Oblatos de São Francisco de Sales: viver com mansidão o Evangelho no mundo

Os Oblatos e Oblatas de São Francisco de Sales comemoram em 2017 os 200 anos de nascimento de seu fundador, o Beato Louis Brisson, beatificado pelo Papa Bento XVI em 2012.

Padre Louis Brisson nasceu em Plancy, na França, em 23 de junho de 1817, filho único de um casal de comerciantes ambulantes. Foi ordenado sacerdote em 19 de dezembro de 1840. Fundou a Congregação dos Oblatos de São Francisco de Sales em 1875.

A Congregação – presente em 15 países – chegou ao Brasil em 1885, mais especificamente no Pará, tendo sido obrigada mais tarde a se retirar. A volta ao país se deu em 1906, por Dom Pedrito-RS. Atualmente, a Congregação está presente também na Diocese de Frederico Westphalen, na Arquidiocese de Porto Alegre e na Prelazia de Itaituba, no Pará.

Mas para conhecer um pouco sobre o carisma dos Oblatos e Oblatas de São Francisco de Sales, nós conversamos com o Padre Nildo Moura de Mello, Vigário paroquial em Palmeira das Missões (RS), responsável pelas vocações na Congregação e pelas comunicações do que acontece na Província:

“O carisma dos Oblatos de São Francisco de Sales é viver o Evangelho no meio do mundo, do jeito que viveu São Francisco de Sales. São Francisco de Sales que viveu entre 1567 e 1622 na França, deixou um jeito muito específico de viver o Evangelho, pela mansidão, e Luís Brisson concedeu este carisma a nós Oblatos de São Francisco de Sales”.

Mas como é viver o Evangelho na sociedade com este aspecto da mansidão…

“Se dá por uma postura não bélica, por uma postura não agressiva, por uma postura de diálogo. O Papa Francisco hoje traduz isto como “revolução da ternura e cultura do encontro”. São Francisco de Sales, ele deixou este tesouro para a nossa Congregação e para a Igreja. Diante de todos os acontecimentos da vida e de todas as pessoas, por mais que nos sejam difíceis, ter uma atitude de mansidão. Quando Jesus no Evangelho quer ensinar alguma coisa, ele diz: “aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração”. Então esta mansidão perante o próximo e perante todas as pessoas, revela o Cristo que habita em nós e a força do nossa Evangelho. Como dizia São Francisco de Sales: “Se é para fazermos alguma coisa, que façamos pelo amor, pela mansidão, porque esta é a força de Deus”. Não à guerra, não à violência, não ao proselitismo, nem à imposição, mas a mansidão e um profundo respeito pela dignidade do outro”.

“Como Oblato de São Francisco de Sales, difundimos este carisma, sempre em sintonia com a Igreja, especialmente no trabalho com a juventude, com a catequese, abrangendo então crianças e famílias, na visita de doentes, na celebração dos Sacramentos e de forma geral, animando a vida das comunidades.

O Papa Francisco fala muito na “revolução da ternura”. Que ligação poderíamos fazer entre o atual Pontificado e o carisma dos Oblatos de São Francisco de Sales?

“Existe uma ligação muito próxima e profunda, porque o pontificado do Papa Francisco tem trazido prá nós este Evangelho da alegria, esta disposição missionária e esta ternura como grande baluarte do nosso testemunho atual. Então, a tradição dos Oblatos de São Francisco de Sales sempre primou por isto. Estar no mundo, do jeito que o mundo é, sair pelo mundo – como ensina o Papa Francisco – que prefere uma Igreja acidentada, enlameada, do que uma Igreja fechada em si mesma, anunciando o Evangelho que é alegre, que leva a alegria às pessoas, que desperta a alegria no meio, às vezes aonde existem tantas dificuldades, então os Oblatos de São Francisco de Sales sentem-se muito unidos ao Papa por este jeito sereno, corajoso e que se mistura no meio do mundo, não para negar o mundo, mas para transformá-lo. Vemos no Pontificado do Santo Padre, o Papa Francisco, quase que como uma atualização muito próxima da perfeita de São Francisco de Sales, porque não só o nome de Francisco de Sales e Francico de Roma se aproximam, mas também no jeito de ser, o jeito que São Francisco de Sales foi bispo na sua Diocese de Annecy é o jeito que Francisco é Bispo na Diocese de Roma e também as características de um Evangelho alegre, com ternura, que sai pelas ruas, que vai ao encontro do próximo, que com muita mansidão anuncia o amor do Salvador Jesus Cristo”.

Como os paroquianos em Palmeira das Missões acolhem a mensagem do Papa Francisco…

“Os paroquianos acolhem a mensagem do Papa Francisco como uma mensagem que os chega diretamente. O Papa não precisa de explicações intermediárias de nós padres. O povo entende o Papa e tem um carinho muito imenso pelo Papa Francisco. Na visão do nosso povo, o Papa é aquele que Deus enviou para o nosso momento atual. Ele responde às indagações mais profundas do povo, ele consegue chegar com uma linguagem e com posturas muito próximas do povo e ele é para o povo o sinal de esperança e de autoridade no momento atual do nosso país, mas também do mundo inteiro. Então, quando se fala no Papa Francisco, o povo vê um sinal de esperança e de autoridade de alguém que de fato cumpre o papel de Sucessor de Pedro e Vigário de Jesus Cristo para nós”.

A mensagem do Padre Brisson para o mundo atual

“A mensagem do Padre Brisson é que devemos ser operários. Ele fundou os Oblatos quando a França passava pela Revolução Industrial e pediu que fossemos operários no meio do mundo, com os dois pés no meio do mundo. Então, se queremos ajudar o mundo a ser melhor, se queremos ajudar a nossa comunidade a dar passos para se tornar uma sociedade mais justa e fraterna, é preciso misturar-se com o povo, levando sempre esta confiança em Jesus Cristo e vivendo unidos a Deus. A grande contribuição de Padre Brisson é esta: no trabalho estar sempre unidos a Deus e o fazer de cada momento da nossa vida um ato de louvor a Nosso Senhor e amar ao próximo significa estar com ele naquilo que lhe é mais urgente e necessário. Então a mensagem do Padre Brisson é esta, uma profunda confiança em Deus, não ter medo de trabalhar e agir para com o próximo e o bem da sociedade, fazer com alegria e criatividade”.

“Gostaria de convidar a todos os que nos estão ouvindo, para que nesta sexta-feira, 23 de junho, elevarmos uma prece a Deus pela canonização do Beato Luis Brisson, fundador dos Oblatos e Oblatas de São Francisco de Sales, mas também pedir a Deus, através dele, por cada necessidade ou por cada gratidão que temos. Quem gostaria de conhecer a vida do Padre Bresson é só procurá-lo nas redes sociais. Nós estamos trabalhando com um vasto material. É um homem que tem uma palavra muito positiva e um testemunho que nos ajuda no seguimento de Jesus Cristo. Agradeço muito a atenção e o espaço que a Rádio Vaticano nos dá e que por intercessão do Beato Luis Bresson sejam todos vós abençoados”.

 

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Papa Santa Marta: fazer-se pequeno para ouvir a voz do Senhor

Cidade do Vaticano (RV) – Para ouvir a voz do Senhor, é preciso se fazer pequeno. Foi o que o Papa Francisco recordou na homilia da missa da manhã na Casa Santa Marta, celebrando o Sagrado Coração de Jesus.

O Senhor nos escolheu, ele se “misturou conosco no caminho da vida” e nos deu “Seu Filho, e a vida de Seu Filho, por amor nosso”. Referindo-se a primeira leitura de hoje tirado do Deuteronômio, onde Moisés diz que Deus nos escolheu para sermos seu povo entre todos os povos da terra, Francisco explica como se louva a Deus porque “no coração de Jesus dá-nos a graça de celebrar com alegria os grandes mistérios da nossa salvação, de Seu amor por nós”, celebrando, isto é “a nossa fé”. Em particular, o Papa se detém sobre duas palavras contidas no texto: escolher e pequenez. Em relação à primeira, disse ele, não fomos nós a “escolhê-Lo”, mas é Deus que se fez “nosso prisioneiro”:

“Ele se prendeu à nossa vida, não pode se distanciar”. Jogou forte! Ele permanece fiel nessa atitude. Fomos escolhidos por amor e esta é a nossa identidade. ‘Eu escolhi esta religião, eu escolhi …’ Não, você não escolheu. É Ele que escolheu você, chamou você e se prendeu. E esta é a nossa fé. Se não acreditamos nisso, não entendemos a mensagem de Cristo, não entendemos o Evangelho”.

Para a segunda palavra, pequenez, recorda como Moisés especifique que o Senhor escolheu o povo de Israel, porque é “o menor de todos os povos”:

“Ele se apaixonou pela nossa pequenez e por isso ele nos escolheu. E ele escolhe os pequenos: não os grandes, os pequenos. E Ele se revela aos pequenos: ‘Escondestes essas coisas aos grandes e poderosos e as revelastes aos pequeninos!’ Ele se revela aos pequenos: se você quer entender algo do mistério de Jesus, abaixe-se: faça-se pequeno. Reconheça que você não é nada. E não só escolhe e se revela aos pequenos, mas chama os pequenos: ‘Vinde a mim, todos vós que estais cansados e sobrecarregados: Eu vos aliviarei’. Vós que sois os mais pequenos – pelos sofrimentos, cansaço … Ele escolhe os pequenos, se revela aos pequenos e chama os pequenos. Mas os grande Ele não os chama? O Seu coração está aberto, mas a voz os grande não conseguem ouvi-la porque eles estão cheios de si mesmos. Para ouvir a voz de Deus, é preciso se fazer pequeno”.

Assim, então, se chega ao mistério do coração de Cristo, que não é – como “alguém diz”, recorda Francisco- uma “imagem pequena” para os devotos: o coração traspassado de Cristo é “o coração da revelação, o coração da nossa fé, porque ele se fez pequeno, ele escolheu este caminho”. O de humilhar-se e aniquilar-se “até a morte” na cruz: é – disse o Papa – “uma escolha para a pequenez, para que a glória de Deus possa se manifestar”. Do corpo de Cristo traspassado pela lança do soldado “saiu sangue e água”, recorda Francisco, e “este é o mistério de Cristo”, na celebração de hoje, de um “coração que ama, que escolhe, que é fiel” e “se une a nós, se revela aos pequenos, chama os pequenos, e se faz pequeno”:

“Cremos em Deus, sim; sim, também em Jesus, sim … ‘Jesus é Deus?’ – ‘Sim’. Mas o mistério é este. Esta é a manifestação, esta é a glória de Deus. Fidelidade ao escolher, no prender-se e pequenez também por si mesmo: tornar-se pequeno, aniquilar-se. O problema da fé é o núcleo da nossa vida: podemos ser muito, muito virtuosos, mas sem ou pouca fé; devemos começar a partir daqui, a partir do mistério de Jesus Cristo que nos salvou com a sua fidelidade”.

A oração final é para que o Senhor nos conceda a graça de celebrar no coração de Jesus Cristo, “os grandes gestos, as grandes obras de salvação, as grandes obras de redenção”. (SP)

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Papa aos acadêmicos: diálogo favorece encontro entre culturas

Cidade do Vaticano (RV) – “Refletir sobre o papel fundamental das instituições acadêmicas na educação humana e cultural das jovens gerações, em um âmbito social profundamente transformado”.

Com estas palavras o Papa Francisco através de um telegrama quis saudar os muitos participantes no XIV Simpósio Internacional de Professores Universitários, promovido pelo Setor da Pastoral Universitária da Diocese de Roma, que teve início na tarde desta quinta-feira (22) e se encerra neste sábado (24), na Pontifícia Universidade Lateranense. O tema central é: “A Terceira missão das Universidades, dos Centros de Pesquisa e das Instituições de Formação Artística, Musical e Dança na Europa. Para um desenvolvimento humano e global”.

O Papa, partindo da presença de representantes de diferentes culturas e tradições, fez votos de que possa ser encorajado, durante este encontro, um diálogo construtivo sobre a contribuição fundamental desses “valores cristãos que, – escreve o Papa -, moldaram o pensamento e a arte em diferentes países, promovendo incessantemente solidariedade, respeito pela dignidade humana, e dando prioridade ao diálogo como uma forma de encontro”. (SP)

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Portugal: incêndio, mensagem de solidariedade dos bispos

Fátima (RV) – Os bispos portugueses expressaram, numa mensagem, a dor pelas vítimas dos incêndios que nos últimos dias provocaram a morte de pelo menos 64 pessoas.

Além de manifestar preocupação pela grande devastação causada pelas chamas, os prelados acompanham, com orações, as famílias das vítimas. A Conferência Episcopal Portuguesa está reunida, em Fátima, nas Jornadas Pastorais e em Assembleia Plenária extraordinária.

“Partilhamos, primeiramente, a dor dos que choram os seus familiares e amigos que perderam a vida, pedindo a Deus que os acolha junto de Si. Manifestamos igualmente o nosso reconhecimento e apoio aos bombeiros, às organizações de socorro e aos numerosos voluntários, nacionais e estrangeiros, que fazem todos os esforços para salvar vidas, minorar danos e evitar a perda de pessoas e de bens, mesmo às custas do cansaço e riscos pessoais”, destacam os bispos portugueses na mensagem.

“Na sequência do que afirmamos na Nota Pastoral de 27 de abril de 2017 «Cuidar da casa comum – prevenir e evitar os incêndios», estamos conscientes da necessidade de medidas mais preventivas, concretas e concertadas sobre esta calamidade que todos os anos atinge o nosso país. Neste momento, porém, em cada uma das nossas Igrejas diocesanas, sentimo-nos próximos e comprometidos com a situação dramática dos que sofrem. A partir das nossas comunidades cristãs, das Caritas Diocesanas e da Caritas Portuguesa, e de outras instituições eclesiais, participamos no esforço de acudir às vítimas, providenciar meios de primeira necessidade e colaborar no ressurgir da esperança, da solidariedade e do alento para reconstruir a vida e o futuro.”

Os bispos pedem a todas as comunidades cristãs e a quem deseja associar-se para que, além de outras iniciativas solidárias, se dediquem à oração, sufrágio e oferta do primeiro domingo de julho a esta finalidade, enviando o produto dessa coleta fraterna para a Caritas Portuguesa a fim de ser encaminhado para aqueles que necessitam.

Mais informações no site da Conferência Episcopal Portuguesa.

(MJ)

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Papa: um padre deve ter paixão, discernimento e denúncia

Cidade do Vaticano (RV) – Um pastor deve ser apaixonado, deve saber discernir e deve saber também denunciar o mal. Foi o que disse o Papa Francisco na missa celebrada na manhã de quinta-feira (22/06) na Casa Santa Marta.

Em sua homilia, o Pontífice se inspirou na Primeira Leitura, extraída da Carta de São Paulo aos Coríntios, para falar de três características de um pastor.

A primeira qualidade, indicou ele, é ser um pastor “apaixonado”, a ponto de dizer à sua gente, ao seu povo: ‘Sinto por vós um amor ciumento semelhante ao amor divino”. É “divinamente ciumento”, comentou o Papa.

Uma paixão, portanto, que se torna quase “loucura”, “insensatez” pelo seu povo. “E isso – acrescentou – é aquela característica que nós chamamos de zelo apostólico: não se pode ser um verdadeiro pastor sem este fogo por dentro”. Já a segunda característica do sacerdote é “um homem que sabe discernir”:

“Sabe que na vida tem a sedução. O pai da mentira é um sedutor. O pastor, não. O pastor ama. Ama. Ao invés, a serpente, o pai da mentira, é um sedutor. É um sedutor que tenta afastar da fidelidade, porque aquele ciúme divino de Paulo era para levar o povo a um único esposo, para manter o povo na fidelidade ao seu esposo. Na história da salvação, nas Escrituras muitas vezes encontramos o afastamento de Deus, as infidelidades ao Senhor, a idolatria, como se fossem uma infidelidade matrimonial”.

A segunda característica, portanto, é que saiba discernir: “discernir onde existem perigos, onde estão as graças… onde está a verdadeira estrada”. Isso “significa que o pastor sempre acompanha as ovelhas: momentos belos e também nos momentos difíceis, inclusive nos momentos da sedução, com a paciência os leva ao redil”. Já a terceira característica é a “capacidade de denunciar”:

“Um apóstolo não pode ser um ingênuo: ‘Ah, está tudo bem, vamos para frente, ok?, está tudo bem … Façamos uma festa, todos … tudo se pode …’. Porque há a fidelidade ao único esposo, a Jesus Cristo, a defender. E ele sabe condenar: aquela concretude, dizer ‘isso não’, como os pais dizem ao filho quando começa a engatinhar e vai na tomada para colocar o dedo: ‘Não, isso não! É perigoso!’. Mas me veem à mente tantas vezes aquele ‘tuca nen’ (não toque em nada) que os meus pais e avós me diziam naqueles momentos em que havia um perigo”.

O Bom Pastor – disse ainda o Papa – sabe denunciar, “com nome e sobrenome”, como fazia São Paulo. Francisco então recordou sua recente visita às cidades italianas de Bozzolo e Barbiana, aos túmulos dos sacerdotes Pe. Milani e Pe. Mazzolari. De modo especial, recordou o que dizia Pe. Milani quando ensinava os jovens:

“I care. Mas o que significa? Explicaram-me que, com isso, ele queria dizer ‘eu me importo’. [Pe. Milani] ensina que as coisas deveriam ser levadas a sério, contra o slogan daquele tempo que [era] ‘eu não me importo’, mas disse em outra linguagem, que eu não ouso dizer aqui. E assim ensinava os jovens a irem avante. Cuide: cuide de sua vida e ‘isso não’!’”

Portanto, saber denunciar “o que vai contra a sua vida”. E muitas vezes, disse, “perdemos esta capacidade de condenar e queremos levar avante as ovelhas um pouco com aquela ‘bondade’ que não é ingênua”, mas faz mal. Aquela “bondade” para atrair a admiração ou o amor dos fiéis “deixando que façam”.

Resumindo: “O zelo apostólico de Paulo, apaixonado, zeloso, é a primeira característica. O homem que sabe discernir porque conhece a sedução e sabe que o diabo seduz é a segunda característica. E um homem com capacidade de condenar as coisas que fazem mal às suas ovelhas é a terceira caraterística”. O Papa então concluiu com uma oração “por todos os pastores da Igreja, para que São Paulo interceda diante do Senhor, para que todos nós pastores possamos ter essas três característica para servir o Senhor”.

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