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Resumão do Texto Base da Campanha da Fraternidade 2018

Tema: Fraternidade e superação da violência
Lema: Vós sois todos irmãos (Mt 23,8)

Ver a realidade da violência
Tendo suas residências guardadas por cercas elétricas, guaritas e vigias, cada vez mais também as pessoas se isolam e sentem nisso uma falsa sensação de segurança. O outro é afastado. Mantêm-se distância não só do inimigo, mas também dos possíveis amigos, como os vizinhos. Eis aí um dos maiores desafios contemporâneos no campo da segurança pública: garantir que as políticas públicas tenham em vista o aumento da solidariedade entre as pessoas, ao invés de enclausurá-las, criando empecilhos ou mesmo impedindo relações interpessoais humanizadas.

Um alerta para a sociedade brasileira: Apesar de possuir menos de 3% da população mundial, o Brasil responde por quase 13% dos assassinatos do planeta. Em 2014 foram 59.627 mortes.

As diversas faces da violência – onde há paz e onde há guerra no Brasil

Primeiro fator da paz ou da guerra
Este número expressivo (59.627 mortes violentas no Brasil, em 2014) revela a contradição da imagem que se tem das terras brasileiras como espaço de povo pacato e ordeiro. Normalmente esta ideia surge onde o Estado se faz presente, justamente nos lugares onde residem pessoas endinheiradas, que podem pagar por segurança particular, também contam com maior presença da segurança estatal. Nas periferias há ausência da segurança estatal ou só acontece quando há uma operação de combate a isso ou aquilo. Nestes ambientes os moradores são entregues a grupos armados, ao tráfico de drogas, etc.

Segundo fator da segurança ou insegurança
O dinheiro demarca onde há paz ou guerra no Brasil. Quem pode pagar por segurança privada tem privilégios no espaço urbano. Visto nesta perspectiva, a segurança se torna um privilégio para poucos.

Terceiro fator da violência no brasil
O acesso à Justiça, na plenitude que a palavra “justiça” pode abarcar, acontece somente para aqueles que podem pagar bons advogados.

Um dado alarmante para refletir
Mais da metade da população carcerária, mesmo depois de anos presa, ainda não compareceu diante de um juiz para julgamento.

A cultura da violência
Na cultura da violência costuma-se atribuir a culpa à vítima. Por exemplo, a estuprada é vista como mulher que se veste de forma imoral ou por não se dar ao respeito. O adolescente, por ser drogado, sofre o que merece e, muitas vezes, a morte. A cultura da violência tende a separar os bons dos maus. Comumente os maus estão nas classes inferiores ou em indivíduos situados em circunstâncias muito particulares, tais como imigrantes, migrantes ou os que têm orientação sexual diferenciada.

A cultura da violência que gera a política pautada na violência

Existem hoje, no Congresso Nacional, parlamentares identificados com segmentos econômicos e sociais fortemente interessados em propostas potencialmente geradoras de violência. Eis alguns exemplos:
– Políticos defendem o uso de arma de fogo pela população civil sustentando tratar-se de um direito natural, o da autopreservação.
– A corrupção é a expressão de que o dinheiro está em primeiro lugar, colocando em segundo plano a dignidade da vida humana.

Não há da parte da maioria dos políticos uma efetiva conscientização da população para que participe da atividade política para além do voto. Para inibir a maioria da população na participação política, vários políticos criminalizam os movimentos sociais que têm pontos de vista diversos daqueles que desejam aprovar projetos mais voltados aos interesses econômicos (dinheiro) que ao bem comum dos cidadãos.

As vítimas da violência no Brasil hoje

No mapa da violência 2016 constata-se que morrem muito mais pessoas negras que brancas. Isso pode ser verificado nos homicídios cometidos contra jovens. Em 2011 houve quase 28.000 assassinatos de jovens. Destes, quase 20.000 vítimas eram compostas por jovens negros.

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