Reflexão e sugestão para o 3º Domingo do Tempo Comum 2020

3º Domingo do Tempo Comum – Ano A

Is 8,23b-9,3; Sl 26; ICor 1,10-13.17; Mt 4,12-23

A luz que não ofusca

As leituras deste domingo nos colocam na dinâmica do amor de Deus, revelado nas profecias e na pessoa de Jesus Cristo. Isaías profetiza dias de glória para seu povo. A região à qual se refere é tomada por trevas, porque ali impera a lógica do chicote opressor do capataz, e as relações humanas são oprimidas e destruídas pela violência. A profecia não é uma imaginação vazia, mas um sonho que brota do coração dos que confiam em Deus. A esperança viva é base para profetizar dias melhores, nos quais a luz divina transformará as relações opressivas em vínculos de fraternidade.

Em Jesus, todas as promessas encontram seu cumprimento definitivo. Em Cafarnaum, à beira do Mar da Galileia, o Salvador faz reacender a luz da fé no coração daquele povo. Nele, reencontra o sentido de sua vida e a Ele acorre, pois encontra acolhida e consolo. Sua luz não ofusca, mas faz abrir os olhos e caminhar em modo renovado. Seu anúncio atrai porque chega ao coração das pessoas por meio de seus gestos de compaixão e misericórdia para com os marginalizados. A cada encontro com Cristo, o reino de Deus vai sendo construído no coração das pessoas.

Vençamos as trevas e anunciemos a luz

O mundo tecnológico é movido à luz: a dos postes, que rompem as trevas das cidades e das casas; a dos celulares, que nos prendem cada vez mais a atenção; a dos outdoors, chamando-nos a atenção para propagandas etc. Mas existe também a luz de muitos astros da música, das novelas e dos filmes. O que impressiona é que, neste mundo “iluminado”, tantas pessoas ainda careçam da luz essencial: a do amor, da harmonia e da paz nos relacionamentos humanos. Paulo faz um pedido à comunidade de Corinto, e a nós também, para vencer as trevas da divisão. Não se trata de seguir Paulo, Cefas, Apolo, muito menos de considerar Cristo como “mais um” dentre os anunciadores do evangelho. Paulo coloca o Cristo como o centro da comunidade, o qual todos devem amar e servir, pois ele é a Palavra viva, que se fez carne. Ele é a Luz verdadeira!

Olhemos para nossas comunidades e percebamos se as divisões não estão minando a força de nosso testemunho. Busquemos no Cristo a luz, o centro de nossa vida de fé e nele caminhemos, vencendo as trevas do mundo “iluminado” em que vivemos. É tempo de iluminar o mundo com a luz da fé, do amor e da caridade!

SUGESTÕES LITÚRGICAS

– Continuar presente a temática da luz na liturgia.
Na entrada, oferecer velas aos fiéis, se possível, com um versículo bíblico de uma das leituras.
Entrada da Palavra: na entrada da Palavra, fazer uma pequena encenação com jovens, mostrando como a luz de Cristo dá o verdadeiro sentido às luzes do mundo. Assim, mostrar que as pessoas podem continuar em seu estado de vida, em sua profissão e serem verdadeiras discípulas de Jesus Cristo.
Profissão de fé: na profissão de fé, acender as velas no Círio Pascal e rezar o versículo proposto. Em seguida, convidar toda a comunidade a professar a fé em dois coros, levantando as velas.
Antes da bênção final: no envio, pedir que se retome o versículo bíblico entregue com a vela, convidando todos a serem luz do mundo.

 

Padre Anísio Tavares, C.Ss.R. / Portal Kairós