Reflita sobre a Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica

Uma Igreja Santa

Neste artigo, serão tratados alguns aspectos a respeito do atributo “santa”. Assim, quero afirmar, logo nas primeiras linhas deste artigo, que a nossa Igreja é santa! Uma vez feita essa afirmação, pode surgir, então, uma pergunta: “Como crer, firmemente, que a Igreja é realmente Santa diante de tantos escândalos apresentados pelos noticiários televisivos, pelas revistas e a internet?”.

Situações de desvios dentro da Igreja

Sem muito procurar, encontramos casos gravíssimos de pedofilia, roubo, desvios de dinheiro e heresias praticadas por tantos membros indignos que estão bem longe de dar testemunho da verdade e de santidade. Repito, então, a pergunta: “Como ainda podemos afirmar que a Igreja Católica é santa diante de tantos escândalos e pecados?” “Será mesmo que a Igreja Católica é santa?”.

Essa pergunta, um tanto capciosa, é respondida pelo Catecismo da Igreja Católica, no parágrafo 823, de forma concisa e direta, quer dizer, sem deixar margem para especulações: “A Igreja é, aos olhos da fé, indefectível”, ou seja, sem defeito nenhum.

Muitas pessoas podem estar cometendo um engano ao dizer que a Igreja é santa e pecadora. Essa expressão, muitas vezes ditas a esmo, pode ser deficiente ou não expressar uma verdade. O mais correto seria dizer que a Igreja é santa, formada por membros pecadores. A Igreja não é pecadora! De forma nenhuma! A diferença é sutil, mas é muito importante que sejam feitas essas distinções.

A “doença” está nos membros da Igreja, não na Igreja

Certa vez, ouvi uma explicação muito interessante de um padre. Ela pode ser usada como um bom meio para explicar essa situação que levantamos. Tente imaginar um grande clube, desses que possuem várias piscinas e tobogãs que fazem o maior sucesso no verão. Agora tente imaginar que uma parte dos sócios desse clube foram acometidos por uma doença qualquer.

Diante desse quadro, seria correto afirmar que o clube está doente? Claro que não! O clube está lá, pronto para receber seus sócios, porém, alguns não o podem frequentar, porque estão doentes. O clube, portanto, não está doente, mas alguns sócios desse clube estão doentes.

Sei que a comparação é bastante simplória, mas nos ajuda a bem entender a afirmação: “A Igreja é santa, mas formadas por pecadores”. Assim, deveríamos ter mais atenção ao afirmarmos simplesmente que a Igreja é pecadora.

Papas pedem perdão pelos erros cometidos pelos filhos da Igreja

No ano 2000, quando a Igreja e o mundo se preparavam para a chegada do Novo Milênio, o Papa São João Paulo II tomou uma atitude que movimentou os noticiários de todo mundo. Ele veio a público e pediu perdão pelos pecados cometidos pelos filhos da Igreja. Mas, o que foi noticiado pela mídia de todo o mundo foi algo bem diferente.

Basta uma rápida pesquisa nos sites de busca e você mesmo poderá comprovar. As notícias receberam os seguintes títulos: “Papa pede perdão por abusos da Igreja Católica” ou “O Papa João Paulo II pediu perdão pelos erros da Igreja”. Perceba bem, os noticiários dão conta que os “abusos” ou os “erros” foram cometidos pela Igreja.

Mais recentemente, foi a vez do Papa Francisco fazer pedidos de perdão em nome da Igreja e, mais uma vez as notícias receberam os seguintes títulos: “Papa Francisco pede perdão a Deus por falhas da Igreja” ou “Papa pede perdão pelos horrores cometidos pela Igreja”. Aqui, as “falhas” e os “horrores” também foram colocados na conta da Igreja.

Equívocos midiáticos

Note que, tanto no primeiro exemplo quanto no segundo, o erro é sempre da Igreja, nunca dos seus membros. Não se trata de fazer rigorismos com os títulos dessas notícias, mas os ajustar para que a Doutrina e o pensamento da Igreja não sejam feridos inadvertida ou indevidamente por maldade ou ignorância. Em ambos os casos, tanto o Papa São João Paulo II quanto o Papa Francisco não estavam pedindo perdão pelos pecados da Igreja, afinal, ela não é pecadora, mas pelos pecados cometidos por seus filhos.

Esta humilde conduta por parte da Igreja pode ser comparada à conduta de uma mãe que pede perdão a alguém que fora ofendido por seu filho. Não foi ela, a mãe, que cometeu a ofensa, porém, ela se sente responsável pela má conduta de seu filho. Certamente, a Igreja, ao fazer isso, está seguindo o ensinamento de Jesus que, mesmo sem ter pecado nenhum, fez-se pecador para trazer ao mundo a salvação.

A Igreja ajuda seus fiéis a alcançarem a perfeição

Para concluir, o bem-aventurado Paulo VI, no número 19 do “Motu Proprio”, lançado em 1968, em virtude da conclusão do “Ano da Fé”, afirma que a Igreja “é santa, apesar de incluir pecadores no seu seio”. Sendo assim, ela – a Igreja – “sofre e faz penitência por essas faltas”. Faltas essas, assumidas por Cristo na Cruz. O parágrafo 827 do Catecismo da Igreja Católica ainda completa afirmando que a Igreja reúne “pecadores alcançados pela salvação de Cristo, mas ainda em via de santificação”.

Sempre evite dizer que a Igreja é pecadora, pois ela não o é. Diga sempre que puder: a Igreja é santa e indefectível.

Conclusão:

No próximo artigo, trataremos o terceiro atributo da Igreja: “Católica”. Por que a Igreja é católica? Caso não queira esperar pelo próximo artigo, você já pode fazer a leitura do parágrafo 830 e seguintes do Catecismo da Igreja Católica.

Deus abençoe você. Até a próxima!

 

Seminarista Gleidson de Souza Carvalho (Instagram: @cngleidson)
Missionário da Comunidade Canção Nova

Canção Nova / Portal Kairós

Sugestão de melodia para o Salmo 33

Confira a melodia para o Salmo 33 do 21º Domingo do Tempo Comum

O Ministério de Música Canção Nova apresenta a sugestão de melodia para o Salmo 33, cantado na liturgia do 21º Domingo do Tempo Comum.

Assista ao vídeo e aprenda

Uma Breve Pausa com a clássica: Cantar a beleza da vida

Salmo 33

— Provai e vede quão suave é o Senhor!

— Provai e vede quão suave é o Senhor!

— Bendirei o Senhor Deus em todo o tempo, Seu louvor estará sempre em minha boca. Minha alma se gloria no Senhor, que ouçam os humildes e se alegrem!

— O Senhor pousa Seus olhos sobre os justos, e Seu ouvido está atento ao seu chamado; mas Ele volta a Sua face contra os maus, para da terra apagar Sua lembrança.

— Clamam os justos, e o Senhor bondoso escuta e de todas as angústias os liberta. Do coração atribulado, Ele está perto e conforta os de espírito abatido.

— Muitos males se abatem sobre os justos, mas o Senhor de todos eles os liberta. Mesmo os seus ossos ele os guarda e os protege, e nenhum deles haverá de se quebrar.

— A malícia do iníquo leva à morte, e quem odeia o justo é castigado. Mas o Senhor liberta a vida dos seus servos,/ e castigado não será quem n’Ele espera.

 

Canção Nova / Portal Kairós

Casa do Músico com a música: Anuncia-me

Canção: Anuncia-me no programa Casa do Músico

Bem-vindos a mais um programa Casa do Músico! Ainda, neste mês das vocações, apresentamos outra música que nos convida a realizarmos a vontade de Deus. Rinaldo Rosa ensina a tocar no violão a canção “Anuncia-me”, de composição do diácono Nelsinho Corrêa.

Aprenda a tocá-la assistindo ao vídeo

Uma Breve Pausa – Tu és, Senhor, o meu Pastor

Letra da música

Anda no pecado o Meu povo escolhido,
Não encontro sequer um coração contrito
Disse-me o Senhor: Vai falar por Mim, anuncia-Me.
Vai falar por mim, anuncia-Me.

Eu não sei falar, sou apenas uma criança
Ah eu não sei falar, sou apenas uma criança.
Tenho medo Senhor, vem falar por mim, misericórdia.

Tens a vocação de não calar a minha voz
Vamos coragem grita Meu amor entre as nações
Disse-me o Senhor:
Vai falar por Mim, anuncia-Me.

Tão pequeno sou
até os homens temo,
Como falar Senhor, de um Deus tão Grande e Terno?
Tenho medo Senhor,
vem falar por mim, misericórdia.

Não há o que temer, sou Eu quem falarei em ti
Não há o que temer, sou Eu quem falarei em ti
Pois estou contigo
para te livrar,
confia em Mim.

Vai, confia em mim, anuncia-Me!
Vai confia em mim, anuncia-me!
Vai!

 

Canção Nova / Portal Kairós

Uma Breve Pausa com a música Pão de vida nova

No programa “Uma Breve Pausa”, confira a música: Pão de vida nova

Nesta edição do programa “Uma Breve Pausa”, Juliana Moraes e o Coral Canção Nova ensinam técnicas vocais da música: “Pão de vida nova”. Essa canção é uma proposta para o canto de comunhão.

Assista ao vídeo

Hino da Campanha da Fraternidade 2019

Letra da música

Pão de vida nova
Verdadeira comida
Alimento que sustenta o mundo
Glorioso, dom de graça

Tu és fruto sublimeVós sois sublime fruto
Vindo da árvore da vida
Que Adão não podia tocar
Cristo agora nos é dado

Pão da Vida,
Sangue da Salvação
Verdadeiro corpo e sangue
Graça que alimenta o mundo

És cordeiro imolado
Cujo o sangue é a salvação
Memorial da verdadeira pascoa
Da eterna aliança

O maná no deserto
Nutri o povo no caminho
É sustento e força na prova
Para a igreja em meio ao mundo

Vinho da alegria
Que aquece nossos corações
Pois és nosso precioso fruto
Vindo da vinha do Senhor

Da figueira para os ramos
Corre a seiva vital
Que nos dá a vida eterna
Mana o sangue do amor

 

Canção Nova / Portal Kairós

Como fortalecer as próprias escolhas?

É preciso escolher, mas também fortalecer as escolhas sem desanimar diante dos obstáculos

Na certeza de que podemos sempre escolher e de que a escolha é sempre um ato livre de vontade, é preciso também saber fortalecer as escolhas feitas, para não ficar somente em belas frases prontas.

Quem escolhe e não fortalece a própria escolha acaba ficando sem nenhuma delas, pois as duas opções passarão.

Seja firme na sua escolha

Quando falo de fortalecer a escolha feita, quero dizer que não se deve buscar outras escolhas. Muito pelo contrário, volta-se à escolha feita, todos os dias, para que ela não se perca nem se enfraqueça; afinal de contas, o amor que não é dito é perdido.

Escolher e não corresponder à própria escolha, muito mais que um prejuízo, é uma verdadeira traição a si mesmo. Por quê? Quando se faz uma escolha, gasta-se certa dosagem de neurônios, pois é preciso avaliar as partes e as opções que se têm.

Gastamos tempo pensando naquilo que será mais prazeroso e melhor para nós. Empenhamos certa esperança, pois, no ato da escolha, não temos ainda o resultado que virá no pós-escolha, por isso, cria-se certa espera no resultado, e isso nos desgasta um pouco. Por essa razão, quando não correspondemos à escolha feita por nós, promovemos uma verdadeira traição não aos outros, mas a nós mesmos, ao nosso desgaste, à nossa esperança, ao nosso tempo.

Saber escolher é uma arte que precisa e pode ser aprendida por cada pessoa. É claro que, ao fazermos uma escolha, por ainda não termos o resultado final, corremos o risco de nos decepcionarmos, pois aquilo que foi escolhido não é capaz de corresponder com as nossas expectativas. Aqui está o problema: no ato da escolha, estamos escolhendo a coisa em si ou aquilo que achamos que seja a coisa em si.

Por que devemos escolher confiar e esperar?

Não deixe de escolher por medo

Nos nossos tempos, estamos vivendo um fenômeno diferente. Diante da possibilidade de a nossa escolha não dar certo, não estamos fazendo nenhuma. Ou seja, para não correr o risco de nos decepcionarmos, não escolhemos nada.

Com medo da frustração que cada escolha tem, é melhor não escolher nem assumir um compromisso definitivo. Escolher é contar com a realidade de uma satisfação: a de poder escolher. E também de uma frustração: a de não poder escolher tudo. Enquanto se escolhe com a pretensão de não viver a frustração, não se faz uma escolha definitiva, mas uma tentativa de vida feliz, e não um verdadeiro investimento que empenha a própria vida, para que ela seja feliz.

A escolha não é um investimento sobre a circunstância de uma vida sem problemas, sem dores nem sofrimentos, mas o investimento da verdadeira liberdade interior, que não é condicionada pelo externo, mas por Aquele que está dentro, o essencial: Deus.

 

Padre Anderson Marçal

Padre da Igreja Católica Apostólica Romana. Natural da cidade de São Paulo (SP), padre Anderson é membro da comunidade Canção Nova desde o ano 2000. No dia 16 de dezembro de 2007, foi ordenado sacerdote. Estudou Teologia Pastoral Bíblica-Litúrgica na Universidade Salesiana de Roma.