29 de novembro – Missa do 1° Domingo do Advento 2020

1° Domingo do Advento 2020

O tempo do Advento nos convida a nos prepararmos para a vinda de Jesus por meio da escuta e da vivência da Palavra de Deus, da oração e da vigilância. Queremos percorrer este novo ano litúrgico, que estamos iniciando, agradecidos porque o Senhor vem sempre ao nosso encontro quando o invocamos com confiança e praticamos sua justiça. Celebremos dispostos a nos deixarmos iluminar por Deus e transformar por seu amor.

Com Jesus, nosso amigo e nosso irmão, aprendemos a ir ao encontro de todas as pessoas.

RESPONSABILIDADE CRISTÃ

Iniciamos um novo ano litúrgico com o Advento, tempo de preparação para o Natal do Senhor. E logo no início dessa preparação somos convidados a vigiar, assumindo responsabilidades.

A parábola faz pensar no tempo que se chama “hoje”. Caminhamos com um Deus que se relaciona, que é próximo e nos confia responsabilidades sobre sua casa, o próprio mundo que criou. E vivemos na esperança, esperando o retorno de Deus, o momento do acerto de contas a respeito do que fizemos com a confiança que ele depositou em nós.

Podemos entender a ordem de vigiar como várias atitudes: indignar-nos contra as indignidades que ferem a liberdade e a vida dos filhos de Deus; continuar acreditando que Deus nos dá forças para superar as misérias humanas; comprometer-nos a cada dia com a construção de relações fraternas…

Vigiar, enfim, é não ficar “dormindo no ponto”, é não perder a ocasião, mas saber discernir os momentos, na oração que leva à ação e na ação que se transforma em oração e aproxima de Deus.

A oração, de fato, é um modo de tomar consciência de nossas responsabilidades perante a natureza, as pessoas, as situações. Basta pensar no que pedimos ou por que agradecemos a Deus. Quantas vezes transferimos para Deus nossas próprias responsabilidades? Podemos pedir que Deus acabe com a fome e a guerra no mundo, que nos mande políticos honestos. Mas quem criou a fome e a guerra não foi Deus, e quem elegeu políticos corruptos também não foi ele. Não é cristão imaginar que a fome e a guerra acabarão sem nosso compromisso concreto e que lideranças autênticas surjam sem que tenhamos consciência crítica.

É dom de Deus poder continuar trabalhando para que o mal não domine os corações humanos e para que o retorno do Dono nos encontre comprometidos com a causa do Reino, na firme esperança e sobriedade, seguindo os valores vividos pelo Mestre. Continuamos responsáveis pela casa de Deus. Que, vindo de repente, ele não nos encontre dormindo na comodidade e na indiferença.

 

Pe. Paulo Bazaglia, ssp / Portal Kairós