Como preparar o Novena de Natal 2020?

Novena de Natal 2020

Confira algumas dicas:

01 – É importante fazer um encontro de preparação para a Novena do Natal 2020 na comunidade, com os coordenadores, os cantores e os instrumentistas que serão os animadores durante os nove dias. Isso pode ser organizado pela paróquia ou pela comunidade, trabalhando o sentido espiritual do Advento e estudando o esquema aqui proposto para a Novena.

02 – Cada pequena comunidade da Novena de Natal (que pode ser composta por vizinhos, colegas de trabalho ou de escola, familiares, pequenas comunidades etc.) deve escolher um(a) dirigente para articular e conduzir os encontros, combinando os dias, os locais e os horários de cada um deles.

03 – Quem coordena prepara o encontro de cada dia, sempre com outros dois ou três participantes, distribuindo, com antecedência, as leituras e os cantos que serão utilizados.

04 – É importante preparar bem o ambiente, ou pedir a cada família que prepare, e seguir as sugestões contidas em cada encontro, criando um clima de acolhida e de oração e procurando envolver a todos, especialmente os jovens, as crianças e os idosos. Deve-se ler com antecedência a ambientação de cada encontro e prestar especial atenção ao símbolo de cada dia.

05 – No primeiro dia da Novena de Natal 2020, é importante que o(a) dirigente diga algumas palavras sobre o tema da Novena do Natal deste ano, que quer ajudar as comunidades a se aproximarem cada vez mais da Palavra de Deus, fortalecer sua relação com essa Palavra e configurar sempre mais a própria vida a Jesus, Palavra Viva do Pai. Para isso, é oportuno que seja lida a apresentação do livrinho da Novena.

06 – A Oração Inicial e a Oração Final são as mesmas para todos os dias da Novena. Cada encontro, porém, deve ser trabalhado de modo diferente, de acordo com o tema específico.

07 –  O coordenador deve exortar o grupo a pôr em prática o gesto concreto indicado para cada dia no item “Vivendo a Palavra”, solicitando que ninguém se omita, envolvendo a todos e articulando a amigável confraternização sugerida para o último dia da Novena.

08 – No final de cada encontro, pode ser feita a “Bênção da Casa”, como proposto na página, ou algum outro gesto espontâneo.

 

CNBB / Portal Kairós

Como será a Novena de Natal de 2020?

No primeiro capítulo do Gênesis está a primeira revelação da Palavra de Deus: Ele disse e tudo foi feito. A Palavra fecunda faz a terra produzir, realizando a vontade de Deus e cumprindo sua missão de tudo criar. Qual é a missão da Palavra que sai da boca de Deus? A Palavra que Deus pronuncia tem poder em si mesma de realizar o que está dito.

Nesta Novena do Natal 2020, vamos contemplar a Palavra, pilar da Igreja, casa do povo de Deus. Seu som ressoa e se espalha em toda a Terra, tem sabor de mel e amargor de remédio, é sussurro e estrondo que percorre o mundo inteiro, tudo vê, corrige com suavidade e faz a verdade brilhar como o fulgor do Sol.

Jesus é o semeador divino! Continua a semear no coração dos homens a sua Palavra de Salvação. Serve-se da pregação do sacerdote na homilia de cada domingo. Serve-se das mensagens do Santo Padre e seus bispos e da boa leitura que fizemos. Serve-se de um acontecimento que obriga as pessoas a pensar. Nesta pandemia, milhões de pessoas que nunca rezavam começaram a fazê-lo e muitas almas se robusteceram na fé, desapegando-se de muitas coisas fúteis e tomando consciência do valor das pessoas ao seu redor.

A Palavra do Senhor pode dar sentido à nossa vida e dar-nos serenidade e paz mesmo no meio das maiores calamidades. Nada existe sem a Palavra. Nenhuma partícula da matéria, nenhuma fração do tempo, nenhum sinal existente e pensado ou imaginado está fora da Palavra. Nós somos a Palavra pronunciada por Deus, não há uma só pessoa do passado, presente ou futuro que tenha outra origem. Nos detalhes de tudo o que existe está a presença da Palavra de Deus.

Na parábola do semeador, Jesus é o Semeador de si mesmo, Ele se doa para todas as almas humanas. Semeia-se sempre em meio às pedras e espinhos, na aridez e indiferença dos homens e mulheres, realiza a perfeição do bem quando encontra terra boa e o compromisso de quem quer cultivá-lo.

A Lectio Divina, leitura orante da Palavra, nos ajuda a encontrar Jesus na Eucaristia dominical e na vida diária de comunhão com o próximo, a aprender sobre o mistério do Reino de Deus nas parábolas bíblicas, com suas sentenças e alegorias que nunca esgotam a novidade da presença de Nosso Senhor Jesus Cristo.

“A Palavra de Deus é uma realidade dinâmica, sempre viva, que progride e cresce, porque tende para a perfeição que os homens não podem deter. Fortalece-se com o decorrer dos anos, cresce com o andar dos tempos, desenvolve-se por meio das idades. Não se pode conservar a Palavra sem a fazer progredir, nem se pode prendê-la a uma leitura rígida e imutável sem desprezar a ação do Espírito Santo” (Bento XVI).

A Novena de Natal de 2020 convida-nos à catequese em nossas casas, a reunir todas as pessoas que foram distanciadas neste tempo longo da pandemia. Com a ternura materna de Maria e o silêncio oblativo de José, acolhemos, protegemos, promovemos e integramos em nossa casa todas as famílias para a festa da Encarnação do Verbo de Deus. Nosso Deus está conosco! Ele está em nossa casa para ser o nosso caminho, a nossa verdade e a nossa vida em abundância. Ele é a Palavra da Salvação!

Não há nada mais prático e importante do que encontrar-se com Deus, do que apaixonar-se por sua Palavra, do que viver com Cristo, por Cristo e em Cristo. Apaixona-te! Permanece no amor! Tudo passará a ser diferente.

Feliz Natal 2020!
Abençoado Ano Novo!

 

Dom Carlos Verzeletti – Bispo de Castanhal – PA / Portal Kairós

Reflexão e sugestão para a Missa do 21° Domingo do Tempo Comum 2020 – Ano A

21° Domingo do Tempo Comum 2020 – Ano A

Is 22,19-23; SI 137; Rm 11,33-36; Mt 16,13-20

21° Domingo do Tempo Comum 2020 - Ano A

MODENA, ITÁLIA – 14 DE ABRIL DE 2018: O afresco Jesus entrega as chaves a Pedro na igreja Chiesa di San Pietro por Carlo Goldoni (1822-1874) e Ferdinando Man.

Abrir e fechar, ligar e desligar

A primeira leitura e o evangelho desta liturgia nos falam de dois vocacionados que recebem missões de grande responsabilidade. Eliacim receberá as chaves da casa de Davi; Pedro recebe do Cristo as chaves do reino dos céus. Quanta confiança Deus deposita nesses homens e em todos aqueles por Ele chamados! De fato, o chamado de Deus não é totalmente compreensível a nós. Um Deus, que se basta a si mesmo, prefere, em seus desígnios insondáveis, contar com cada um de nós.

A vocação de Pedro surge a partir de sua confissão de fé: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”. Por essa abertura ao mistério de Deus, que se revela em Cristo, o pescador se torna um alicerce firme para que o Senhor edifique sua Igreja. A simbologia das chaves está atrelada à questão central do perdão. Ligar e desligar tem o sentido de assumir a missão de Jesus com total disposição, sempre colocando em primeiro lugar a misericórdia divina, que salva e redime o ser humano inteiro.

O fato de receber as chaves não significa que Pedro passa a ser dono do Reino dos Céus. Ele tem consciência de que é chamado a ser guardião e pastor que a todos conduz à salvação. Sua missão consiste em vigiar para que mais e mais pessoas estejam ligadas ao amor de Deus, que salva e dá vida nova.

Vocação nasce e se cultiva no amor

O atual momento histórico levanta questões sérias para a vivência comprometida da fé. A pergunta de Jesus ressoa em nosso coração e nos impele a responder: E vós, quem dizeis que eu sou? A resposta que damos manifesta o quanto de fato assumimos a pessoa de Jesus em nossas comunidades, em nossas famílias e, antes de tudo, em nosso próprio coração. Comprometer-se com Cristo é tomar a sério seu evangelho. É sentir a interpelação que brota de suas palavras hoje, quando, mais do que nunca, se percebe uma desorientação sobre o sentido mais profundo da vida, não obstante a pluralidade das religiões.

Com essa pergunta provocadora, o Senhor nos envolve em seu amor e nos convida a aprofundar-nos na fé. É no amor que ele nos chama, é no amor que também somos chamados a cultivar no coração das pessoas esse chamado vocacional. As chaves que abrem o Reino do Céu podem hoje ser traduzidas como caridade, compreensão, fraternidade, ardor missionário e coragem profética. Sim, porque sem a coragem profética não seremos capazes de enfrentar as questões cruciais de nosso tempo, sobretudo aquelas que fecham as vias da promoção da vida, por desligarem as pessoas do amor a Deus e ao próximo. Que nosso sim ao chamado de Deus e a certeza da fé de que Ele é o Filho de Deus, o Redentor do mundo, ajudem-nos a viver profeticamente nossa fé.

Sugestões litúrgicas para a Missa do 21° Domingo do Tempo Comum 2020 – Ano A

– Procissão de entrada: um cartaz vocacional bem vivível pode ser introduzido pouco à frente da procissão de entrada. Duas grandes chaves podem compor a ilustração desse cartaz. Em uma se escreve Misericórdia, na outra, Amor. Em destaque, escrever: “E vós, quem dizeis que eu sou”. Colocar o cartaz no presbitério em um lugar apropriado, de modo a ficar visível durante toda a celebração.
– Preces dos fiéis: elaborar uma prece especial por todos os que disseram seu sim e colaboram mais ativamente nas pastorais da comunidade.
– Encerrar este momento com um canto vocacional.
– Oferendas: agentes de pastoral podem entrar com algo que simbolize sua atuação na comunidade, oferecendo, assim, sua vida doada em favor dos irmãos.

Sugestões de repertório para a Missa do 21° Domingo do Tempo Comum 2020 –  Ano A (O Domingo)

Abertura: Deus, nosso Pai
Aclamação: Aleluia, Jesus Cristo
Oferendas: A mesa Santa
Comunhão: É bom estarmos

Cifras e partituras das sugestões CNBB

Semanário litúrgico – catequético – Cantos para a Celebração – 21° Domingo do Tempo Comum 2020

 

Áudios para a Missa do 21° Domingo do Tempo Comum 2020 – Ano A CNBB:

 

Padre Anísio Tavares, C.Ss.R. / Portal Kairós

23 de agosto – Missa do 21° Domingo do Tempo Comum 2020

Missa do 21° Domingo do Tempo Comum 2020

O Senhor nos escolheu desde sempre para nos conduzir no caminho da salvação. Nesta liturgia, somos chamados a reconhecer Jesus como o Filho de Deus e a nos esforçarmos para viver seus ensinamentos, ajudando o bem a vencer todo mal existente no mundo. Recordemos hoje todas as pessoas que atuam, com dedicação e amor, nos vários ministérios e serviços da comunidade.

A fé em Jesus nos compromete com seus ensinamentos e nos impulsiona a colocá-los em prática no nosso dia a dia.

QUEM É JESUS PARA NÓS?

A pergunta de Jesus aos discípu­los continua a ressoar para nós: “Quem sou eu para vocês?” É pergunta que inquieta, se não quisermos responder apenas com fórmulas aprendidas no catecismo ou com as mesmas palavras de Pedro, sem necessariamente alcançar todo o significado da mais bela profissão de fé: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo”.

Jesus faz a pergunta a cada um de nós e espera também uma resposta pessoal. Resposta que venha de fato da experiência pessoal com ele e que supere meros conceitos e fórmulas prontas.

Sobre Jesus tantas hipóteses já se levantaram, e ainda hoje novos livros com antigas teorias fazem sucesso. Num extremo, querem fazer dele um guerrilheiro; no outro extremo, um líder religioso alienado dos problemas sociais de seu tempo. O Mestre, porém, não se enquadrou naquilo que esperavam do Messias. O Deus que ele veio revelar passava longe tanto da resignação quanto do poder, e mais longe ainda do poder movido a força e violência.

A resposta de Pedro mostra que a experiência que fazemos de Jesus, no fundo, é uma experiência de revelação divina. Seguir Jesus, mais que dizê-lo com palavras e discursos, é testemunhar sua ação na nossa vida e na vida dos irmãos. Ou seja: experimentamos a bondade de Deus sendo bondosos com os outros; experimentamos a sua misericórdia na misericórdia que praticamos; experimentamos o seu amor no amor que vivemos dia a dia. É assim que Deus se revela, também em nossas fraquezas, porque ao final se trata sempre do dom de Deus, e não de mero esforço pessoal nosso.

Pedro expressou com palavras sua fé em Jesus. No entanto, para além das palavras, o que importou mesmo para Pedro e o que importa para nós é a atitude fundamental de confiança em Deus. Pois somente Ele pode dar a segurança de uma rocha que é a fé, a pedra firme sobre a qual continuaremos a construir concretamente a comunidade dos filhos do Deus vivo.

 

Pe. Paulo Bazaglia, ssp  / Portal Kairós

16 de agosto – Solenidade da Assunção de Nossa Senhora 2020

Solenidade da Assunção de Nossa Senhora

Nossa Senhora foi elevada ao céu para viver para sempre junto de Deus. Acolhamos, nesta liturgia, as bênçãos do Pai do céu que ela pede para nós e para todas as pessoas do mundo, a fim de perseverarmos no seguimento de Jesus. Hoje também recordamos todas as pessoas que se consagram totalmente a Deus para servir os irmãos e irmãs.

O exemplo de Maria nos inspira a amar e servir a Jesus e aos irmãos e irmãs.

Mulheres solidárias

O Evangelho da solenidade da Assunção de Maria apresenta duas mulheres que se solidarizam e se auxiliam. Ambas estão grávidas: Isabel está grávida de João Batista, o anunciador do Messias; Maria, a nova arca da Aliança, carrega dentro de si Jesus, o Filho de Deus. Dessas duas mulheres – uma idosa e estéril e outra jovem não casada – não se esperaria que pudessem engravidar, mas possuem dois ventres cheios de vida. São mulheres que reconhecem o agir do Espírito de Deus em seus corpos, um estéril e outro virginal. Além das mulheres, temos o encontro de duas crianças ainda no útero de suas mães.

Isabel, cheia do Espírito Santo e de alegria, saúda e acolhe Maria com belo hino, que a proclama bendita entre as mulheres e a identifica como a Mãe do Senhor. Até o fruto do seu ventre exulta de alegria.

Por sua vez, em resposta à Isabel, Maria proclama o cântico do Magnificat (= “engrandece”). Nesse hino, ela exalta a ação de Deus em favor dos pobres e humilhados e reconhece que sua misericórdia se estende sobre os que o temem. Maria é mulher forte que luta pela igualdade e pela superação das injustiças, e seu cântico exprime como que o caminho a ser trilhado pelo seu Filho.

O final do Evangelho diz que Maria ficou três meses com Isabel. Isso lembra a história da arca da Aliança, que permaneceu três meses na casa de Obed-Edom (2Sm 6,11). Maria, portanto, é a nova arca da Aliança, porque carrega dentro de si o Deus encarnado. A misericórdia de Deus sinalizada pela Antiga Aliança realiza-se plenamente na pessoa de Jesus. João reconhece isso, o que explica seus pulos de alegria ao acolher a novidade.

A solenidade da Assunção nos leva a refletir sobre o encontro dessas duas mulheres. Encontro possível graças à sua intimidade profunda com o Deus da vida. Como diz o papa Francisco, “a pessoa humana cresce, amadurece e santifica-se tanto mais, quanto mais se relaciona, sai de si mesma para viver em comunhão com Deus, com os outros e com todas as criaturas” (LS 240). Maria, antes de “subir ao céu”, desceu ao encontro dos pobres e marginalizados, os preferidos do Pai.

 

Pe. Nilo Luza, ssp / Portal Kairós