Dom Urbańczyk: as armas nucleares criam falsa sensação de segurança

Viena (RV) – “As armas nucleares criam uma falsa sensação de segurança”, disse o Observador Permanente da Santa Sé na ONU, em Viena, Áustria, Dom Janusz Urbańczyk, ao Primeiro Comitê Preparatório para 2020 de Revisão do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP). A conferência teve início, nesta terça-feira (02/05), em Viena, e prossegue até o próximo dia 12.

O prelado recordou que quando a Santa Sé aderiu ao Tratado de Não Proliferação Nuclear, em 1971, quis contribuir nos esforços para promover “a segurança, a confiança recíproca e a cooperação pacífica nas relações entre os povos”. “Também hoje, a presença da Santa Sé no Comitê preparatório é movida pelo desejo de trabalhar por um mundo livre de armas nucleares”, observou Dom Urbańczyk.

“Porém, os esforços da comunidade internacional de utilizar o Tratado para tornar o mundo mais seguro, até agora não foram suficientes. A Santa Sé exorta os Estados a fazerem passos concretos a fim de alcançar “o objetivo final de abolição das armas nucleares. Está pronta para se comprometer, de forma construtiva, neste processo. A paz deve ser reconhecida como uma virtude ativa que requer o esforço de cada indivíduo e da sociedade como um todo”.

“Uma ética de fraternidade e coexistência pacífica entre as pessoas e entre os povos, segundo a mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial da Paz deste ano, não pode basear-se na lógica do medo, da violência e do fechamento, mas na responsabilidade, no respeito e no diálogo sincero”. “Nesta mensagem, o Pontífice fez um apelo em prol do desarmamento, da proibição e abolição das armas nucleares”. “A dissuasão nuclear e a ameaça duma segura destruição recíproca”, acrescentou o Papa, “não podem fundamentar este tipo de ética”.

“A Santa Sé, além de apoiar esforços e negociações em prol da criação de um instrumento juridicamente vinculador para proibir as armas nucleares, acompanha com preocupação a situação na península coreana. A Santa Sé apoia os esforços da comunidade internacional para relançar as negociações sobre a desnuclearização e paz.”

Dom Urbańczyk concluiu, afirmando que “exortação dirigida às autoridades políticas não é somente a de garantir a segurança aos próprios cidadãos, mas trabalhar ativamente pelo crescimento global da paz, algo que a humanidade tanto precisa”.

(MJ)

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Nossa Senhora Aparecida ganha espetáculo de dança e teatro

    A história da Padroeira do Brasil teve interpretação singular na noite de domingo, 30 de abril, na cidade de Aparecida (SP). O auditório do Seminário Santo Afonso recebeu a Companhia de Dança e Teatro 'Dois Pontos', de Florianópolis (SC). A plateia, formada principalente por bispos que participam da 55ª Assembleia Geral da CNBB, pôde conferir o espetáculo '1717'. A obra cênica recebeu chancela do Pontifício Conselho para a Cultura do Vaticano e tem arrancado elogios por onde passa.

O diretor e coreógrafo Ricardo Koscialkowski Tetzner comenta que ao escolher a temática do espetáculo foi colocada a seguinte pergunta: “O que é ser brasileiro?”. Foi então que pensou-se em todas as riquezas e potencialidades existentes no tema. “Não queríamos ficar só no Samba, Felicidade ou Futebol. Exploramos então a fundo o que constitui a nossa Identidade, e acabamos por cair no primeiro símbolo verdadeiramente nacional que tivemos: Nossa Senhora da Conceição Aparecida”, comenta.
Durante o período de pesquisa foi descoberto que antes mesmo de termos o Hino Nacional, a Bandeira com as cores etc. A Identidade começou a ser formada pela Imagem encontrada no Rio Paraíba Sul. “Hoje o brasileiro tem o sincretismo como uma característica muito particular e todas as famílias, todas as cidades, todos os brasileiros conhecem nossa Padroeira, independente de credo”, afirma.
 Leitura do espetáculo

Uma obra que não entrega ao público algo direto, algo “mastigado” como uma verdade, mas conta uma história e deixa elementos para que o público possa ter sua própria leitura, ou seja, não é um espetáculo que traz certezas, mas dúvidas e uma pluralidade de sensações. “Tem muita simbologia, tudo significa algo, desde as músicas até os figurinos, os passos, iluminação e cenário, tudo é pensado, mas nem tudo fica objetivo, as pessoas podem ter sua própria percepção. Cada vez que apresentamos o 1717 alguém vem dizer algo novo sobre o que sentiu do Espetáculo”, explica.
Em quatro atos; “Anunciação”, “Peregrinação”, “Pedidos e Agradecimentos” e “Destruição e Coroação”, “1717” se apropria da linha do tempo para poetizar a História: Primeiro a Imagem foi encontrada, depois começou a ter um movimento de peregrinação e comércio até o que viria a ser “Aparecida do Norte”, unificando o que seria então apenas uma colônia e começando a formar uma comunicação entre o povo brasileiro. “Logo falamos sobre uma das partes mais bonitas dessa história que é a Fé, os pedidos e agradecimentos que hoje formam o teto da Sala dos Milagres e passamos para a parte que destruíram a Imagem para depois ser reconstruída e no final a Coroação da mesma como Padroeira do Brasil”, conta. 
Inspiração
Para criar as coreografia, Ricardo veio até Aparecida e observou por um tempo, todo o movimento de fé. “A força e movimento são o cerne da Dança. Observei as pessoas que chegavam na cidade e passavam pela Passarela da Fé, e como era forte a emoção das pessoas que viam a Imagem por detrás do vidro que mesmo sendo à prova de balas, não impedia a aproximação do povo com a Imagem. Conversei sobre os pedidos e agradecimentos com as pessoas que estavam naquele local, foi o momento de certeza que tínhamos um tema maravilhoso para trabalhar. Também durante os ensaios para a criação do espetáculo conversei com os bailarinos, extraía deles profundidades que me inspiravam a criar coreografias e cenas, usando jogos teatrais. Temos no espetáculo uma tradutora e intérprete de Libras que dança com a gente. Fizemos um trabalho de pesquisa para inserir a Libras no contexto do Espetáculo como parte fundamental, já que é uma parte importante do Brasil e tem tudo a ver com Dança; Foi a maneira que escolhemos para ter inclusão e acessibilidade no Espetáculo”, detalha.
:: 1717
 

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Assis prepara-se para inauguração do Santuário do Despojamento

“Quero vir e quero explicar como a Igreja deve despojar-se”, disse o Papa Francisco ao Bispo de Assis, Dom Domenico Sorrentino, durante a visita à cidade da Úmbria em 2013, quando o prelado o havia convidado para visitar aquela que antes se chamava a Sala do trono – na Igreja de Santa Maria – e que depois tornou-se o Santuário do Despojamento.

Em carta enviada ao prelado em 16 de abril, Francisco definiu o local como “uma nova pérola no panorama religioso de Assis”.

O Santuário foi confiado pelo bispo aos cuidados dos frades menores capuchinhos e sua inauguração será marcada por celebrações e intensas atividades na semana entre 14 a 21 de maio próximo, em Assis.

“Quero vir e quero explicar como a Igreja deve despojar-se”

Primeira relíquia

A semana se abrirá com a apresentação daquela que pode ser considerada como a primeira relíquia do “novo” Francisco, ou seja, o manto com o qual o Bispo Guido cobriu Francisco no momento de seu despojamento em Praça Pública, diante dos moradores da pequena Assis.

A relíquia será levada em procissão e venerada durante toda a semana no novo Santuário, como antecipou na manhã desta terça-feira em uma coletiva de imprensa o Bispo Sorrentino.

O manto “fala a todos, crentes e não crentes, e nasce como profecia de uma sociedade mais justa e solidária”.

Com o Santuário do Despojamento – diz o prelado – “Assis redescobre assim a si mesma, reencontra as origens da aventura de São Francisco e valoriza um local símbolo da história do Santo”.

Cardeal Parolin

A solene cerimônia oficial da inauguração está programada para 20 de maio, enquanto no dia 21, o Cardeal Secretário de Estado, Pietro Parolin, concluirá a semana presidindo a uma solene Celebração Eucarística.

No dia 21 de maio, o crítico de arte e escritor Vittorio Sgarbi, participará de um colóquio intitulado “O despojamento de Francisco de Giotto a Sermei e o pensamento do Papa Francisco”.

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Seminário em SC sobre implicações do Acordo Brasil-Santa Sé

As implicações Jurídicas e Administrativas do Acordo Brasil-Santa Sé serão tema de um Seminário a ser realizado nos dias 4 e 5 de julho de 2017 na Sala de eventos do Hotel Castelmar, em Florianópolis.

O evento é promovido pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e pelo Instituto Superior de Direito Canônico Santa Catarina (ISDCSC).

O Acordo entre a República Federativa do Brasil e a Santa Sé relativo ao Estatuto Jurídico da Igreja Católica no Brasil, foi firmado na Cidade do Vaticano, em 13 de novembro de 2008 e aprovado pelo Congresso Nacional por meio do Decreto Legislativo Nº 698, de 7 de outubro de 2009, nos termos do seu artigo 20 entrou em vigor em 10 de dezembro de 2009, sendo promulgado pelo Presidente da República através do Decreto Nº 7.107, de 11 de fevereiro de 2010.

Estarão presentes no Seminário, além do Arcebispo Metropolitano de Florianópolis e Moderador do ISDCSC, Dom Wilson Tadeu Jönck, SCJ, o Núncio Apostólico do Brasil, Dom Giovanni d’Aniello, o Presidente da Comissão Episcopal para o Acordo Brasil – Santa Sé, Cardeal Dom Raymundo Damasceno de Assis e o Bispo Auxiliar de Brasília, Secretário-Geral da CNBB e Secretário da Comissão Episcopal para o Acordo Brasil – Santa Sé, Dom Leonardo Ulrich Steiner, OFM.

São convidados os Bispos de todas as dioceses do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, representantes na área do economato e da administração diocesana e paroquial, responsáveis pela administração dos Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vidas Apostólicas, Associações de Fiéis e outros organismos eclesiais, Juízes, Procuradores, Promotores, Defensores, Oficias de Cartórios, Advogados, e as Instituições de Ensino Superior de Direito, Administração e Contabilidade.

Maiores informações e inscrições no site do ISDCSC (isdcsc.org.br).

Arcebispo de Sorocaba fala sobre Educação e Ensino Religioso

O 4º Meeting Point com jornalistas na 55ª Assembleia Geral dos Bispos do Brasil, recebeu na manhã desta terça-feira, 2, o Arcebispo de Sorocaba (SP), Dom Julio Endi Akamine que falou sobre Ensino Religioso e a Reforma de Base Curricular Comum na educação do Brasil.

O bate-papo com profissionais de imprensa teve início com discussões sobre a Base Nacional Curricular Comum (BNCC) que é o resultado de 12 milhões de sugestões e contribuições.

O Arcebispo explicou que a base comum curricular é um conjunto de orientações para as mais 176 mil escolas do país terem como norte na hora de formar uma base curricular, avaliar o aprendizado dos estudantes, formar os mais de 2 milhões de professores e elaborar políticas nacionais. “Uma base comum é necessária, mesmo que o estudante possa fazer alguma escolha, esses são os parâmetros para todo o Brasil”, detalha.

Ele repassou números e citou que 49 milhões de estudantes estão matriculados na educação básica (Ensino Fundamental e Médio) e mais de 8 milhões na superior. “O documento contém quais são as competências gerais que o aluno deve desenvolver em todas as áreas do conhecimento e tem como finalidade dar indicações claras do que os alunos devem e têm direito a aprender. Deve também promover uma maior colaboração entre municípios, Estados e Federação”. Dom Julio, também indicou que é um instrumento para diminuir as desigualdades.

Ensino Religioso

Outro assunto contemplado com os profissionais de comunicação foi o ensino religioso nas escolas. Ele frisou que a própria constituição estabelece que deve existir nas escolas, mas o desafio está em poder definir se deve ser confessional ou não.

Na opinião do Arcebispo outra questão é a de compreender que um Estado laico não é Estado ateu e sim que está aberto a todas as expressões religiosas e que reconhece que dentro da cultura brasileira está muito forte o cristianismo. “Não tem como negar as nossas raízes, então é importante ter um conceito correto do que é laicidade”.

Dom Julio finalizou apontando que não da pra fazer ensino religioso sem preparação de professores. “Primeiro é importante identificar o que se entende por ensino religioso, uns entendem como mera informação religiosa. É importante que os alunos tenham contato com as diferentes religiões, mas não é simplesmente informação.

Precisamos preparar professores com identidade religiosa e abertura para o diálogo. A gente espera que outras tradições religiosas também possam preparar os seus professores”.

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