Campanha da Fraternidade 2017: Obrigado, irmã água
Pe. Nicolau João Bakker, SVD
Introdução:
A Campanha da Fraternidade de 2017, mais uma vez, nos convida a entender melhor, e tratar com mais carinho, a natureza que nos envolve. Apresentando como tema “Fraternidade: biomas brasileiros e defesa da Vida”, ela pede nossa atenção para os diferentes biomas brasileiros e nos alerta: os biomas têm a ver com a “Vida” que, como cristãos e cristãs, somos chamados/as a defender. A questão é séria. Morrendo os biomas, morreremos com eles.
Mas, perguntemos antes, quais são os biomas brasileiros? Tradicionalmente são seis: a Amazônia, a Caatinga, o Cerrado, o Pantanal, a Mata Atlântica e os Pampas do Sul. Ultimamente acrescenta-se a eles a Zona Costeira e Marinha. O que estes biomas têm a nos dizer? É provável que a Revista Vida Pastoral, nos primeiros meses de 2017, publique um artigo nosso que mostrará em detalhes “a Vida como ela é”, e como os biomas expressam em escala maior o que a Vida é em escala menor. Por onde olharmos para a “Vida”, desde a mais pequenina célula de qualquer ser vivente até o grande bioma, sempre encontraremos uma “teia partilhada”, feita inteiramente de “relações colaborativas”. Uma teia onde, como diz o papa Francisco, “tudo está interligado”. Também as sociedades humanas são expressões desta “Vida”. Ou, melhor, deveriam ser a expressão dela. Apenas o ser humano, com sua consciência, pode passar por cima da “fraternidade biológica” e, rompendo as relações colaborativas, faltar com a “fraternidade cristã”.
Neste artigo não trataremos da “Vida” de forma genérica. Vamos olhar para o elemento da natureza que mais a sustenta: a água. Se a Campanha da Fraternidade nos pede para atuar “em defesa da Vida”, é antes de tudo da água que devemos cuidar. A Vida, como veremos, tem sua origem na água e dela depende. Iniciaremos nossa “meditação” olhando para a água como a fonte da “Vida”. Em seguida veremos o que pode ser feito para cuidar dela de forma mais colaborativa.