A Diocese de Criciúma está promovendo nesta semana o primeiro dia de Estudo (conscientização e ação) Diocesano da CF deste ano, cujo tema é “Fraternidade: Biomas Brasileiros e Defesa da Vida”
A Diocese de Criciúma promoveu, nessa quinta-feira, 16, o primeiro dia de Estudo Diocesano da Campanha da Fraternidade (CF) 2017. Assessorados pelos professores do curso de Engenharia Ambiental da Unesc, José Carlos Virtuoso e Carlyle Torres Bezerra de Menezes, os 86 participantes refletiram o tema “Fraternidade: Biomas Brasileiros e Defesa da Vida” a partir do método ver-julgar-agir. (Conscientização e ação) A atividade foi realizada na Fundação Shalom, em Linha Batista, Criciúma.
A primeira parte da manhã foi dedicada à espiritualidade, com memória de outras CFs voltadas a questões ambientais, orações e reflexões. Em seguida, algumas características dos seis biomas presentes no Brasil – Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal – foram apresentadas à assembleia.
Reflorestar nem sempre é solução
Virtuoso e Menezes advertiram sobre a cultura de plantio de árvores exóticas como eucalipto, pinus e casuarina, que, ao contrário de recuperar áreas degradadas, são responsáveis por um grave efeito colateral: impedem que outras espécies de plantas se desenvolvam ao seu redor ou sugam toda a água de nascentes e lençóis freáticos, formando o chamado “deserto verde”.
Uma Santa Catarina queimada a cada cinco anos
Segundo o professor Carlyle, há 15 anos, o Brasil desmata 20 mil km² por ano, sendo que por um tempo esse número chegou a decrescer, até a aprovação do Código Florestal Brasileiro, em 2013, que provocou um retrocesso. “A cada cinco anos, nós queimamos uma Santa Catarina”, comparou o assessor, ao falar sobre o espaço destruído para o cultivo de soja e milho, entre outros grãos.
Maior problema está nos rios
Conforme os assessores, o que os biomas brasileiros mais têm em comum é a poluição dos rios, especialmente nos estados considerados mais ricos. “Este modelo de desenvolvimento faz com que tenhamos a destruição e, na carta encíclica Laudato Si, o Papa Francisco propõe uma reflexão sobre esse modelo que está aí”, pontuou o professor Carlyle.
Participantes propõem ações concretas
À tarde, padres, religiosas e leigos participaram de uma dinâmica proposta pelos assessores e apontaram dificuldades e aspirações, montando um “muro das lamentações” e uma “árvore dos sonhos”. As reclamações sinalizaram para a falta de consciência ecológica, falta de ética em ações práticas e de comprometimento no agir de campanhas anteriores.
Entre os sonhos elencados pelos participantes, estão o fortalecimento de iniciativas de cooperativas, a concretização de projetos de saneamento básico nos municípios, maior atuação nos conselhos paritários, levar o tema da CF às câmaras de vereadores e associações de moradores, entre outros.
Turvo acolhe segundo dia de estudo
A Paróquia Nossa Senhora da Oração, em Turvo, acolhe o segundo dia de estudo diocesano da CF neste sábado, 18, das 08h30min às 15h30min. A atividade será realizada no auditório da Paróquia, sendo que 90 pessoas deverão participar e também fazer propostas, que na próxima semana serão levadas a conhecimento dos membros do Conselho Diocesano de Pastoral, para articulação de ações em âmbito diocesano.
https://portalkairos.org/wp-content/uploads/2017/02/campanha-da-fraternidade-diocese-de-criciuma.jpg466700Portal kairóshttps://portalkairos.org/wp-content/uploads/2019/09/portalkairos-site.pngPortal kairós2017-02-18 04:00:292018-11-08 00:55:15Estudos propõem conscientização e ação na Campanha de 2017
Com o tema “Fraternidade: biomas brasileiros e defesa da vida”, a Campanha da Fraternidade 2017, promovida pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), abre novamente o debate sobre o cuidado com a criação.
Durante o período da Quaresma, o assunto deverá ser amplamente abordado na Igreja Católica no Brasil e, sem dúvida, os jovens são essenciais nessa discussão.Para auxiliar o desenvolvimento da Campanha da Fraternidade nos grupos de crisma e de jovens, destacamos algumas atividades que podem ser organizadas nas paróquias e comunidades.
Palestras
A primeira coisa a fazer é entender um pouco mais o que são os Biomas e qual é a problemática proposta pela CF deste ano. Para isso, convide algum biólogo ou pessoa que tenha mais domínio sobre o assunto para dar uma breve palestra abordando o tema.
Será uma experiência interessante para os grupos da paróquia, até mesmo para conhecerem um pouco mais algumas regiões do nosso país.
Debates
Agora que os jovens da paróquia já se aprofundaram um pouco no tema, é hora de abrir o debate para que todos possam opinar e apresentar questionamentos sobre o tema. Esse exercício favorecerá o desenvolvimento do senso crítico e o aprendizado a partir do que for discutido.
É importante ter um moderador para conduzir a dinâmica e ajudar os jovens a respeitarem o tempo para expor sua reflexão. Outra forma de favorecer a atividade é já deixar preparado alguns tópicos para discussão, colaborando assim para o aproveitamento dos blocos de conversa, evitando fugir da proposta inicial.
Planos de ação
Após as discussões em grupos, sugere-se criar planos de ação, assumindo ao menos uma atividade a desenvolver em prol da Campanha da Fraternidade.
Essa atividade pode ser desde ajudar a promover a CF dentro da paróquia até levar o tema para ser abordado em escolas, conselhos municipais ou onde for oportuno.
É fundamental que os jovens tomem a iniciativa de alguma ação, para que o que foi abordado nas reflexões, seja consolidado e fique na memória como um ato em favor da Criação.
Apresentações
A partir das propostas referidas acima, os jovens serão protagonistas e estarão em sintonia com o objetivo da CF 2017: “Cuidar da criação, de modo especial dos biomas brasileiros, dons de Deus, e promover relações fraternas com a vida e a cultura dos povos, à luz do Evangelho”.
Aproveite todo o conhecimento adquirido e promova formas de expor o conteúdo à comunidade paroquial. Faça cartazes, exposições, apresentações artísticas, entre outras possibilidades. Use a criatividade em favor da construção de um mundo melhor.
https://portalkairos.org/wp-content/uploads/2016/11/mosaico-cf-2017-09.jpg500500Portal kairóshttps://portalkairos.org/wp-content/uploads/2019/09/portalkairos-site.pngPortal kairós2017-02-13 09:55:542018-11-08 00:55:16Como trabalhar a Campanha da Fraternidade no Grupo de Jovens
Série de entrevistas sobre a Campanha da Fraternidade
A Campanha da Fraternidade deste ano nos convida a refletir e agir sobre a questão do meio ambiente. “Fraternidade: biomas brasileiros e defesa da vida” é o tema da CF 2017, e nos provoca a conhecer melhor os biomas e ajudar na preservação destes espaços tão importantes para as espécies.
Para ajudar na reflexão, a Província Franciscana da Imaculada Conceição, através da Frente de Evangelização da Comunicação, produziu uma série de reportagens, com 28 episódios, disponibilizados na Rede Católica de Rádio e na plataforma Soundcloud.
O objetivo é informar e provocar o ouvinte a refletir sobre os biomas presentes no Brasil, sua importância local, as espécies da flora e da fauna específicos em cada bioma e os riscos que estes biomas correm. O ouvinte conhecerá também algumas iniciativas de preservação dos biomas e do meio ambiente de modo geral.
Os áudios poderão ser utilizados também para formação de agentes de pastoral, agentes comunitários, formação de catequese e também para reprodução em mídias sociais.
O material teve produção de Érika Augusto e locução de Frei Gustavo Medella e contou com a colaboração da equipe da Universidade São Francisco (USF) e da Fundação Cultural Celinauta.
Acompanhe os episódios e os entrevistados da primeira parte da série:
01 – Introdução
Entrevistada: Érika Augusto – jornalista, produtora da série de entrevistas.
02 – Apresentação (parte 1)
Entrevistado: Dom Leonardo Ulrich Steiner – Bispo Auxiliar de Brasília e Secretário-Geral da CNBB.
03 – Apresentação (parte 2)
Entrevistado: Dom Leonardo Ulrich Steiner – Bispo Auxiliar de Brasília e Secretário-Geral da CNBB.
04 – Conceito de Bioma (parte 1)
Entrevistado: Profº João Luiz de Moraes Hoefel – professor dos Cursos de Administração e Engenharia Civil da Universidade São Francisco (USF).
05 – Conceito de Bioma (parte 2)
Entrevistado: Profº João Luiz de Moraes Hoefel – professor dos Cursos de Administração e Engenharia Civil da Universidade São Francisco (USF).
06 – Bioma Cerrado (parte 1)
Entrevistada: Profª Mercedes Bustamante – professora da Universidade de Brasília (UNB).
07 – Bioma Cerrado (parte 2)
Entrevistada: Profª Mercedes Bustamante – professora da Universidade de Brasília (UNB).
08 – Bioma Pantanal (parte 1)
Entrevistada Julia Boock – analista de conservação do WWF-Brasil.
09 – Bioma Pantanal (parte 2)
Entrevistada Julia Boock – analista de conservação do WWF-Brasil.
13 – Floresta Amazônica (parte 1)
Entrevistada: Profª Rosana Cavalcante dos Santos – reitora do IFAC – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Acre.
14 – Floresta Amazônica – (parte 2)
Entrevistada: Profª Rosana Cavalcante dos Santos – reitora do IFAC – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Acre.
Nas próximas entrevistas falaremos sobre os biomas Mata Atlântica e Pampa e abordaremos sobre o turismo sustentável, a importância da educação ambiental, a economia ecológica e também sobre a Fundação SOS Mata Atlântica e o trabalho do Instituto Padre Josimo, no Rio Grande do Sul.
https://portalkairos.org/wp-content/uploads/2017/02/mapa-arte-03.png606600Portal kairóshttps://portalkairos.org/wp-content/uploads/2019/09/portalkairos-site.pngPortal kairós2017-02-05 08:56:542018-11-15 12:23:51Entrevistas sobre a Campanha da Fraternidade
Atividades para as crianças sobre a Campanha da Fraternidade 2017
Teatro: A natureza na CF 2017
PERSONAGENS: Mata Atlântica e Amazônia (representadas por árvores verdes), alguém vestido com roupa marrom e chapéu de nordestino ou uma árvore seca (caatinga), cerrado, pantanal (jacaré), pampas (fica a sua escolha) os personagens dos biomas estão abatidos e cabisbaixos e entra uma menina dirigindo-se a eles:
Menina: Quem são vocês? Por que estão assim tão tristes?
Personagens juntos: Somos os biomas brasileiros. Estamos tristes porque os homens estão, cada vez mais, nos destruindo para ter mais dinheiro.
Menina: Como assim? Me expliquem como isso acontece… Mata Atlântica…
Mata Atlântica: Eu era imensa e cobria grande parte do Brasil. Em mim haviam lindos rios, muitos animais, árvores e flores….. mas, o homem derrubou a maioria das minhas árvores para plantar café, cana-de-açúcar, cacau, soja, trigo e outros produtos e grandes indústrias e construir cidades, sem cuidar do meu solo. Há muitos anos, o homem usa meu solo e não me protege e, por isso, me causa grandes erosões e poluição dos meus rios e do ar.
Menina: Nossa! Que judiação! Eu vejo tudo tão bonito e nunca pensei que nós te prejudicamos tanto!!! E você, Amazônia, o que te entristece?
Amazônia: Pois é… eu também sofro por causa da ambição do homem que derruba minhas árvores e queima meu solo para aumentar seus projetos de pecuária, extrai minhas madeiras para exportar, explora garimpos e extrai minerais que poluem os meus rios, constroem cidades, estradas sem ter o mínimo cuidado de mim…
Menina: Meu Deus! Eu não acredito… ouço sempre falar que a Amazônia é o pulmão do mundo, que tem muita mata, mas vejo que esse pulmão não anda nada bem… e você,Caatinga? O que me diz? Qual é a razão da sua tristeza?
Caatinga: No início, eu era uma terra fértil…mas, também em mim, o homem vem causando sérios danos, ao longo do tempo, e corro o risco de me tornar um deserto porque há muitos anos ele me explora com plantações de cana de açúcar, cacau, pecuária e vem causando a minha devastação porque ele usa meu solo sem ter o cuidado de me proteger e polui meus rios com uso exagerado de agrotóxicos. Os grandes empresários, além de me desmatar, se apossam do uso dos açudes e os pequenos agricultores sofrem com a terra árida e com a falta de água.
Menina: Gente! O que estamos fazendo com a natureza? Cerrado,e você,o que tem a me dizer?
Cerrado: Pois é… parece que sou repeteco dos meus amigos aí…mas, eu era formado por grandes campos de vegetação baixa e fui invadido com a construção de Brasília e das cidades que se construíram à sua volta…em mim também o homem viu um ótimo lugar para instalar grandes fazendas de pecuária. O meu desmatamento vem causando o assoreamento dos meus rios e os agrotóxicos usados na terra também os poluem. Com isso, os animais e a vegetação que haviam em mim estão diminuindo.
Menina: Que pena! Agora, quem está ficando triste sou eu… Pampa, me diz uma coisa… por acaso você também está sofrendo com a ação do homem?
Pampa: Adivinhou… eu, como as matas, sofro com o uso indiscriminado do meu solo por grandes fazendas de pecuária. As culturas de soja e trigo também me causam desgaste e erosão. O homem só me usa. Tira meus nutrientes e não os repõe e, por isso, estou ficando árido e fica difícil aparecer novas vegetações em mim porque as queimadas diminuem as minhas matérias orgânicas. Estou ficando fraco…
Menina: Jesus, me abana! Vou ter um treco… Mas, espera aí… e você quem é?
Pantanal: Eu?… como você vê, eu sou um bioma também e me chamo Pantanal. Eu era coberto por matas e grandes áreas banhadas. Em mim habitavam muitos animais e meus rios tinham abundância de peixes. Mas… o homem descobriu um jeito de ganhar dinheiro com um tal de turismo ecológico muito desorganizado que estraga meu ambiente, porque o lixo produzido pelos turistas é jogado nos meus rios e prejudica a fauna e a flora que habitem em mim e estragam os meus rios e banhados. As grandes fazendas, hotéis e pousadas alteram a minha natureza com o desmatamento. Os garimpos e a pesca predatória também me causam destruição. Agora você entende por que estamos sofrendo tanto?
Menina: Meus amigos, eu não imaginava que o estrago era tão grande. Eu peço desculpas a vocês por todos os prejuízos que causamos…Além de prejudicar vocês é a nós mesmos que estamos prejudicando porque, cada dia, há mais poluição, mais desorganização no clima, alimentos com mais agrotóxicos, novas doenças aparecendo e muitas outras coisas que nos prejudicam.
Mas o que podemos fazer para que vocês possam ter vida melhor e assim melhorar a nossa vida também?
Biomas juntos: Quando Deus criou o homem ele disse para ele cuidar da terra, dos animais, das águas e de tudo o que nela existe. Então…
Menina: Isso mesmo! O homem está devendo muito à natureza: Ele não vem cuidando dela como Deus ordenou.
E vocês amiguinhos, o que acham que podemos fazer para cuidar da natureza como Deus pediu?
(Voltando-se para as crianças – deixá-los falar)
É… nós que moramos aqui em (nome da cidade) estamos longe desses biomas porque moramos na cidade e podemos pensar que não temos a ver com nada disso, mas nós podemos ajudar de várias maneiras: aqui na nossa cidade temos um pedaço da Mata Atlântica nos nossos parques Parque do Ingá, Bosque 2, Horto Florestal que podemos preservar não jogando lixo na mata e nem nos lagos da cidade. Se jogarmos o lixo no lugar certo, separando os recicláveis também podemos ajudar a natureza. E, por último, podemos rezar a Deus pedindo que ilumine os governantes e as pessoas que tomam decisões em nosso país para que cuidem, em primeiro lugar, do bem estar da natureza e de todos que nela habitam.
Vamos lá, mãos à obra!
Margarida – Paróquia Santa Maria Goretti Maringá-Pr
Terço Bizantino da Campanha da Fraternidade 2017
Na conta grande: “Deus contemplou toda a sua obra, e viu que tudo era muito bom”. (Gn 1, 31)
Eu quero ser guardião da obra de Deus!
Nas 3 primeiras contas: “Deus os abençoou e lhes disse: “Frutificai e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a. Dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todos os animais que se arrastam sobre a terra.” (Gn 1, 28)
1ª DEZENA:
Na conta grande: “Deus contemplou toda a sua obra, e viu que tudo era muito bom”. (Gn 1, 31)
Eu quero ser guardião da obra de Deus!
Nas contas pequenas:
Vou cultivar e guardar a Amazônia.
2ª DEZENA:
Na conta grande:
“Deus contemplou toda a sua obra, e viu que tudo era muito bom”. (Gn 1, 31)
Eu quero ser guardião da obra de Deus!
Nas contas pequenas:
Vou cultivar e guardar a Mata Atlântica.
3ª DEZENA:
Na conta grande:
“Deus contemplou toda a sua obra, e viu que tudo era muito bom”. (Gn 1, 31)
Eu quero ser guardião da obra de Deus!
Nas contas pequenas:
Vou cultivar e guardar o Cerrado.
4ª DEZENA:
Na conta grande:
“Deus contemplou toda a sua obra, e viu que tudo era muito bom”. (Gn 1, 31)
Eu quero ser guardião da obra de Deus!
Nas contas pequenas:
Vou cultivar e guardar o Pantanal.
5ª DEZENA:
Na conta grande:
“Deus contemplou toda a sua obra, e viu que tudo era muito bom”. (Gn 1, 31)
Eu quero ser guardião da obra de Deus!
Nas contas pequenas:
Vou cultivar e guardar a Caatinga.
6ª DEZENA:
Na conta grande:
“Deus contemplou toda a sua obra, e viu que tudo era muito bom”. (Gn 1, 31)
Eu quero ser guardião da obra de Deus!
Nas contas pequenas:
Vou cultivar e guardar o Pampa.
https://portalkairos.org/wp-content/uploads/2017/01/atividades-criancas.png422750Portal kairóshttps://portalkairos.org/wp-content/uploads/2019/09/portalkairos-site.pngPortal kairós2017-01-30 15:25:042018-12-11 17:19:24Atividades para as crianças sobre a CF 2017
A proposta do papa é “Comunicar esperança e confiança no nosso tempo”
O 51º Dia Mundial das Comunicações Sociais será celebrado, este ano, no dia 28 de maio, Ascensão do Senhor. Porém, por tradição, a mensagem é divulgada pelo papa Francisco no dia de São Francisco de Sales, patrono dos escritores e jornalistas, comemorado em 24 de janeiro. “Comunicar esperança e confiança no nosso tempo” é o tema da mensagem apresentada por Francisco que propõe um estilo “aberto e criativo” para comunicar esperança.
No comunicado, o papa encoraja a todos que trabalham neste campo para que comuniquem de modo construtivo, isto é, rejeitando preconceitos e promovendo uma cultura do encontro.
Na mensagem, Francisco ressalta que o protagonista da notícia não pode ser o mal – que nos leva à apatia, ao desespero e a anestesiar a consciência –, mas a solução aos problemas, com um estilo comunicador aberto e criativo. “Num sistema comunicador onde vigora a lógica de que uma notícia boa não desperta a atenção, e por conseguinte não é uma notícia, e onde o drama do sofrimento e o mistério do mal facilmente são elevados a espetáculo, podemos ser tentados a anestesiar a consciência ou cair no desespero”, reflete Francisco.
A realidade não tem um significado unívoco, afirma o papa. “Tudo depende do olhar com que a enxergamos, dos ‘óculos’ que decidimos pôr para ver: mudando as lentes, também a realidade aparece diferente. Portanto, o ponto de partida bom para ler a realidade é a Boa Notícia por excelência, ou seja, o Evangelho de Jesus Cristo”, escreveu o pontífice.
Esta boa notícia, explica, não é boa porque nela não se encontra sofrimento, mas porque o próprio sofrimento é vivido num quadro mais amplo, como parte integrante do amor de Cristo ao Pai e à humanidade. Em Cristo, Deus fez-Se solidário com toda a situação humana, revelando-nos que não estamos sozinhos, porque temos um Pai que nunca pode esquecer os seus filhos.
Leia a mensagem na íntegra
MENSAGEM DO PAPA FRANCISCO
PARA O 51ª DIA MUNDIAL DAS COMUNICAÇÕES SOCIAIS
Tema: “Não tenhas medo, que Eu estou contigo” (Is 43, 5).
“Comunicar esperança e confiança, no nosso tempo”
Graças ao progresso tecnológico, o acesso aos meios de comunicação possibilita a muitas pessoas ter conhecimento quase instantâneo das notícias e divulgá-las de forma capilar. Estas notícias podem ser boas ou más, verdadeiras ou falsas. Já os nossos antigos pais na fé comparavam a mente humana à mó da azenha que, movida pela água, não se pode parar. Mas o moleiro encarregado da azenha tem possibilidades de decidir se quer moer, nela, trigo ou joio. A mente do homem está sempre em ação e não pode parar de “moer” o que recebe, mas cabe a nós decidir o material que lhe fornecemos (cf. Cassiano o Romano, Carta a Leôncio Igumeno).
Gostaria que esta mensagem pudesse chegar como um encorajamento a todos aqueles que diariamente, seja no âmbito profissional seja nas relações pessoais, “moem” tantas informações para oferecer um pão fragrante e bom a quantos se alimentam dos frutos da sua comunicação. A todos quero exortar a uma comunicação construtiva, que, rejeitando os preconceitos contra o outro, promova uma cultura do encontro por meio da qual se possa aprender a olhar, com convicta confiança, a realidade.
Creio que há necessidade de romper o círculo vicioso da angústia e deter a espiral do medo, resultante do hábito de se fixar a atenção nas “notícias más” (guerras, terrorismo, escândalos e todo o tipo de falimento nas vicissitudes humanas). Não se trata, naturalmente, de promover desinformação onde seja ignorado o drama do sofrimento, nem de cair num otimismo ingénuo que não se deixe tocar pelo escândalo do mal. Antes, pelo contrário, queria que todos procurássemos ultrapassar aquele sentimento de mau-humor e resignação que muitas vezes se apodera de nós, lançando-nos na apatia, gerando medos ou a impressão de não ser possível pôr limites ao mal. Aliás, num sistema comunicador onde vigora a lógica de que uma notícia boa não desperta a atenção, e por conseguinte não é uma notícia, e onde o drama do sofrimento e o mistério do mal facilmente são elevados a espetáculo, podemos ser tentados a anestesiar a consciência ou cair no desespero.
Gostaria, portanto, de dar a minha contribuição para a busca dum estilo comunicador aberto e criativo, que não se prontifique a conceder papel de protagonista ao mal, mas procure evidenciar as possíveis soluções, inspirando uma abordagem propositiva e responsável nas pessoas a quem se comunica a notícia. A todos queria convidar a oferecer aos homens e mulheres do nosso tempo relatos permeados pela lógica da “boa notícia”.
A boa notícia
A vida do homem não se reduz a uma crônica asséptica de eventos, mas é história, e uma história à espera de ser contada através da escolha duma chave interpretativa capaz de selecionar e reunir os dados mais importantes. Em si mesma, a realidade não tem um significado unívoco. Tudo depende do olhar com que a enxergamos, dos “óculos” que decidimos pôr para a ver: mudando as lentes, também a realidade aparece diversa. Então, qual poderia ser o ponto de partida bom para ler a realidade com os “óculos” certos?
Para nós, cristãos, os óculos adequados para decifrar a realidade só podem ser os da boa notícia: partir da Boa Notícia por excelência, ou seja, o “Evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus” (Mc 1, 1). É com estas palavras que o evangelista Marcos começa a sua narração: com o anúncio da “boa notícia”, que tem a ver com Jesus; mas, mais do que uma informação sobre Jesus, a boa notícia é o próprio Jesus. Com efeito, ao ler as páginas do Evangelho, descobre-se que o título da obra corresponde ao seu conteúdo e, principalmente, que este conteúdo é a própria pessoa de Jesus.
Esta boa notícia, que é o próprio Jesus, não se diz boa porque nela não se encontra sofrimento, mas porque o próprio sofrimento é vivido num quadro mais amplo, como parte integrante do seu amor ao Pai e à humanidade. Em Cristo, Deus fez-Se solidário com toda a situação humana, revelando-nos que não estamos sozinhos, porque temos um Pai que nunca pode esquecer os seus filhos. “Não tenhas medo, que Eu estou contigo»” (Is 43, 5): é a palavra consoladora de um Deus desde sempre envolvido na história do seu povo. No seu Filho amado, esta promessa de Deus – “Eu estou contigo” – assume toda a nossa fraqueza, chegando ao ponto de sofrer a nossa morte. N’Ele, as próprias trevas e a morte tornam-se lugar de comunhão com a Luz e a Vida. Nasce, assim, uma esperança acessível a todos, precisamente no lugar onde a vida conhece a amargura do falimento. Trata-se duma esperança que não decepciona, porque o amor de Deus foi derramado nos nossos corações (cf. Rm 5, 5) e faz germinar a vida nova, como a planta cresce da semente caída na terra. Visto sob esta luz, qualquer novo drama que aconteça na história do mundo torna-se cenário possível também duma boa notícia, uma vez que o amor consegue sempre encontrar o caminho da proximidade e suscitar corações capazes de se comover, rostos capazes de não se abater, mãos prontas a construir.
A confiança na semente do Reino
Para introduzir os seus discípulos e as multidões nesta mentalidade evangélica e entregar-lhes os “óculos” adequados para se aproximar da lógica do amor que morre e ressuscita, Jesus recorria às parábolas, nas quais muitas vezes se compara o Reino de Deus com a semente, cuja força vital irrompe precisamente quando morre na terra (cf. Mc 4, 1-34). O recurso a imagens e metáforas para comunicar a força humilde do Reino não é um modo de reduzir a sua importância e urgência, mas a forma misericordiosa que deixa, ao ouvinte, o “espaço” de liberdade para a acolher e aplicar também a si mesmo. Além disso, é o caminho privilegiado para expressar a dignidade imensa do mistério pascal, deixando que sejam as imagens – mais do que os conceitos – a comunicar a beleza paradoxal da vida nova em Cristo, onde as hostilidades e a cruz não anulam, mas realizam a salvação de Deus, onde a fraqueza é mais forte do que qualquer poder humano, onde o falimento pode ser o prelúdio da maior realização de tudo no amor. Na verdade, é precisamente assim que amadurece e se entranha a esperança do Reino de Deus, ou seja, “como um homem que lançou a semente à terra. Quer esteja a dormir, quer se levante, de noite e de dia, a semente germina e cresce” (Mc 4, 26-27).
O Reino de Deus já está no meio de nós, como uma semente escondida a um olhar superficial e cujo crescimento acontece no silêncio. Mas quem tem olhos, tornados limpos pelo Espírito Santo, consegue vê-lo germinar e não se deixa roubar a alegria do Reino por causa do joio sempre presente.
Os horizontes do Espírito
A esperança fundada na boa notícia que é Jesus faz-nos erguer os olhos e impele-nos a contemplá-Lo no quadro litúrgico da Festa da Ascensão. Aparentemente o Senhor afasta-Se de nós, quando na realidade são os horizontes da esperança que se alargam. Pois em Cristo, que eleva a nossa humanidade até ao Céu, cada homem e cada mulher consegue ter “plena liberdade para a entrada no santuário por meio do sangue de Jesus. Ele abriu para nós um caminho novo e vivo através do véu, isto é, da sua humanidade” (Heb 10, 19-20). Através “da força do Espírito Santo”, podemos ser “testemunhas” e comunicadores duma humanidade nova, redimida, “até aos confins da terra” (cf. At 1, 7-8).
A confiança na semente do Reino de Deus e na lógica da Páscoa não pode deixar de moldar também o nosso modo de comunicar. Tal confiança que nos torna capazes de atuar – nas mais variadas formas em que acontece hoje a comunicação – com a persuasão de que é possível enxergar e iluminar a boa notícia presente na realidade de cada história e no rosto de cada pessoa.
Quem, com fé, se deixa guiar pelo Espírito Santo, torna-se capaz de discernir em cada evento o que acontece entre Deus e a humanidade, reconhecendo como Ele mesmo, no cenário dramático deste mundo, esteja compondo a trama duma história de salvação. O fio, com que se tece esta história sagrada, é a esperança, e o seu tecedor só pode ser o Espírito Consolador. A esperança é a mais humilde das virtudes, porque permanece escondida nas pregas da vida, mas é semelhante ao fermento que faz levedar toda a massa. Alimentamo-la lendo sem cessar a Boa Notícia, aquele Evangelho que foi “reimpresso” em tantas edições nas vidas dos Santos, homens e mulheres que se tornaram ícones do amor de Deus. Também hoje é o Espírito que semeia em nós o desejo do Reino, através de muitos “canais” vivos, através das pessoas que se deixam conduzir pela Boa Notícia no meio do drama da história, tornando-se como que faróis na escuridão deste mundo, que iluminam a rota e abrem novas sendas de confiança e esperança.
Vaticano, 24 de janeiro – Memória de São Francisco de Sales – do ano de 2017 Rádio Vaticano
https://portalkairos.org/wp-content/uploads/2017/01/papa-comunicacao.jpg422750Portal kairóshttps://portalkairos.org/wp-content/uploads/2019/09/portalkairos-site.pngPortal kairós2017-01-24 04:00:092020-08-03 11:20:59Papa divulga mensagem para o 51º Dia Mundial das Comunicações