Frutos espirituais positivos em Medjugorje, avalia Dom Henryk Hoser

Cidade do Vaticano (RV) – “Nomeou-se este Bispo – bom, bom porque tem experiência – para ver como anda a parte pastoral. E, no fim, qualquer palavra será dita”.

Ao ser interpelado pelos jornalistas no voo de retorno de Fátima sobre Medjugorje, o Papa Francisco assim referiu-se – de modo indireto – a por ele nomeado em fevereiro passado para “adquirir um conhecimento mais aprofundado da situação vivida naquela realidade, sobretudo das exigências dos fiéis que para lá vão em peregrinação, e com base nisto, sugerir eventuais iniciativas para o futuro”.

Arcebispo de Varsóvia-Praga, o religioso palotino, de 74 anos, foi no passado Secretário adjunto da Congregação para a Evangelização dos Povos. Após o período passado em Medjugorje, Dom Hoser já está de volta à Polônia – onde está à frente de uma Diocese com mais de 1 milhão de batizados. Mas sua missão ainda foi concluída.

“Estou escrevendo um relatório conclusivo – declarou por telefone ao jornal dos bispos italianos ‘Avvenire’ – que deverei entregar ao Papa pelo final de junho. E é provável que também terei um encontro com ele”.

Avaliação positiva

O Arcebispo polonês tem uma avaliação positiva sobre o que testemunhou durante seus encontros e observações no local que atrai milhares de peregrinos a cada ano:

“O trabalho pastoral que é desenvolvido ali é muito intenso, desenvolvido e diversificado. É baseado no culto mariano, mas é ao mesmo tempo cristocêntrico: Adoração Eucarística, Via Sacra, Terço. Certamente não vi nada de fantasioso ou algum desvio. Constatei um clima de recolhimento, de oração, de contemplação, enfim, de grande fervor espiritual”.

Confissões

Um dos aspectos que mais tocou o prelado foi “a quantidade de confissões, mas também a obra de formação das consciências nos encontros e seminários que são organizados. Os peregrinos não estão diminuindo”, ressaltou.

Sobre a atmosfera intereclesial, afirmou não ter percebido grandes contrastes entre a Paróquia de Medjugorje e os franciscanos por um lado e o clero diocesano e os outros religiosos por outro. “Diversos párocos das redondezas vão inclusive dar uma mão. Certo, o Bispo de Mostar, Ratko Peric, reitera a sua posição claramente contrária à veracidade das aparições e sublinha que, segundo ele, nada pode ser construído sobre o que é falso”.

Papa Francisco

Dom Hoser não ficou surpreso ao serem recordadas a ele as palavras do Papa Francisco de que Nossa Senhora não é “chefe de um departamento telegráfico” e sobre “presumíveis aparições” que “não têm tanto valor”.

“O Pontífice – disse o prelado – deu o seu ponto de vista pessoal sobre aquela que podemos chamar a segunda fase das aparições. Ora, vazou também para a imprensa o conteúdo do trabalho feito pela Comissão Teológica presidida pelo Cardeal Ruini, que expressou um parecer positivo sobre as primeiras sete aparições (as que ocorreram de 24 e 25 de junho a 1º de julho de 1981) e não sobre todo o fenômeno”.

Portanto, existe separação entre “um antes” e “um depois”, entre os acontecimentos iniciais ocorridos no arco de somente seis dias e aqueles sucessivos.

Aparições em Kibeho, Ruanda

Neste sentido, Dom Hoser recorda as aparições em Kibeho, Ruanda, que fazem parte do pequeno número daquelas que receberam uma aprovação oficial por parte da Igreja, no caso específico, pelo então bispo da Diocese de Gikongoro, Dom Augustin Misago, em 29 de junho de 2001, em acordo com a Congregação para a Doutrina da Fé.

Os fenômenos sobrenaturais tiveram início em uma escola administrada por religiosas, em 28 de novembro de 1981, sucedendo-se por longos anos, e envolviam seis meninas e um menino.

O trabalho de duas Comissões diocesanas, uma médica e uma teológica examinou e constatou um quadro complexo e confuso na sucessão dos acontecimentos.

Ao final, as visões foram reconhecidas somente para três das videntes: Alphonsine Mumureke, Anathalie Mukamazimpaka e Marie Claire Mukangang, consideradas o “núcleo original” e mais confiável.

Foram avaliadas como “críveis” as visões de Nossa Senhora, que se apresentava como “Mãe do Verbo”, mas não aquelas em que teria aparecido Jesus. E o arco de tempo considerado foram somente os primeiros dois anos, até 1983, sendo os restantes desconsiderados.

Dom Hoser conhece muito bem os acontecimentos de Kibeho. Como religioso foi missionário em Ruanda, a partir de 1975, onde trabalhou como médico (antes de entrar para os palotinos, formou-se em medicina), ocupando cargos nacionais e onde permaneceu até os anos 90.

Em 1994, na ausência do Núncio Apostólico, foi também Visitador Apostólico do país africano.

Mensagem de paz

A solução para Medjugorje poderia, portanto, ser parecida com a de Kibeho? E em caso afirmativo, o que seria dos 36 anos de mensagens, dos dez segredos que a Virgem Maria teria revelado a uma das videntes e que constituem o aspecto central de Medjugorje?

Dom Hoser responde que “os dez segredos ainda não são conhecidos”, neste sentido, “não muda nada”.

“Recordemos sempre – enfatizou – que o culto mariano está obrigatoriamente ligado às aparições, pode se desenvolver de maneira autônoma. O objeto de culto é a Virgem Maria”.

Por fim, o Arcebispo polonês considera que, caso não for reconhecido tudo o que se seguiu às primeiras aparições, permanece no entanto “a mensagem de paz”.

(JE /’Avvenire’)

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Duas novas coleções de DVS apresentam o Vaticano e seus Museus

Cidade do Vaticano (RV) – “Na Descoberta dos Museus Vaticanos”e “Na descoberta do Vaticano e dos Museus Vaticanos”: estes são os títulos da nova coleção de DVDs apresentada em uma coletiva de imprensa na sexta-feira (19/05), nos Museus Vaticanos.

Produzidos pelo Centro Televisivo Vaticano (CTV), em colaboração com Rai Com, os DVDs tem como guia o divulgador científico Alberto Angela, que acompanha o espectador em um inédito percurso dentro da Cidade do Vaticano e de seus Museus. A Rádio Vaticano conversou a este respeito com Barbara Jatta, Diretora dos Museus Vaticanos:

“Queremos mostrar a complexidade destes Museus que têm uma declinação no plural, porque são realmente um complexo de coleções diferentes, de museus diferentes, de arte, história e cultura e também de fé. São precisamente declinações de tipologias diversas”.

RV: Existe algum aspecto inédito dos Museus Vaticanos que é revelado nestes DVDs?

“Sim, existem porque são também tantos lugares que geralmente não são abertos ao grande público, que foram claramente filmados e comentados por nossos 14 curadores, coordenados pelo esplêncido Alberto Angela”.

Os DVDs – em oito línguas – representam uma oportunidade – para quem já visitou os Museus – para descobrirem coisas novas. Ao mesmo tempo, para aqueles que ainda não conseguiram visitá-lo pessoalmente, uma oportunidade de poder conhecê-los em uma viagem virtual, como nos explica Monsenhor Dario Viganì, Prefeito da Secretaria para a Comunicação:

“É uma grande viagem, porque a bem da verdade trata-se de seis DVDs: três são uma viagem na descoberta do Vaticano – não o Vaticano das grandes cerimônias, mas o Vaticano um pouco escondido, cotidiano, do trabalho – e depois outros DVDs são um caminho pelos vários corredores, as salas dos Museus. A novidade é que ele se torna a coleção oficial dos Museus Vaticanos. A coisa mais importante é esta: é em oito línguas e entre estas o russo, o chinês e o japonês, porque pensamos que existe uma vasta população com desejo de conhecer este tesouro artístico, um tesouro de história, de arte, de fé, de valores e portanto, é precisamente uma operação a serviço do serviço cultural”.

RV: Que tipo de mensagem chegará a quem o assistir?

“Para quem o assistir pela primeira vez, ou antes de vir a Roma para visitar o Vaticano, se tornará certamente um momento de preparação, portanto, também de pré-disposição e também de um olhar para uma experiência que é sempre mais envolvente e importante. Para quem, pelo contrário, usará a série, e sobretudo os DVDs após uma visita, se tornará a ocasião para um aprofundamento, para um repensar. A mensagem é justamente esta: o belo, o verdadeiro e o bom coincidem”. (MarT/JE)

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Papa Francisco: “estava sempre no gol, porque era perna de pau”

Cidade do Vaticano (RV) – Futebol, vocação, máfia e respeito: estes foram alguns dos temas do encontro do Papa Francisco com os paroquianos da paróquia de São Pedro Damião de Acilia, município ao sul de Roma. Na tarde de domingo, o Pontífice deixou o Vaticano para visitar a 15ª paróquia na periferia da capital italiana.

Na programação do Papa, constava a celebração da missa, o encontro com as crianças e os jovens, com os assistidos pela Caritas local e com os membros do caminho neocatecumenal.

Perna de pau

Com as crianças, Francisco recordou os tempos em que jogava futebol, mas era escalado sempre para ficar no gol, pois era «pata dura» (perna de pau).

Depois, lembrou as travessias com os irmãos, de se jogar com o guarda-chuva do balcão para brincar de paraquedas. “Meu irmão está vivo por milagre”, afirmou. E falou de sua vocação, quando aos 16 anos sentiu de modo fulminante o chamado para se tornar sacerdote. Por fim, evocou o respeito por todos, mãe, pai, avós, “que fazem tantos sacrifícios”, respeito pelos bons e malvados, inclusive pelos mafiosos.

Aos neocatecúmenos, Francisco afirmou que a Igreja não cresce por proselitismo, mas por atração.

Depois de confessar quatro paroquianos, o Pontífice abraçou doentes, idosos e pais de crianças batizadas e celebrou a missa, como fizeram Paulo VI em 1972 e João Paulo II em 1988.

Linguagem da doçura

Em sua homilia improvisada, o Papa falou que a linguagem do cristão é uma linguagem de doçura e respeito.

“E isso pode nos ajudar a pensar em como é o nosso comportamento de cristãos: é um comportamento de doçura ou de ira? Ou amargo? É feio ver pessoas que se dizem cristãs mas são cheias de amarguras.”

E contou que, uma vez, um pároco lhe disse que alguns dos paroquianos podiam comungar da porta da Igreja, de tão comprida a língua. Alguns de vocês podem me dizer: ‘mas, padre, sempre o mesmo assunto!’. Mas é a verdade, isso nos destrói. Desculpem se insisto, mas creio que este seja o inimigo que destrói as nossas comunidades: a fofoca”.

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Trump na Arábia Saudita: nasce um Centro contra o terrorismo

Católicos e luteranos: Declaração a Caminho da unidade

Os Estados Unidos e a Arábia Saudita anunciaram neste domingo (21) a criação de uma estrutura regional para lutar contra o financiamento do terrorismo. Este é o resultado da visita do presidente dos EUA, Trump, que em Ryad se reuniu com representantes de cerca de cinquenta países muçulmanos. O Irã responde acusando os EUA de quererem tirar dinheiro da Arábia Saudita.

Trump no Golfo

Seis países do Golfo farão parte do Centro para a partilha de informações sobre o financiamento de grupos como o auto-intitulado Estado Islâmico e a Al Qaeda. É o acordo alcançado entre Washington e Ryad. Uma cooperação histórica que levará estabilidade ao Oriente Médio e debelará o terrorismo islâmico, disse ontem o presidente dos Estados Unidos, em um forte discurso. O que os EUA estão propondo é uma aliança de valores comuns. Sem precedentes o ataque do rei saudita Salman contra o Irã qualificado como o país na liderança do terrorismo no mundo. Imediata a resposta de Teerã. O Ministro das Relações Exteriores Zarif acusa os Estados Unidos de “bombarem” dinheiro da Arábia Saudita.

Papa recebe presidente estadunidense

Depois de Riyadh, Trump visita hoje Israel e depois Cisjordânia. Na quarta-feira se encontrará com o Papa Francisco no Vaticano. O primeiro-ministro israelense disse que com Trump irá falar sobre a paz. “Se as três religiões se unem – disse o presidente dos EUA – a paz é possível em todo o mundo, também entre israelenses e palestinos. A Rádio Vaticano transmite, ao vivo, junto com o Centro Televisio Vaticano, o encontro do Papa como o presidente estadunidense, a partir das 8h15 da manhã, 3h15, hora de Brasília.

Dez anos de Aparecida: para que em Jesus Cristo nossos povos tenham vida

Cidade do Vaticano (RV) – Amigo ouvinte, a V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe – da qual nasceu a “Missão Continental” – está completando dez anos. Realizada de 13 a 31 de maio de 2007 em Aparecida, São Paulo, a Conferência de Aparecida teve sua abertura feita pelo Papa Bento XVI, cuja viagem apostólica foi também marcada pela canonização do Frei Galvão e a memorável visita à Fazenda da Esperança.

Momento particularmente importante para uma renovação e revitalização na caminhada da Igreja nesta porção da América, Aparecida colocou-se no sulco das conferências gerais que a precederam no “Continente da Esperança: Rio de Janeiro (1955), Medellín (1968), Puebla (1979) e Santo Domingo (1992).

Tendo como tema “Discípulos e missionários de Jesus Cristo, para que nossos povos nele tenham vida – eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida” (Jo 14, 6), um dos compromissos centrais de Aparecida foi despertar a consciência discipular dos cristãos, resgatar a dimensão missionária da Igreja e convocar para uma Missão em todo o Continente, almejando que todo batizado recupere esta sua consciência de que nós todos – como discípulos de Jesus – devemos ser seus missionários.

Para recordar os dez anos de Aparecida vamos retomar um breve trecho do discurso da sessão inaugural dos trabalhos desta V Conferência. Trata-se do ponto 4 do discurso, ponto intitulado “Para que nele tenham vida”, cujas palavras de Bento XVI ressoam de grande atualidade também no que tange à realidade da América Latina, passada uma década do memorável discurso:

  1. “Para que nele tenham vida”

“Os povos latino-americanos e caribenhos têm direito a uma vida plena, própria dos filhos de Deus, com condições mais humanas: livres das ameaças da fome e de todas as formas de violência. Para estes povos, os seus Pastores têm que fomentar uma cultura da vida que permita, como dizia o meu Predecessor Paulo VI, “passar da miséria à posse do necessário, à aquisição da cultura, à cooperação no bem comum… até chegar ao reconhecimento, por parte do homem, dos valores supremos e de Deus, que é a origem e o termo deles” (cf. Populorum progressio, 21).

Neste contexto, é-me grato recordar a Encíclica “Populorum progressio” (…). Este documento pontifício põe em evidência o fato de que o desenvolvimento deve ser integral, isto é, orientado rumo à promoção de todo o homem e de todos os homens (cf. n. 14), e convida todos a eliminar as graves desigualdades sociais e as enormes diferenças no acesso aos bens. Estes povos aspiram, sobretudo, à plenitude de vida que Cristo nos trouxe: “Eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundância” (Jo 10, 10). Com esta vida divina desenvolve-se também plenamente a existência humana, nas suas dimensões pessoal, familiar, social e cultural.

Para formar o discípulo e ajudar o missionário na sua grande tarefa, a Igreja oferece-lhes, além do Pão da Palavra, também o Pão da Eucaristia. A este respeito, inspira-nos e ilumina-nos a página do Evangelho sobre os discípulos de Emaús. Quando eles se sentam à mesa e recebem de Jesus Cristo o pão abençoado e partido, se lhes abrem os olhos, descobrem o rosto do Ressuscitado, sentem no seu coração que é verdade tudo o que Ele disse e fez, e que já começou a redenção do mundo. Cada domingo e cada Eucaristia é um encontro pessoal com Cristo. Ouvindo a Palavra divina, o coração arde porque é Ele que a explica e proclama. Quando na Eucaristia se parte o pão, é a Ele que se recebe pessoalmente. A Eucaristia é o alimento indispensável para a vida do discípulo e missionário de Cristo.”

Amigo ouvinte, por ora vamos ficando por aqui. Semana que vem tem mais, se Deus quiser!

(RL)

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