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9 de dezembro: 2º Domingo do Advento

TEMPO DE CRESCER NO AMOR

Esta liturgia nos ajude a viver este tempo de esperança, preparando-nos para acolher Jesus, a salvação de Deus para a humanidade. Por meio da voz de João Batista, o Senhor nos guiará por caminhos de misericórdia, justiça e paz. Simbolizando a progressiva proximidade do Natal, acenderemos hoje a segunda vela da coroa do Advento.

LIÇÃO DE VIDA
Jesus nos acompanha e nos encoraja em nosso esforço de viver a conversão.

Desde pequeninos, ouvimos dizer que devemos crescer na vida. Geralmente o crescer, nesse sentido, tem que ver com sucesso, fama e outros atributos que nos situariam numa espécie de categoria privilegiada. Ocorre que a vida nos pede muito mais que isso. Seria muito triste uma existência baseada tão somente na frieza do status e na superficialidade dos cargos. A vida pede mesmo é afeto.

É claro que o intuito aqui não é desfazer da importância de uma boa carreira profissional e de um trabalho digno. Evidentemente a questão não é essa. Mas seria um desperdício grande gastarmos as energias de nossa curta travessia neste mundo numa espécie de luta para galgarmos o lugar de destaque e, depois, fazemos de tudo para mantê-lo.

A segunda leitura da liturgia de hoje é um bom exemplo para crescermos naquilo que vale a pena. O apóstolo Paulo, quando escreveu à comunidade dos filipenses, encontrava-se preso. A prisão se deu porque Paulo era um homem comprometido com a causa do evangelho, isto é, com a boa notícia. Os poderosos daquele tempo o encarceraram como forma de lhe calar a voz. Paulo estava se tornando uma ameaça aos homens do poder. Foi preso porque o mundo dos que detêm o poder da força odeia quem leva em seu coração o poder do amor. Amor que escolhe o lado dos que são desprezados e humilhados, feridos na carne e na alma.

Paulo, porém, sabia em quem acreditava. Ele tinha os olhos fixos naquele que dá sentido à vida: Jesus, o Filho de Deus que se fez menino. O apóstolo tinha no coração a mesma compaixão que Jesus sentia pelos sofredores do mundo. Embora tivesse capacidade de ocupar os melhores cargos profissionais, porque tinha formação para isso (uma vez que estudara nas mais renomadas escolas de seu tempo), Paulo preferiu fazer uso de sua sabedoria para ajudar os desprezados a encontrar um lugar no mundo.

Este tempo do Advento é momento oportuno para nos deixarmos inundar por bons sentimentos. Assim como Paulo apóstolo se derrama em ação de graças para a comunidade dos filipenses, também nós hoje somos chamados a sentir a alegria da boa notícia, que é Jesus. Ele quer nascer em nossa vida. Embora fosse Deus, fez-se pequeno, fez-se menino. Isso é revolucionário. Isso muda tudo. As grandezas do mundo são passageiras. O amor de verdade é eterno e enche nossos olhos de luz. Quem ama jamais se deixa cegar diante dos desafios do tempo presente. Jesus é o tempo perfeito que transforma nossa vida.

 

Pe. Antonio Iraildo Alves de Brito, ssp

2 de dezembro: 1º Domingo do Advento

TEMPO DE ESPERA E ESPERANÇA

Cheios de esperança, iniciamos o Advento, tempo favorável para ajustarmos nossos passos em direção à alegre celebração do Natal do Senhor. A liturgia nos ajude a viver intensamente este tempo, voltando nosso coração para o grande acontecimento do nascimento de Jesus entre nós. Queremos entrar neste novo ano litúrgico vigilantes e firmes na oração, a fim de acolher com fé a salvação de Deus, que vem ao nosso encontro.

LIÇÃO DE VIDA
O propósito de nossa preparação para o Natal é acolher Jesus, que se revela, de forma especial

No evangelho proposto para hoje, Jesus não pretende assustar ninguém. Aliás, em geral ele fala da bondade do Pai, da consolação do Espírito Santo e da vida gloriosa para os que fazem a vontade de Deus. Por outro lado, Jesus conhece a realidade que o envolve. Ele vê e sente que no mundo há maldade, injustiça, opressão dos poderosos sobre os mais fracos, conflitos, guerras entre nações. Percebe também que sua mensagem de amor não é acolhida por todos; que muitos o criticam porque ele tem boa convivência com doentes e pecadores; que os chefes do povo, incluindo os dirigentes das instituições religiosas, querem matá-lo como se fosse um malfeitor perigoso. Essa é uma parte do panorama nos dias terrenos de Jesus.

Por volta do ano 70, o exército romano invade Jerusalém, destrói a cidade e profana o Templo. O cruel massacre se dá no meio de lamentos, correrias, fugas para outros lugares e mortos; muitos mortos. Essa é uma página dolorosa que o povo de Israel escreveu com o próprio sangue. Jesus tinha previsto que assim aconteceria. Outro dado a considerar é o início da Igreja, com violentas perseguições aos cristãos e tribulações de todo tipo. Tempos difíceis para os seguidores de Cristo, mas também hora oportuna para darem testemunho a favor dele.

Em linguagem figurada, Jesus está nos dizendo que o império do mal vai acabar, o bem e a verdade vão triunfar – também com o empenho dos cristãos. Ao mesmo tempo, está apresentando à comunidade cristã a situação desconfortável que é ser cristão no mundo e as consequências inevitáveis para quem é coerente seguidor seu. Por isso, de modo solene, ele diz a seus discípulos de todos os tempos: “Ergam a cabeça, porque a libertação de vocês está próxima”. E aponta para todos nós um caminho cheio de esperança: “Vigiem, portanto, rezando a todo momento, a fim de terem forças para escapar de tudo o que deve acontecer e para ficar de pé diante do Filho do homem”. A comunidade precisa estar sempre de prontidão, praticando a justiça do reino de Deus.

 

Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp

A fonte real de alegria

Vivemos na Igreja e desejamos oferecer a todos a grandeza do dom que é o anúncio da Boa Nova de Jesus Cristo. Não é nosso projeto esconder o que temos de melhor, quando sabemos que ele é caminho de vida e felicidade para todos. Com o devido respeito às escolhas feitas pelas pessoas, arde em nosso coração o desejo de contribuir para que o mundo seja melhor e mais alegre! Num tempo de consumo, correria, afã de conquistar posições, identificamos com frequência os sinais de desgaste e de falta de sentido, na busca incessante de realização. E os alvos estabelecidos se tornam cada vez mais distantes, nos rostos tensos e preocupados que encontramos, cruzando com olhares ansiosos que suplicam a verdadeira alegria, que tem um nome, Jesus Cristo, que não veio para limitar todas as potencialidades humanas, mas para realizá-las no sentido mais verdadeiro.

A figura de São João Batista (Cf. Jo 1,6-8.19-28), tão presente e provocante nos Evangelhos e no tempo litúrgico do Advento que vive agora a Igreja, tem sua identidade bem definida, a partir da coragem de dizer quem não é! Não é o Messias, nem se afirma profeta, não quer competir com ninguém, faz a figura de um asceta com alimentação e hábitos frugais e até estranhos. É um homem feliz, de “cara fechada”! Não precisa fazer figura para a pose do momento, como uma paisagem colorida, mas sabe ser apenas uma voz que clama: “Preparai o caminho do Senhor”. Sua alegria é fazer o trabalho daqueles que abrem picadas nas matas, fixando piquetes para uma estrada que se abre. Interessa-lhe o outro que vem, aquele que batiza com o Espírito Santo! De fato, pessoa alegre é aquela que acolhe suas próprias potencialidades e limites, sem pretender ocupar um espaço que não lhe cabe, livre e solta por cumprir o próprio dever, transformando a vida em missão, com objetivos claros, sem medo dos riscos e do futuro!

Vivemos todos o maravilhoso desafio da liberdade. Nesta verdadeira aventura, há que fazer escolhas corretas. Examinar todas as coisas, ficar com o que bom, afastar-se da maldade, conservar-se sem mancha (Cf. 1 Ts 5,16-24). É a estrada do discernimento, cujo resultado é o equilíbrio e a felicidade, alegria consistente, com a qual se enfrentam as dificuldades. Aqui aparecem com frequência as figuras de homens e mulheres muito simples, que aprenderam apenas a fazer o bem, sem estrelismo, que passam como um filme diante de nossos olhos. Certamente percebemos o quanto existe em nossa memória de pessoas marcantes e ao mesmo tempo silenciosas. Memória agradecida e desejo de seguir tais exemplos é fonte de alegria!

Alegrar-se em Deus, olhar o futuro com os sinais deixados por ele à nossa disposição, deixar-se conduzir pelo Espírito de Deus, não apagar o fogo do Espírito! Levar Deus em conta, fazer-se pequeno diante dele! Maravilhosas propostas, nascidas do coração do próprio Deus, que não abandona a humanidade a um destino cego, mas cuida de sua criação com mãos de artista, pois esta continua a ser aperfeiçoada, com nossa participação e liberdade! Não tenhamos medo das lições de fé guardadas desde a infância no escrínio de nosso coração. Recuperemos o gosto de pedir com simplicidade na oração, agradecer, louvar a Deus, acolher as boas inspirações, aquelas que nos movem interiormente e nos conduzem ao bem.

Uma das figuras proeminentes do Tempo do Advento, o Profeta Isaías, uma espécie de evangelista do Antigo Testamento, anunciou aquele que teve em suas palavras seu programa de ação: “O Espírito do Senhor Deus está sobre mim, porque o Senhor me ungiu. Enviou-me para levar a boa-nova aos pobres, para curar os de coração aflito anunciar aos cativos a libertação, aos prisioneiros o alvará de soltura; para anunciar o ano do agrado do Senhor, o dia de nosso Deus fazer justiça, para consolar os que estão tristes” (Is 61,1-2). Em Jesus, o programa é dar liberdade, consolo e alegria aos outros! Não será diferente conosco, se estivermos dispostos a percorrer a estrada da felicidade autêntica. Alegre é quem vive para os outros e não para si!

Nos dias de final do ano, corre uma onda de generosidade, desejo de partilha, serviço mútuo, atenção aos mais pobres, caridade! Em nossa Arquidiocese de Belém, é tempo do projeto “Belém, casa do pão”, com o apelo: “Na casa do pão, o pão para todos”. Na Igreja do Brasil inteiro, a Campanha para a Evangelização, com a qual desejamos crescer em nossa responsabilidade diante dos trabalhos pastorais levados adiante em nossas Dioceses. “Há mais alegria em dar do que em receber!” (At 20,35), é a palavra do Senhor que indica a fonte da felicidade e da alegria. Ninguém passe este final de ano sem abrir o bolso, a bolsa e o coração!

Outra figura do Tempo do Advento é a Mãe de Deus e nossa, a Virgem Maria, quando exclama: “Meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador!” (Lc 1,46) O louvor de Maria pode ser o nosso! Isabel reconhece a ação de Deus em Maria e Maria reconhece Deus em sua ação. Reconhecer a ação de Deus sempre causa alegria. Temos a possibilidade de reconhecer a presença dele em cada momento e particularmente na dor. Em Deus, cada desafio, e mesmo a dor, pode se transformar em louvor e alegria, quando transformada em amor a Deus e ao próximo. Está em nossas mãos a tarefa da alegria verdadeira, não mais um sentimento superficial, mas a plena realização do plano de Deus, que nos fez para sermos felizes e alegres na comunhão com ele.

 

Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo Metropolitano de Belém do Pará
CNBB

O Advento do Senhor, tempo de alegria e graça!

advento_celebracao

Estamos iniciando o novo ano litúrgico. O Advento é preparação para o nascimento de Cristo Jesus no seu santo Natal. Tempo de alegria e graça!
Fomos fortalecidos na fé pelo Ano da Misericórdia encerrado em 20 de novembro passado, solenidade de Cristo Rei.

Tivemos um ano rico pelas provas de amor que Deus nos deu, seu amor é incondicional e infinito. Mas tudo isso é uma interrogação. Pede uma resposta, atos, atitudes, generosidade da nossa parte. Deus dá tudo de si a nós. E nós, o que damos?

Deixemos as ambições, as vaidades, o orgulho, a prepotência e acolhamos o Filho de Deus que vem na mais extrema pobreza para nos ensinar o que significa humildade. Ele, que é o criador, o todo-poderoso, não encontra um espaço, por mais simples que seja, para nascer! Quem o acolhe são os animais e os pastores.

Viver o tempo do Advento não é apenas atravessar um tempo. E vivenciá-lo juntamente com a mãe de Deus. E deixar-se mover pela expectativa do nascimento do Filho amado do Pai que vem para nos ensinar a viver como filhos e filhas de Deus.

E hoje, se Cristo viesse de novo, encontraria lugar para nascer, para se hospedar? Alguma porta se abriria para acolhê-lo? Os tempos passaram, e o ser humano muitas vezes continua cego, egoísta, desconfiado, sem tempo e apressado. O santo Natal é tempo favorável para meditarmos diante do presépio: onde estou, o que estou construindo, em quem deposito minha confiança, minha fé: no dinheiro, nas armas, no poder, no possuir?

Jesus vai nascer, vem ao nosso encontro. Ele não nasce historicamente, mas no coração de cada um, em cada momento. Cabe-nos acolhê-lo e praticar o bem, a justiça, a verdade. Nossa fé é o termómetro do que somos e em quem cremos.

Que este Natal seja novo, para o ser humano novo!

E para celebrar esse Advento listamos as músicas tradicionais mais usadas:

Abertura
Alegrai-vos, ele está bem perto
Das alturas orvalhem os céus
Eis que de longe
O Senhor virá libertar
Ó vem, ó vem, Emanuel
Oh, vinde, enfim
Quando virá, Senhor
Senhor, vem salvar

Acendimento da Vela da Coroa do Advento
A luz virá
Acendamos a lamparina
Uma vela se acende

Aclamação ao Evangelho
Aleluia! Eis a serva
Aleluia! Ó Senhor, abre os ouvidos
Aleluia! Vem mostrar-nos

Apresentação das Oferendas
A nossa oferta apresentamos
Muito suspira por ti

Comunhão
Convertei-nos, Senhor Deus
Ouço uma voz lá no deserto
Vigiai, eu vos digo

Louvor final
Como o sol nasce

 

D. Geraldo Majella Agnelo
Cardeal Arcebispo Emérito de Salvador

Seleção de músicas – portalkairos.org

Alegria do Advento

velaIniciamos mais um Ano Litúrgico, preparando-nos para o nascimento de Jesus Cristo no tempo do Natal. Nascimento que só tem sentido quando as pessoas conseguem abrir seus corações e deixarem acontecer o encontro íntimo com Aquele que vem como enviado do Pai. Assim se cumpre a realização da promessa de libertação projetada nos anúncios do Antigo Testamento.

Jesus foi prometido e proclamado como rei justo no meio de um mundo marcado pelas práticas de injustiça e de degradação da identidade da pessoa humana. O que vemos, na prática, e em todos os tempos, é o sofrimento condicionado pelos desvios do projeto querido pelo Criador. A injustiça, generalizada como está, diminui as condições necessárias para uma vida feliz e humana.

A vontade de Deus é a realização do direito e da justiça, isto é, de uma vida conforme as prescrições dos mandamentos e das indicações das bem-aventuranças do Evangelho. Não fomos criados para a destruição, indiscriminada, dos bens da natureza. “Dominai a terra” (Gn 9,7) significa construir, possibilitando o necessário para as pessoas terem uma vida saudável e digna.

A consistência do mundo depende do cuidado e de como ele é usado. Certas práticas causam medo e angústia nas pessoas, porque fragilizam a qualidade de vida e minam a alegria e as expectativas de um futuro promissor. A preparação para o Natal estimula uma concreta esperança, capaz de elevar o espírito abatido.

Estamos sensibilizados diante das ameaças causadas pelos últimos acontecimentos, tanto em Mariana, como nos atentados suicidas lá na França. Caminhamos por caminhos que levam ao caos, quase como o dilúvio citado pela Sagrada Escritura. Dá a impressão de que caminhamos para a destruição total. Isso pode acontecer se providências corajosas não forem tomadas.

A fonte do verdadeiro amor é Deus. Podemos até imaginar ou construir outros caminhos de amor, mas nunca estaremos totalmente realizados se nosso olhar não for voltado para essa fonte cristalina em Deus, através de Jesus Cristo, que causa compromisso de justiça de uns para com os outros no relacionamento.

 

Alegria do Advento
Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba (MG)

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