Abuso de menores: “comportamento geral mudou”, diz Pe Zollner

Em relação ao tema do abuso de menores, “o comportamento geral mudou, graças à insistência do Papa Bento e Francisco, que continuou o caminho por ele traçado”.

É o que afirma o Padre Hans Zollner, Presidente do Centro para a Proteção da Criança da Pontifícia Universidade Gregoriana, ao final da “Anglophone Safeguarding Conference”, que de 19 a 22 de junho reuniu em Roma 111 delegados de 14 países de língua inglesa, para refletir sobre a esperança no âmbito da tutela dos menores.

Maior sensibilização sobre os direitos dos menores

“O tema não desapareceu, mas é discutido publicamente em regiões onde até um ou dois anos atrás nunca seria colocado ao centro do debate de tal questão, quer na Igreja como na sociedade”, observou Padre Zollner, para quem existe hoje “uma maior sensibilização em relação aos direitos das crianças, que cresceu também graças à internet”.

Ademais – acrescentou – “existem mais bispos e provinciais das Congregações religiosas conscientes e formados sobre estes acontecimentos, enquanto até há pouco tempo não se falava sobre isto, nem mesmo dentro do direito canônico”.

Sinais de esperança em muitos países

Para Padre Zollner, “é confortante ver que em muitos países existe uma pessoa comprometida neste campo, quer seja bispo, ou secretário da Conferência Episcopal, ou um leigo, que há um influxo, conhece bem a gradualidade dos processos, sabe impostar o próximo passo a ser dado”.

“É necessário encontrar a medida justa para dar passos possíveis. Em muitos países estamos fazendo isto e estes – concluiu – são sinais de esperança”.

Tutela dos menores, prioridade das prioridades da Igreja

O tema da tutela dos menores “deve entrar na planificação pastoral e chegar ao nível de prioridades entre as prioridades da Igreja – acrescentou o sacerdote jesuíta. Tal tema faz parte do ministério às pessoas mais vulneráveis, ou seja, as crianças e os adolescentes, em uma fase de sua vida decisiva e em um âmbito, o da sexualidade, que está ligado com o desenvolvimento da personalidade e das relações com a parte dos valores e espiritual da pessoa”.

Formar sacerdotes, professores e catequistas

Padre Zollner recordou que “a Igreja deve e pode aprender tantos das instituições que há decênios trabalham neste âmbito”.

“A Igreja deve enriquecer-se de conhecimento, não somente para a formação dos sacerdotes, mas também dos professores, dos catequistas e daqueles que trabalham com os jovens”, acrescentou o jesuíta, enfatizando que “existem experiências, conhecimentos adquiridos e consolidados que devem passar de um país a outro”.

Justamente isto – explicou – é um dos objetivos da plataforma da Anglophone Conferecne, “em que pessoas comprometidas neste campo se confrontam, dialogam e trocam experiências”.

Os testemunhos das vítimas

Escuta, esperança e boas práticas estiveram de fato ao centro do encontro, realizado na Universidade Gregoriana, durante o qual também cinco pessoas que sofreram abusos na família, deram o seu testemunho.

 

br.radiovaticana.va

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