A polêmica dos divorciados, por Padre Zezinho
Mulher resolvida
Sabia muito bem o que estava fazendo quando resolveu namorar. Disse sim à alguns e não a outros pretendentes. Era bonita e sabia que os homens se encantavam com sua beleza.
Casou-se esperando ser amada, porque ela amava. Três anos depois ele deixou de corresponder aos seus carinhos. Havia outras mulheres à sua disposição. E ele bebia de cair. E duas vezes bateu nela! Não hesitou: terminou o casamento.
Viveu cinco anos esperando que outro homem correspondesse aos seus carinhos de mulher. Estava com 32 anos e um filho.
Sabia muito bem o que queria quando encontrou um homem descasado, sabendo que ela também era descasada. Ele também tinha um filho.
O padre deixou claro que a decisão seria sua. Não teria acesso aos sacramentos, mas não estava privada da graça de Deus. Não se sentia pecadora. Não foi ela que causou a ruptura do casamento . E soube por amigas que também foi a outra que fora embora com um cara musculoso e dono de uma academia. Deixara o menino com ele e o garoto amava muito o pai.
Foram morar juntos. Está dando certo. Nenhuma culpa, nenhum remorso. Amou com seriedade ao dizer sim e ao dizer não . Quem decidia era ela. Soube decidir e decidiu.
Agora, é a primeira vez em que tudo é conversado. Continua católica e ele também. Na sua opinião nenhum dos dois traiu sua fé. Erros na vida não são uma vida errada. Para os dois, sexo é coisa serena e linda e confortadora!
Esses dias, ela disse que tinha saudade de poder comungar. O padre, meu amigo e amigo deles, levou os dois à capela , abriu o sacrário e oraram diante do santíssimo. As normas da Igreja não permitem ainda a comunhão para um casal que foi abandonado por seus respectivos ex cônjuges.
Mas a Igreja Católica tem encontros com casais em segunda união. E eles estão amando a reunião mensal que frequentam. Não se sentem marginalizados . Ela dá aulas de catecismo. Ele gosta disso. Leem meus livros e eu indico outros livros mais substanciosos .
Estão lendo, de Karen Armstrong “DOZE PASSOS PARA UMA VIDA DE COMPAIXÃO“. Já deram meia dúzia deles para casais na mesma situação .
Tenho orado com eles e por eles. Mas, se a Igreja diz que ainda não é hora de abrir as portas para eles, eu aceito. E eles também. Comungar é importante, mas há outras maneiras de estar em comunhão com Jesus. No caso deles, sentem-se integrados.
O bispo gosta dos dois. E diz que este é um caso que merece urgentes estudos.
Pe Zezinho scj
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