Reflexão e sugestão para a Missa do 18º Domingo do Tempo Comum 2022 do Ano C
Para o Domingo: 31/07/2022
Missa do 18º Domingo do Tempo Comum 2022 – Ano C
Ecl 1,2;2,21-23; Sl 89; Cl 3,1-5.9-11; Lc 12,13-21
A Mesa da Palavra deste domingo nos faz discernir entre o necessário e o essencial, entre o relativo e o absoluto. A Mesa da Eucaristia nos faz dizer muito obrigado ao Senhor, pois a vida que desejamos e esperamos está nele, e não nos bens transitórios.
Todos nós precisamos de segurança. E a segurança parece estar em um fundamento estável, em um bem guardado, como fez o homem que construiu celeiros para guardar toda a sua colheita. Ele achou que ali estava sua segurança. Entretanto o Evangelho vem nos dizer que não é bem assim, pois nenhum bem nos garante a segurança. Não é feliz “quem ajunta tesouros para si mesmo, mas não é rico diante de Deus”.
A vida voltada unicamente para os bens do mundo está fadada à falência. Os bens materiais, mesmo que sejam necessários, eles não geram o sentido pleno da existência. Podemos possuir os bens criados por Deus para vivermos com dignidade, mas acumular é defeito humano, é pequenez, é verdadeiramente uma indecência. Aquele homem rico pensou em reservar para si só, não pensou em partilhar com aqueles que colheram o trigo os bens que a terra produziu. Pensou tão somente em si mesmo. Não houve partilha, nem sequer uma pequena preocupação em partilhar. Aí não estão presentes o Evangelho, o Reino, o amor, apenas o egoísmo, que é a raiz de todo o mal. Já vi criança morrendo de fome em uma fazenda que havia batido o recorde de colheita de grãos! Isso em nosso Brasil!
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Será que há paz de consciência àquele que acumula nos celeiros e nos bancos comerciais, mas nada reparte, nem mesmo com os famintos? Podem morrer a seus pés e nada lhes toca o coração? Jesus tem mesmo razão: É infeliz quem ajunta tesouros só para si…
Certamente, o Evangelho também nos diz hoje sobre a justiça social, a justiça distributiva, a equidade. Há o bem comum a ser respeitado e bem administrado. Jesus quer que os discípulos entendam que é preciso haver a justiça, igualdade, porque somos irmãos.
E esse é o projeto do Reino. Ainda há “deuses” que nos escravizam, que nos tiram da direção de Deus e do Reino.
Os irmãos travavam uma grande luta por causa do possuir. A cobiça ou acúmulo de bens é verdadeira idolatria. Era o que estava ocorrendo com os dois irmãos, e isso que não tem a aprovação de Jesus. Aos olhos de Deus é “insensato” quem acumula mais e mais.
O Evangelho vem questionar nossa posição pessoal, comunitária e social. Nossa vida é um entrelaçamento com as coisas, com as pessoas, com a vida, mas em nada poderemos perder de vista o que nos ensina o Evangelho. Só assim alcançaremos a paz e a salvação.
Sugestões litúrgicas para a Missa do 18º Domingo do Tempo Comum 2022
A liturgia deste domingo vai ao encontro da realidade em que nós vivemos: há a abundância da ganância e muita carência de justiça, solidariedade e fraternidade; sobra desejo de possuir a todo custo; e falta vontade e realização do repartir entre irmãos. Nossa confiança é que ainda aprenderemos do jeito do evangelho.
— É conveniente ressaltar o Ato Penitencial, pois pedimos perdão de nossas faltas, principalmente daquelas que nos oprimem, do desejo de possuir a todo custo e da falta de vontade de repartir entre irmãos. Por isso:
01 – Fazer do Ato Penitencial um momento forte da misericórdia e também da tomada de consciência sobre a necessidade de repartir, de banir o desejo desenfreado do possuir. Talvez, o celebrante possa fazer um momento de reflexão, lembrando ó evangelho, e depois fazer o Ato Penitencial, celebrando a misericórdia do Senhor.
02 – Pode-se fazer a entrada de símbolos que ajudem a comunidade a compreender a realidade do possuir: dinheiro que provoca injustiças, realidade dos ricos e realidade dos pobres. A equipe de liturgia pode usar sua criatividade para manifestar e mostrar tais símbolos.
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Folhetos do 18º Domingo do Tempo Comum 2022 – 31/07/2022 para imprimir:
Padre Anísio Tavares, C.Ss.R. / Portal Kairós
