Atualização do Mistério Pascal em cada Liturgia – Parte I

No nosso espaço Memória Histórica – 50 anos do Concílio Vaticano II, vamos continuar a tratar no programa de hoje sobre a renovação litúrgica trazida pela Constituição dogmática Sacrosanctum Concilium.

No programa passado, vimos como a liturgia é a celebração por excelência do Mistério Pascal de Cristo agora realizado em nossas vidas, em nossa história concreta, na atualidade da vida concreta dos que ali celebram a salvação.

De fato, a Constituição dogmática Sacrosanctum Concilium – promulgada pelo Papa Paulo VI em 4 de dezembro de 1963 – afirma que Jesus instituiu o sacrifício da Santa Missa, a fim de perpetuar nos séculos, até a sua volta, o sacrifício da cruz. Assim, a obra de salvação continuada pela Igreja realiza-se na liturgia.

No programa de hoje, Padre Gerson Schmidt, que tem nos acompanhado neste percurso dos documentos conciliares, no traz a primeira parte da reflexão “Atualização do mistério pascal em cada liturgia”:

“Padre Pedro Mosén Farnés, falecido em 24 de março deste ano, em Barcelona, foi um dos grandes liturgistas e expoentes do Concílio Vaticano II para trazer a renovação litúrgica, que é proposta na Sacrosanctum Concilium – a constituição dogmática pilar de toda a valorização e renovação dos sacramentos e, no centro disso, a Pascoa, a vigília Pascal por excelência e a Eucaristia, como Mistério Pascal.

O esplendor da Liturgia centrou-se nesse foco – o Mistério Pascal. Aqui não se trata de que na liturgia Cristo estivesse simplesmente presente para me ajudar, mas que nela está a Ressurreição de Cristo, que te convida a entrar na morte com Ele, para com Ele ressuscitar. Se não entro nesse dinâmica renovadora da liturgia, os sacramentos serão ritos exteriores e eu serei um mero expectador, da mesma forma como vou a um cinema assistir um filme que pode até me envolver emocionalmente, mas serem apenas sou um assistente, um mero expectador de um fato alheio a minha vida e história.

A Constituição Dogmática Lumen Gentium, no número 03, diz com clareza essa atualização da liturgia em nossa história e vida pessoal e comunitária: “todas as vezes que se celebra no altar o sacrifício da cruz, pela qual Cristo, nossa páscoa, foi imolado, atualiza-se a obra da nossa redenção”(LG 03). (É convenienterepetir aqui esse texto para o ouvinte).

Três comentários palavras aqui queremos comentar desse texto da Lumen Gentium. Primeiro: A palavra sacrifício, para ser referendada à Santa Missa, deve aqui ser bem entendida. Na religião pagã, a palavra é traduzida por “sacrumfacere”, ou seja, fazer o sagrado. A missa, sabemos não é apenas sacrifício, mas também banquete, festa, uma celebração que é memorial pascal, refeição alegre, festiva e atual da Páscoa de Jesus Cristo. Assim, a Eucaristia seria muito mais um “sacrificiumlaudis”, um louvor e uma rica ação de graças pela vitória de Cristo sobre a morte. O sacrifício da cruz tem razão de ser em vista da Ressurreição, da festiva passagem (Pessach) da morte para a vida. O caráter sacrifical da missa, demasiadamente penitencial, foi acentuado por uma época na Igreja.

Quando é usado o termo na liturgia, usado também pelo Papa João XXIII, não é em sentido absoluto, mas como um dos aspectos do Mistério de Cristo, em sua oferta na cruz como sacrifício único e total. São Cipriano afirma: “e uma vez que, em todos os sacrifícios, nós fazemos a memória da paixão de Cristo – é de fato a paixão de Cristo que nós oferecemos – nós não podemos fazer diferente do que Ele fez” (Carta, 63,17). Por isso, a Eucaristia não é um sacrifício do fiel a Deus, mas de Deus ao fiel. Precisamos tirar a ideia pagã do sacrifício que aplacaria a ira de Deus, como os antigos holocaustos e sacrifícios judaicos. O grande sacrifício na eucaristia não somos nós que fazemos. É claro que oferecemos nosso coração, nossa vida. Mas o único e grande sacrifício que acontece na liturgia é a que Jesus Cristo fez uma vez por todas, até a morte, no altar da cruz”.

 

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Audiência: é mais fácil ser santo do que delinquente

Os santos, testemunhas e companheiros de esperança: este foi o tema da catequese do Papa Francisco na Audiência Geral desta quarta-feira (21/06), na Praça S. Pedro.

Na penúltima audiência antes da pausa de verão, havia na Praça cerca de 15 mil fiéis, entre os quais grupos das dioceses de Bom Jesus do Gurgueia (PI), Jundiaí, São Carlos e Santo André.

A essa multidão, o Pontífice recordou os momentos na vida cristã em que invocamos a intercessão dos santos: durante o Batismo, o Matrimônio e a ordenação sacerdotal.

O Cristianismo cultiva uma incurável confiança: não acredita que as forças negativas e desagregadoras possam prevalecer. “A última palavra na história do homem não é o ódio, não é a morte, não é a guerra”, disse o Papa. Em cada momento da vida cristã, nos assiste a mão de Deus e também a discreta presença de todos os fiéis que nos precederam. Antes de tudo, a existência dos santos nos diz que a vida cristã não é um ideal inalcançável. E nos conforta: não estamos sós, a Igreja é feita de inúmeros irmãos, com frequência anônimos, que nos precederam e que, por ação do Espírito Santo, estão envolvidos nos acontecimentos de quem ainda vive aqui. Os esposos sabem que precisam da graça de Deus e da ajuda dos santos para dizer “para sempre”. “Não é como alguns dizem, ‘até que o amor dure’. Para sempre ou nada. Do contrário, é melhor não se casar”, disse o Papa.

No momentos difíceis, acrescentou Francisco, é preciso ter a coragem de elevar os olhos ao céu, pensando nos muitos cristãos que passaram por atribulações. Deus jamais nos abandona: toda vez que precisarmos, virá um anjo para nos consolar. “Anjos” algumas vezes com um rosto e um coração humanos, porque os santos de Deus estão sempre aqui, escondidos no meio de nós. “Isso é difícil de entender e imaginar. Mas os santos estão presentes na nossa vida”, destacou Francisco, que concluiu:

“Que o Senhor nos doe a esperança de sermos santos. É o grande presente que cada um de nós pode dar ao mundo. Alguém poderá me perguntar: mas é possível ser santo na vida de todos os dias? Ser santo não significa rezar o tempo todo, mas fazer o seu dever. Rezar, trabalhar, cuidar dos filhos, mas fazer tudo com o coração aberto a Deus. Assim nos tornaremos santos. É possível. Não é difícil. É mais fácil ser santo do que delinquente. É possível porque o Senhor nos ajuda.”

Que o Senhor nos dê a graça de acreditar tão profundamente Nele, a ponto de nos tornar imagem de Cristo para este mundo. “Que o Senhor doe a vocês e a mim também a esperança de sermos santos.”

Ao final da catequese, o Papa concedeu a todos a sua bênção apostólica.

Presente na transmissão da Rádio Vaticano desta manhã da Audiência Geral para os meios de comunicação no Brasil o Padre Domingos Barbosa Filho, Diretor de Estudos do Pontifício Colégio Pio Brasileiro de Roma. Ele sintetizou assim a catequese do Papa Francisco…

 

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“Que eu possa seguir o exemplo de Pe. Lorenzo Milani”

O Papa Francisco chegou à cidade de Barbiana, na província e Arquidiocese de Florença, na manhã de terça-feira (20/06), proveniente de Bozzolo, e foi diretamente ao cemitério local para uma oração, reservada, junto ao túmulo do Padre Lorenzo Milani, que viveu no século XX.

Em seguida, no jardim adjacente à igreja local, o Papa fez um discurso a um grupo de discípulos do Padre Milani, sacerdotes e alguns jovens hóspedes das residências de acolhimento familiar.

“Vim aqui para homenagear a memória de um sacerdote que testemunhou que no dom de si a Cristo se encontram os irmãos em suas necessidades, para que seja defendida e promovida sua dignidade de pessoas, com a mesma doação de si que Jesus nos mostrou, até a cruz”.

Pe. Lorenzo Milani viveu sua missão nos lugares em que a Igreja o chamou com plena fidelidade ao Evangelho, e “vocês são as testemunhas de sua paixão educativa, de sua intenção de despertar nas pessoas o humano, abrindo-as ao divino”, disse.

No discurso, o Papa destacou a dedicação do sacerdote à escola e aos pobres, ‘porque sem palavra não existe dignidade e consequentemente, nem liberdade e justiça’, como ensinou Pe. Milani.

“É a palavra que abrirá o caminho à plena cidadania na sociedade, mediante o trabalho, e à plena pertença à Igreja. Só assim podemos realizar a humanização que reivindicamos para toda pessoa nesta terra, ao lado do pão, da casa, do trabalho, e da família. A Palavra é instrumento de liberdade e de fraternidade”.

O Papa se dirigiu especificamente aos jovens que precisam de acompanhamento, àqueles que vivem na marginalidade.

“Agradeço todos os educadores que estão a serviço do crescimento das novas gerações, especialmente os que vivem em condição difícil. Sua missão é de amor, porque não se pode ensinar sem amar e sem a consciência de que aquilo que se doa é simplesmente um direito, o de aprender”.

Idosos e jovens, testemunhas e herdeiros de Pe. Milani

Depois o Pontífice dedicou algumas palavras aos sacerdotes, dos mais idosos aos mais jovens, testemunhas e herdeiros da trajetória de Pe. Lorenzo, ressaltando sua fé totalizante e sua doação completa ao Senhor. “Ele nos ensina a querer bem à Igreja, que com sinceridade e verdade pode haver tensões, mas nunca fraturas ou abandonos”.

A passagem do Papa por Barbiana compreendeu também uma breve visita à casa paroquial, nas salas que hospedavam uma escola popular.

 

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Togo: associação de auxílio à idosos completa cinco anos

Lomé (RV) – Fundada em 2012, a Associação São Francisco “Assistência a domicílio à pessoas idosas dependentes” (ADPAD) festeja seus cinco anos de serviços prestados no país africano de Togo.

Os eventos que marcam a recorrência tiveram início no sábado, 10 de junho, no Centro de Educação Espiritual para o Apostolado dos Leigos em Lomé, com o tema “a esperança não decepciona”.

Muitas pessoas idosas, assistidas por esta associação, participaram da missa celebrada na Capela de São Pedro Claver pelo Diretor diocesano das obras assistenciais, Padre Martial Tsikata.

Dedicação aos idosos

“Como parte de nossa missão, nós visitamos pessoas idosas em casa, sem distinção, fornecendo a elas assistência alimentar, sanitária, psicológica e espiritual, de acordo com suas necessidades”, explica Irmã Aurelie d’Almeida, Diretora Executiva da ADPAD.

Esta religiosa togolesa, dedicada a causa dos idosos, é membro do Instituto das irmãs de São Francisco de Assis desde 1986.

Esta organização da sociedade civil, por ela iniciada, fabrica e coloca à venda diversos produtos, cuja renda obtida permite sustentar atualmente 55 pessoas com alimentos e medicamentos, que são levados por voluntários às cidades de Lomé e Niamtougou Tsévié.

Idosos negligenciados por familiares

Os idosos, abandonados pelas suas famílias, vivem uma situação deplorável, que é aliviada pela presença de voluntários como James e Jeanne Awouyeah: “Eu visito eles em casa e levo víveres, roupas, e faço companhia”, diz com satisfação Jeanne. “Alguns idosos não deixam de viver – reconhece James – mas nossas visitas levam conforto e ajudam a preencher a solidão que sentem”.

“Este apostolado é muito grande, por isto queremos chegar em 2020 apoiando 100 idosos”, são os votos da Irmã Aurelie.

Para este fim, lançamos “uma campanha de sensibilização para reunir mais recursos financeiros e humanos”, diz a religiosa, que recorda em especial os esforços realizados pela Ação Católica e a Legião de Maria, que ajudam na identificação e na assistência aos idosos necessitados.

Outras associações de igrejas também prestam serviço aos idosos, recorda Padre Tsikata, exortando os cristãos “a perseverarem nas boas obras em favor das pessoas que experimentam a fragilidade humana”. (JE)

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Chile: alegria dos bispos pelo anúncio da visita do Papa em 2018

Santiago (RV) – “Uma notícia muito bonita que nos enche de alegria.” Foi o que disse o Núncio Apostólico no Chile, Dom Ivo Scapolo, comentando a informação divulgada, nesta segunda-feira (19/06), pelo Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Greg Burke, sobre a viagem do Papa Francisco ao Chile, de 18 a 21 de janeiro de 2018. O Pontífice visitará as cidades de Santiago, Temuco e Iquique.

“Desde agora, para todos nós, é uma ocasião a fim de renovar o nosso compromisso de reforçar a comunhão efetiva com o Santo Padre”, disse Dom Scapolo, segundo a Agência Sir.

O presidente da Conferência Episcopal do Chile, Dom Santiago Silva, afirmou: “Graças a Deus! Receberemos o nosso Pastor com o coração aberto e com muito afeto. O Papa vem nos confirmar na fé, no que estamos vivendo como Igreja e no compromisso de formar uma sociedade mais acolhedora.”

O prelado falou também sobre a exigência de “caminhar ainda mais com a ajuda do Papa, divulgando sua mensagem, que é uma mensagem de comunhão, misericórdia e atenção aos vulneráveis.”

O Arcebispo de Santiago, Cardeal Ricardo Ezzati, disse: “É uma alegria muito grande que o Papa venha nos visitar no Chile, e vem de maneira especial a Santiago, onde uma parte significativa da população chilena, vive, trabalha e está construindo a paz e a justiça.

Após visitar o Chile, o Papa Francisco visitará também o Peru, de 18 a 21 de janeiro de 2018.

(MJ)

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