A CNBB emite nota sobre o desrespeito à fé cristã

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou nota na tarde desta quinta-feira, 12 de dezembro, na qual critica a postura de “artistas” que, em nome da liberdade de expressão, vilipendiam símbolos sagrados da fé cristã. “Ridicularizar a crença de um grupo, seja ele qual for, além de constituir ilícito previsto na legislação penal, significa desrespeitar todas as pessoas, ferindo a busca por uma sociedade efetivamente democrática, que valoriza todos os seus cidadãos”, diz o texto. Confira abaixo a íntegra do documento. No áudio abaixo, a nota é lida pelo arcebispo de Belo Horizonte (MG) e presidente da CNBB, dom Walmor Oliveira de Azevedo:

Nota ofical da CNBB sobre o desrespeito à fé cristã

Examinai tudo e ficai com o que é bom! (1 Ts 5,21)

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) repudia recentes fatos que, em nome da liberdade de expressão e da criatividade artística, agridem profundamente a fé cristã. Ridicularizar a crença de um grupo, seja ele qual for, além de constituir ilícito previsto na legislação penal, significa desrespeitar todas as pessoas, ferindo a busca por uma sociedade efetivamente democrática, que valoriza todos os seus cidadãos.

A Igreja nunca deixou de promover a arte e a liberdade de expressão. Por isso, a CNBB reitera que toda produção artística respeite “os sentimentos de um povo ou de grupos que vivem valores, muitas vezes, revestidos de uma sacralidade inviolável”. Quando há desrespeito em produções midiáticas, os meios de comunicação tornam-se violentos, verdadeiras armas que contribuem para ridicularizar e matar os valores mais profundos de um povo.

Vivemos em uma sociedade pluralista. Nem todos têm as mesmas crenças. Devemos, no entanto, como exigência ética e democrática, respeitar todas as pessoas. Nada permite a quem quer que seja o direito de vilipendiar crenças, atingindo vidas. O direito à liberdade de expressão não anula o respeito às pessoas e aos seus valores.

Neste tempo de Advento, somos convocados a permanecer firmes na fé, constantes na esperança e assíduos na caridade. Não podemos nos deixar conduzir por atitudes de quem, utilizando a inteligência recebida de Deus, agride esse mesmo Deus. Um dia, haveremos de prestar contas de todos os nossos atos.

Diante, pois, dessas agressões, respeitando a autonomia de cada pessoa a reagir conforme sua consciência, a CNBB clama a todos os cidadãos brasileiros a se unirem por um país com mais justiça, paz, respeito e fraternidade.

Brasília-DF, 12 de outubro de 2019
Festa de Nossa Senhora de Guadalupe

Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo de Belo Horizonte – MG
Presidente da CNBB

Dom Jaime Spengler
Arcebispo de Porto Alegre – RS
1º Vice-Presidente da CNBB

Dom Mário Antônio da Silva
Bispo de Roraima – RR
2º Vice-Presidente da CNBB

Dom Joel Portella Amado
Bispo Auxiliar de S. Sebastião do Rio de Janeiro – RJ
Secretário-Geral da CNBB

O compromisso de defesa do direito do ser humano

No dia 10 de dezembro, comemorou-se o Dia Internacional dos Direitos Humanos, data em que a Assembleia Geral das Nações Unidas oficializou a Declaração Universal dos Direitos Humanos, em 1948. O Papa Francisco tuitou na manhã de ontem, ressaltando a sacralidade e a inviolabilidade do ser humano em todas as fases do seu desenvolvimento. O bispo de Rio Grande (RS) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Ricardo Hoepers, comentou a mensagem do pontífice.

“O ser humano é sempre sagrado e inviolável, em qualquer situação e em cada fase do seu desenvolvimento. Se esta convicção ruir, não permanecerá fundamentos sólidos e permanentes para a defesa dos #DireitosHumanos”, era o texto divulgado na conta do Papa:

“Diante de tantos chavões, polarizações e controvérsias sobre os direitos humanos em nossos dias, o Papa Francisco ontem nos ajudou a focar no que é essencial: a vida humana é inviolável e sagrada. E essa inviolabilidade e sacralidade tem que ser respeitada desde a concepção até o fim natural. Se não compreendermos esse fundamento do sentido e da existência de todo ser humano, nenhum direito humano subsistirá”, comentou dom Ricardo Hoepers.

O presidente da Comissão para a Vida e a Família da CNBB ainda destacou o papel da Igreja de salvaguardar os direitos humanos: “A Igreja Católica, como mãe, como especialista em humanidades, é a portadora desta mensagem de modo completo e sublime. Temos esta responsabilidade social de defender a vida em todas as fases”.

A fé dá a certeza de que tudo foi criado, amado e desejado por Deus, reflete dom Ricardo. E é por esta fé que “temos esse compromisso de ajudar a humanidade a reencontrar o seu caminho de felicidade, não baseado somente em ideias pessoais, em projetos políticos ou em ideologias, mas, acima de tudo, baseado no compromisso na defesa do ser humano em toda a sua integridade”.

No Dia Internacional dos Direitos Humanos, as comunidades eclesiais são chamadas a testemunhar profundo respeito por todo ser humano e ser “casas de acolhida, de amor e de caridade, principalmente aos mais vulnerabilizados”, como destacou dom Ricardo: “Como Igreja, sejamos os primeiros a abrir as portas àqueles que perderam seus direitos e possamos mostrar que a vida vale a pena e que precisamos acreditar no ser humano”.

Esta atitude de crer no ser humano está também relacionada ao mistério do Natal. Dom Ricardo explicou que o primeiro que acreditou no ser humano foi o próprio Deus, “que quis se encarnar homem, plenamente homem nosso meio, Emanuel, Deus conosco. Este é o sentido do Natal”.

 

CNBB / Portal Kairós

Mensagem de Natal 2019 do Padre Fábio de Melo

Mensagem de Natal 2019 do Padre Fábio de Melo

“Quero que minha árvore seja feita de silêncios. Silêncios que façam intuir felicidade, contentamento, sorrisos sinceros.
Neste Natal não quero mandar cartões. Tenho medo de frases prontas. Elas representam obrigação sendo cumprida. Prefiro a gratuidade do gesto, o improviso do texto, o erro de grafia e o acerto do sentimento.

Neste Natal quero descansar de meus inúmeros planos. Quero a simplicidade que me faça voltar às minhas origens. Não quero muitas luzes. Quero apenas o direito de encontrar o caminho do presépio para que eu não perca o menino Jesus de vista.

Quero um natal sem Papai Noel. Papai Noel faz muito barulho quando chega. Ele acorda o menino Jesus, o faz chorar assustado. Os pastores não. Eles chegam silenciosos. São discretos e não incomodam…Os presentes que trazem nos recordam a divindade do menino que nasceu. São presentes que nos reúnem em torno de uma felicidade única.

Quero dividir com Maria os cuidados com o pequeno menino. Quero cuidar dele por ela. Enquanto eu cuido dele, ela pode descansar um pouquinho ao lado de José.

Descubram a beleza que as dispersões deste tempo insistem em esconder. Fechem as suas chaminés. Visita que verdadeiramente vale à pena chega é pela porta da frente.

Na noite de Natal fujam dos tumultos e dos barulhos. Descubram a felicidade silenciosa. Ela é discreta, mas existe! Eu lhes garanto! Não tenham a ilusão de que seu Natal será triste porque será pobre. Há mais beleza na pobreza verdadeira e assumida que na riqueza disfarçada e incoerente.

E não se surpreendam, se com isso, a sua noite de Natal tornar-se inesquecível.”

Mensagem de Natal 2019 – Padre Fábio de Melo

Frases para refletir 2019

“Busque o Evangelho que rasga, que lhe faz brotar lágrimas, que lhe dá cortes e feridas na sua consciência, o Evangelho que mata seu eu.”

 – C. H. Spurgeon

“O amor supera a justiça. A justiça é dar ao outro o que é dele.
O amor é dar ao outro o que é meu.” – Joseph Ratzinger

Quando você menos espera, Deus coloca alguém na sua frente para você cuidar. E você se pergunta como fará isso, quando o que mais tem precisado é de cuidado. Você acha que não irá dar conta, mas quando percebe, está cuidando e também sendo cuidado. Porque é isso o que Deus faz, enquanto cuidamos das dores do outro, Ele está cuidando das nossas dores. – Laureane Antunes

 

Portal Kairós

15 de dezembro: 3º Domingo do Advento 2019

3º Domingo do Advento

A liturgia deste terceiro domingo do Advento nos convida à alegria, porque se aproxima o Natal de Jesus. Ele vem ao nosso encontro para nos trazer esperança, paz e salvação. Esta celebração nos anime a viver este tempo fortalecidos na fraternidade, no amor e na solidariedade com todas as pessoas.

A exemplo de João Batista, todos somos chamados a ser mensageiros da alegria, da paz e da salvação que Jesus vem trazer para o mundo.

TEMPO DE ALEGRIA

Preparando-nos para o Natal, celebramos, neste terceiro domingo do Advento, o chamado “domingo da alegria”. Esperando e preparando a vinda do Senhor, todos somos todos convidados a enxergar, aqui e agora, os sinais do amor divino.

Alegrar-nos no Senhor é reconhecer que, apesar das tribulações e incertezas, somos amados por Deus, o qual se manifesta nas ações de libertação, no resgate da vida, no anúncio da Boa-nova aos pobres.

O próprio João Batista, profeta anunciador do Messias, teve suas dúvidas. Ele nos faz pensar em nossas incertezas, na dificuldade de enxergar os sinais de vida do Reino de Deus em meio a tantas situações de injustiça e morte.

A alegria cristã não é imaginar que tudo seja um mar de rosas, sobretudo vendo tantos sofrendo injustiça ou sendo vítimas do preconceito e da ganância humana. A alegria que somos convidados a viver hoje, em vez, é a alegria do evangelho, que nos projeta para um tempo em que Deus terá a última palavra. Um tempo em que a bondade triunfará sobre todo mal, em que o amor vencerá todo ódio, em que Deus será tudo em todos.

Até lá, na alegria de quem tem fé e se compromete com a construção da paz, preparamo-nos preparando a vinda definitiva do Senhor. Como João Batista, que preparou o caminho do Senhor vivendo vida simples e austera, convidando à conversão, à mudança de mentalidade. Suas incertezas não o impediram de realizar a missão que Deus lhe havia confiado. Levado à prisão por sua coerência de vida, João nos mostra que, mesmo aprisionados, nas adversidades, podemos enxergar os sinais do Messias na vida e na ação de quem se compromete em favor dos doentes, sofredores e pobres.

Para os que se abrem a Deus, de fato, a fé operante leva à autêntica alegria, tal como expressou o papa Francisco: “A alegria daquela esperança que Jesus espera de nós; a alegria que, nas cruzes e nos sofrimentos desta vida, se expressa de outra maneira que é a paz, na certeza de que Jesus nos acompanha e está conosco”.

 

Pe. Paulo Bazaglia, ssp / Portal Kairós

8 de dezembro: Solenidade da Imaculada Conceição de Nossa Senhora 2019

Solenidade da Imaculada Conceição de Nossa Senhora – 2º Domingo do Advento 

Vivendo o tempo do Advento em preparação para o Natal, recordamos que o Salvador veio ao mundo pelo sim de Nossa Senhora, um sim amoroso e obediente a Deus. O exemplo de fé e amor de Maria imaculada nos inspire a acolher Jesus nesta celebração e segui-lo a cada dia como seus discípulos e discípulas.

Maria nos ensina que a verdadeira felicidade está em amar e servir com generosidade a Deus e aos irmãos e irmãs.

O FILHO NO COLO

Certa vez visitei uma jovem que, poucos dias antes, havia dado à luz o primeiro filho. Ela chorava ao amamentar o bebê. Como eram os primeiros dias de amamentação, seus seios estavam feridos e até sangravam. Enquanto o neném mamava, a dor só piorava. Situação difícil. Mesmo assim, a mãe precisava saciar a fome do pequeno, que ficava aos prantos se não fosse atendido. Não vi o pai presente. Sabemos que muitos deles fogem da responsabilidade.

Hoje, no Brasil, mais de 80% das crianças têm como primeira responsável a mulher. É igualmente grande o número daquelas que não têm o nome do pai no registro de nascimento. Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), são quase 6 milhões de crianças nessa situação. Isso mostra a realidade de muitas mães que carregam sozinhas as inúmeras dificuldades na luta pela sobrevivência.

Tal realidade tem implicações pastorais. Por exemplo, com referência ao batismo. Outro dia, ao batizar um pequeno, estavam presentes a mãe, com o filhinho no colo, a madrinha, o padrinho, os avós, as tias. Mas o pai não estava presente.

O papa Francisco tem insistido sobre a sensibilidade pastoral. Em uma de suas homilias, logo quando se tornou pontífice, comentou o exemplo de uma mãe que procura a igreja para batizar o filho: “Pensem em uma mãe solteira que vai à igreja, à paróquia e ao secretário: ‘Quero batizar meu filho’. E depois esse cristão, essa cristã, lhe diz: ‘Não, você não pode porque você não é casada!’ Mas, veja, essa jovem teve a coragem de levar adiante a sua gravidez e não devolver o seu filho ao remetente, e o que ela encontra? Uma porta fechada! Esse não é um bom zelo! Afasta do Senhor! Não abre as portas! E assim, quando estamos nesse caminho, nessa atitude, nós não fazemos bem às pessoas, ao povo, ao povo de Deus. Jesus instituiu sete sacramentos, e nós, com essa atitude, instituímos o oitavo: o sacramento da alfândega pastoral!” Em outro momento, o papa afirmou: “Não existe mãe solteira. Mãe não é estado civil”.

Na festa da Imaculada Conceição, venerando a Mãe do céu, comprometemo-nos a apoiar e respeitar as mães da terra nas suas lutas, angústias e esperanças, evitando todo e qualquer preconceito.

 

Pe. Antonio Iraildo Alves de Brito, ssp / Portal Kairós