Alegria do Advento

velaIniciamos mais um Ano Litúrgico, preparando-nos para o nascimento de Jesus Cristo no tempo do Natal. Nascimento que só tem sentido quando as pessoas conseguem abrir seus corações e deixarem acontecer o encontro íntimo com Aquele que vem como enviado do Pai. Assim se cumpre a realização da promessa de libertação projetada nos anúncios do Antigo Testamento.

Jesus foi prometido e proclamado como rei justo no meio de um mundo marcado pelas práticas de injustiça e de degradação da identidade da pessoa humana. O que vemos, na prática, e em todos os tempos, é o sofrimento condicionado pelos desvios do projeto querido pelo Criador. A injustiça, generalizada como está, diminui as condições necessárias para uma vida feliz e humana.

A vontade de Deus é a realização do direito e da justiça, isto é, de uma vida conforme as prescrições dos mandamentos e das indicações das bem-aventuranças do Evangelho. Não fomos criados para a destruição, indiscriminada, dos bens da natureza. “Dominai a terra” (Gn 9,7) significa construir, possibilitando o necessário para as pessoas terem uma vida saudável e digna.

A consistência do mundo depende do cuidado e de como ele é usado. Certas práticas causam medo e angústia nas pessoas, porque fragilizam a qualidade de vida e minam a alegria e as expectativas de um futuro promissor. A preparação para o Natal estimula uma concreta esperança, capaz de elevar o espírito abatido.

Estamos sensibilizados diante das ameaças causadas pelos últimos acontecimentos, tanto em Mariana, como nos atentados suicidas lá na França. Caminhamos por caminhos que levam ao caos, quase como o dilúvio citado pela Sagrada Escritura. Dá a impressão de que caminhamos para a destruição total. Isso pode acontecer se providências corajosas não forem tomadas.

A fonte do verdadeiro amor é Deus. Podemos até imaginar ou construir outros caminhos de amor, mas nunca estaremos totalmente realizados se nosso olhar não for voltado para essa fonte cristalina em Deus, através de Jesus Cristo, que causa compromisso de justiça de uns para com os outros no relacionamento.

 

Alegria do Advento
Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba (MG)

Católico pode fazer tatuagem?

tatuagem_catolicaTatuagem e piercings

O uso das tatuagens é muito antigo. Fazem parte da identidade, única e exclusiva de aborígenes e ancestrais da Polinésia e da América do Sul. O processo de introduzir sob a epiderme substâncias corantes para apresentar desenhos e pinturas era um sinal de proteção contra os maus espíritos segundo aquela mentalidade primitiva.

Hoje a tatuagem e os piercings estão associados a outras realidades. Psicólogos apresentam várias explicações sobre quem usa estas marcas corporais. Sob o ponto de vista religioso cada caso deve ser examinado, observando-se as intenções de cada um. Cabe aos sacerdotes examinar os motivos que levam um cristão a usar esta arte de gravar na pele, por meio de pigmentos coloridos, ícones indeléveis e qual a finalidade com que isto é feito. Eles terão discernimento para dar um parecer.

Antes de se fazer uma tatuagem ou piercings seria de bom alvitre que, sobretudo, um jovem cristão lesse uma passagem no Antigo Testamento que diz: “Não fareis incisões no corpo em sinal de luto, nem usareis tatuagem alguma no corpo” (Levítico 19,28). No Novo Testamento São Paulo dizia aos Coríntios: “Ou não sabeis que o vosso corpo é templo do Espírito Santo, que habita em vós, que vos foi dado por Deus, e que vós não sois senhores de vós mesmos? Na verdade fostes comprados por elevado preço. Glorificai, pois a Deus no vosso Corpo” (1 Cor 6,19-20).

Cumpre, portanto, medida e equilíbrio em tudo que se refere a este templo santo. Além de tudo isto é preciso verificar até onde tatuagem ou piercings vão prejudicar a saúde e, neste caso, não custa ouvir um bom dermatologista. Eles alertam: “Se não houver assepsia e técnica adequada, a pele pode ser machucada (principalmente no piercing) inflamar e se contaminar com bactérias, fungos e vírus. Pode haver abscesso, erisipela e até infecção generalizada. A pele também pode ter alergia às tintas ou ao material do piercing”. Todo cuidado é pouco.

 

Tatuagem e piercings
Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho
Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos

Salmo 92/93 – Deus é rei e se vestiu de majestade, glória ao Senhor!

 

Hino da Arquidiocese de Mariana 2015

diocese_de_mariana

O Dia da Arquidiocese será celebrado, no sábado, 28 de novembro, às 16h, na Arena Mariana. Durante a celebração, haverá uma coleta em dinheiro como gesto concreto de partilha com as pessoas que estão sofrendo as consequências do rompimento das barragens de Fundão e Santarém.

Coração de Minas
Hino da Arquidiocese de Mariana

Por ocasião dos 270 anos de sua criação
Letra e música: Pe. Geovane Luís da Silva

 

No coração de Minas, hoje mais belo altar,
a Igreja nasce em Mariana. Sua missão é Evangelizar!

Refrão:
Somos em Cristo a Videira, fecunda pelo Santo Espírito.
Deus Pai cuida com ternura: sejamos dom aos irmãos!

Jesus Cristo Bom Pastor irradia a Luz Eterna,
Em seus ombros nos sustenta e conduz o seu rebanho.

Maria aos céus assunta reflete a luz de Cristo.
Qual Discípula acompanha os seus filhos para o Reino.

José o carpinteiro, Esposo de Maria,
Intercede pela Igreja e protege sua família.

 

Dados técnico:
Adaptação: J. Godinho
Arranjo: Banda Sagrada Face

Baixe o hino de Mariana 2015:

Mariana, Paris, Brasília

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O mês de novembro vai se encerrando por entre dramáticos acontecimentos. Em todos eles o ser humano vítima das incongruências advindas das mais variadas causas. No caso de Mariana perda de vidas humanas e notáveis prejuízos materiais. Entretanto, na primeira cidade de Minas a presença das lideranças religiosas e políticas locais merecem destaque especial. O Arcebispo Dom Geraldo Lyrio Rocha vem somando esforços no sentido de que todas as justas reivindicações das famílias atingidas sejam inteiramente atendidas.

As vítimas do violento desastre se acham cercadas do amparo daqueles que se colocaram na defesa da justiça que deve ser feita. As doações mostraram a tradicional bondade o povo mineiro sempre ao lado dos sofredores. Outras autoridades também se mobilizaram aumentando o rio da solidariedade no momento em que até o Rio Doce se tornou um Rio de Amargura, vítima do rompimento das barragens. As medidas a serem tomadas por certo obstarão males futuros.

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Samarco assume compromisso para não ser punida com multa de R$1milhão/dia

O que a SAMARCO já se dispôs a fazer a favor dos prejudicados pela catástrofe poderá minimizar um pouco os prejuízos causados pelo desastre de proporções tão grandes. Enquanto isto em Paris, a cidade amada por gente de todo o mundo, se tornou vítima do terrorismo ignóbil a ceifar vidas humanas numa atrocidade impiedosa. O pior é que ninguém sabe o que pode continuar a ocorrer de uma maneira tão bárbara e cruel. O terceiro milênio já se acha manchado por estas atitudes insanas, desumanas No meio de toda esta turbulência, lá em Brasília, políticos insensíveis ao padecimento dos cidadãos brasileiros, vítimas de um impressionante desgoverno, estão ameaçando a população com novos impostos.

Entre estes a famigerada CPMF, que muitos pensavam já ter sido para sempre extinta, é mais uma e intimidação ao povo desta nação. O Estado se apresenta ante os cidadãos como um cobrador inexorável e sem piedade, revestido de um autoritarismo alarmante. Este é um dos aspectos a ser refletido no momento trágico que vive uma nação, a qual, no entanto, é “gigante pela própria natureza”. Maus políticos, péssimos administradores, porém, depredam o tesouro nacional. Falta dinheiro para gastarem perdulariamente e então metem a mão no bolso do contribuinte.

Cumpre denunciar tudo isto, pois os impostos escorchantes são o recurso dos incompetentes. Este clamor deve ecoar por toda parte sob pena de não se haurirem da História, que é a “mestra da vida”, os ensinamentos que ela ministra. Cidadania é saber também protestar com sabedoria contra o esmagamento ao qual a população fica submetida. Governantes a fixarem impostos e a gastarem e o povo a pagar tributos, vendo a malversação das fabulosas quantias arrecadadas. Tudo isto uma catástrofe a mais. Esta última tão lamentável quanto as desgraças que se deram nas cidades de Mariana e Paris.

 

 

Mariana, Paris, Brasília
Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho, da Academia Mineira de Letras