Cardeal Cláudio Hummes visita a Comissão de Direitos Humanos

Cardeal Cláudio Hummes

Cardeal Cláudio Hummes

Em viagem recente aos Estados Unidos comunidades indígenas e tradicionais apresentaram casos de violações à Comissão Interamericana de Direitos Humanos numa audiência realizada em Washington. As comunidades foram acompanhadas por representantes da Rede Eclesial Pan-Amazônica . O presidente da Repam, Cardeal Cláudio Hummes, que também esteve em reunião com membros da Comissão Interamericana de Direitos Humanos comentou as questões em voga no momento.

Como avalia a apresentação de recorrentes violações de direitos durante encontro com a Comissão Interamericana de Direitos Humanos?

Dom Cláudio Hummes – A apresentação foi muito positiva. Apareceu muito claramente o interesse que eles têm em acompanhar toda essa questão dos direitos humanos. Eles também querem ser atuantes. Eu não percebi como uma mera formalidade, pois, de coração, eles também estão empenhados nisso e conhecem a importância de um acompanhamento.

Nós temos muita esperança, porque já há uma espécie de protocolo assinado. E eles esperam da nossa parte que nós também possamos apresentar questões bem documentadas. Por isso que ajudamos as lideranças indígenas, para que eles mesmos preparem esse material. Nós vamos acompanhando, mas sempre com essa clareza de que são os próprios indígenas e comunidades que levam essas denúncias a essa comissão. A Repam também pediu a comissão que também nos ajudasse em ter um panorama um pouco mais claro de como está a questão dos direitos humanos na região pan-amazônica.

É a Repam que oferece meios para formar e capacitar essas lideranças?

Dom Cláudio Hummes – E foi muito bom esse processo, porque eles mesmos sentiram que podiam chegar ali, serem recebidos e perceberem o interesse que há dos direitos humanos.

A questão da violação, está mais ligada a terra?

Dom Cláudio Hummes – São três grandes questões que ficaram claras por lá. Em primeiro lugar a questão da consulta prévia, ou seja, ouvir as comunidades indígenas e outras no mesmo território. Que isso seja algo importante e não uma escuta formal. A consulta de tem de ser algo de peso.

A segunda grande área é a demarcação de terra e também a invasão de terra e o risco que estão correndo, ou seja, o risco de algumas comunidades de perderem terras já demarcadas, e toda a questão muitas vezes de como essas terras são invadidas.

E uma terceira área é uma espécie de criminalização dos defensores dos direitos humanos, o poder público criminaliza aqueles que defendem esse povo e essa comunidade. Muitas vezes vimos muitos morrerem por defender tais causas. É uma área muito sensível em que a comissão atua. Nós insistimos muito para que seja levado a sério, porque existe muita gente ameaçada. Gente que se dedica a defender essas populações, como, advogados, padres, agentes e lideranças das próprias comunidades, são tidos como aqueles que levam as comunidades a resistirem e se rebelarem. É uma área muito difícil, mas que nós insistimos e queremos colaborar junto com essa comissão, na busca das denúncias e na punição, porque não basta só denunciar é preciso punir, porque a impunidade é sempre alimento pra novas crimes.

Nós acreditamos que a comissão vai fazer os anseios chegarem a Corte de Direitos Humanos e vão existir julgamentos dessas denúncias. É importante a visibilidade de denúncias para que a sociedade tome conhecimento de que existe um trabalho e no caso aqui, é a Igreja. A Repam é um organismo da Igreja e do Celam, que estão assumido esse serviço em favor das populações.

É uma atitude profética da Igreja?

Dom Cláudio Hummes – Com certeza, é profética no sentido de informar, mas também de procurar mostrar caminhos de solução, porque denunciar apenas é muito fácil. A gente tem que colaborar elaborando soluções.

O senhor também se encontrou com o episcopado em Washington, como foi esse diálogo?

Dom Claudio Hummes – Fomos recebidos pelo presidente da conferência episcopal norte-americana e por um bispo que era de um departamento de justiça e paz, eles nos receberam e nos acolheram muito bem e prometeram total apoio, nas atividades do Repam.

Nós também estamos buscando uma interação com as universidades. Em primeiro lugar porque elas podem oferecer muita ajuda ao nosso trabalho, por meio de embasamentos científicos, seja com pesquisa ou com pessoas especializadas e assessorias que podem nos oferecer um conhecimento sobre o que é a realidade amazônica. Recebemos um grande apoio das universidades dos Jesuítas. Aqui no Brasil também já programamos um encontro com os reitores das “PUCs” para promover parcerias.

Encontrou políticos?

Dom Cláudio Hummes – Encontramos com dois congressistas católicos que se interessaram por essa questão e estão interessados em marcar uma audiência. A rede ela é eclesial e aos poucos vamos juntando novos elos. Essa questão de qualificar agentes locais é exatamente importante, pois por pequena que seja, por mais vulnerável e pobre que seja, as comunidades vão poder sentir que pode qualificar membros como agentes de suas necessidades e sentir que existe uma grande rede que de alguma forma se solidariza com eles, que eles têm a quem apelar e gritar.

a12.com

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Cartazes de apoio ao Papa são afixados e distribuídos em Roma

Desde a Sexta-feira Santa (14), moradores e turistas que transcorrem as festividades de Páscoa em Roma puderam se deparar com cartazes, escritos em italiano e em inglês, de apoio ao magistério do Papa Francisco. Segundo a Agência de Notícias AGI, a iniciativa faz parte do projeto filantrópico “Rome Loves the Pope Posters” (Roma ama os cartazes do Papa, em tradução livre), do The Global Tolerance Initiative (do site loveistolerance.com).

São mais de 1000 cartazes do Papa: 300 estão sendo afixados na capital eterna e nos arredores do Vaticano até o próximo dia 22, e outros 700 foram distribuídos a estudantes, padres, nas igrejas e aos meios de comunicação da cidade.

A manifestação expressa gratidão e apreço pelo que vem fazendo o bispo de Roma: “Obrigado, Papa Francisco! Pelo empenho profundamente cristão de Amor e Misericórdia, como clamado por Jesus na nossa Bíblia Sagrada”; “que possam, todos os cardeais, bispos e sacerdotes, ler a nossa Bíblia Sagrada com alma aberta e seguir o Seu sábio conselho, animados por um grande amor. Rezemos todos pela Sua Pessoa e pela Igreja com ‘coração racional e alma cheia de amor’”.

The Global Tolerance Initiative foi fundado em 2008 pelo filantropo alemão, Hubertus Hoffmann, para promover a tolerância e o respeito entre as religiões, minorias étnicas e raças, através de boas práticas desenvolvidas no mundo inteiro, baseadas na Carta das Nações Unidas. (AC)

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Papa: alimentar desejo de paz e aspirar ambiente livre de degradação

O Papa Francisco rezou a oração do Regina Caeli, nesta segunda-feira (17/04), feriado na Itália e no Vaticano, com os fiéis e peregrinos reunidos na Praça São Pedro.

O Pontífice sublinhou que “nesta segunda-feira de festa, conhecida como ‘Segunda-feira do Anjo’, a liturgia faz ressoar o anúncio da Ressurreição”, proclamado no Domingo de Páscoa: ‘Cristo ressuscitou, aleluia!

“No Evangelho de hoje, podemos ouvir o eco das palavras que o Anjo dirigiu às mulheres que correram ao sepulcro: ‘Vão depressa contar aos discípulos que ele ressuscitou dos mortos’.”

“Sentimos como dirigido também a nós o convite a ir depressa anunciar aos homens e mulheres do nosso tempo esta mensagem de alegria e esperança. De esperança porque desde que, na aurora do terceiro dia, Jesus crucificado ressuscitou, a última palavra não é mais da morte, mas da vida! Esta é a nossa certeza. A última palavra não é o sepulcro, não é da morte, é da vida! Por isso, repetimos tanto: Cristo ressuscitou! Por que Nele o sepulcro foi vencido, e nasceu a vida.”

“Em virtude desse evento, verdadeira e própria novidade da história e do cosmo, somos chamados a ser homens e mulheres novos, segundo o Espírito, afirmando o valor da vida. Isso é começar a ressurgir!”

“Seremos homens e mulheres de ressurreição, homens e mulheres de vida se, em meio às vicissitudes que afligem o mundo, e são muitas, em meio à mundanidade que distancia de Deus, soubermos fazer gestos de solidariedade, gestos de acolhimento, alimentar o desejo universal de paz e aspirar um ambiente livre de degradação. São sinais comuns e humanos, mas que, sustentados e animados pela fé no Senhor ressuscitado, adquirem uma eficiência bem superior às nossas capacidades. Sim, porque Cristo está vivo e operante na história por meio de seu Santo Espírito: resgata as nossas misérias, alcança todo coração humano e doa novamente esperança ao oprimido e sofredor.”

O Papa pediu à Virgem Maria, “testemunha silenciosa da morte e da ressurreição de seu filho Jesus, para que nos ajude a ser sinais límpidos de Cristo ressuscitado entre os acontecimentos do mundo, a fim de que os que se encontram nas tribulações e dificuldades não permaneçam vítimas do pessimismo e da derrota, da resignação, mas encontrem em nós muitos irmãos e irmãs que oferecem o seu apoio e consolo”.

“Que a nossa Mãe nos ajude a crer fortemente na ressurreição de Jesus. Jesus ressuscitou! Está vivo aqui entre nós e este é um mistério de salvação admirável com a sua capacidade de transformar os corações e a vida. Que ela interceda de modo particular pelas comunidades cristãs perseguidas e oprimidas em várias partes do mundo, chamadas a um testemunho difícil e corajoso.”

Na luz e alegria da Páscoa, o Papa Francisco convidou todos os presentes na Praça São Pedro a rezar o Regina Caeli, oração que durante cinquenta dias, até o Pentecostes, substitui o Angelus.

Depois da oração do Regina Caeli, o Papa Francisco saudou as pessoas presentes na Praça São Pedro, famílias, grupos paroquiais, associações e peregrinos provenientes da Itália e várias partes do mundo.

“Que vocês transcorram serenamente estes dias da Oitava de Páscoa, em que se prolonga a alegria da Ressurreição de Cristo. Aproveitem esta boa ocasião para serem testemunhas da paz do Senhor ressuscitado.”

“Boa e Santa Páscoa a todos! Por favor, não se esqueçam de rezar por mim”, concluiu Francisco.

(MJ)

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Estátua de cera de Papa Francisco é apresentada em Petrópolis

Petrópolis

O dia de Páscoa da comunidade de Petrópolis (RJ) teve uma atração especial: o Museu de Cera da cidade recebeu uma escultura de Papa Francisco. Ela foi apresentada pela primeira vez neste domingo (16), em missa realizada na Catedral São Pedro de Alcântara. O local, que recebe cerca de 800 visitantes por final de semana, já conta com um total de 28 estátuas, entre elas, a de João Paulo II.

A réplica do Papa Francisco ficou pronta depois de seis meses de trabalho de uma equipe de artesãos de Londres, tem tamanho e proporções reais ao Pontífice, cabelos naturais e implantados fio a fio. As informações são da imprensa brasileira.

O museu fica aberto de terça a domingo, no Centro Histórico de Petrópolis. Outras informações podem ser conferidas no site oficial: museudeceradepetropolis

Sobre o Museu

Museu de Cera de Petrópolis é o primeiro no Brasil com padrões artísticos internacionais de hiper-realismo, no qual personalidades nacionais e internacionais são retratadas com perfeição.

As esculturas exibidas no MC são produzidas por estúdios americanos e ingleses. Elas retratam com perfeição a textura da pele, os fios de cabelo e até mesmo os olhos dos personagens. Todas foram produzidas em tamanho real.

O casarão do museu foi construído no início do século XX em estilo espanhol. O imóvel, tombado pelo IPHAN, respeita todas as suas características históricas.

O MC está localizado no Centro Histórico de Petrópolis, próximo aos principais pontos turísticos da cidade.

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Um rápido diagnostico para conhecer os jovens millenials! (II)

São muitas as características que definem a geração do milênio, porém uma característica fundamental é que se trata da geração que cresceu o contexto da “globalização. A globalização experimenta o mundo como uma aldeia global, consequência das mudanças espocais que aconteceram com a tecnologia da informação, da comunicação e do transporte. Todos percebemos que ocorreu um drástico corte das distancias. Agora os povos e lugares estão conectados e ‘online‘ muito mais facilmente e agora, viver no mundo se parece a viver numa aldeia. Poderíamos definir a globalização como a contração de tempo e espaço, que resulta na crescente interdependência dos povos de diversas nações e culturas.

Esta geração é a que cresceu com a internet, com os smartfones, com as redes sociais, com a realidade virtual. Este é o mundo que eles habitam e que molda sua consciência, valores e atitudes. Assim poderíamos parafrasear a frase de descartes ‘Penso logo existo’ em ‘Estou conectado, logo existo‘. Os que pertencem a esta geração, estão permanentemente conectados à Internet, com o mundo virtual, e nas redes sociais. Se não estão, não existem. Existem somente se estiveram conectados. ‘Colligo, ergo sum’.

A geração dos millenials, também muitos a denominam como a ‘geração pós-moderna‘. O pós-modernismo é um movimento do final do século XX que se manifestou no âmbito das artes e da arquitetura, da literatura, da música e da filosofia, como reação ao ‘modernismo’ e distanciamento de si mesmo.

Vejamos rapidamente o que foi o modernismo, movimento filosófico que nasceu do fenômeno do iluminismo do século XVIII na Europa. A razão devia emancipar-se para buscar a verdade. O modernismo foi impulsionado pela revolução industrial que trouxe profundas transformações na sociedade ocidental no final do século XIX e início do século XX. Temos neste contexto modernista o desenvolvimento das sociedades industriais e o crescimento das cidades.

O modernismo supõe confiança na razão e na racionalidade, afirmação do poder dos seres humanos para criar, melhorar e remodelar o médio-ambiente com a ajuda da experimentação, do conhecimento científico e da tecnologia. Porém esta confiança na razão e no poder do ser humano de alcançar o progresso, caiu por terra com os dois conflitos ou guerras mundiais. Esta experiência horrível de milhões de mortos, levou ao surgimento do pós-modernismo na segunda metade do século XX.

O pós-modernismo como reação ao modernismo rechaça os seguintes aspectos da vida humana:

a) Confiança excessiva no poder da razão. Esta pode ser objeto de contaminação e de exploração, e tem significados muito diferentes nas diversas culturas.

b) O primado e a fiabilidade dos dados empíricos. O modernismo apostava no “nada mais que os fatos, a razão analisa e esclarece e todos podem ver e entender. Os pós modernistas contra argumentam de que não existe tal coisa como “nada mais que os fatos”. Os fatos nos chegam sempre de formas culturais muito diferentes.

c) A exclusão das visões mítico-místicas do mundo. A ciência, com seu método empírico é o arbitro final a respeito das coisas. Os pós – modernistas questionam esta autoridade normativa da ciência e afirmam que existem outros caminhos par conhecer o mundo que não podem ser reduzidos a formulas, como os mitos e a experiência mística.

d) A busca das verdades universais. Não é somente impossível, mas é visto como algo muito perigoso. Os povos, e culturas, são mais diferentes do que parecem. Este é um dos pilares do Pós-modernismo, isto é que as verdades universais são perigosas e as diferenças são portadores de vida. O pós-modernismo se caracteriza pelo domínio da diversidade. As coisas diferentes podem estar inter-relacionadas, conectadas, integradas, porem nunca ao ponto de perder a diversidade. A diversidade domina a unidade, e isto deveria alegrar-nos, porque do contrário a vida e sua evolução se tornariam aborrecidas. Se eliminarmos a diversidade da vida, estamos eliminando sua vitalidade.

O pós-modernismo vê o mundo como algo permanentemente inacabado e inconcluso, promove a noção do pluralismo, isto é muitas formas de conhecimento e que um fato pode ter muitas verdades. O conhecimento é relacional e todas as realidades estão inter-relacionadas.

Padre Leo Pessini

a12.com

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