Leituras de Domingo: 24° Domingo do Tempo Comum 2020

Leituras de Domingo

(Verde, glória, creio – 4ª semana do saltério)

Ouvi, Senhor, as preces do vosso servo e do vosso povo eleito: dai a paz àqueles que esperam em vós, para que os vossos profetas sejam verdadeiros (Eclo 36,18).

Nesta liturgia, somos convidados pelo Senhor bondoso e misericordioso a celebrar a vida nova do seu Reino, a qual se manifesta em todos os que buscam viver a reconciliação e o perdão. Jesus nos pede que rancor e raiva não tenham lugar em nosso coração, pois todos pertencemos a ele, que morreu e foi ressuscitado por amor à humanidade.

Primeira Leitura: Eclesiástico 27,33-28,9

Leitura do livro do Eclesiástico – 33O rancor e a raiva são coisas detestáveis; até o pecador procura dominá-las. 28,1Quem se vingar encontrará a vingança do Senhor, que pedirá severas contas dos seus pecados. 2Perdoa a injustiça cometida por teu próximo: assim, quando orares, teus pecados serão perdoados. 3Se alguém guarda raiva contra o outro, como poderá pedir a Deus a cura? 4Se não tem compaixão do seu semelhante, como poderá pedir perdão dos seus pecados? 5Se ele, que é um mortal, guarda rancor, quem é que vai alcançar perdão para os seus pecados? 6Lembra-te do teu fim e deixa de odiar; 7pensa na destruição e na morte e persevera nos mandamentos. 8Pensa nos mandamentos e não guardes rancor ao teu próximo. 9Pensa na aliança do Altíssimo e não leves em conta a falta alheia! – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: 102(103)

O Senhor é bondoso, compassivo e carinhoso.

1. Bendize, ó minha alma, ao Senhor, / e todo o meu ser, seu santo nome! / Bendize, ó minha alma, ao Senhor, / não te esqueças de nenhum de seus favores! – R.

2. Pois ele te perdoa toda culpa / e cura toda a tua enfermidade; / da sepultura ele salva a tua vida / e te cerca de carinho e compaixão. – R.

3. Não fica sempre repetindo as suas queixas / nem guarda eternamente o seu rancor. / Não nos trata como exigem nossas faltas / nem nos pune em proporção às nossas culpas. – R.

4. Quanto os céus por sobre a terra se elevam, / tanto é grande o seu amor aos que o temem; / quanto dista o nascente do poente, / tanto afasta para longe nossos crimes. – R.

Segunda Leitura: Romanos 14,7-9

Leitura da carta de São Paulo aos Romanos – Irmãos, 7ninguém dentre nós vive para si mesmo ou morre para si mesmo. 8Se estamos vivos, é para o Senhor que vivemos; se morremos, é para o Senhor que morremos. Portanto, vivos ou mortos, pertencemos ao Senhor. 9Cristo morreu e ressuscitou exatamente para isto, para ser o Senhor dos mortos e dos vivos. – Palavra do Senhor.

Evangelho: Mateus 18,21-35

Aleluia, aleluia, aleluia.

Eu vos dou este novo mandamento, / nova ordem, agora, vos dou; / que, também, vos ameis uns aos outros, / como eu vos amei, diz o Senhor (Jo 13,34). – R.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus – Naquele tempo, 21Pedro aproximou-se de Jesus e perguntou: “Senhor, quantas vezes devo perdoar se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes?” 22Jesus respondeu: “Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete. 23Porque o Reino dos céus é como um rei que resolveu acertar as contas com seus empregados. 24Quando começou o acerto, levaram-lhe um que lhe devia uma enorme fortuna. 25Como o empregado não tivesse com que pagar, o patrão mandou que fosse vendido como escravo, junto com a mulher e os filhos e tudo o que possuía, para que pagasse a dívida. 26O empregado, porém, caiu aos pés do patrão e, prostrado, suplicava: ‘Dá-me um prazo, e eu te pagarei tudo!’ 27Diante disso, o patrão teve compaixão, soltou o empregado e perdoou-lhe a dívida. 28Ao sair dali, aquele empregado encontrou um dos seus companheiros que lhe devia apenas cem moedas. Ele o agarrou e começou a sufocá-lo, dizendo: ‘Paga o que me deves’. 29O companheiro, caindo aos seus pés, suplicava: ‘Dá-me um prazo, e eu te pagarei!’ 30Mas o empregado não quis saber disso. Saiu e mandou jogá-lo na prisão, até que pagasse o que devia. 31Vendo o que havia acontecido, os outros empregados ficaram muito tristes, procuraram o patrão e lhe contaram tudo. 32Então o patrão mandou chamá-lo e lhe disse: ‘Empregado perverso, eu te perdoei toda a tua dívida, porque tu me suplicaste. 33Não devias tu também ter compaixão do teu companheiro, como eu tive compaixão de ti?’ 34O patrão indignou-se e mandou entregar aquele empregado aos torturadores, até que pagasse toda a sua dívida. 35É assim que o meu Pai que está nos céus fará convosco se cada um não perdoar de coração ao seu irmão”. – Palavra da salvação.

Reflexão

Outra proposta a ser vivida na comunidade dos discípulos e discípulas de Jesus é o perdão. Nossa mesquinhez procura estabelecer limites: “Até sete vezes?” Toda vez que rezamos o Pai-nosso, pedimos o perdão a Deus e nos dispomos a perdoar. Se Deus levasse em conta nossa medida de perdão (“como nós perdoamos”), coitados de nós.
Sempre desejamos o perdão divino, mas nem sempre estamos dispostos a estendê-lo aos outros. É o que mostra a parábola do evangelho. Pode-se pensar que aqui se aborda o perdão entre as pessoas da comunidade, nas situações em que o pobre, de tão endividado, necessitava ter sua dívida cancelada. Não se trata dos grandes roubos praticados nos círculos de poder e na esfera pública, os quais lesam o cidadão. O perdão também não significa permitir tudo o que ocorre na sociedade, principalmente os desvios, que prejudicam o investimento no bem comum. O perdão é fundamental para construirmos uma “cultura da paz” e combatermos a “cultura da violência”.

Oração

Ó Jesus, mestre na prática do perdão, corrige nossa intolerância diante da falta alheia, e afasta definitivamente de nós qualquer desejo de vingança. Teu e nosso Pai celeste nos perdoa sempre, de modo generoso, e exige que façamos a mesma coisa com quem nos fendeu. Amém.

Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp / Pe. Nilo Luza, ssp / Portal Kairós

Leituras de Domingo: 23° Domingo do Tempo Comum 2020

Leituras de Domingo

(Verde, glória, creio – 3ª semana do saltério)

Vós sois justo, Senhor, e justa é a vossa sentença; tratai o vosso servo segundo a vossa misericórdia (Sl 118,137.124).

Reunidos em nome de Jesus, temos a garantia de sua presença entre nós. Somos convidados por ele a superar os conflitos com diálogo e amor acolhedor, a fim de que a harmonia e a paz reinem em nosso meio. A liturgia nos motive a valorizar a correção fraterna, a qual estreita os laços que nos unem como discípulos do Senhor.

Primeira Leitura: Ezequiel 33,7-9
Leitura da profecia de Ezequiel – Assim diz o Senhor: 7“Quanto a ti, filho do homem, eu te estabeleci como vigia para a casa de Israel. Logo que ouvires alguma palavra de minha boca, tu os deves advertir em meu nome. 8Se eu disser ao ímpio que ele vai morrer, e tu não lhe falares, advertindo-o a respeito de sua conduta, o ímpio vai morrer por própria culpa, mas eu te pedirei contas da sua morte. 9Mas, se advertires o ímpio a respeito de sua conduta, para que se arrependa, e ele não se arrepender, o ímpio morrerá por própria culpa, porém tu salvarás tua vida”. – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: 94(95)

Não fecheis o coração; ouvi hoje a voz de Deus!

1. Vinde, exultemos de alegria no Senhor, / aclamemos o rochedo que nos salva! / Ao seu encontro caminhemos com louvores / e, com cantos de alegria, o celebremos! – R.

2. Vinde, adoremos e prostremo-nos por terra, / e ajoelhemos ante o Deus que nos criou! / Porque ele é o nosso Deus, nosso pastor, † e nós somos o seu povo e seu rebanho, / as ovelhas que conduz com sua mão. – R.

3. Oxalá ouvísseis hoje a sua voz: / “Não fecheis os corações como em Meriba, / como em Massa, no deserto, aquele dia, † em que outrora vossos pais me provocaram, / apesar de terem visto as minhas obras”. – R.

Segunda Leitura: Romanos 13,8-10

Leitura da carta de São Paulo aos Romanos – Irmãos, 8não fiqueis devendo nada a ninguém, a não ser o amor mútuo, pois quem ama o próximo está cumprindo a Lei. 9De fato, os mandamentos: “Não cometerás adultério”, “não matarás”, ”não roubarás”, “não cobiçarás” e qualquer outro mandamento se resumem neste: “Amarás ao teu próximo como a ti mesmo”. 10O amor não faz nenhum mal contra o próximo. Portanto, o amor é o cumprimento perfeito da Lei. – Palavra do Senhor.

Evangelho: Mateus 18,15-20

Aleluia, aleluia, aleluia.

O Senhor reconciliou o mundo em Cristo, / confiando-nos sua Palavra; / a Palavra da reconciliação, / a Palavra que hoje, aqui, nos salva (2Cor 5,19). – R.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus – Naquele tempo, Jesus disse a seus discípulos: 15“Se o teu irmão pecar contra ti, vai corrigi-lo, mas em particular, a sós contigo! Se ele te ouvir, tu ganhaste o teu irmão. 16Se ele não te ouvir, toma contigo mais uma ou duas pessoas, para que toda a questão seja decidida sob a palavra de duas ou três testemunhas. 17Se ele não vos der ouvido, dize-o à Igreja. Se nem mesmo à Igreja ele ouvir, seja tratado como se fosse um pagão ou um pecador público. 18Em verdade vos digo, tudo o que ligardes na terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes na terra será desligado no céu. 19De novo, eu vos digo: se dois de vós estiverem de acordo na terra sobre qualquer coisa que quiserem pedir, isso lhes será concedido por meu Pai que está nos céus. 20Pois, onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estou aí, no meio deles”. – Palavra da salvação.

Reflexão

O texto litúrgico faz parte do capítulo que trata do “discurso comunitário”, ou seja, das orientações do Mestre sobre as relações entre seus discípulos. Jesus convida os seus à moderação no uso de certas normas disciplinares dentro da comunidade. A perícope de hoje fala do cuidado que a comunidade deve ter na condenação de algum membro. Diz o evangelho que só pode ser excluída dela a pessoa que perseverar no erro e recusar qualquer correção. Esse texto mostra como as comunidades cristãs excluem pessoas com muita facilidade. O esforço da comunidade deve caminhar sempre no sentido de salvar e recuperar a pessoa. A comunidade tem poder para tomar a decisão final, mas isso não pode ser feito à base do autoritarismo, e sim com compreensão e respeito. Em geral é mais fácil excluir que incluir. A proposta da “correção fraterna” é válida para a comunidade cristã, para as famílias e para qualquer grupo de convivência e, por ser evangélica, exclui qualquer desejo de vingança e abertura à intolerância.

Oração

Ó Jesus, mestre em relações humanas, tu nos ensinas que a correção fraterna deve ser gradual, a fim de corrigir a pessoa que errou. Que tudo passe pelo crivo da compreensão e do diálogo. E se resolva em clima de oração comunitária, guiada por ti, que conheces o íntimo das pessoas. Amém.

Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp / Pe. Nilo Luza, ssp / Portal Kairós

Leituras de Domingo: 22° Domingo do Tempo Comum 2020

22° Domingo do Tempo Comum 2020

(Verde, glória, creio – 2ª semana do saltério)

Tende compaixão de mim, Senhor, clamo por vós o dia inteiro; Senhor, sois bom e clemente, cheio de misericórdia para aqueles que vos invocam (Sl 85,3.5).

Atraídos por Jesus, somos convidados por ele a assumir a missão a nós confiada e renunciar a tudo o que nos impede de segui-lo com fidelidade. Ele transforma nosso pensar e agir e nos revela que ganhamos a vida quando a pomos a serviço do seu Evangelho. Dirijamos nossa prece carinhosa a todos os catequistas, neste dia a eles dedicado.

Primeira Leitura: Jeremias 20,7-9

Leitura do livro do profeta Jeremias – 7Seduziste-me, Senhor, e deixei-me seduzir; foste mais forte, tiveste mais poder. Tornei-me alvo de irrisão o dia inteiro, todos zombam de mim. 8Todas as vezes que falo, levanto a voz, clamando contra a maldade e invocando calamidades; a palavra do Senhor tornou-se para mim fonte de vergonha e de chacota o dia inteiro. 9Disse comigo: “Não quero mais lembrar-me disso nem falar mais em nome dele”. Senti, então, dentro de mim um fogo ardente a penetrar-me o corpo todo: desfaleci, sem forças para suportar. – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: 62(63)

A minha alma tem sede de vós / como a terra sedenta, ó meu Deus!

1. Sois vós, ó Senhor, o meu Deus! / Desde a aurora, ansioso vos busco! / A minha alma tem sede de vós, † minha carne também vos deseja, / como terra sedenta e sem água! – R.

2. Venho, assim, contemplar-vos no templo, / para ver vossa glória e poder. / Vosso amor vale mais do que a vida: / e por isso meus lábios vos louvam. – R.

3. Quero, pois, vos louvar pela vida / e elevar para vós minhas mãos! / A minha alma será saciada, / como em grande banquete de festa; / cantará a alegria em meus lábios / ao cantar para vós meu louvor! – R.

4. Para mim fostes sempre um socorro; / de vossas asas à sombra eu exulto! / Minha alma se agarra em vós; / com poder vossa mão me sustenta. – R.

Segunda Leitura: Romanos 12,1-2

Leitura da carta de São Paulo aos Romanos – 1Pela misericórdia de Deus, eu vos exorto, irmãos, a vos oferecerdes em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus: este é o vosso culto espiritual. 2Não vos conformeis com o mundo, mas transformai-vos, renovando vossa maneira de pensar e de julgar, para que possais distinguir o que é da vontade de Deus, isto é, o que é bom, o que lhe agrada, o que é perfeito. – Palavra do Senhor.

Evangelho: Mateus 16,21-27

Aleluia, aleluia, aleluia.

Que o Pai do Senhor Jesus Cristo / nos dê do saber o espírito; / conheçamos, assim, a esperança / à qual nos chamou, como herança! (Ef 1,17s) – R.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus – Naquele tempo, 21Jesus começou a mostrar a seus discípulos que devia ir a Jerusalém e sofrer muito da parte dos anciãos, dos sumos sacerdotes e dos mestres da Lei e que devia ser morto e ressuscitar no terceiro dia. 22Então Pedro tomou Jesus à parte e começou a repreendê-lo, dizendo: “Deus não permita tal coisa, Senhor! Que isso nunca te aconteça!” 23Jesus, porém, voltou-se para Pedro e disse: “Vai para longe, satanás! Tu és para mim uma pedra de tropeço, porque não pensas as coisas de Deus, mas sim as coisas dos homens!” 24Então Jesus disse aos discípulos: “Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga. 25Pois quem quiser salvar a sua vida vai perdê-la; e quem perder a sua vida por causa de mim vai encontrá-la. 26De fato, que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro, mas perder a sua vida? O que poderá alguém dar em troca de sua vida? 27Porque o Filho do Homem virá na glória do seu Pai, com os seus anjos, e então retribuirá a cada um de acordo com a sua conduta”. – Palavra da salvação.

Reflexão

Jesus nunca procurou esconder de seus seguidores a realidade a respeito de sua vida, nem tentou adocicar suas propostas para angariar mais seguidores. Ele não quer iludir ninguém. Assim também nesse texto, em que fala de seu destino trágico em Jerusalém e convida quem tiver coragem para segui-lo. Diante das revelações nada alvissareiras, Pedro, todo “corajoso”, chama a atenção do Mestre, dizendo que isso não pode acontecer. Jesus o convida a se colocar em seu lugar: ser discípulo aprendiz (“vá para trás de mim”); além disso, chama-o de “Satanás”. Em suas boas intenções, Pedro quer livrar Jesus da morte trágica em Jerusalém. Provavelmente pensou também em salvar a própria pele, pois, se isso acontece com o Mestre, os discípulos caminham para ter a mesma sorte. Pedro, portanto, procura desviar Jesus do seu projeto. O Mestre não deseja sacrifício a ninguém, mas também não promete “mar de rosas”, e quem quiser segui-lo terá de renunciar a regalias ou pretensões egoístas. Nada de pensar só na própria vida, ele diz.

Ó Jesus, incansável caminheiro, revelas a teus discípulos que terás um trágico fim em Jerusalém. Sem entender, Pedro tenta desviar-te desse doloroso final. Tu lhes explicas o valor infinito de tua morte redentora. E nos convidas a seguir-te, renunciando aos nossos projetos pessoais. Amém.

Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp / Pe. Nilo Luza, ssp / Portal Kairós

Leituras de Domingo: 21° Domingo do Tempo Comum 2020

Leituras de Domingo

21° Domingo do Tempo Comum 2020

(Verde, glória, creio – 1ª semana do saltério)

Inclinai, Senhor, o vosso ouvido e escutai-me; salvai, meu Deus, o servo que confia em vós. Tende compaixão de mim, clamo por vós o dia inteiro (Sl 85,1ss).

Dispostos a deixar que o Senhor realize sua obra em nossa vida, somos questionados nesta liturgia sobre quem é Jesus. A resposta de Pedro nos compromete com o Reino de Deus e nos impele a dar também uma resposta pessoal, inspirada pela sabedoria divina. Celebremos dando graças ao Pai por todos os que se põem a serviço da comunidade.

Primeira Leitura: Isaías 22,19-23

Leitura do livro do profeta Isaías – Assim diz o Senhor a Sobna, o administrador do palácio: 19“Eu vou te destituir do posto que ocupas e demitir-te do teu cargo. 20Acontecerá que nesse dia chamarei meu servo Eliacim, filho de Helcias, 21e o vestirei com a tua túnica e colocarei nele a tua faixa, porei em suas mãos a tua autoridade; ele será um pai para os habitantes de Jerusalém e para a casa de Judá. 22Eu o farei levar aos ombros a chave da casa de Davi; ele abrirá, e ninguém poderá fechar; ele fechará, e ninguém poderá abrir. 23Hei de fixá-lo como estaca em lugar seguro, e aí ele terá o trono de glória na casa de seu pai”. – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: 137(138)

Ó Senhor, vossa bondade é para sempre! / Completai em mim a obra começada!

1. Ó Senhor, de coração eu vos dou graças, / porque ouvistes as palavras dos meus lábios! / Perante os vossos anjos vou cantar-vos / e ante o vosso templo vou prostrar-me. – R.

2. Eu agradeço vosso amor, vossa verdade, / porque fizestes muito mais que prometestes; / naquele dia em que gritei, vós me escutastes / e aumentastes o vigor da minha alma. – R.

3. Altíssimo é o Senhor, mas olha os pobres / e de longe reconhece os orgulhosos. / Ó Senhor, vossa bondade é para sempre! † Eu vos peço: não deixeis inacabada, / esta obra que fizeram vossas mãos! – R.

Segunda Leitura: Romanos 11,33-36

Leitura da carta de São Paulo aos Romanos – 33Ó profundidade da riqueza, da sabedoria e da ciência de Deus! Como são inescrutáveis os seus juízos e impenetráveis os seus caminhos! 34De fato, quem conheceu o pensamento do Senhor? Ou quem foi seu conselheiro? 35Ou quem se antecipou em dar-lhe alguma coisa, de maneira a ter direito a uma retribuição? 36Na verdade, tudo é dele, por ele e para ele. A ele a glória para sempre. Amém! – Palavra do Senhor.

Evangelho: Mateus 16,13-20

Aleluia, aleluia, aleluia.

Tu és Pedro, e sobre esta pedra / edificarei minha Igreja; / e os poderes do reino das trevas / jamais poderão contra ela! (Mt 16,18) – R.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus – Naquele tempo, 13Jesus foi à região de Cesareia de Filipe e aí perguntou a seus discípulos: “Quem dizem os homens ser o Filho do Homem?” 14Eles responderam: “Alguns dizem que é João Batista; outros, que é Elias; outros, ainda, que é Jeremias ou algum dos profetas”. 15Então Jesus lhes perguntou: “E vós, quem dizeis que eu sou?” 16Simão Pedro respondeu: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo”. 17Respondendo, Jesus lhe disse: “Feliz és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi um ser humano que te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu. 18Por isso eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e o poder do inferno nunca poderá vencê-la. 19Eu te darei as chaves do Reino dos céus: tudo o que tu ligares na terra será ligado nos céus; tudo o que tu desligares na terra será desligado nos céus”. 20Jesus, então, ordenou aos discípulos que não dissessem a ninguém que ele era o Messias. – Palavra da salvação.

Reflexão

O texto constitui um marco importante no Evangelho de Mateus. Pode ser dividido em duas partes: a profissão de fé no messianismo de Jesus feita por Pedro; a confirmação deste apóstolo como porta-voz da comunidade. Jesus quer saber o que seus seguidores mais próximos pensam dele, de sua pessoa. Pedro, em nome do grupo, intervém e reconhece que Jesus, mais do que simples profeta, é a revelação verdadeira do Pai (“quem me vê, vê o Pai”). A resposta do apóstolo traz a essência da fé cristológica: Jesus é o Messias, o Filho de Deus. Pela sua resposta, revelada pelo Pai, Pedro é proclamado feliz, pois testemunha a fé da comunidade, e recebe as chaves para abrir as portas do Reino de Deus a todos os que desejarem ter acesso a ele. A pergunta de Jesus continua soando em nossos dias: “E vocês, quem vocês dizem que eu sou?” O Mestre não quer saber nossa opinião, mas nossa atitude de vida, a opção que fazemos. Nesse sentido, a pergunta se inverte: Quem sou eu? Que opções faço na vida?

Oração

Ó Jesus, “Filho do Homem”, o povo não tem clareza sobre a tua identidade. Pedro, porém, por revelação divina, afirma que “és o Messias, o Filho do Deus vivo”. Em contrapartida, tu lhe confias o governo da tua Igreja. Queremos te conhecer cada vez mais e fazer parte da tua comunidade. Amém.

Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp / Pe. Nilo Luza, ssp / Portal Kairós

Leituras de Domingo: Solenidade da Assunção de Nossa Senhora 2020

Leituras de Domingo

Assunção de Nossa Senhora 2020

(branco, glória, creio, prefácio próprio – ofício da solenidade)

Grande sinal apareceu no céu: uma mulher que tem o sol por manto, a lua sob os pés e uma coroa de doze estrelas na cabeça (Ap 12,1).

Com Maria cantemos as maravilhas que Deus continua a realizar em favor do seu povo. Assunta ao céu, ela atingiu a plenitude da salvação e nos espera a todos, fazendo-se nossa intercessora. Celebramos esta solenidade em comunhão com os vocacionados à vida consagrada: mulheres e homens que dão seu sim ao projeto de Jesus.

Primeira Leitura: Apocalipse 11,19; 12,1.3-6.10

Leitura do livro do Apocalipse de São João – 19Abriu-se o templo de Deus que está no céu e apareceu no templo a arca da Aliança. 12,1Então apareceu no céu um grande sinal: uma mulher vestida de sol, tendo a lua debaixo dos pés e, sobre a cabeça, uma coroa de doze estrelas. 3Então apareceu outro sinal no céu: um grande dragão, cor de fogo. Tinha sete cabeças e dez chifres e, sobre as cabeças, sete coroas. 4Com a cauda, varria a terça parte das estrelas do céu, atirando-as sobre a terra. O dragão parou diante da mulher, que estava para dar à luz, pronto para devorar o seu Filho, logo que nascesse. 5E ela deu à luz um filho homem, que veio para governar todas as nações com cetro de ferro. Mas o Filho foi levado para junto de Deus e do seu trono. 6A mulher fugiu para o deserto, onde Deus lhe tinha preparado um lugar. 10Ouvi então uma voz forte no céu, proclamando: “Agora, realizou-se a salvação, a força e a realeza do nosso Deus e o poder do seu Cristo”. – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: 44(45)

À vossa direita se encontra a rainha / com veste esplendente de ouro de Ofir.

1. As filhas de reis vêm ao vosso encontro, † e à vossa direita se encontra a rainha / com veste esplendente de ouro de Ofir. – R.

2. Escutai, minha filha, olhai, ouvi isto: / “Esquecei vosso povo e a casa paterna! / Que o rei se encante com vossa beleza! / Prestai-lhe homenagem: é vosso Senhor! – R.

3. Entre cantos de festa e com grande alegria, / ingressam, então, no palácio real”. – R.

Segunda Leitura: 1 Coríntios 15,20-27

Leitura da primeira carta de São Paulo aos Coríntios – Irmãos, 20Cristo ressuscitou dos mortos como primícias dos que morreram. 21Com efeito, por um homem veio a morte e é também por um homem que vem a ressurreição dos mortos. 22Como em Adão todos morrem, assim também em Cristo todos reviverão. 23Porém cada qual segundo uma ordem determinada: em primeiro lugar, Cristo, como primícias; depois, os que pertencem a Cristo, por ocasião da sua vinda. 24A seguir, será o fim, quando ele entregar a realeza a Deus Pai, depois de destruir todo principado e todo poder e força. 25Pois é preciso que ele reine até que todos os seus inimigos estejam debaixo de seus pés. 26O último inimigo a ser destruído é a morte. 27Com efeito, “Deus pôs tudo debaixo de seus pés”. – Palavra do Senhor.

Evangelho: Lucas 1,39-56

Aleluia, aleluia, aleluia.

Maria é elevada ao céu, / alegram-se os coros dos anjos. – R.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – Naqueles dias, 39Maria partiu para a região montanhosa, dirigindo-se, apressadamente, a uma cidade da Judeia. 40Entrou na casa de Zacarias e cumprimentou Isabel. 41Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança pulou no seu ventre e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. 42Com um grande grito, exclamou: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre! 43Como posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar? 44Logo que a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança pulou de alegria no meu ventre. 45Bem-aventurada aquela que acreditou, porque será cumprido o que o Senhor lhe prometeu”.
46Então Maria disse: “A minha alma engrandece o Senhor, 47e o meu espírito se alegra em Deus, meu salvador, 48porque olhou para a humildade de sua serva. Doravante todas as gerações me chamarão bem-aventurada, 49porque o Todo-poderoso fez grandes coisas em meu favor. O seu nome é santo, 50e sua misericórdia se estende, de geração em geração, a todos os que o respeitam. 51Ele mostrou a força de seu braço: dispersou os soberbos de coração. 52Derrubou do trono os poderosos e elevou os humildes. 53Encheu de bens os famintos e despediu os ricos de mãos vazias. 54Socorreu Israel, seu servo, lembrando-se de sua misericórdia, 55conforme prometera aos nossos pais, em favor de Abraão e de sua descendência, para sempre”. 56Maria ficou três meses com Isabel; depois voltou para casa. – Palavra da salvação.

Reflexão

Maria tem pressa de se dirigir à região montanhosa de Judá para auxiliar Isabel, que está grávida e necessita da sua ajuda. Temos duas mulheres pobres, mas solidárias, que carregam dentro de si duas crianças. É a solidariedade entre duas mães que reconhecem a ação de Deus em seus corpos. Além das mulheres, temos também o encontro
de duas crianças ainda no ventre de suas mães: encontro do Precursor com o Salvador. Pelo cumprimento, percebemos a alegria que transborda das mulheres, a ponto de contagiar o fruto do ventre de cada uma. Impulsionada pelo Espírito Santo, Isabel se alegra por receber a mãe do Senhor, declarando-a abençoada e feliz. Representante dos pobres que têm esperança, Maria responde com belo hino que exalta os pobres e rebaixa os orgulhosos. Ela leva consigo paz, alegria e bênção de Deus. Felizes as famílias que têm mães que se solidarizam entre si, através da ajuda mútua. Felizes as comunidades que têm mulheres portadoras de vida e esperança, mulheres benditas que acolhem a Palavra, transmitem fé e otimismo e acreditam num mundo melhor.

Oração

Divino Mestre, terminada sua vida terrena, Maria Santíssima foi acolhida no céu em corpo e alma para viver feliz contigo para sempre. Senhor, faze que sejamos teus fiéis seguidores, sem desviar-nos do caminho que nos une a ti e onde se encontra Nossa Senhora, tua e nossa bondosa mãe. Amém.

Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp / Pe. Nilo Luza, ssp / Portal Kairós

Siga-nos no YouTube

Palavras do Papa