, mas a todos. Este é o princípio de solidariedade.” Falando sobre o desenvolvimento sustentável, o Cardeal recordou que recebemos “a Terra como um jardim, ai de nós se a deixarmos como um deserto”. “Tudo se baseia na moral e na ética, sem uma mudança de coração, também as regras políticas não são eficazes.”

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Chacina em Redenção (PA) deixa pelo menos 10 posseiros mortos

Redenção (RV) – Dez posseiros – nove homens e uma mulher – foram assassinados na manhã de quarta-feira (24/05) durante uma ação policial de reintegração de posse em um acampamento na Fazenda Santa Lúcia, no município de Pau d’Arco, no Pará, segundo informações da Comissão Pastoral da Terra (CPT). A reintegração foi realizada pelas Polícias Civil e Militar de Redenção.

Segundo veículos de comunicação da região, os corpos dos posseiros foram levados inicialmente para o necrotério do Hospital Municipal de Redenção, para serem posteriormente transferidos para o Instituto Médico Legal (IML) do município de Marabá.

O novo massacre ocorre em meio a uma escalada de violência ligada à terra no país. Em abril, dez pessoas foram assassinadas em um assentamento no município de Colniza (MT), a 1.065 km de Cuiabá, próximo ao distrito de Guariba, em uma gleba denominada Taquaruçu do Norte. Entre os mortos estavam idosos e crianças. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública de Mato Grosso, o massacre perpetrado por “encapuzados”.

Segundo a CPT, conflitos fundiários são comuns na gleba onde ocorreram as mortes há mais de dez anos, com ocorrências de assassinatos e agressões. A CPT informou ainda que investigações policiais feitas nos últimos anos têm apontado que “os gerentes das fazendas na região comandavam rede de capangas para amedrontar e fazer os pequenos produtores desocuparem suas terras”.

Em nota, a Comissão de Direitos Humanos e Defesa do Consumidor da Assembleia Legislativa do Pará (Alepa) se manifestou em profundo repúdio ao massacre dos 10 trabalhadores rurais sem-terra ocorrido no município de Pau D’Arco.

De acordo com a Comissão de Direitos Humanos da Alepa, a escalada de violência contra trabalhadores e trabalhadoras rurais é um fenômeno que tem se intensificado em razão de uma rede social e simbólica fortalecida pela combinação dos seguintes fatores: impunidade, paralisia da reforma agrária e criminalização dos movimentos sociais.

Diante do recrudescimento da violência contra trabalhadores e trabalhadoras rurais, a Comissão de Direitos Humanos da Alepa irá tomar medidas enérgicas para a apuração rigorosa dos fatos e a efetivação de ações de mediação e prevenção da violência no campo.

Relatório da CPT aponta aumento da criminalidade no campo

A Comissão Pastoral da Terra (CPT) divulgou há pouco mais de um mês o seu relatório anual, ‘Conflitos no Campo Brasil 2016’, destacando os 61 assassinatos ocorridos no ano passado, o maior número já registrado desde 2003. Em 2017, até o momento, já são 26 pessoas assassinadas em conflitos no campo brasileiro – as mortes ocorridas em Redenção ainda não constam nesta relação.

(Agências/CPT)

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Jovens ao Papa: se poderosos da terra não se comovem, o que será de nós?

“Se os sete homens mais poderosos da terra não se comovem diante de uma criança que atravessa o mar para fugir de morte segura… o que será deste mundo? O que será de nós?”

É o que escrevem numa carta ao Papa Francisco 22 adolescentes (garotos e garotas) da Itália, Gâmbia, Nigéria, Costa do Marfim, Albânia e Paquistão que se reuniram para o encontro de cúpula Unicef Junior 7, que todos os anos reúne as vozes dos adolescentes dos países do G-7 para discutir os temas da agenda do encontro de cúpula do G-7 e prepara uma mensagem conjunta para os chefes de Estado.

Fuga de guerras, da fome e da pobreza

“Vivemos numa época bastante difícil, há tantos seres humanos, tantas crianças, em fuga de guerras, da fome e da pobreza. Nossos mares que deveriam unir, muitas vezes dividem, quem está melhor quer estar melhor ainda e quem está pior, ao invés, estende a mão para nós e nós, comumente, a deixamos escorregar para o fundo do mar”, escrevem.

Os adolescentes pedem aos grandes do planeta que “invistam na educação e conhecimento para dar a todos a possibilidade de viver da melhor forma possível este extraordinário dom que é a vida”.

Todos devem ter direitos humanos assegurados

“Queremos apertar com força a sua mão – dirigem-se ao Papa – e gritar juntos que todos devem ter seus direitos humanos garantidos, direitos que são universais e sem distinção de raça ou religião.”

“Estar juntos nas diversidades é uma necessidade universal, é o décimo primeiro ‘mandamento’ do futuro, que nos comprometemos a subscrever hoje, cada um com suas diversidades, a própria religião, seus estilos de vida, mas sempre no respeito recíproco”, ressaltam.

O 43º encontro de cúpula do G-7 (grupo dos sete países mais industrializados do mundo) vai se realizar nos dias 26 e 27 deste mês de maio em Taormina, na Sicília, sul da Itália.

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Card. Filoni na Guiné Equatorial: na fraqueza confiar no Espírito Santo

Malabo (RV) – “Para Deus não é importante se nossas ações terão resultado, o importante é ter coragem, jamais se cansar de dar testemunho da nossa fé e deixar-nos guiar pela força do Espírito Santo.”

Foi o que disse o prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos, Cardeal Fernando Filoni, esta quarta-feira (24/05) em Ebebiyn, na Guiné Equatorial – país da costa ocidental da África –, durante a missa com a tomada de posse do novo bispo da diocese, Dom Miguel Nguem Bee.

O prelado de 47 anos, que até sua nomeação episcopal era superior provincial dos salesianos, foi ordenado bispo pelo próprio Cardeal Filoni sábado passado, dia 20. “O Santo Padre o escolheu porque, embora jovem, é uma pessoa com válida experiência de vida sacerdotal e de preparação humana e espiritual”, disse o purpurado.

Crer sempre na ação da graça

Os votos do prefeito de Propaganda Fide a Dom Miguel foram o de “crer” na ação da graça, de não desencorajar-se e, como São Paulo, fortalecido pelo encontro com Cristo, colocar n’Ele toda a confiança.

“Geralmente não se veem logo os resultados, então é preciso dar tempo para o crescimento deles. Muitas vezes somos tentados pela necessidade de ver resultados das nossas obras, a ponto de alguém perguntar se vale a pena fazer algo quando não temos a certeza de obter retorno”, enfatizou o Cardeal Filoni.

A força da Igreja vem do Alto

“A força da Igreja, a força do catolicismo na Guiné Equatorial e na Diocese de Ebebiyn é a força que vem do Alto. Esta força é mais forte do que nossas possibilidades, é capaz de transformar nossos esforços – que parecem pouco promissores – num rio de graça”, prosseguiu

O purpurado indicou como modelo o anúncio do Evangelho feito pelos santos apóstolos Pedro e Paulo: “Tudo foi obra do Espírito Santo que agia neles e através deles. Tenham a coragem de deixar-se guiar pela potência e pelos dons do Espírito!”

Olhar para Maria Auxiliadora quando nos sentimos fracos

Dirigindo-se ao novo bispo de Ebebiyn, o prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos indicou a Virgem Maria, no dia da festa de Nossa Senhora Auxiliadora, como mãe sempre solícita a escutar e oferecer “seu auxílio materno, em particular, quando temos momentos de desencorajamento ou de medo, quando nos sentimos fracos diante dos desafios que parecem maiores do que nossas possibilidades.” (RL/PO)

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