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“Seu churrasco tem soja?” Confira o documentário

O documentário “Seu churrasco tem soja?” será lançado neste sábado no FICA, em Goiás.

Por se tratar de uma produção austro-brasileira, o documentário foi lançado no mês de março em diversos estados da Áustria. E neste sábado, 24, o documentário será exibido pela primeira vez no Brasil durante a Mostra da Universidade Estadual de Goiás (UEG) na 19º edição do Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental (FICA), realizado entre os dias 20 e 25 de junho na Cidade de Goiás (GO).

O documentário foi produzido por Thomas Bauer, agente da Comissão Pastoral da Terra (CPT) na Bahia, e conta com o apoio da CPT, Welthaus Graz, e Campanha Nacional em Defesa do Cerrado. “O filme nasceu a partir da necessidade de mostrar uma realidade muitas vezes desconhecida. Neste caso, principalmente na região onde a soja avança desenfreadamente, contribuindo para que o Brasil hoje seja campeão em uso de agrotóxicos, e deixando um rastro de destruição para trás”, afirma Thomas.

A produção debate os impactos causados nas populações locais e no meio ambiente por conta da demanda mundial por carne, a partir da soja – produto base na produção de carne bovina, suína, aves e outras, através da ração utilizada nesses criatórios. A produção de soja domina hoje dois terços das terras férteis do mundo, e o Brasil é um dos maiores exportadores de grande parte desta soja.

O testemunho de dona Valdiva

Dona Valdiva Oliveira, 60 anos, era acampada há anos, quando acabou sendo expulsa, principalmente, pelo agrotóxico. Hoje, assentada no estado do Mato Grosso, ela enfatiza que é necessário uma mudança de hábitos nesse sentido, senão “nosso futuro não é bom”. Ela explica: “Porque o veneno ele polui tudo, ele polui o ar, a terra, as águas, o subsolo e os corpos humanos também”, afirma ela, que é uma das entrevistadas do filme.

Os efeitos da monocultura

O documentário aborda os impactos da monocultura da soja no estado de Valdiva, no Mato Grosso do Sul, e em Rondônia – realidades que se assemelham com a de Goiás, onde a produção será lançada. “A soja não é um produto que integra socialmente, mas sim um produto socialmente excludente. Porque neste meio de produção apenas aqueles podem existir que [são os que] possuem bastante capital. São poucos grupos de investidores. A soja não é um produto para o pequeno agricultor, isso é claro”, aborda, no filme, o professor Martin Coy, da Universidade de Innsbruck, na Áustria.

“Mas quais são as consequências do boom da soja onde ela é cultivada? O que significa para as populações locais o avanço do chamado ‘ouro verde?’”, esses e outros questionamentos são levantados no documentário.

‘Seu churrasco tem soja?’ estará disponível, a partir das 10hrs do dia 24 de junho, no site da Comissão Pastoral da Terra e da Campanha Nacional em Defesa do Cerrado.

 

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Papa a atletas da natação: “Água é vida”

No final da manhã de sábado (24/06), o Papa recebeu cerca de 300 participantes do Campeonato de Natação ‘Settecolli’, que está em andamento em Roma neste fim de semana. O torneio é internacional e atletas brasileiros também estão competindo.

Tratou-se de um encontro breve na Sala Clementina, que reuniu o Papa com os nadadores e membros da Federação.

Francisco se disse contente em recebê-los e enalteceu os valores transmitidos pelo esporte: “São valores necessários nesta sociedade definida ‘líquida’, sem referências sólidas. Seu esporte é feito na água, mas não é ‘líquido’ – brincou – mas muito sólido pois requer esforços constantes e determinação”.

Água é vida, vida em Cristo

Em seguida o Papa lembrou as palavras de São Francisco “Laudato si, pela irmã água, que é mui útil e humilde. E preciosa e casta”.

“Água é vida, e falar de vida é falar de Deus, origem e fonte da vida, como da nossa vida cristã que se inicia com o Batismo”.

Francisco chamou a atenção também para o valor do corpo; que deve ser cuidado e não idolatrado; a importância da interioridade e a busca de sentido no que fazem; a força e a coragem ao resistir à fadiga; a visão clara da meta e como alcançá-la; o valor da autenticidade que conduz à transparência, à limpidez, à clareza interior”.

 

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REPAM: “Como nos reconciliar com a Criação?”

A reconciliação com o meio ambiente em território amazônico foi o principal tema debatido no III Encontro da Rede Eclesial Pan-amazônica, REPAM, realizado em Letícia, nas margens do Rio Amazonas, na tríplice fronteira entre Colômbia, Peru e Brasil, de 19 a 23 de junho.

O Encontro reuniu mais de 100 participantes entre bispos colombianos, convidados do Peru e do Brasil, e povos indígenas e camponeses. “A política extrativista que tem sido aplicada no território afeta a soberania alimentar dos povos indígenas, afros e campesinos e aumenta os efeito negativos das mudanças climáticas”, denunciou Armando Valbuena, indígena Wayú e assessor da Organização Nacional Indígena da Colômbia-ONIC.

A respeito da relação com a Criação a partir da Encíclica do Papa Laudato Si, Dom Joselito Carreño, bispo de Puerto Inírida, recordou que “a reconciliação é a conversão ecológica com o mundo que nos circunda: isto não é opcional ou secundário… o ser humano tem que mudar esta relação”. Na Encíclica, ainda segundo o bispo, o Papa demonstra que a deterioração do meio ambiente tem conexão direta com o sofrimento e o abandono dos pobres, que são quase sempre os primeiros a sofrer as consequências da deterioração ambiental. ”O clamor da terra é o mesmo clamor dos pobres”.

Para Cesar Baratto (teólogo e representante da família Franciscana, docente na Universidade Santo Tomas), a reflexão proposta na Encíclica retoma a imagem de Deus e ilumina as chaves para sair da atual crise ecológica: “A teologia da Criação nasce para reconstruir e reconciliar”.

Jovens: REPAM é uma porta aberta para o conhecimento

Foi destacado também o papel dos jovens no futuro da sociedade colombiana. Representantes das pastorais juvenis, presentes no Encontro, ressaltaram que sob a liderança dos jovens é possível defender e proteger os recursos naturais, mas para isso, é preciso avançar nos conhecimentos. Para eles, a REPAM é um instrumento que vai favorecer uma nova articulação em prol do bem comum dentro do território amazônico.

O Encontro foi uma ocasião para insistir num trabalho em comunhão que obtenha ações mais efetivas como rede, a partir de planos de ação conjuntos para enfrentar os maiores desafios da realidade amazônica colombiana.

 

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Papa a futuros cardeais: cardinalato é serviço, não promoção principesca

“Querido irmão, no dia em que celebramos a visita da beata Virgem Maria envio-lhe um caloroso abraço, como antecipação do abraço que lhe darei dia 28 de junho durante o Consistório.”

Com essas palavras, o Papa Francisco inicia a carta que enviou em 31 de maio passado ao bispo de Estocolmo e futuro cardeal, Dom Anders Arborelius, publicada esta sexta-feira (23/06) no site da diocese sueca.

“Com esta saudação, expresso minha esperança de que seu testemunho como discípulo do Senhor possa ser ainda mais evidente no serviço que hoje a Igreja lhe pede”, escreve o Pontífice.

Cardinalato não o torna mais importante que os outros

“O cardinalato é um serviço”, não “uma dignidade que torna mais importante dos que os outros, nem uma honorificência ou uma promoção principesca”, lê-se na missa. “Trata-se de algo de completamente diferente e maior: é um chamado a seguir o Senhor mais de perto”, e a fazê-lo de modo incondicional, acrescenta.

Em seguida, Francisco diz ter rezado de modo especial pelo cardeal no dia precedente ao que escreveu a carta, ouvindo uma leitura dos Atos dos Apóstolos, refletindo sobre a generosidade do serviço de São Paulo e sobre as palavras do apóstolo “Não considero minha vida merecedora de nada”.

A exemplo do apóstolo Paulo, não sentir-se merecedor de nada

“Desejei e pedi para você a mesma atitude em sua vida de cardeal”, explica o Santo Padre, que agradece ao futuro purpurado “pela ajuda que dará à Igreja de Roma”, assegurando-lhe suas “orações” e sua “proximidade fraterna”. Por fim, o Papa Francisco pede que se recorde de rezar por ele.

 

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Abuso de menores: “comportamento geral mudou”, diz Pe Zollner

Em relação ao tema do abuso de menores, “o comportamento geral mudou, graças à insistência do Papa Bento e Francisco, que continuou o caminho por ele traçado”.

É o que afirma o Padre Hans Zollner, Presidente do Centro para a Proteção da Criança da Pontifícia Universidade Gregoriana, ao final da “Anglophone Safeguarding Conference”, que de 19 a 22 de junho reuniu em Roma 111 delegados de 14 países de língua inglesa, para refletir sobre a esperança no âmbito da tutela dos menores.

Maior sensibilização sobre os direitos dos menores

“O tema não desapareceu, mas é discutido publicamente em regiões onde até um ou dois anos atrás nunca seria colocado ao centro do debate de tal questão, quer na Igreja como na sociedade”, observou Padre Zollner, para quem existe hoje “uma maior sensibilização em relação aos direitos das crianças, que cresceu também graças à internet”.

Ademais – acrescentou – “existem mais bispos e provinciais das Congregações religiosas conscientes e formados sobre estes acontecimentos, enquanto até há pouco tempo não se falava sobre isto, nem mesmo dentro do direito canônico”.

Sinais de esperança em muitos países

Para Padre Zollner, “é confortante ver que em muitos países existe uma pessoa comprometida neste campo, quer seja bispo, ou secretário da Conferência Episcopal, ou um leigo, que há um influxo, conhece bem a gradualidade dos processos, sabe impostar o próximo passo a ser dado”.

“É necessário encontrar a medida justa para dar passos possíveis. Em muitos países estamos fazendo isto e estes – concluiu – são sinais de esperança”.

Tutela dos menores, prioridade das prioridades da Igreja

O tema da tutela dos menores “deve entrar na planificação pastoral e chegar ao nível de prioridades entre as prioridades da Igreja – acrescentou o sacerdote jesuíta. Tal tema faz parte do ministério às pessoas mais vulneráveis, ou seja, as crianças e os adolescentes, em uma fase de sua vida decisiva e em um âmbito, o da sexualidade, que está ligado com o desenvolvimento da personalidade e das relações com a parte dos valores e espiritual da pessoa”.

Formar sacerdotes, professores e catequistas

Padre Zollner recordou que “a Igreja deve e pode aprender tantos das instituições que há decênios trabalham neste âmbito”.

“A Igreja deve enriquecer-se de conhecimento, não somente para a formação dos sacerdotes, mas também dos professores, dos catequistas e daqueles que trabalham com os jovens”, acrescentou o jesuíta, enfatizando que “existem experiências, conhecimentos adquiridos e consolidados que devem passar de um país a outro”.

Justamente isto – explicou – é um dos objetivos da plataforma da Anglophone Conferecne, “em que pessoas comprometidas neste campo se confrontam, dialogam e trocam experiências”.

Os testemunhos das vítimas

Escuta, esperança e boas práticas estiveram de fato ao centro do encontro, realizado na Universidade Gregoriana, durante o qual também cinco pessoas que sofreram abusos na família, deram o seu testemunho.

 

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