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Domingo de Ramos

Neste domingo (09), todas as comunidades celebram o Domingo de Ramos, fazendo memória à entrada de Jesus em Jerusalém. Nesta data, a Igreja no Brasil assume como gesto concreto da Campanha da Fraternidade a Coleta Nacional da Solidariedade.

Todas as doações são divididas entre o Fundo Diocesano de Solidariedade (FDS) e o Fundo Nacional de Solidariedade (FNS). Para o FDS ficam 60% dos recursos, que são destinados ao apoio de projetos sociais da própria comunidade diocesana. Os 40% restantes compõem o FNS, revertidos no fortalecimento da solidariedade entre as diferentes regiões do país.

 

O resultado integral da coleta da Campanha da Fraternidade de todas as celebrações do Domingo de Ramos será encaminhado à respectiva diocese. É um gesto concreto de fraternidade, partilha e solidariedade, feito em âmbito nacional, em todas as comunidades cristãs, paróquias e dioceses. A coleta da solidariedade é parte integrante da Campanha da Fraternidade.

Bispos, padres, religiosos (as), lideranças leigas, agentes de pastoral, colégios católicos e movimentos eclesiais são chamados a motivar e animar a Campanha. A Igreja espera que com esta motivação todos participem, oferecendo sua solidariedade em favor das pessoas, grupos e comunidades, pois “Ao longo de uma história de solidariedade e compromisso com as incontáveis vítimas das inúmeras formas de destruição da vida, a Igreja se reconhece servidora do Deus da vida” (DGAE, nº66).

O gesto fraterno também tem um caráter de conversão quaresmal, condição para que venha um novo tempo marcado pelo amor e pela valorização da vida. Os recursos arrecadados serão destinados preferencialmente a projetos que atendem aos objetivos propostos pela CF 2017. Entre 2012 e 2015 O Fundo Nacional de Solidariedade apoiou 1067 projetos em todo o país.

Neste ano, com o tema: ‘Fraternidade: Biomas Brasileiros e defesa da vida’ e com o lema inspirado no texto do livro do Gênesis2,15: ‘Cultivar e guardar a criação’, a campanha tem como objetivo geral ‘Cuidar da criação, de modo especial dos biomas brasileiros, dons de Deus, e promover relações fraternas com a vida e a cultura dos povos, à luz do Evangelho’, conforme descreve o texto-base deste ano.

Participe da Coleta Nacional da Solidariedade e contribua para a promoção e o apoio a projetos sociais de todo país.

 

A12.com

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Ecologia e teologia

A teologia oferece preciosos elementos em favor da vida na terra. O criador da ecologia, da natureza é Deus, e a criação, a terra é para todos. Na criação, Deus nos fala do seu amor e do seu desígnio de vida e salvação para a humanidade.

A criação é, pois, o primeiro livro da Palavra de Deus, é o primeiro sacramento do amor, é a casa de todos, é a gramática e a catequese mais original. A ordem divina é de ‘guardar e cultivar’ a criação (Gn 2,15). A ordem, a beleza, a sabedoria, a providência e a finalidade da criação é para que o homem descubra Deus e conviva com seus irmãos na grande família que é o mundo. Recebemos de Deus um jardim que foi transformado em deserto. Agora é hora de transformar o deserto em jardim.

Da natureza aprendemos a ‘lei natural’ que deve ser respeitada no processo de interação, complementação, comunhão das criaturas. O salmista convida as criaturas a louvar o Criador: “Sol, lua, estrelas, rios, matas, peixes, pássaros, frio, calor, noite, dia, montanhas, colinas, bendizei ao Senhor”.

Céus e terra proclamam vossa glória Senhor, rezamos na liturgia eucarística. São Francisco de Assis compreendeu bem o tesouro da criação quando chama as criaturas de ‘irmão sol, irmã lua, irmã água’, etc. A natureza é nossa mãe e nossa irmã, nossa casa comum. Vamos conservá-la, protegê-la, restaurá-la. Quão dignificada é a matéria que o Filho de Deus se fez carne, assumiu corpo humano e habitou no planeta, em Nazaré na Galileia. “Temos o direito e o dever de nos apaixonar pelas coisas da terra”, dizia T. de Chardin.

Mais admirável ainda é a consagração do pão, que na Eucaristia se torna corpo de Cristo ressuscitado. Toda a criação está destinada à participação da glória de Deus e ser novo céu e nova terra. Eucaristia e ecologia se completam. Jesus, voltando ao Pai com seu corpo humano glorificado, é a coroação e exaltação de toda a criação. Destruir, depredar, matar a criação é um ‘pecado cósmico’.

A criação está a serviço da vida.

A natureza, porém, não é mais importante que o homem. Estaríamos caindo no panteísmo. A criação está a serviço da vida. Nosso corpo é a síntese da criação. Daí vem a ‘ecologia humana’ que consiste em respeitar a vida desde a fecundação até seu fim natural. Seja respeitado o direito à vida e à morte natural. É uma contradição pedir respeito pelo meio ambiente e não respeitar a vida humana. É contraditório salvar os ovos da tartaruga, o que é necessário, mas, não respeitar o embrião humano.

A Teologia ensina que para salvar a ecologia é necessária uma revisão do nosso estilo de vida consumista e predatório. Urge uma mudança de mentalidade e transformação do coração. O tipo de desenvolvimento que temos transformou-se em agente de morte. Os agrotóxicos na verdade são agrovenenos.

A ética da solidariedade e da sustentabilidade não permite abusar da natureza e prescreve que busquemos novas tecnologias, pensemos nas futuras gerações, apoiemos todas as iniciativas de recriação da natureza. Como é comovente ver crianças, catadores de papel, jovens, pessoas simples plantando árvores, cuidando da água, reciclando lixo. O problema é que os grandes e poderosos continuam poluindo, depredando e não querem mudar.

O atual modelo de desenvolvimento é destrutivo, gerador de fome e miséria, de falta de alimentos, antinatalista e fomentador de envelhecimento do mundo. Com um modelo humano e integral de desenvolvimento, a população pode crescer, alimentos sobrarão. É possível vencer a desertificação, o empobrecimento, as guerras. Mudando o lado humano, muda-se o lado da natureza. Proteger o cosmos é proteger o homem da destruição de si. É hora de reatar a aliança entre o ser humano e o meio ambiente. Chega de arbitrariedade, haja mais sabedoria e determinação de mudar.

Dom Orlando

Comissão prepara atualização das orientações para celebrações

A Comissão instituída na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) para refletir sobre as orientações da celebração da Palavra se reunirá em março com uma primeira proposta de texto para um documento atualizado.

O presidente da Comissão, Dom Geremias Steinmetz, bispo de Paranavaí (PR) em entrevista ao site contou como será a reunião de março e os próximos passos do trabalho da comissão.

Comissão da CNBB prepara atualização das orientações para celebrações

“Na segunda reunião de trabalho, que deverá acontecer no mês de março, já iremos analisar uma primeira proposta de redação do texto. Com essa análise já deveremos alcançar um bom texto. Mas, diga-se, é ainda a palavra apenas dos membros da comissão. Em seguida deverá ser apresentado aos membros do Conselho Permanente da CNBB para atendermos as sugestões deste importante organismo dos bispos do Brasil. Num outro passo a ser dado em seguida, deverá ser remetido para a análise de vários peritos em diferentes áreas: Liturgia, eclesiologia, doutrina, bíblia, etc. Assim o texto estará pronto para a análise final de acordo com o querer da Presidência da CNBB, ou o Conselho Permanente ou a Assembleia Geral”, explicou.

A atualização das orientações para as celebrações da Palavra terá como base os documentos 52 da CNBB , de Santo Domingo (1992), Aparecida (2007), Verbum Domini de Bento XVI (2010) e a Evangelii Gaudium do Papa Francisco (2013).

Dom Geremias explicou a necessidade de atualização, mas ainda não confirma se haverá grandes mudanças nas orientações.

“O primeiro propósito deste novo trabalho é adaptar o Rito da Celebração da Palavra a algumas exigências do nosso tempo”.

“O primeiro propósito deste novo trabalho é adaptar o Rito da Celebração da Palavra a algumas exigências do nosso tempo. Alguns reclamam de que é muito parecido com uma mini-missa, especialmente porque há o momento da distribuição da Eucaristia, mesmo que consagrada em outra celebração. Outros pensam que não valoriza suficientemente a Palavra de Deus que tem também a sua própria sacramentalidade. Precisamos, primeiramente, falar de toda a teologia refletida nestes anos todos, até 2017. Portanto não podemos esquecer dos importantes documentos da Igreja ao falar sobre a Missão, a Homilia, a Liturgia, preparo dos Ministros da Palavra, etc. Alguns documentos da própria CNBB também precisaram ser analisados. A partir dessa teologia toda vamos ver se é possível avançar em alguns passos. Esta reflexão por mais que possa ser proposta pela Comissão, é decisão do Episcopado como um todo”, colocou.

Quanto ao alargamento da concepção de ministros aptos para presidir a Eucaristia Dom Geremias afirma que esse é um tema sempre presente nas discussões, mas salienta que no momento as discussões são em torno da celebração da Palavra.

“Nós católicos acentuamos muito o problema do Sacramento, as vezes, em detrimento da Palavra de Deus. Nos últimos anos tem crescido a reflexão sobre a Sacramentalidade da Palavra”.

“ É a Eucaristia que faz a Igreja. De acordo com os documentos da Santa Sé é preciso ter claro que a Eucaristia é o alimento necessário para o aprofundamento da fé dos cristãos. Mas os mesmos documentos, também os litúrgicos, falam da importância da Palavra de Deus para a perseverança de alguém na fé. Nós católicos acentuamos muito o problema do Sacramento, as vezes, em detrimento da Palavra de Deus. Nos últimos anos tem crescido a reflexão sobre a Sacramentalidade da Palavra. O Papa Bento XVI, na Exortação pós-sinodal Verbum Domini, número 56, fala com muita clareza dessa sacramentalidade da Palavra. Fala, primeiramente, do Mistério da Encarnação, onde o Verbo se fez carne e habitou entre nós. Ali Deus se oferece a nós na “carne” do Filho. Assim é possível compreender a sacramentalidade da Palavra através da analogia com a presença real de Cristo sob as espécies do pão e do vinho consagrados. A proclamação da Palavra de Deus na celebração comporta reconhecer que é o próprio Cristo que Se faz presente e Se dirige a nós para ser acolhido”

A atualização das orientações para as celebrações da Palavra busca uma valorização mais profunda da Palavra de Deus, segundo Dom Geremias a intenção é contribuir para uma pastoral da Palavra de Deus mais viva e levada a sério para alimentar a fé do povo seguindo os gestos de Jesus.

“Buscamos uma unidade maior no aproveitamento dos milhares de ministros da Palavra, dos diáconos para uma verdadeira evangelização a partir da Palavra de Deus. Não são apenas os sacramentos que nos alimentam na fé, mas também a Palavra deve nos ajudar a compreender melhor as atitudes e gestos de Jesus para ser bons discípulos seus”, finalizou.

A Comissão

A comissão é composta por Dom Geremias Steinmetz, bispo de Paranavaí (PR) como presidente; Dom Carlos Verzeletti, Bispo de Castanhal (PA); Dom Wilmar Santin, Bispo de Itaituba (PA); Dom Mario Antonio da Silva, Bispo de Roraima (RR); Irmã Veronice Fernandes, das Pias Discípulas e o padre Luciano, Secretário do Regional SUL IV da CNBB.

 

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