Papa Francisco anuncia o desejo de visitar o Japão em 2019

Anúncio aconteceu no Vaticano, durante visita de membros de associação proveniente do Japão

Premiê japonês conversa com o Papa já em 2014

Na manhã desta quarta-feira, 12, o Papa Francisco anunciou a membros da Associação Tensho Kenoho Shisetsu Kenshokai, proveniente do Japão, seu desejo de visitar o Japão em 2019. O grupo foi recebido na antessala Paulo VI, no Vaticano, e estava acompanhado por dois sacerdotes: Renzo De Luca e Shinzo Kawamura. “Gostaria de anunciar-lhes a minha vontade de visitar o Japão no ano que vem. Espero poder fazê-lo”, foi a afirmação do Santo Padre.

Francisco fez elogios à Associação Tensho Kenoho Shisetsu Kenshokai, promotora de projetos de cultura e solidariedade; e encorajou os jovens a prosseguirem o esforço de criar um fundo de ajudas para a formação de jovens e órfãos, com a contribuição de empresas sensíveis a seus problemas.

“Vocês querem demonstrar que a religião, a cultura e as finanças podem colaborar pacificamente para criar um mundo mais humano e caracterizado pela ecologia integral. E isto concorda plenamente com os meus desejos para a humanidade de hoje e de amanhã, assim como escrevi na Carta Encíclica Laudato Si. É o caminho certo para o futuro de nossa Casa Comum”, comentou o Pontífice.

Despedindo-se do grupo, Francisco agradeceu a visita e pediu aos japoneses que levassem a seu maravilhoso povo e a seu grande país, a amizade do Papa de Roma e a admiração de toda a Igreja católica.

 

Vatican News / Portal Kairós

Quais são os venenos que podem sair da nossa língua?

Rezemos para Deus quebrar as maldições que chegaram a nós pela língua

Nenhuma pessoa consegue dominar a língua. É um mal incontrolável e cheio de veneno mortal, pois, com a língua, bendizemos o Senhor e Pai, porém, ela amaldiçoa nossos semelhantes criados à imagem de Deus.

A Palavra de Deus, no livro de Tiago 3,7, relata-nos: “Porque toda a natureza, tanto de bestas feras como de aves, tanto de répteis como de animais do mar, amansa-se e foi domada pela natureza humana”.

Oremos e reflitamos com a Palavra de Deus

O Livro de Provérbios 18,21 nos diz que a língua pode ser uma fonte de vida ou um veneno mortífero, pode dar vida ou matar. Já Tiago 3,2 diz: “Todos tropeçamos de muitas maneiras. Se alguém não tropeça no falar, tal homem é perfeito, sendo também capaz de dominar todo o seu corpo”.

Veja a importância das nossas palavras, pois se alguém não tropeça no falar, é perfeito.

O homem pode domar toda espécie de feras, aves, répteis e seres marinhos, mas nenhum dos homens é capaz de domar a língua. Ela é o mal incontido e carregado de veneno mortífero, por isso, veja como é importante fazermos uma reflexão de oração, porque o pecado da língua é tão sério, que ocupa todo o capítulo 3 e parte do capítulo 4 da epístola de São Tiago.

Muitos males têm sido causado por uma só palavra proferida, porque elas ferem, matam, magoam, semeiam dúvidas, fazem pecar e geram ódio. Uma palavra ou uma frase pode doer mais que qualquer dor física.

A dor física pode cessar com um medicamento, mas a dor provocada por uma palavra ou frase, muitas vezes, nem o tempo apaga; e quando apaga, costuma deixar cicatrizes de muita dor e sofrimento na vida e na alma das pessoas.

Destruindo as palavras negativas

Senhor, quero pedir que venha destruindo toda a ação de miséria, dor e sofrimento que estão acabando com nossa vida por palavras ou frases negativas que recebemos. Que Deus destrua toda palavra que foi proclamada contra nós e família, as quais representamos.

Conceda-nos, agora, uma demonstração da Sua misericórdia e uma efusão do Seu Sangue sobre o sangue de cada um de nós, eliminando todos os sentimentos de dor, mágoa, feridas ocultas causadas por palavras ou frases negativas que os nossos ouvidos possam ter ouvido e trazemos no coração.

Quebra, Jesus, toda raiz dessa maldição e cura todas as feridas, trazendo paz, harmonia e ordem na vida dos seus filhos.

Jesus, ao censurar os fariseus, disse-lhes: “a boca fala do que está cheio o coração” (Mt 12,34). E a advertiu nos versículos 36 e 37: “Mas eu lhes digo que, no dia do juízo, os homens haverão de dar conta de toda palavra inútil que tiverem falado. Pois por suas palavras você será absolvido, e por suas palavras será condenado”.

Olha que palavra forte Jesus pronunciou, porque não há nada pior que a língua, e nada melhor do que a língua, pois depende do modo que a usamos. Se amaldiçoamos, também carregamos os efeitos negativos do mal; se ferimos com a língua, também carregamos os ferimentos dessas feridas; mas se abençoamos, a bênção será dobrada; se proclamamos a cura para nós, a cura vem dobrada.

Quais são os pontos que precisamos analisar?

Dos venenos da língua, precisamos renunciar diariamente e pedir que o Sangue de Cristo lave cada palavra proferida da nossa boca.
A língua trabalha com palavras que destroem, e ela é indomável e incoerente, pois as palavras podem distorcer, espalhar boatos, alterar fatos para denegrir a imagem do outro. Falamos mal do próximo e, muitas vezes, calamos quando deveríamos falar, ou falamos quando deveríamos nos calar.

Que Deus nos ajude a usar a nossa língua para glorificar e abençoar o próximo. Senhor, peçamos que lave toda a nossa língua e nossa boca com o Seu Sangue, livrando-nos de todo o mal proferido pelas palavras que proclamamos. Livra-nos também lavando os nossos ouvidos de todo mal das palavras que ouvimos.

Deus está nos curando

Ele cura todos aqueles que não tinham referência, viviam na depressão e no pânico por palavras que pronunciaram negativamente contra cada um de nós. Também seremos curados das feridas que trazemos desde o ventre materno, porque seus pais diziam que não queriam esse bebê por não estarem preparados.

Essas palavras de maldição estão sendo quebradas, e todo aquele sentimento de falta de referência, de vazio e morte que sentíamos está caindo por terra, por isso recebemos a cura.

Deus está quebrando e destruindo todos os males causados na nossa vida.

Recomendo que, o livro ‘Por suas feridas fosses curados’, possamos fazer o cerco de Jericó do Sangue do Cordeiro e invocarmos as chagas e o Sangue de Jesus, para que toda a maldição da língua, para que as palavras que proferimos ou proferiram contra nós sejam quebradas.

Deus o abençoe e lhe dê a paz!

Canção Nova / Portal Kairós

A restauração da imagem de Nossa Senhora Aparecida

No Domingo, 19 de agosto, foram lembrados os 40 anos da restauração da imagem original de Nossa Senhora Aparecida, depois de ela ter sido atacada, profanada e quebrada em mais de 200 pedaços, no dia 16 de maio de 1978. Uma artista habilidosa, Maria Helena Chartuni, fez o trabalho primoroso de restauro, devolvendo novamente à pequena e simples imagem de Nossa Senhora Aparecida o seu aspecto original.

O fato foi recordado numa Santa Missa celebrada na Catedral Metropolitana de São Paulo, antes que a imagem seguisse para a Basílica Nacional, acompanhada por festiva carreata de São Paulo até Aparecida (SP), exatamente como foi há 40 anos, após o restauro. Os Missionários Redentoristas organizaram o evento, contando com sua experiência de evangelização popular.

Antes da partida do cortejo, à frente da Catedral da Sé, foi apresentada a simbologia do restauro da imagem de Nossa Senhora Aparecida, a começar pela experiência da própria artista que executou o trabalho. Ela conta em seu livro “A história de dois restauros” (2018) como o processo da recuperação da pequena imagem significou para a sua própria vida um processo de recuperação de sua fé e do sentido de sua vida.  Escreve ela: “espero que este depoimento ajude, de alguma forma, muitas pessoas perdidas, sem esperança, como fui um dia, e que a fé em algo maior que nós mesmos as ajude a encontrar paz e o equilíbrio necessários para caminhar com mais alegria e confiança neste mundo conturbado em que vivemos todos, no mesmo barco que ameaça naufragar, diante dos graves problemas atuais”.

A restauração da imagem da Padroeira do Brasil acaba sendo uma mensagem para os nossos tempos. A destruição dessa imagem simples e pequena, embora de imenso valor simbólico para nós e para nossa fé, causou enorme comoção entre católicos e não católicos. Sua restauração trouxe igualmente grande alegria ao coração dos milhões de devotos da Virgem Mãe Aparecida. Mas não devemos esquecer que existe uma imagem infinitamente mais preciosa em nós mesmos, que não deve ser descuidada, nem destruída. Cada pessoa traz em si a imagem e semelhança de Deus!

Essa imagem viva de Deus nos dá uma dignidade imensa e inimaginável. Quantas vezes esquecemos isso e desrespeitamos essa imagem em nós e no próximo! Quanta imagem de Deus profanada pelo pecado, aviltada pela discriminação e o desprezo, humilhada pela miséria e a violência! Imagens manchadas pelo pecado, pelos vícios, aviltadas pela degradação moral… Quanta imagem preciosa por aí necessitada de restauro para recuperar a sua beleza e dignidade originária!

Nossa Senhora Aparecida nos faz pensar em nossa Pátria, cuja imagem não anda boa por esses tempos. Muita violência, corrupção e injustiças sociais, perda dos valores morais, degradação social, humores agressivos e até ódio de grupos antagônicos, como nunca antes se viu no meio deste povo pacífico! Uns perdendo a paciência, outros a compostura, outros a fé e a esperança em dias melhores! Ficamos quebrados, não apenas política e economicamente, mas também moralmente! É preciso restaurar a imagem do Brasil! Todos nós podemos ser os artistas, que colocam mãos à obra para juntar os cacos dessa imagem quebrada e recuperar a autoestima perdida.

O Brasil tem urgente necessidade de recuperar a confiança em si mesmo, contando, para isso, com a participação generosa de todos os seus filhos. Vale parafrasear o conselho de um grande político: “não perguntes o que o Brasil pode fazer por ti. Pensa naquilo que tu podes fazer pelo Brasil!” O tempo da campanha eleitoral pode ser bem mais do que a busca de argumentos para superar um partido ou um candidato concorrente: este deveria ser um tempo de reflexão e de busca de convergência sobre aquilo que será útil para o Brasil e ajuda a construir a cidadania.

Que a imagem restaurada de Nossa Senhora Aparecida nos ensine a fazer a nossa parte na recuperação da imagem do nosso Brasil! Que a “Mãe de Deus e nossa, nos ajude a cuidar bem da nossa dignidade de filhos e filhas de Deus e a promover o reconhecimento e respeito pela dignidade dos irmãos”. Que a Senhora Aparecida interceda por nós e pelo povo brasileiro!

 

Cardeal Odilo Pedro Scherer
Arcebispo de São Paulo

CNBB / Portal Kairós

A relação profunda entre mãe e filho

Desde o momento da concepção, há uma relação profunda entre mãe e filho, sob os aspectos físico, psicológico e espiritual. A relação física, via cordão umbilical, estabelece uma efetiva interdependência, sob pena de não chegar ao fim a gestação, conforme as leis da natureza.

A ciência demonstra que, na fase da gestação, a relação afetiva da mãe com o embrião/feto é sumamente importante, em vista de um harmonioso desenvolvimento de sua personalidade. A dimensão espiritual da relação entre mãe e filho revela-se sempre consistente, qualquer que seja a linguagem do sentimento que expressa alegria, tristeza, confiança, apreensão. A relação entre mãe e filho é de caráter existencial. A mãe percebe isso, racional e afetivamente. Assim, as mães sabem, por experiência, que esse “denominador comum”, a maternidade, as torna mais próximas e mais solidárias, nas alegrias e adversidades do dia a dia. De seu lado, o coração do filho é o melhor termômetro de identificação do amor materno, sempre solidário.

Em razão de sua natureza e missão, a vocação à maternidade é um “chamado à santidade”. O Papa Francisco, em sua Exortação apostólica Gaudete et Exsultate, “sobre o chamado à santidade no mundo atual”, escreve: “Todos somos chamados a ser santos, vivendo com amor e oferecendo o próprio testemunho nas ocupações de cada dia, onde cada um se encontra. És uma consagrada ou um consagrado? Sê santo, vivendo com alegria a tua doação. Estás casado? Sê santo, amando e cuidando do teu marido ou da tua esposa, como Cristo fez com a Igreja. És um trabalhador? Sê santo, cumprindo com honestidade e competência o teu trabalho ao serviço dos irmãos. És progenitor, avó ou avô? Sê santo, ensinando com paciência as crianças a seguirem Jesus. Estás investido em autoridade? Sê santo, lutando pelo bem comum e renunciando aos teus interesses pessoais.” (GE, n. 14)

Na Sagrada Escritura e na história da Igreja, há mulheres que são autênticas referências de maternidade e de santidade. Nesse sentido, a Igreja Católica ensina que Maria é o protótipo de mulher, filha, esposa e mãe. Sua maternidade, que é de natureza divina, ao gerar Jesus, “concebido pelo poder do espírito Santo”, estende-se, espiritualmente, a quem faz a vontade de Deus: “Muita gente estava sentada em volta de Jesus, e lhe disseram: ‘Olha, tua mãe, teus irmãos e tuas irmãs te procuram lá fora.’ Ele lhes respondeu: ‘Quem é minha mãe e meus irmãos?’ E olhando em volta para os que estavam sentados ao seu redor, Jesus disse; ‘Eis minha mãe e meus irmãos. Pois que fizer a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe’.” (Mc 3, 32-35)

No seu calendário santoral, a Igreja propõe aos fiéis a imitação de homens, de mulheres, de casais, de filhos e filhas que, no seu tempo e lugar, cultivaram a santidade, inerente à sua vocação, como ideal de vida. Como exemplo, a Igreja celebra a memória de uma mãe e de um filho – Santa Mônica e Santo Agostinho –, respectivamente, nos dias 27 e 28 de agosto. Antes de morrer, tendo Agostinho ao seu lado, ela disse: “Filho, quanto a mim, nada mais me agrada nesta vida.

Que faço ainda e por que ainda aqui estou, não sei. Toda a esperança terena já desapareceu. Uma só coisa fazia-me desejar permanecer por algum tempo nesta vida: ver-te cristão católico, antes de morrer. Deus me atendeu com a maior generosidade, porque te vejo até como seu servo, desprezando a felicidade terrena. Que faço aqui?” De sua parte, Santo Agostinho, sempre assistido e acompanhado por Santa Mônica, após “uma juventude perturbada, quer intelectualmente, quer moralmente, converteu-se e foi batizado”.

Ele testemunha em suas Confissões: “Tarde te amei, ó beleza tão antiga e tão nova, tarde te amei! Eis que estavas dentro e eu, fora. E aí te procurava e lançava-me nada belo ante a beleza que tu criaste. Estavas comigo e eu não contigo. Seguravam-me longe de ti as coisas que não existiriam, se não existissem em ti. Chamaste, clamaste e rompeste minha surdez, brilhaste, resplandeceste e afugentaste minha cegueira. Exalaste perfume e respirei. Agora anelo por ti. Provei-te, e tenho fome e sede. Tocaste-me e ardi por tua paz.”

Nesses tempos de agressão à vida intrauterina, mediante a prática do Aborto, e a mobilização pela sua descriminalização, a defesa da vida, que é um dom de Deus, sempre deve ser feita por quem tem coração e fé. A relação entre mãe e filho, com seus traços físicos, psicológicos e espirituais, se fortalece com a voz da ternura e a força do amor.

 

Dom Genival Saraiva
Bispo Emérito de Palmares (PE)

CNBB / Portal Kairós

Reflita sobre a Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica

Uma Igreja Santa

Neste artigo, serão tratados alguns aspectos a respeito do atributo “santa”. Assim, quero afirmar, logo nas primeiras linhas deste artigo, que a nossa Igreja é santa! Uma vez feita essa afirmação, pode surgir, então, uma pergunta: “Como crer, firmemente, que a Igreja é realmente Santa diante de tantos escândalos apresentados pelos noticiários televisivos, pelas revistas e a internet?”.

Situações de desvios dentro da Igreja

Sem muito procurar, encontramos casos gravíssimos de pedofilia, roubo, desvios de dinheiro e heresias praticadas por tantos membros indignos que estão bem longe de dar testemunho da verdade e de santidade. Repito, então, a pergunta: “Como ainda podemos afirmar que a Igreja Católica é santa diante de tantos escândalos e pecados?” “Será mesmo que a Igreja Católica é santa?”.

Essa pergunta, um tanto capciosa, é respondida pelo Catecismo da Igreja Católica, no parágrafo 823, de forma concisa e direta, quer dizer, sem deixar margem para especulações: “A Igreja é, aos olhos da fé, indefectível”, ou seja, sem defeito nenhum.

Muitas pessoas podem estar cometendo um engano ao dizer que a Igreja é santa e pecadora. Essa expressão, muitas vezes ditas a esmo, pode ser deficiente ou não expressar uma verdade. O mais correto seria dizer que a Igreja é santa, formada por membros pecadores. A Igreja não é pecadora! De forma nenhuma! A diferença é sutil, mas é muito importante que sejam feitas essas distinções.

A “doença” está nos membros da Igreja, não na Igreja

Certa vez, ouvi uma explicação muito interessante de um padre. Ela pode ser usada como um bom meio para explicar essa situação que levantamos. Tente imaginar um grande clube, desses que possuem várias piscinas e tobogãs que fazem o maior sucesso no verão. Agora tente imaginar que uma parte dos sócios desse clube foram acometidos por uma doença qualquer.

Diante desse quadro, seria correto afirmar que o clube está doente? Claro que não! O clube está lá, pronto para receber seus sócios, porém, alguns não o podem frequentar, porque estão doentes. O clube, portanto, não está doente, mas alguns sócios desse clube estão doentes.

Sei que a comparação é bastante simplória, mas nos ajuda a bem entender a afirmação: “A Igreja é santa, mas formadas por pecadores”. Assim, deveríamos ter mais atenção ao afirmarmos simplesmente que a Igreja é pecadora.

Papas pedem perdão pelos erros cometidos pelos filhos da Igreja

No ano 2000, quando a Igreja e o mundo se preparavam para a chegada do Novo Milênio, o Papa São João Paulo II tomou uma atitude que movimentou os noticiários de todo mundo. Ele veio a público e pediu perdão pelos pecados cometidos pelos filhos da Igreja. Mas, o que foi noticiado pela mídia de todo o mundo foi algo bem diferente.

Basta uma rápida pesquisa nos sites de busca e você mesmo poderá comprovar. As notícias receberam os seguintes títulos: “Papa pede perdão por abusos da Igreja Católica” ou “O Papa João Paulo II pediu perdão pelos erros da Igreja”. Perceba bem, os noticiários dão conta que os “abusos” ou os “erros” foram cometidos pela Igreja.

Mais recentemente, foi a vez do Papa Francisco fazer pedidos de perdão em nome da Igreja e, mais uma vez as notícias receberam os seguintes títulos: “Papa Francisco pede perdão a Deus por falhas da Igreja” ou “Papa pede perdão pelos horrores cometidos pela Igreja”. Aqui, as “falhas” e os “horrores” também foram colocados na conta da Igreja.

Equívocos midiáticos

Note que, tanto no primeiro exemplo quanto no segundo, o erro é sempre da Igreja, nunca dos seus membros. Não se trata de fazer rigorismos com os títulos dessas notícias, mas os ajustar para que a Doutrina e o pensamento da Igreja não sejam feridos inadvertida ou indevidamente por maldade ou ignorância. Em ambos os casos, tanto o Papa São João Paulo II quanto o Papa Francisco não estavam pedindo perdão pelos pecados da Igreja, afinal, ela não é pecadora, mas pelos pecados cometidos por seus filhos.

Esta humilde conduta por parte da Igreja pode ser comparada à conduta de uma mãe que pede perdão a alguém que fora ofendido por seu filho. Não foi ela, a mãe, que cometeu a ofensa, porém, ela se sente responsável pela má conduta de seu filho. Certamente, a Igreja, ao fazer isso, está seguindo o ensinamento de Jesus que, mesmo sem ter pecado nenhum, fez-se pecador para trazer ao mundo a salvação.

A Igreja ajuda seus fiéis a alcançarem a perfeição

Para concluir, o bem-aventurado Paulo VI, no número 19 do “Motu Proprio”, lançado em 1968, em virtude da conclusão do “Ano da Fé”, afirma que a Igreja “é santa, apesar de incluir pecadores no seu seio”. Sendo assim, ela – a Igreja – “sofre e faz penitência por essas faltas”. Faltas essas, assumidas por Cristo na Cruz. O parágrafo 827 do Catecismo da Igreja Católica ainda completa afirmando que a Igreja reúne “pecadores alcançados pela salvação de Cristo, mas ainda em via de santificação”.

Sempre evite dizer que a Igreja é pecadora, pois ela não o é. Diga sempre que puder: a Igreja é santa e indefectível.

Conclusão:

No próximo artigo, trataremos o terceiro atributo da Igreja: “Católica”. Por que a Igreja é católica? Caso não queira esperar pelo próximo artigo, você já pode fazer a leitura do parágrafo 830 e seguintes do Catecismo da Igreja Católica.

Deus abençoe você. Até a próxima!

 

Seminarista Gleidson de Souza Carvalho (Instagram: @cngleidson)
Missionário da Comunidade Canção Nova

Canção Nova / Portal Kairós