49º Dia Mundial da Paz refletirá sobre a indiferença na vida em sociedade

Papa Francisco

Fraternidade, fundamento e caminho para a paz

“A indiferença em relação aos flagelos do nosso tempo é uma das causas principais que prejudica a paz no mundo”, destacou o Conselho Pontifício Justiça e Paz em comunicado sobre o 49º Dia Mundial da Paz. A celebração ocorrerá em 1º de janeiro de 2016 e, para esta ocasião, o papa Francisco escolheu como tema da mensagem “Vence a indiferença e conquista a paz”. A data foi instituída pelo beato Paulo VI, sendo uma proposta da Santa Sé ao mundo.

O anúncio do título da reflexão aconteceu na terça-feira, 11, no Vaticano. Conforme informou o dicastério, “a paz é possível ali onde o direito de cada ser humano é reconhecido e respeitado, segundo a liberdade e a justiça”. Esta será a terceira mensagem do pontificado de Francisco para o Dia Mundial da Paz. Em 2014, a data foi inspirada na temática “Fraternidade, fundamento e caminho para a paz.

A paz é possível

No comunicado, o Conselho Pontifício constatou que a indiferença está “associada a várias formas de individualismo que produzem isolamento, ignorância, egoísmo e isso leva ao desinteresse”. É considerada pela Igreja como uma das “pragas do tempo atual e uma das causas principais da falta de paz no mundo.

O texto recorda, ainda, que a paz deve ser conquistada, mas não sem esforços, conversão, criatividade e diálogo. “Trata-se de sensibilizar e formar o sentido de responsabilidade em relação às graves questões que afligem a família humana, como o fundamentalismo e seus massacres, as perseguições por causa da fé e de pertença étnica, as violações da liberdade e dos direitos dos povos, o abuso e a escravidão das pessoas, a corrupção e o crime organizado, as guerras que causam o drama dos refugiados e dos emigrantes forçados”, apontou o Conselho.

 

49º Dia Mundial da Paz refletirá sobre a indiferença na vida em sociedade
CNBB com informações da Rádio Vaticano

Lidando com as divisões no Ministério de Música

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Coral Canção Nova na Via Sacra

Aprendemos com o padre Jonas Abib que somos um só corpo. Se adentrarmos o contexto no qual está inserida a realidade de um corpo, poderemos concluir que um corpo saudável precisa ter seus órgãos, membros, corrente sanguínea, coração, ondas cerebrais, tudo funcionando em um nível mínimo de harmonia, suficiente para que ele sobreviva e se sinta saudável.

Assim, podemos dizer, é o nosso ministério de música. Nele temos a cabeça, os outros membros, órgãos vitais, partes internas que nunca aparecem ou são expostas, enfim, cada um tem a sua função e formas bem definidas.

Quando alguma coisa não funciona bem neste “corpo” ou quando algo está fora do lugar, nós abrimos brechas que podem trazer sérios problemas para a saúde do nosso ministério.

Quando sentimos alguma dor, é necessário parar o que estamos fazendo, ir ao médico e verificar as causas da dor. Isto fará com que tenhamos o diagnóstico e, em seguida a receita certa para combatermos a doença e, conseqüentemente, seremos aliviados de toda dor.

Aqui é preciso esclarecer algo muito importante: o nosso ministério não pode ser rico em divergências, senão ele será um corpo doente, onde por alguma razão os órgãos não funcionam como deveriam, onde um problema segue outros secundários. O nosso “corpo” é por si só rico em diversidades. Como dissemos, cada órgão, parte, membro, tem sua forma e função específica, e por isso, são diferentes.

As diferenças são riquezas e não barreiras. Partindo delas, encontraremos o melhor caminho para a unidade. Respeitando quem pensa diferente, acolhendo quem tem a coragem de questionar e, em conjunto discernir, com muita oração, o melhor caminho. Se isso acontecer, não daremos lugar à divisão, mas valorizaremos a nossa diversidade.

Somos um corpo. Dentro de um corpo não pode haver divisões, pois a nossa divisão vem do diabo e a nossa diversidade vem de Deus!

A harmonia no corpo é obra do Espírito Santo de Deus! Por isso, precisamos estar cheios do Espírito Santo.

Que o Espírito Santo ilumine e abençoe o seu ministério!
Unidos pela missão!

 

Semana Nacional da Família 2015: Dificuldades e alegrias da formação humana e cristã dos filhos
Márcio Todeschini

Somos cristãos que distanciam o povo de Jesus ou o aproxima Dele?

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“Existem cristãos que se preocupam somente com a sua relação com Jesus, uma relação fechada, egoísta, e não ouvem o grito dos outros”. Foi o que disse o Papa Francisco na missa celebrada na manhã desta quinta-feira (28/05), na capela da Casa Santa Marta, no Vaticano.

Comentando o Evangelho sobre o cego Bartimeu, que grita por Jesus para ser curado mas é repreendido pelos discípulos para que se calasse, o Papa citou três grupos de cristãos.

“Aquele grupo de pessoas que, também hoje, não ouve o grito de muitos que precisam de Jesus. Um grupo de indiferentes: não ouvem e creem que a vida seja aquele seu grupinho ali. Estão felizes, mas surdos ao clamor de muita gente que precisa de salvação, que precisa da ajuda de Jesus, que precisa da Igreja. Essas pessoas são egoístas, vivem para si mesmas. São incapazes de ouvir a voz de Jesus.”

Negociantes

Depois, disse ainda o pontífice, “existem aqueles que ouvem esse grito de ajuda, mas querem que fique calado”. Como quando os discípulos distanciaram as crianças “para que não incomodassem o Mestre”. “O Mestre era deles, para eles e não para todos. Essas pessoas afastam de Jesus aqueles que gritam, que precisam de fé, que precisam de salvação”, disse ainda Francisco. “Dentre elas existem aqueles que fazem negócio, que estão perto de Jesus, estão no templo, parecem religiosos, mas Jesus os expulsa, porque negociavam ali, na casa de Deus.”

“São aqueles que não querem ouvir o grito de ajuda, mas preferem fazer seus negócios e usam o povo de Deus, usam a Igreja para fazer seus comércios. Esses especuladores distanciam as pessoas de Jesus”. Nesse grupo existem os cristãos “que não dão testemunho”:

Intransigência

“São cristãos de nome, cristãos de salão, cristãos de recepção, mas a sua vida interior não é cristã, é mundana. Uma pessoa que se diz cristã e vive como um mundano, afasta aqueles que pedem ajuda a Jesus. Depois, há os rigorosos, aqueles que Jesus repreende, que colocam fardos nas costas das pessoas.”

O terceiro grupo de cristãos é “aquele que ajuda a se aproximar de Jesus”:

“Existe o grupo de cristãos coerente com aquilo que crê e o que vive, e ajuda a se aproximar de Jesus as pessoas que gritam pedindo salvação, a graça e a saúde espiritual para a sua alma.”

“Nos fará bem fazer um exame de consciência”, concluiu Francisco, para entender se somos cristãos que distanciam as pessoas de Jesus ou as aproximam Dele, pois ouvimos o grito de muitos que pedem ajuda para a própria salvação.

 

Papa: somos cristãos que distanciam o povo de Jesus ou o aproxima Dele?
Fonte: Rádio Vaticano

Ovelhas sem pastor

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São Marcos relatou que Jesus “viu uma grande multidão e compadeceu-se dela porque eram como ovelhas sem pastor”. Ele foi tomado de piedade e comiseração no mais íntimo de seu ser e “começou a ensinar-lhes muitas coisas” (Mc 6,34). Grande era, de fato a afeição do Mestre e Pastor divino com relação ao povo e antes de multiplicar os pães para alimentá-lo, ofereceu-lhe o pábulo espiritual da palavra divina. Tudo fluindo da ternura de seu coração, oceano infinito de misericórdia. Jesus contemplou ovelhas vulneráveis, expostas à cupidez de mercenários que procuravam tirar proveito delas. Elas precisavam de pastores verdadeiros que as guiassem nos caminhos da verdade e da vida. Diante de Jesus estava uma massa dispersa e informe à qual faltava uma mensagem vital para o corpo e a alma.

Naquele tempo uma elite dominante já explorava sem escrúpulos as multidões e isto consternava Jesus. Aquelas ovelhas precisavam de um Mestre e de um autêntico Pastor pelo qual inconscientemente aspiravam. Jesus, porém, lá estava perto de uma multidão que desejava palavras de vida eterna e de alguém que compartilhasse suas misérias. Estavam abatidos, prostrados. Sábio, Cristo toma logo medidas práticas, imediatas e primeira providência urgente era os instruir sobre o Reino de Deus e fez isto até o cair da tarde. Estavam todos embevecidos, encantados e atentamente O escutavam. Nós, também, devemos imitar Jesus estando cuidadosos para com as pessoas que nos rodeiam e que tantas vezes precisam de uma palavra de conforto, de uma ajuda eficiente. Jesus transmitia a fé no destino eterno, o que deve também fazer todo aquele que O segue. Quantas pessoas vivem na insegurança precisando de um auxílio oportuno, desviados na sexualidade, nos defeitos de caráter, no apego às coisas materiais! Não valorizam seus talentos, seus valores pessoais e levam assim a desordem para o meio familiar e social em geral.

O seguidor de Cristo pode levantar os ânimos, abrindo-lhes os horizontes da esperança, da fraternidade, do progresso individual. Então eles estarão mais seguros de si mesmos e não terão medo diante dos embates da existência. Eles precisam ser valorizados, percebendo sua dignidade e o gosto de viver e progredir. O batizado deve, portanto, dentro de suas possibilidades ser pastor que aponte veredas luminosas para muitos. O que o próximo espera é a escuta amiga, a cortesia, a amizade, o amparo. Jesus era um Pastor que amava suas ovelhas e, por isto, tendo visto suas necessidades se comoveu, mas logo lhes veio com auxílios oportunos. Os que estão a nossa volta querem também compreensão, confiança, arrimo. O batizado deve ser o portador do grande amor de Cristo. Ele conta com cada um de seus seguidores para serem testemunhas vivas de seu olhar amoroso. É o desafio que Ele lança sempre a quem se diz cristão, como observou o teólogo Serge Lefebvre.

Mais do que simples piedade condescendência é necessária a ação no dia a dia, quando todos estão a serviço dos outros em casa, no local de trabalho, nos estudos para serem bons profissionais, nos lugares de lazer, enfim onde quer que estejam. Olhos de lince para enxergar as necessidades alheias e não ser nunca um motivo de mais sofrimento em seu derredor. Afáveis e humildes de coração como Jesus, será possível irradiar a verdade por toda parte. Jesus teve compaixão da multidão e seu discípulo deve possuir a mesma atitude, pois a piedade para com o próximo é a perpétua melodia da humanidade. Difunde o esplendor e circunda de auréola quem sofre e padece, iluminando-lhe o futuro com os raios de bondade. Grandiosa a tarefa do verdadeiro cristão na alheta de Cristo!

 

Ovelhas sem pastor 
Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho
Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos.

A Sabedoria de Jesus

A sabedoria de Jesus

“Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”

Na Sinagoga de Nazaré todos ficaram encantados com as palavras do Mestre Divino, Jesus Cristo, e exclamavam: “Que sabedoria foi esta que lhe foi dada’? ( Mc 6, 2). Cristo era a fonte mesma da sabedoria. Todas as palavras que quisermos escolher jamais poderiam traduzir a grandeza do Filho de Deus, Sabedoria infinita. Ele era bem mais do que um simples sábio. São Lucas assinalou que o Menino Jesus se fortificava e estava cheio de sabedoria (Lc 2,40). O mesmo evangelista registrou que no templo de Jerusalém, ainda criança, suas respostas maravilharam os mestres que ali estavam (Lc 2,47). Mais tarde em Nazaré seria na Sinagoga de sua terra que seus ouvintes seriam arrebatados com suas divinais palavras. Durante sua vida pública ele empregou parábolas, citou provérbios e revelou uma cultura que não conhecia fronteiras.

Até Ernest Renan, famoso escritor francês, homem sem fé, reconheceu que a Parábola do Filho Pródigo é uma das joias da literatura universal. É que Jesus mesmo pôde atestar que sua sabedoria era muito maior do que a de Salomão (Mt 12,42). Deve-se se notar que no Antigo Testamento a Sabedoria existe em Deus desde toda a eternidade. Está no Livro do Eclesiástico a referência à Sabedoria: “ Eu saí da boca do Altíssimo e como vapor cobri a terra […] Antes dos séculos, desde o princípio (o Altíssimo) me criou e por todos os séculos não deixarei de existir” (Ecl 24, 3. 9). A Sabedoria participa da criação de tudo e foi enviada ao mundo (Pv 8,30). Pois bem, esta Sabedoria é Jesus como São João bem mostrou: “No começo era o Verbo e o Verbo era Deus […] Tudo foi criado por Ele [..] E o Verbo se fez carne e habitou entre nós” ( Jo 1,2-3. 9). Então a luminosa claridade da Sabedoria Eterna brilhou nesta terra. Ele a imagem do Deus invisível, primogênito da criação, reflexo da glória divina, palavra encarnada no tempo.

Eis por que ele se distinguia dos escribas e não tivera a necessidade de seguir um programa de formação de teólogo especialista. Apresentou-se como um verdadeiro Profeta. Legislador e Taumaturgo. Quem percorre com atenção os Evangelhos percebe que Ele adotou o gênero literário sapiencial com um discurso maravilhosamente persuasivo. Jesus foi um pregador inigualável, um orador que superou os maiores tribunos da Grécia e de Roma e que nunca seria sobrepujado através dos tempos. Suas bem-aventuranças, suas promessas de felicidade e de êxito em busca de um reino eterno, suas sentenças fulgurantes, suas belíssimas comparações, suas normas de vida O distinguem de todos os outros doutores. Enigmas eram resolvidos a nível profundo. Seus adversários eram desmascarados com uma finura extraordinária como aconteceu, por exemplo, quando O quiseram jogar contra o Império romano, ao indagarem se deveriam ou não pagar tributo a César. Sua resposta foi incisiva e até irônica: “Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”. Queriam apedrejar uma mulher adúltera, Ele se inclina a escrever no chão e, depois, com voz forte argui: “Quem estiver sem pecado atire a primeira pedra”. Os acusadores se retiram, a começar pelos mais velhos. Ele, porém, não passou recibo nos pecados daquela mulher, dado que com ternura lhe diz: “Não tornes mais a pecar”.

Seus conselhos registrados pelos evangelistas, entendidos no âmbito mais vasto e universal possível, são dirigidos a todos os homens de todos os tempos e lugares de modo personalizado. Então, ao se refletir sobre a sabedoria de Jesus cumpre a cada um se indagar se realmente frequenta na prática a Escola deste Mestre admirável, Conselheiro sapientíssimo. Quem se matricula no Educandário de Jesus e vive o que Ele ensinou jamais se sentirá frustrado, pois terá captado o verdadeiro sentido da vida. Ele é, realmente, a Palavra Eterna e jamais alguém doutrinou como Ele. Nenhuma obra literária jamais publicada, nem mesmo a mais bela, a mais maravilhosa na forma, a mais rica no conteúdo, nunca teve o esplendor do Evangelho. Nele se acha toda a revelação de Deus; nele se depara a paz, por ele se resolvem os problemas humanos mais complexos. A doutrina do Filho de Deus é a manifestação fidedigna da Verdade que liberta, mostra o caminho seguro da beatitude, e conduz à vida beatífica na eternidade. Ninguém nunca falou com tanta sabedoria como Jesus falou!

 

A Sabedoria de Jesus
Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho
Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos.