Texto-base da CF recomenda organização de equipes

Campanha da Fraternidade recomenda organização de equipes para animação

As equipes pelo Brasil preparam os encontros de formação da CF 2019

O texto-base da Campanha da Fraternidade (CF) aponta as equipes regionais, diocesanas e paroquiais como estruturas constituídas para a animação deste momento de reflexão, estudo e ações práticas de conversão e mudança de realidades. Estes grupos têm algumas competências e atividades que podem ser realizadas antes, durante e depois da campanha, que ocorre no período da Quaresma.

equipe regional da CF estimula a formação, o assessoramento e a articulação das equipes diocesanas. Ela também deve planejar a CF em âmbito regional, definindo como e o que organizar, quem envolver, que calendário seguir, onde e como atuar.

Antes da campanha, pode realizar o encontro regional para o estudo do texto-base, definir atividades a serem assumidas, verificar a possibilidade da produção de subsídios adaptados à realidade local, possibilitar a troca de informações e o repasse de subsídios produzidos. Também pode constituir equipes ou indicar pessoas para prestar assessorias.

Por exemplo, no regional Nordeste 5 da CNBB, que corresponde ao estado do Maranhão, todos os anos a equipe coordenada pela secretária executiva, Martha Bispo, oferece uma cartilha adaptada à realidade das dioceses. Neste ano, o material propõe encontros sobre o que é Política Pública, com incentivo à participação nos processos municipais e estadual, além de propor a meditação da Via-Sacra.

Campanha da Fraternidade 2019: Fraternidade e Políticas Públicas
Serás libertado pelo direito e pela justiça (Is 1, 27)

Outro aspecto da adaptação à realidade é a sintonia com a Romaria da Terra e das Águas, cuja temática refere-se à Política de Águas. As dioceses maranhenses estão envolvidas neste processo da romaria desde o dia 8 de maio de 2018. Neste ano, no contexto da CF, será realizado um seminário sobre o tema, de 15 a 17 de março, e em setembro acontece a caminhada propriamente dita.

O regional Sul 4 da CNBB iniciou a articulação ainda em outubro de 2018. Na ocasião, um seminário reuniu lideranças das pastorais sociais, movimentos eclesiais, sociais, coordenações diocesanas de pastoral, representantes de Conselhos de Políticas Públicas municipais e estadual e pessoas que atuam na luta e defesa de políticas públicas no Centro de Formação Católica da diocese de Lages (SC).

Ações durante a campanha
As equipes de articulação e animação da CF também têm ações que podem ser desenvolvidas no decorrer da Campanha. Em âmbito regional, é importante descobrir formas de estar em permanente contato com as equipes diocesanas para animação e intercâmbio de experiências positivas, além do acompanhamento das atividades.

Já a equipe diocesana, deve estimular a formação, assessorar e articular as equipes paroquiais, além de planejar em nível diocesano as atividades. Antes disso, deve encomendar os subsídios, programar a realização do encontro para estudo do texto-base, definir atividades comuns nas paróquias, entre outras possibilidades. Durante a CF, a missão é acompanhar o andamento em constante contato com as paróquias.

Em Curitiba (PR), um encontro teve ampla participação no dia 29 de janeiro, reunindo mais de 200 pessoas para estudo do texto-base da CF. A proposta, de acordo com divulgação da arquidiocese de Curitiba, era reunir a equipe e assessores locais da Campanha da Fraternidade de 2019 para uma manhã de estudo sobre o texto-base e serviu também como uma “capacitação para multiplicadores”. Os participantes foram incentivados a  fomentar uma leitura ampla do tema em suas paróquias, comunidades, movimentos eclesiais e pastorais, sempre à luz da dinâmica quaresmal de conversão e reconciliação. “Foi momento de capacitação para que as lideranças assumam desde já esse chamado para viver plenamente a política como forma de superar a miséria, a violência e a alienação política e religiosa, como diz o texto-base”, afirmou o coordenador local da Campanha da Fraternidade, João Santiago.

Na ocasião, o bispo auxiliar de Curitiba dom Francisco Cota de Oliveira, referencial para a dimensão social na arquidiocese, ressaltou a importância de ter iniciado esta motivação em prol dos objetivos da CF.

“Pudemos mostrar as chamadas portas de acesso por onde incidem as políticas públicas, apontando que há uma lacuna na atuação dos serviços públicos, onde sociedade civil precisa atuar mais”, comentou.

Ele explicou que para trabalhar o tema ‘políticas públicas’, foi levado em consideração como elas se relacionam com a dignidade da pessoa e com o bem comum. “Precisamos trazer a preocupação com as ações do dia a dia para assegurar os direitos fundamentais que em muitos casos são violados e vislumbrar o bem para as futuras gerações”, explicou dom Francisco.

Articulação paroquial
Chegando às bases, nas paróquias, a CF acontece nas famílias, nos grupos e nas comunidades eclesiais, articulados pela paróquia. “Como em relação a outras atividades pastorais, o papel do pároco ou da equipe presbiteral é preponderante Tudo anda melhor quando ele estimula, incentiva, articula e organiza a ação pastoral”, sugere o texto-base.

 

CNBB / Portal Kairós

A origem da Campanha da Fraternidade que teve início em 1961

Cartaz de 1964

Todos os anos, a Igreja no Brasil mobiliza todas as comunidades e paróquias a viver, no período da Quaresma, a Campanha da Fraternidade. Esta campanha teve início em 1961, quando três padres que trabalhavam na Cáritas Brasileira, um dos organismos da CNBB, planejaram uma campanha para arrecadar recursos a fim de financiar as atividades assistenciais da instituição. À essa ação, eles batizaram de “Campanha da Fraternidade”. Na Quaresma de 1962 foi realizada pela primeira vez a Campanha da Fraternidade na cidade de Natal, no Rio Grande do Norte.

Devido ao bom êxito da experiência, no ano seguinte 16 dioceses do Nordeste também realizaram a campanha em suas comunidades. Esse projeto foi o embrião para a concepção do projeto da Campanha da Fraternidade que, mais tarde, seria assumida como uma ação da Igreja no Brasil como gesto concreto no período da Quaresma.

A Campanha da Fraternidade e o Concílio Vaticano II

Para estender a Campanha da Fraternidade a todas as dioceses do Brasil, era necessário fundamentar e estruturar seu projeto. Também em 1962 teve início na Igreja Católica o Concílio Vaticano II – reuniões nas quais os prelados discutiram e regulamentaram vários assuntos da Igreja. E essa foi a oportunidade que a Igreja no Brasil encontrou para conceber e estruturar melhor o projeto da Campanha da Fraternidade.

Ao longo de 4 anos seguidos, os bispos participaram em Roma das sessões do Concílio (1962 a 1965) e de inúmeras reuniões, diversos estudos e momentos de trocas de experiências. E foi assim, sob o espírito renovador do Concílio, que definiram o que seria a Campanha da Fraternidade para toda a Igreja no Brasil. Porém, não apenas isso: o tempo do Concílio foi oportuno também para a concepção e estruturação do Plano Pastoral de Emergência e o Plano de Pastoral de Conjunto, para o desencadeamento da Pastoral Orgânica e outras iniciativas de renovação eclesial.

Adesão das Comunidades Brasileiras

Depois de os padres terem estruturado e organizado como aconteceriam as Campanhas da Fraternidade, alguns passos foram determinantes para estabelecê-la como uma ação nacional.

20 de dezembro de 1964 – Os bispos brasileiros aprovaram o texto que fundamentava a ação. O documento recebeu o nome de Campanha da Fraternidade – Pontos Fundamentais apreciados pelo episcopado em Roma.

1965 – Cáritas e a Campanha da Fraternidade passaram a estar vinculados diretamente ao Secretariado Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Desde então, a CF passou a ser coordenada pela CNBB. Durante a transição foi ajustada a estruturação básica das campanhas.

Cartaz de 1967

1967 – A CNBB passou a redigir um subsídio mais completo para a Campanha da Fraternidade, ano após ano. Também em 1967 tiveram início os encontros nacionais da Coordenação Nacional e encontros de coordenações regionais da CF.

1970 – A Campanha da Fraternidade passou a ter o apoio do Pontificado Romano. Desde então, todos os anos o papa publica uma mensagem transmitida pelos meios de comunicação dando apoio apoio

1971 – A presidência e a Comissão Episcopal de Pastoral passaram a participar também dos encontros nacionais das Coordenações Nacional e Regionais da Campanha da Fraternidade.

 

Despertando a solidariedade, a consciência e ação social

Desde a sua primeira ação, em 1962, até os dias de hoje, a Campanha da Fraternidade é uma ação ampla de evangelização realizada anualmente no tempo da Quaresma. O principal objetivo é despertar a solidariedade dos cristãos e da sociedade a respeito de um problema real que atinge a sociedade brasileira, buscando caminhos e soluções para enfrentar e solucionar tais problemas.

Temas tratados pela Campanha da Fraternidade deste a sua criação:

1964 Igreja em Renovação Lembre-se: você também é Igreja
1965 Paróquia em Renovação Faça de sua paróquia uma comunidade de fé, culto e amor
1966 Fraternidade Somos responsáveis uns pelos outros
1967 Corresponsabilidade Somos todos iguais, somos todos irmãos
1968 Doação Crer com as mãos!
1969 Descoberta Para o outro, o próximo é você
1970 Participação Ser cristão é participar
1971 Reconciliação Reconciliar
1972 Serviço e Vocação Descubra a felicidade de servir
1973 Fraternidade e libertação O egoísmo escraviza, o amor liberta
1974 Reconstruir a casa Onde está teu irmão?
1975 Fraternidade é repartir Repartir o Pão
1976 Fraternidade e Comunidade Caminhar juntos
1977 Fraternidade na Família Comece em sua casa
1978 Fraternidade no mundo do trabalho Trabalho e justiça para todos
1979 Por um mundo mais humano Preserve o que é de todos
1980 Fraternidade no mundo das Migrações, Exigência da Eucaristia Para onde vais?
1981 Saúde e Fraternidade Saúde para todos
1982 Educação e Fraternidade A verdade vos libertará
1983 Fraternidade e Violência Fraternidade sim, violência não
1984 Fraternidade e Vida Para que todos tenham vida
1985 Fraternidade e Fome Pão para quem tem fome
1986 Fraternidade e Terra Terra de Deus, Terra de irmãos
1987 Fraternidade e o Menor Quem acolhe o menor, a mim acolhe
1988 Fraternidade e o Negro Ouvi o clamor deste povo!
1989 Fraternidade e a Comunicação Comunicação para a verdade e a paz
1990 Fraternidade e a Mulher Mulher e Homem: Imagem de Deus
1991 A Fraternidade e o Mundo do Trabalho Solidários na dignidade do Trabalho
1992 Fraternidade e Juventude Juventude – caminho aberto
1993 Fraternidade e Moradia Onde moras?
1994 Educação e a Família A Família, como vai?
1995 A Fraternidade e os Excluídos Eras tu, Senhor?!
1996 Fraternidade e Política Justiça e Paz se abraçarão
1997 A Fraternidade e os Encarcerados Cristo liberta de todas as prisões
1998 Fraternidade e Educação A Serviço da Vida e da Esperança
1999 Fraternidade e os desempregados Sem trabalho…Por quê?
2000 Dignidade Humana e Paz (ecumênica) Novo Milênio sem Exclusões
2001 Fraternidade e as Drogas Vida sim, Drogas não
2002 Fraternidade e Povos Indígenas Por uma terra sem males
2003 Fraternidade e Pessoas Idosas Vida, Dignidade e Esperança
2004 Fraternidade e Água Água, fonte de Vida
2005 Solidariedade e Paz (ecumênica) Felizes os que promovem a Paz
2006 Fraternidade e Pessoas com Deficiência Levanta-te, vem para o meio!
2007 Fraternidade e Amazônia Vida e Missão neste chão
2008 Fraternidade e Defesa da Vida Escolhe, pois, a Vida
2009 Fraternidade e Segurança Pública A Paz é fruto da Justiça
2010 Economia e Vida (ecumênica) Vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro
2011 Fraternidade e a Vida no Planeta A criação geme em dores de parto
2012 Fraternidade e saúde pública Que a saúde se difunda sobre a terra!
2013 Fraternidade e Juventude Eis-me aqui, envia-me!
2014 Fraternidade e Tráfico Humano É para a liberdade que Cristo nos libertou
2015 Fraternidade: Igreja e Sociedade Eu vim para servir
2016 Casa Comum, Nossa Responsabilidade Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca
2017 Fraternidade: Biomas brasileiros e defesa da vida Cultivar e guardar a criação
2018 Fraternidade e superação da violência Vós sois todos irmãos
2019
Fraternidade e Políticas Públicas Serás libertado pelo direito e pela justiça
2020
Fraternidade e Vida: Dom e Compromisso Viu, sentiu compaixão e cuidou dele

 

CNBB / Portal Kairós

Colorindo e recortando na Catequese e Fraternidade 2019

Não deixe de conhecer o livro de imagens para colorir e recortar

Colorindo e recortando na Catequese e Fraternidade 2019

Conversar sobre a Campanha da Fraternidade com as crianças, nas turmas de catequese, é essencial.

São elas que levam para casa os argumentos aprendidos nos encontros catequéticos e, assim, ajudam sua família a refletir sobre o tema.

Por isso lançamos o livro (e-book) EXCLUSIVO: Colorindo e recortando na Catequese e Fraternidade 2019, destacamos imagens para colorir e recortar que podem ser trabalhadas na catequese infantil para fixar o tema da CF-2019 com as crianças. São 48 imagens sobre o tema.

Material também para trabalhar nas escolas, pastorais e grupo de oração de crianças.

Crianças que se envolvem na catequese precisam acompanhar de perto o que a comunidade está vivendo. Temos uma oportunidade para explicar um pouco a sequência do ano litúrgico e a importância do tema escolhido para este ano. Não vamos pedir às crianças que assumam posturas de adultos diante da realidade nacional, mas precisamos preparar os catequizandos desde cedo para analisar o que acontece à sua volta. Eles precisam também entender que trabalhar pela paz, pela justiça e pelos direitos humanos não é algo à parte, é comportamento essencial que Deus sempre nos pediu.

Mais sobre catequese para a CF 2019

Baixe o livro Colorindo e recortando na Catequese e Fraternidade 2019:

 

Portal Kairós

CF 2019: Políticas públicas reforçam ações para combater a pobreza

Políticas públicas reforçam ações para combater a pobreza no Brasil

Criado para alertar a população e o governo sobre o elevado número de pessoas vivendo em extrema pobreza, expostas à miséria, fome crônica e violência, o Dia Nacional de Combate à Pobreza, entrou na agenda nacional por ter sido o dia da promulgação da Emenda Constitucional 31, que criou o Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza, que destina recursos para ações voltadas à segurança alimentar e nutricional.

Semana da Vida 2019: “Em Família defendemos a vida”

Além disso, é uma forma de alertar a sociedade e os governantes para as desigualdades existentes no País. Apesar dos muitos desafios, o Brasil tem trabalhado com programas sociais e investimentos em políticas públicas focadas em desenvolvimento humano e social. O tema é o número um entre os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU), que propõe “Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares”.

No Brasil, por meio do Cadastro Único, que reúne informações sobre famílias em situação de pobreza e extrema pobreza, o governo federal, estados e municípios implementam políticas públicas capazes de promover melhorias na vida de famílias. O Bolsa Família é um dos exemplos de programas de transferência de renda. Com gestão aprimorada, o Bolsa Família atende hoje 14,1 milhões de famílias em todo o Brasil.

Desde agosto de 2017, todos os inscritos no Cadastro Único que se enquadram no perfil do benefício não aguardam em uma fila de espera para receber o benefício do Bolsa Família. O Cadastro Único é realizado pelo Centro de Referência em Assistência Social (Cras) mais próximo da residência da família. Famílias indígenas e quilombolas também podem ter acesso aos benefícios por meio do cadastro.

FOME NO BRASIL

Segundo dados do levantamento da ONU, O Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo 2018, divulgado em setembro deste ano, a fome no Brasil caiu de 4,6% para menos de 2,5% em um intervalo de dez anos. O estudo comparou o grau de subnutrição da população em dois momentos: no biênio 2004-2006 e no biênio 2015-2017. Em 2014, o Brasil saiu do mapa da fome, quando o índice de segurança alimentar fica abaixo dos 5%.

Saiba quais são os principais programas sociais do governo federal:

 – Programa Bolsa Família
– Programa Minha Casa Minha Vida
– Bolsa Verde – Programa de Apoio à Conservação Ambiental
– Programa de Erradicação do Trabalho Infantil – PETI​
– Fomento – Programa de Fomento às Atividades Produtivas Rurais
– Carteira do Idoso
– Programa de Cisternas
– Progredir

 

Governo do Brasil, com informações da ONU, MDS e CEF / Portal Kairós

Apresentamos a Campanha da Fraternidade 2019

Apresentamos a Campanha da Fraternidade 2019

Tema: Fraternidade e políticas públicas
Lema: “Serás libertado pelo direito e pela justiça” (Is 1, 27)

“Jesus veio para a Galileia, proclamando a Boa-nova de Deus.
‘Completou-se o tempo, e o Reino de Deus está próximo. Convertei-vos e crede na Boa-nova’” (Mc1,14.15). O Reino da verdade, da graça, da justiça, do amor e da paz! O Reino que liberta, pois nos oferece a graça da filiação divina, da fraternidade em Cristo Jesus.

Fomos pelo Batismo e pela Crisma revestidos do novo Reino, de um novo espírito que nos torna aprendizes, discípulos caminhantes pelas estradas da Boa-nova. Somos anunciadores, proclamadores, missionários de Jesus, do novo Reino, novo céu e nova terra (Ap 21,1). Testemunhas de novo horizonte, novo sentido; uma vida com nova claridade! Discípulos missionários do novo Reino de Jesus! Mulheres e homens que vivem de Cristo. Ele nos indicou o caminho da fraternidade, do direito e da justiça. Nascer, renascer em Cristo, maturar nele; chegar à plenitude da comunhão com Ele! Voltados para Ele, vivendo dele, partilhamos sua vida e apropria santidade (Hb 12,14). Santidade no serviço misericordioso aos irmãos, às irmãs e a toda a obra criada. Por Ele atraídos, somos enviados como anunciadores de sua presença inaudita. Serviço transformativo e construtivo de novas relações que possibilitem a participação de todos na construção de uma sociedade fraterna baseada no direto e na justiça (Is 1,27).

Os exercícios quaresmais que a Igreja propõe aos católicos são: jejum, esmola e oração.

São os exercícios físico-espirituais para se deixar tomar pelo seguimento de Jesus Cristo.

Jejum: esvaziamento, expropriação, concentração, libertação! Tudo para que sejamos um só em Cristo (G1 3,28), e Cristo seja formado em nós (G14,19). O jejum é receptividade da vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo. Despertar em nós a fome de Deus e a disponibilidade de saciar a fome dos irmãos e irmãs.

Esmola: partilha, misericórdia, cuidado, entrega! Vida evangélica partilhada! O amor e a misericórdia saem ao encontro do outro. Esmola é dinâmica do amor de Deus: saída! A esmola nasce da alegria de ter encontrado o tesouro escondido, a pérola preciosa (Mt 13,44-46).

Oração: a escuta e a meditação despertam para a oração. A escuta e a meditação se fazem palavra, prece, oração. Oração como necessidade do coração de transformar em palavras as manifestações amorosas de Deus. Jejum, esmola e oração despertam para a sensibilidade do tempo que está sempre por se completar e repleto de Deus. Movimento de mudança, de transformação para atingir a plenitude da vida em Cristo. Os exercícios quaresmais como caminho do direito e da justiça.

A Quaresma nos provoca e convoca à conversão, mudança de vida: cultivar o caminho do seguimento de Jesus Cristo. Ela desperta a necessidade de partilha e nos aproxima da irmandade.

Todos os anos, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) apresenta a Campanha da Fraternidade como caminho de conversão quaresmal. Um caminho pessoal, comunitário e social que visibilize a salvação paterna de Deus. Fraternidade e Políticas públicas é o tema da Campanha para a Quaresma em 2019. O profeta Isaías inspira o lema “Serás libertado pelo direito e pela justiça” (Is1,27).

A Campanha tem como objetivo geral: “Estimular a participação em Políticas Públicas, à luz da Palavra de Deus e da Doutrina Social da Igreja, para fortalecer a cidadania e o bem comum, sinais de fraternidade”. Políticas Públicas são as ações discutidas, aprovadas e programadas para que todos os cidadãos possam ter vida digna. São soluções específicas para necessidades e problemas da sociedade. É a ação do Estado que busca garantir a segurança, a ordem, o bem-estar, a dignidade, por meio de ações baseadas no direito e na justiça.

Política pública não é somente a ação do governo, mas também a relação entre as instituições e os diversos atores, sejam individuais ou coletivos, envolvidos na solução de determinados problemas. Para isso, devem ser utilizados princípios, critérios e procedimentos que podem resultar em ações, projetos ou programas que garantam ao povo os direitos e deveres previstos na Constituição Federal e em outras leis.

A Campanha da Fraternidade acontece no ano em que o Papa Francisco proclamou o mês de outubro como Mês Missionário Extraordinário. O Santo Padre, ao instituir o Mês Missionário Extraordinário, ofereceu como tema: “Batizados e enviados: a Igreja de Cristo em missão no mundo”. Os batizados em sua missão no mundo participando da construção de Políticas Públicas que construam a fraternidade.

Maria, mãe do Príncipe da Paz, nos acompanhe no caminho de conversão quaresmal! Jesus Cristo crucificado-ressuscitado, que transformou todas as coisas, nos ajude no caminho da superação da violência, pois somos todos irmãos. A todos os irmãos e as irmãs, a todas as famílias e as comunidades, uma abençoada Páscoa.

É tempo de se preparar para a Campanha da Fraternidade 2019, não deixe para a última hora para conhecer seus subsídios que o Portal Kairós preparou para você.

 

Dom Leonardo Ulrich Steiner
Bispo Auxiliar de Brasília
Secretário-Geral da CNBB
/ Portal Kairós / História da CF 2019 pelo A12