Liturgia

No dia 3 de dezembro de 2023, começa o Advento, tempo litúrgico em que a Igreja nos convida a preparar o coração para celebrar o Nascimento de Jesus!

Reflexão e sugestão para a Festa do Batismo do Senhor 2020

Festa do Batismo do Senhor

Is 42,1-4.6-7; SI 28; At 10,34-38; Mt 3,13-17

Este é meu Filho Amado

Com a festa do batismo do Senhor, conclui-se o tempo do natal e inicia-se o tempo comum. Após o Batismo, Jesus se empenha em anunciar publicamente o Reino de Deus. No curto relato evangélico proposto por São Mateus, Jesus é apresentado em comunhão estreita com o Espírito Santo e o Pai. A missão de Jesus Messias brota do coração da Trindade para fazer chegar aos homens e às mulheres o manancial de salvação, que foi outrora rompido pelo pecado. Ungido pelo Espírito Santo e declarado pelo Pai como Filho Amado, Jesus inicia um tempo totalmente novo na história do Povo da Aliança.

O Batismo de João é recebido pelo Messias Salvador como sinal da nova justiça divina, que terá na misericórdia toda a sua força. Ao ser batizado, Jesus se apresenta como renovador do próprio Batismo de João. Não se trata mais de um sinal de conversão pessoal, mas agora o Batismo passa a ser a inserção na missão, força e poder do próprio Cristo Jesus, o Messias do Pai.

Na profecia de Isaías, encontra-se a figura do servo fiel a Deus, que restaurará o povo por meio da justiça misericordiosa, a qual não apagará a chama que ainda fumega nem quebrará a cana rachada. A profecia, à luz do novo testamento, cumpre-se plenamente em Cristo. Sua vida e missão são assumidas no batismo e levadas até o fim por meio de gestos concretos de misericórdia como condição única de colocar um ponto final em toda maldade e divisão.

A ação de Jesus toca a pessoa a partir do coração, convidando-a à profunda conversão. O livro dos Atos dos Apóstolos mostra que a experiência da pessoa de Jesus transformou Pedro a ponto de ele reconhecer que o amor de Deus não se restringe a normas de um povo ou cultura, mas chega a todos os povos e todas as nações por meio da prática do bem.

Na missão do Cristo, nossa missão

Batismo e missão constituem duas dimensões inseparáveis da vida cristã. Por isso não podemos dizer que fomos batizados, como se fosse um acontecimento do passado. Convictos de nossa fé, temos de proclamar com a vida que SOMOS batizados. A vivacidade de nosso batismo se expressa quando somos capazes de acolher o sentido profundo da vida em Cristo, que se concretiza na prática da caridade. Só assim é possível sair de esquemas preconceituosos e radicais dos que se dizem donos da verdade.

Testemunhar nosso batismo significa mostrar que a verdade não é um conceito ou uma realidade acabada, mas é sempre fruto de uma busca contínua feita em comunidade. Compreendida assim, a verdade se torna vida na vida, e não um peso opressor que se toma critério rígido de exclusão. Banhados em Cristo, recebemos também nós a missão de passar nossa vida fazendo o bem e curando as pessoas dos males de nosso tempo. Em Cristo, também nós somos filhos amados do Pai celestial, plenos da foça de seu Santo Espírito. É tempo de missão!

SUGESTÕES LITÚRGICAS

– Se neste dia houver batizado na comunidade, pode-se dar um destaque especial à vocação não só da criança, mas também da família e da comunidade.

Entronização da Palavra: a palavra pode ser entronizada, acompanhada dos símbolos do batismo: água, óleo, Círio Pascal, veste branca.

Oferendas: pessoas de diversas descendências podem participar do ofertório trazendo um globo terrestre, mostrando que a evangelização é compromisso de todos e todos somos irmãos.

– Antes da bênção final: ao final, provocar os fiéis a se lembrarem do dia em que foram batizados. Em seguida, enviá-los com a missão de viver o batismo a cada dia da vida.

Padre Anísio Tavares, C.Ss.R. / Portal Kairós

12 de janeiro de 2020: Batismo do Senhor

Batismo do Senhor

A festa do Batismo de Jesus o revela como o Filho amado que tem sobre si o Espírito de Deus para conduzi-lo em sua missão. Esta liturgia nos ajude a recordar que nós também somos filhas e filhos amados do Pai e chamados a ser, no mundo, sinais do seu amor e da sua bondade.

Pelo batismo, participamos da mesma missão de Jesus de anunciar, com palavras e obras, o reino de Deus a todas as pessoas.

BATIZADOS PARA A MISSÃO

O episódio do batismo de Jesus, relatado no evangelho de hoje, conclui a etapa “silenciosa” da sua vida e inaugura nela uma nova fase. É como que uma segunda epifania, a manifestação de Jesus ao mundo como “Filho amado” do Pai. Sua missão profética e messiânica é revelada à humanidade não mais pela estrela, mas pela voz de Deus.

Jesus, ao se abaixar ao nível dos pecadores – embora sem nunca ter pecado – e entrar na fila para receber o batismo de João, revela-nos a opção de sua missão: pôr-se ao lado dos mais humildes, dos pecadores e desprezados pela sociedade. Ao dizer “eu preciso ser batizado por ti”, João Batista exprime a percepção de que Jesus estaria errado ao pedir o batismo, mas o profeta acaba aceitando esse pedido como vontade de Deus. O Mestre fala da exigência de “cumprir toda a justiça”. O termo justiça é muito caro no Evangelho de Mateus. Justa é a pessoa que se mostra fiel ao compromisso com a vontade divina.

Ao sair da água, o céu se abre. Já não há barreira entre o céu e a terra, entre o divino e o humano. A partir de então, nada impede o ser humano de ter acesso a Deus e fazer experiência com ele. Para nós, cristãos, autêntico caminho para o Pai é Jesus, que, por fim, é proclamado seu Filho amado. Ele é realmente divino e humano, capaz de cumprir a vontade do Pai. É o Deus encarnado que veio morar entre nós. Eis aí o grande mistério de um amor capaz de se abaixar ao nível dos pecadores para lhes conceder a santidade divina.

Com o batismo, Jesus inicia sua missão. E seu batismo nos faz descobrir o nosso, com o qual somos também proclamados filhas e filhos amados de Deus. Eis nossa grande alegria: sermos chamados filhas e filhos do Pai e sermos revestidos de uma dignidade que nos torna para sempre preciosos aos seus olhos. Pelo batismo, tornamo-nos membros da comunidade Igreja e, abrindo-nos à ação do Espírito Santo, recebemos uma missão para cumprir.

Pe. Nilo Luza, ssp / Portal Kairós

Reflexão e sugestão para a solenidade da Epifania do Senhor

Solenidade da Epifania do Senhor

Is 60,1-6; SI 71; Ef 3,2-6; Mt 2,1-12

Cristo é nossa comunhão e nossa paz

A profecia de Isaías hoje proclamada é a expressão mais profunda do sonho de restauração de Jerusalém como o centro do mundo, ponto de comunhão entre todos os povos. A destruição do período pós-exílico exigia postura firme e cheia de esperança para restaurar não apenas a parte material da cidade, mas sobretudo o povo triste e desesperançado.

A proposta do profeta deixa transparecer um triunfo político, que jamais chegou a seu cumprimento. Com o nascimento de Jesus, fica mais do que claro que a glória de Jerusalém é bem outra. Na interpretação do Novo Testamento, tal profecia não se refere somente à glória de uma cidade ou de um povo, mas tem um alcance muito mais amplo, pois se conclui de uma vez por todas que salvação de Deus é para todos os povos. Os magos, que vêm do Oriente, caminham com perseverança, guiados por um sinal que os leva até o Menino Deus e sua Mãe. Não foi no centro político, nos belos palácios de Herodes, que encontraram o rei, mas na humilde cidade de Belém. Somente a fidelidade aos sinais de Deus podem nos permitir ver o inusitado: um rei fora de palácios, um rei fora das tramas políticas corrompidas e interessado na restauração mais profunda de cada ser humano.

No silêncio da casa de Belém, o Deus amor leva à plenitude o sonho profético de Isaías, mostrando que a comunhão dos povos não é centralizada, mas extrapola fronteiras para envolver toda a humanidade em uma só família de irmãos e irmãs.

Deus Salvador se revela a todos

Paulo oferece um grande questionamento para nossas comunidades que celebram hoje a manifestação de Jesus a todos os povos: somos fiéis anunciadores desse grande mistério de Deus a nós confiado no batismo?

O testemunho de vida em comunhão é a força da evangelização em nosso tempo, marcado cada vez mais pela pluralidade. Nossa missão de cristãos não é outra senão continuar testemunhando que o amor de Deus, em Cristo, rompeu todas as barreiras e divisões. Nele, a diversidade é força de comunhão, e não um motivo de separação. Nesse sentido, um bom caminho é começar destruindo aquelas barreiras mais próximas, presentes em nossas famílias e comunidades, que ainda nos impedem de viver o evangelho. Assumindo essa atitude, a justiça trará o fruto bom da paz.

Corramos hoje ao presépio e reconheçamos que Cristo é o Rei de amor, o Deus Salvador, que se compadece de nossos sofrimentos para nos fazer participar de sua plena alegria, pois se fez ser humano como nós. Assim, a oferta de ouro, incenso e mirra pode ser traduzida por nossos gestos concretos de amor e comunhão com nossos irmãos. E lembremo-nos sempre: o sonho de comunhão se realiza definitivamente na pessoa de Cristo, o único capaz de transformar profundamente nossos corações, se a Ele dermos abertura e acolhimento.

SUGESTÕES LITÚRGICAS

Acolhida: entregar uma oração breve a cada fiel para ser rezada no momento final, diante da manjedoura, como sinal de compromisso de manifestar Cristo ao mundo. Nesta prece, pode-se conter um convite vocacional que motive a escuta e a vivência do chamado de Deus.
Ato penitencial: durante o canto de perdão, pode-se motivar a superação das barreiras, que ainda impedem a comunidade de acolher verdadeiramente o Cristo. A cada convite de perdão, canta-se um refrão penitencial.
– Hino de louvor: o Hino de Louvor pode ser acompanhado pela entrada de pessoas com flâmulas brancas, tendo escrito: Paz na terra, Glória a Deus nas Alturas, Fé, Esperança, Caridade etc.
– Oferendas: entrar crianças da catequese representando os reis magos, trazendo dons para o altar, dentre eles, o pão e o vinho, que serão consagrados.

Padre Anísio Tavares, C.Ss.R. / Portal Kairós

05 de janeiro: Solenidade da Epifania do Senhor 2020

Solenidade da Epifania do Senhor

Nesta liturgia nos alegramos porque Jesus nasceu e está no meio de nós. Viemos para adorá-lo e acolher a salvação que ele veio nos trazer. Celebremos a solenidade da Epifania com a certeza do grande amor de Deus, que se manifestou em Jesus em favor de todas as pessoas.

Nosso encontro com Jesus nos leva ao encontro com nossos irmãos e irmãs para servi-los com alegria e amor.

EM BUSCA DO RECÉM-NASCIDO

Guiados pela estrela, os magos chegam a Jerusalém e buscam informações a respeito do recém-nascido. Isso alarma os poderosos da capital, que fingem ter interesse em também adorar o menino. Jesus, desde o nascimento, é causa de alegria e de perturbação ao mesmo tempo. A aceitação e a rejeição o acompanharão ao longo de toda sua vida: os pequeninos que se abrem ao amor de Deus o seguem com alegria; os poderosos e orgulhosos são incapazes de acolher o dom de Deus.

Esse texto marca a tensão entre Jerusalém – onde se encontra o palácio do rei e o templo dos sacerdotes, que rejeitam o Salvador – e Belém, lugar dos pequeninos, que acolhem e seguem o Messias. Entre esses dois polos sempre haverá conflito: cabe a cada um fazer sua escolha.

A estrela que guiou os magos é vista como sinal providencial de Deus, que guia o ser humano. Ela deixa de brilhar em Jerusalém, porque esta vive nas trevas, e volta a brilhar para os que buscam a luz da humanidade, Jesus. A verdadeira estrela agora é o recém-nascido. É por essa estrela que somos convidados a nos guiar ao longo do ano.

Os presentes oferecidos pelos magos revelam a identidade do pequenino de Belém: sua divindade (incenso), sua realeza (ouro) e sua humanidade (mirra).

Epifania é a manifestação de Jesus à humanidade. Os primeiros a receber a revelação do recém-nascido foram os magos, representantes dos pagãos, os que viviam fora do mundo judaico. Jesus se revela como luz, como estrela guia, a quem deseja se deixar iluminar e conduzir por ele. Veio para todos os povos, e todos podem acolhê-lo, desde que se abram ao dom do amor de Deus. Desde então, já não há sentido em falar de povo rejeitado por Deus nem de diferença de raças, pois existe uma só humanidade querida e amada por ele e redimida por Jesus. À medida que o acolhemos e procuramos viver seu projeto de vida, podemos nos tornar, também nós, “luz do mundo”.

Pe. Nilo Luza, ssp / Portal Kairós

Calendário do ano litúrgico 2020 Ano A – São Mateus

Calendário do ano litúrgico 2020 Ano A – Evangelho de São Mateus

“Falar da formação litúrgica do Povo de Deus significa antes de tudo tomar consciência do papel insubstituível que a liturgia desempenha na Igreja e para a Igreja. E pode ajudar concretamente o povo de Deus a interiorizar melhor a oração da Igreja, a amá-la como experiência de encontro com o Senhor e com os irmãos e, diante disso, redescobrir nela o conteúdo e observar seus ritos.” Papa Francisco

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Ano Litúrgico 2020 – Ano A
Evangelho de São Mateus – Ano Par
Início: 19 de dezembro de 2019
Encerramento: 28 de novembro de 2020

O calendário de 2020 terá 9 feriados nacionais, sem contar os feriados estaduais e municipais como o do Dia da Consciência Negra e aniversários das cidades. Destes, seis serão prolongados – isto é, vão cair em segundas ou sextas-feiras, e ‘emendar’ com o final de semana. Só um deles vai cair em um final de semana: 15 de novembro, Proclamação da República, cai em um domingo.

O segundo semestre será mais farto: serão quatro feriados prolongados, contra apenas dois entre janeiro e junho.

Diferente do que muita gente pensa, Carnaval e Corpus Christi não são feriados nacionais. As duas datas costumam ser consideradas ponto facultativo no serviço público federal, e são feriados estaduais ou municipais em muitos locais.

Assim, quem participar dessas datas, terá dois feriados a mais: 25 de fevereiro (Carnaval, terça-feira) e 11 de junho (Corpus Christi, quinta-feira). E quem puder emendar essas datas vai acabar com mais dois ‘feriadões’ prolongados: de 22 a 25 de fevereiro (Carnaval), e de 11 a 14 de junho (Corpus Christi).

Veja a lista de feriados nacionais:

1º de janeiro (quarta): Confraternização Universal
10, 11 e 12 de abril (sexta a domingo): Paixão de Cristo é dia 10
21 de abril (terça-feira): Tiradentes
1º, 2 e 3 de maio (sexta a domingo): Dia Mundial do Trabalho é dia 1º
5, 6 e 7 de setembro (sábado a segunda): Independência do Brasil é dia 7
10, 11 e 12 de outubro (sábado a segunda): Nossa Senhora Aparecida é dia 12
31 de outubro, 1º e 2 de novembro (sábado a segunda): Finados é dia 2
15 de novembro (domingo): Proclamação da República
25, 26 e 27 de dezembro (sexta a domingo): Natal é dia 25

Datas principais

Materiais e músicas para a liturgia

1° Domingo do Advento:
1° de dezembro de 2019

Festa da Sagrada Família de Jesus:
29 de dezembro de 2019

Epifania:
05 de janeiro (Domingo)

Batismo do Senhor:
12 de janeiro de 2020

Quarta-feira de Cinzas:
26 de fevereiro de 2020

Domingo de Ramos:
05 de abril de 2020

Domingo de Páscoa:
12 de abril de 2020

Ascensão do Senhor:
24 de maio (Domingo)

Pentecostes:
31 de maio de 2020

Santíssima Trindade:
07 de junho de 2020

Corpus Christi:
14 de junho (Domingo)

Sagrado Coração de Jesus:
19 de junho de 2020

Imaculado Coração de Maria:
20 de junho de 2020

1° parte de Tempo Comum: 12 de janeiro até 26 de fevereiro (7°Semana Comum)
Reinicio do Tempo Comum: 31 de maio (9° Semana Comum)

O ANO LITÚRGICO

Materiais e músicas para a liturgia

Chama-se Ano Litúrgico o tempo em que a Igreja celebra todos os feitos salvíficos operados por Deus em Jesus Cristo. “Através do ciclo anual, a Igreja comemora o mistério de Cristo, desde a Encarnação ao dia de Pentecostes e à espera da vinda do Senhor” (NUALC nº 43 e SC nº 102).

Ano Litúrgico é, pois, um tempo repleto de sentido e de simbolismo religioso, de essência pascal, marcando, de maneira solene, o ingresso definitivo de Deus na história humana. É o momento de Deus no tempo, o “kairós” divino na realidade do mundo criado. Tempo, pois, aqui entendido como tempo favorável, “tempo de graça e de salvação”, como nos revela o pensamento bíblico (Cf. 2Cor 6,2; Is 49,8a).

As celebrações do Ano Litúrgico não olham apenas para o passado, comemorando-o. Olham também para o futuro, na perspectiva do eterno, e fazem do passado e do futuro um eterno presente, o “hoje” de Deus, pela sacramentabilidade da liturgia (Cf. Sl 2,7; 94(95); Lc 4,21; 23,43). Aqui, enfatiza-se então a dimensão escatológica do Ano Litúrgico.

O Ano Litúrgico tem como coração o Mistério Pascal de Cristo, centro vital de todo o seu organismo. Nele palpitam as pulsações do coração de Cristo, enchendo da vitalidade de Deus o corpo da Igreja e a vida dos cristãos.

Quando se inicia o Ano Litúrgico?

Diferente do ano civil, mas, como foi dito, não contrário a ele, o Ano Litúrgico não tem data fixa de início e de término. Sempre se inicia no primeiro Domingo do Advento, encerrando-se no sábado da 34ª semana do Tempo Comum, antes das vésperas do domingo, após a Solenidade de Cristo Rei do Universo. Esta última solenidade do Ano Litúrgico marca e simboliza a realeza absoluta de Cristo no fim dos tempos. Daí, sua celebração no fim do Ano Litúrgico, lembrando, porém, que a principal celebração litúrgica da realeza de Cristo se dá
sobretudo no Domingo da Paixão e de Ramos.

Mesmo sem uma data fixa de início, qualquer pessoa pode saber quando vai ter início o Ano Litúrgico, pois ele se inicia sempre no domingo mais próximo de 30 de novembro. Na prática, o domingo que cai entre os dias 27 de novembro e 3 de dezembro. A data de 30 de novembro é colocada também como referencial, porque nela a Igreja celebra a festa de Santo André, apóstolo, irmão de São Pedro, e Santo André foi, ao que tudo indica, um dos primeiros discípulos a seguir Cristo (Cf. Jo 1,40).

Ano Litúrgico e Dinâmica da Salvação

Tendo como centro o Mistério Pascal de Cristo, todo o Ano Litúrgico é dinamismo de salvação, onde a redenção operada por Deus, através de Jesus Cristo, no Espírito Santo, deve ser viva realidade em nossas vidas, pois o Ano Litúrgico nos propicia uma experiência mais viva do amor de Deus, enquanto nos mergulha no mistério de Cristo e de seu amor sem limites.

O Domingo, Fundamento do Ano Litúrgico

O Concílio Vaticano II (SC nº 6), fiel à tradição cristã e apostólica, afirma que o domingo, “Dia do Senhor”, é o fundamento do Ano Litúrgico, pois nele a Igreja celebra o mistério central de nossa fé, na páscoa semanal que, devido à tradição apostólica, se celebra a cada oitavo dia.

O domingo é justamente o primeiro dia da semana, dia da ressurreição do Senhor, que nos lembra o primeiro dia da criação, no qual Deus criou a luz (Cf. Gn 1,3-5). Aqui, o Cristo ressuscitado aparece então como a verdadeira luz, dos homens e das nações. Todo o Novo Testamento está impregnado dessa verdade substancial, quando enfatiza a ressurreição no primeiro dia da semana (Cf. Mt 28,1; Mc 16,2; Lc 24,1; Jo 20,1; como também At 20,7 e Ap 1,10).

Como o Tríduo Pascal da Morte e Ressurreição do Senhor derrama para todo o Ano Litúrgico a eficácia redentora de Cristo, assim também, igualmente, o domingo derrama para toda a semana a mesma vitalidade do Cristo Ressuscitado. O domingo é, na tradição da Igreja, na prática cristã e na liturgia, o “dia que o Senhor fez para nós” (Cf. Sl 117(118),24), dia, pois, da jubilosa alegria pascal.

As Divisões do Ano Litúrgico

Os mistérios sublimes de nossa fé, como vimos, são celebrados no Ano Litúrgico, e este se divide em dois grandes ciclos: o ciclo do Natal, em que se celebra o mistério da Encarnação do Filho de Deus, e o ciclo da Páscoa, em que celebramos o mistério da Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor, como também sua ascensão ao céu e a vinda do Espírito Santo sobre a Igreja, na solenidade de Pentecostes.

O ciclo do Natal se inicia no primeiro domingo do Advento e se encerra na Festa do Batismo do Senhor, tendo seu centro, isto é, sua culminância, na solenidade do Natal. Já o ciclo da Páscoa tem início na Quarta-feira de Cinzas, início também da Quaresma, tendo o seu centro no Tríduo Pascal, encerrando-se no Domingo de Pentecostes. A solenidade de Pentecostes é o coroamento de todo o ciclo da Páscoa.

Entremeando os dois ciclos do Ano Litúrgico, encontra-se um longo período, chamado “Tempo Comum”. É o tempo verde da vida litúrgica. Após o Natal, exprime a floração das alegrias natalinas, aí aparecendo o início da vida pública de Jesus, com suas primeiras pregações. Após o ciclo da Páscoa, este tempo verde anuncia vivamente a floração das alegrias pascais. Os dois ciclos litúrgicos, com suas duas irradiações vivas do Tempo Comum, são como que as quatro estações do Ano Litúrgico.

O “Santoral” ou o “Próprio dos Santos”

Em todo o Ano Litúrgico, exceto nos chamados tempos privilegiados (segunda parte do Advento, Oitava do Natal, Quaresma, Semana Santa e Oitava da Páscoa), a Igreja celebra a memória dos santos. Se no Natal e na Páscoa, Deus apresenta à Igreja o seu projeto de amor em Cristo Jesus, para a salvação de toda a humanidade, no Santoral a Igreja apresenta a Deus os copiosos frutos da redenção, colhidos na plantação de esperança do próprio Filho de Deus. São os filhos da Igreja, que seguiram fielmente o Cristo Senhor na estrada salvífica do
Evangelho. Em outras palavras, o Santoral é a resposta solene da Igreja ao convite de Deus para a santidade.

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