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O que você precisa saber sobre a Campanha da Fraternidade

Em alguns dias inicia-se a Quaresma. Com ela, entramos também na Campanha da Fraternidade (CF), uma ação organizada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) que, este ano, tem como tema: “Fraternidade: biomas brasileiros e defesa da vida” e lema: “Cultivar e guardar a Criação” (Gn 2,15).

Selecionamos algumas informações importantes sobre o histórico da campanha, os objetivos, ações concretas, que farão ver como os temas estão sempre ligados ao que o povo de Deus vive no Brasil.

A inspiração dos temas da CF está sempre ligada a problemas concretos pelos quais a sociedade passa
A ideia começou no início da década de 1960, quando padres da Cáritas Brasileira idealizaram um fundo para realizar, como Igreja, atividades assistenciais. O embrião da Campanha que temos hoje ocorreu, pela primeira vez, na Quaresma de 1962 em Natal (RN). Cresceu aos poucos e ganhou o apoio de organismos nacionais e da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.

Foi sob a atmosfera do Concílio Vaticano II que a ideia da Campanha da Fraternidade amadureceu e ganhou forma

“Ainda que, na Igreja, nem todos sigam pelo mesmo caminho, todos são, contudo, chamados à santidade” (Lumen Gentium, n. 32). A grande novidade do Concílio (convocado em 1961 e finalizado em 1965) foi fundamental para que a CF tivesse seu formato definido e amparado teologicamente. Havia ali, naquela época, uma urgência de unidade e missionariedade na vida da Igreja.  A Campanha da Fraternidade, no modelo que conhecemos hoje, aconteceu pela primeira vez em 1964 e teve o tema: “Campanha da Fraternidade” e o lema: “Lembre-se: você também é Igreja”. A ideia central era colocar os fiéis em uma posição protagonista diante das obras sociais mantidas pela Igreja.

Ao longo dos mais de 50 anos de história, percebe-se uma intensa ligação entre os temas da CF e a realidade contemporânea

Ao observarmos as fases, fica evidente essa comunhão: nos primeiros anos (1964 a 1972), um caminho de renovação interna, das estruturas e também da mentalidade do povo de Deus. Com início em um ano marcado por revoluções políticas e sociais, os temas seguiram um ritmo de “responsabilidade com o outro”, “reconciliação” e “ser Igreja”. Já na segunda fase, até 1984, a direção vivida foi de denúncia de injustiças como o trabalho escravo, assistência à saúde e o chamado à liberdade do amor. De 1985 até hoje, os temas têm se voltado às realidades existenciais do Brasil: fome, desemprego, a importância da família, drogas, aborto e os males da falta de cuidado com o meio ambiente.

O gesto concreto da Campanha é realizado na coleta da solidariedade

Esta coleta acontece no Domingo de Ramos. Todas as comunidades cristãs católicas e ecumênicas do Brasil se unem neste esforço e arrecadam para o Fundo Nacional de Solidariedade e os Fundos Diocesanos de Solidariedade. 60% dos recursos são destinados ao apoio de projetos sociais da própria comunidade e 40% dos recursos são revertidos para o fortalecimento da solidariedade entre as diferentes regiões do país.

 

A história dos temas coligados com a CF 2017

Desde 1979, a Igreja tem abordado temáticas socioambientais.
A CF deste ano de 2017 está coligada com algumas campanhas:

1979 – Por um mundo mais humano – Preserve o que é de todos
1986 – Fraternidade e a terra – Terra de Deus, terra de irmãos
2004 – Fraternidade e a água – Água, fonte de vida
2007 – Fraternidade e Amazônia – Vida e missão neste chão
2011 – Fraternidade e a vida no planeta – A criação geme em dores de parto (Rm 8,22)
2016 – Casa Comum, nossa responsabilidade – Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca (Am 5,24)

Com temática em relação à vida de nossos povos, tivemos algumas campanhas:
1988 – A Fraternidade e o negro – Ouvi o clamor deste povo
1995 – A Fraternidade e os excluídos – Eras tu, Senhor?
1999 – Fraternidade e os desempregados – Sem trabalho… Por quê?
2002 – Fraternidade e os povos indígenas – Por uma terra sem males

 

CNBB / Portal Kairós

Estudos propõem conscientização e ação na Campanha de 2017

A Diocese de Criciúma está promovendo nesta semana o primeiro dia de Estudo (conscientização e ação) Diocesano da CF deste ano, cujo tema é “Fraternidade: Biomas Brasileiros e Defesa da Vida”

A Diocese de Criciúma promoveu, nessa quinta-feira, 16, o primeiro dia de Estudo Diocesano da Campanha da Fraternidade (CF) 2017. Assessorados pelos professores do curso de Engenharia Ambiental da Unesc, José Carlos Virtuoso e Carlyle Torres Bezerra de Menezes, os 86 participantes refletiram o tema “Fraternidade: Biomas Brasileiros e Defesa da Vida” a partir do método ver-julgar-agir. (Conscientização e ação) A atividade foi realizada na Fundação Shalom, em Linha Batista, Criciúma.

A primeira parte da manhã foi dedicada à espiritualidade, com memória de outras CFs voltadas a questões ambientais, orações e reflexões. Em seguida, algumas características dos seis biomas presentes no Brasil – Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal – foram apresentadas à assembleia.

Reflorestar nem sempre é solução
Virtuoso e Menezes advertiram sobre a cultura de plantio de árvores exóticas como eucalipto, pinus e casuarina, que, ao contrário de recuperar áreas degradadas, são responsáveis por um grave efeito colateral: impedem que outras espécies de plantas se desenvolvam ao seu redor ou sugam toda a água de nascentes e lençóis freáticos, formando o chamado “deserto verde”.

Uma Santa Catarina queimada a cada cinco anos
Segundo o professor Carlyle, há 15 anos, o Brasil desmata 20 mil km² por ano, sendo que por um tempo esse número chegou a decrescer, até a aprovação do Código Florestal Brasileiro, em 2013, que provocou um retrocesso. “A cada cinco anos, nós queimamos uma Santa Catarina”, comparou o assessor, ao falar sobre o espaço destruído para o cultivo de soja e milho, entre outros grãos.

Maior problema está nos rios
Conforme os assessores, o que os biomas brasileiros mais têm em comum é a poluição dos rios, especialmente nos estados considerados mais ricos. “Este modelo de desenvolvimento faz com que tenhamos a destruição e, na carta encíclica Laudato Si, o Papa Francisco propõe uma reflexão sobre esse modelo que está aí”, pontuou o professor Carlyle.

Participantes propõem ações concretas
À tarde, padres, religiosas e leigos participaram de uma dinâmica proposta pelos assessores e apontaram dificuldades e aspirações, montando um “muro das lamentações” e uma “árvore dos sonhos”. As reclamações sinalizaram para a falta de consciência ecológica, falta de ética em ações práticas e de comprometimento no agir de campanhas anteriores.

Entre os sonhos elencados pelos participantes, estão o fortalecimento de iniciativas de cooperativas, a concretização de projetos de saneamento básico nos municípios, maior atuação nos conselhos paritários, levar o tema da CF às câmaras de vereadores e associações de moradores, entre outros.

Turvo acolhe segundo dia de estudo
A Paróquia Nossa Senhora da Oração, em Turvo, acolhe o segundo dia de estudo diocesano da CF neste sábado, 18, das 08h30min às 15h30min. A atividade será realizada no auditório da Paróquia, sendo que 90 pessoas deverão participar e também fazer propostas, que na próxima semana serão levadas a conhecimento dos membros do Conselho Diocesano de Pastoral, para articulação de ações em âmbito diocesano.

 

dnsul.com

Artigo especial sobre a Campanha da Fraternidade 2017

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil acabou de publicar o Texto-Base da Campanha da Fraternidade 2017. Esta Campanha tem como tema: “Fraternidade: biomas brasileiros e defesa da vida”, e como lema: “Cultivar e guardar a criação” (Gn 2, 15). A palavra bioma é uma palavra estranha para muitas pessoas.

O Texto-Base define bioma como “a vida que se manifesta em um conjunto semelhante de vegetação, água, superfície e animais”, e acrescenta “Um bioma é formado por todos os seres vivos de uma determinada região, cujo clima é mais ou menos uniforme, e cuja formação tem uma história comum”.

Portanto, podemos compreender que “um bioma é formado por todos os seres vivos de uma determinada região cuja vegetação e é similar e contínua, cujo clima é mais ou menos uniforme, e cuja formação tem uma história comum”. (cf. MALVEZZI, R., Semiárido: Uma Visão Holística, CONFEIA, Brasília, 2007). Muitas pessoas ficarão surpresas em saber que o Brasil tem seis biomas, a Amazônia, a Caatinga, o Cerrado, a mata Atlântica, o Pantanal, e o bioma Pampa.

O objetivo geral da CF 2017 é “Cuidar da criação, de modo especial dos biomas brasileiros, dons de Deus, e promover relações fraternas com a vida e a cultura dos povos, à luz do Evangelho”

A Campanha tem nada menos de oito objetivos específicos: “a) Aprofundar o conhecimento de cada bioma, de suas belezas, de seus significados e importância para a vida no planeta, particularmente para o povo brasileiro; b) Conhecer melhor e nos comprometer com as populações originárias, reconhecer seus direitos, sua pertença ao povo brasileiro, respeitando sua história, suas culturas, seus territórios e seu modo específico de viver; c) Reforçar o compromisso com a biodiversidade, os solos, as águas, nossos paisagens e o clima variado e rico que abrange o chamado território brasileiro; d)  Compreender o impacto das grandes concentrações populacionais sobre o bioma em que se insere; e) Manter a articulação com outras igrejas, organizações da sociedade civil, centros de pesquisa e todas as pessoas de boa vontade que querem a preservação das riquezas naturais e o bem-estar do povo brasileiro;  f) Comprometer as autoridades públicas para assumir a responsabilidade sobre o meio ambiente e a defesa desses povos; g) Contribuir  para  a construção de um novo paradigma econômico ecológico que atenda às necessidades de todas as pessoas e famílias, respeitando a natureza; h) Compreender o desafio da conversão ecológica a que nos chama o Papa Francisco na carta encíclica Laudato Si` e sua relação com o espírito quaresmal” (cf. p.16 do Texto-Base).

O Capítulo 111 do Texto-Base mostra claramente que o agir da CF de 2017 está em completa sintonia com a Doutrina Social da Igreja Católica, com a encíclica Laudato Si`, e com a CF Ecumênica de 2016. Há uma rica bibliografia com 63 referências (cf.ps. 127/133).

Pe. Brendan Coleman Mc Donald, Redentorista e Assessor da CNBB Reg. NE1

Músicas da Campanha da Fraternidade 2017

Músicas da Campanha da Fraternidade 2017

Conheça as músicas:
Cantos da campanha da fraternidade 2017

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01 – Hino da Campanha da Fraternidade de 2017
02 – Em nossa casa, Fraternidade
03 – Eu ordenei os céus e a terra
04 – E Deus viu que era bom
05 – O vosso coração de pedra
06 – Volta meu povo, ao teu Senhor
07 – Senhor, tende compaixão
08 – Rejubila-te, cidade santa
09 – Glória a vós ó, Cristo
10 – Bendito és, Tu
11 – Aceita Senhor
12 – Agora o tempo se cumpriu
13 – Nós vivemos de toda palavra
14 – Jesus, Filho amado!
15 – Se conhecesses o dom de Deus
16 – Dizei aos cativos: sai!
17 – Eu vim para que todos tenham vida
18 – Vem, meu povo, ao banquete da vida
19 – Ato penitencial
20 – Santo
21 – Aclamações oração eucarística
22 – Eis o mistério da fé
23 – Amém!
24 – Cordeiro de Deus

 

Músicas da Campanha da Fraternidade 2017 CNBB

Oração oficial da Campanha da Fraternidade 2017

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Cuidar da criação de modo especial dos biomas brasileiros, dons de Deus, e promover relações fraternas com a vida e a cultura dos povos à luz do Evangelho.

Oração Campanha da Fraternidade 2017

Deus, nosso Pai e Senhor,
nós vos louvamos e bendizemos,
por vossa infinita bondade.
Criastes o universo com sabedoria
e o entregastes em nossas frágeis mãos
para que dele cuidemos com carinho e amor.
Ajudai-nos a ser responsáveis e zelosos pela
Casa Comum.
Cresça, em nosso imenso Brasil,
o desejo e o empenho de cuidar mais e mais
da vida das pessoas,
e da beleza e riqueza da criação,
alimentando o sonho do novo céu e da nova terra
que prometestes.
Amém!

 

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