Católico sempre informado: a pior praga no campo é a desinformação

A pior praga é a desinformação

Quando se fala sobre o uso de agrotóxicos no Brasil, logo vem à mente a imagem de veneno, de algo que faz mal, que prejudica a saúde. Isto não é verdade: se trata de um longo histórico da utilização do discurso para sedimentar uma imagem negativa de produtos que são amplamente utilizados na lavoura com a finalidade de proteger a plantação de pragas.

Então, eles de fato são nocivos, mas somente para aqueles grupos para os quais foram designados a ser, ou seja, agrotóxicos matam as pragas que existem nas lavouras, mas são seguros para à saúde humana. Para um novo produto chegar ao mercado, faz-se necessário dezenas de testes e avaliações rigorosas de sua aplicação. Buscando encontrar tudo aquilo que ele pode vir a fazer mal, seja ao meio ambiente ou aos seres humanos e, com o aval do Ministério da Agricultura, da ANVISA e do IBAMA.

Somente são utilizados agrotóxicos que não representem riscos à saúde da população ou ao meio ambiente. É através desta simples premissa que começamos este artigo, onde você descobrirá que realmente, quando se fala sobre o uso de agrotóxicos no país, a verdadeira praga é a desinformação acerca deste assunto.

Quem tem medo dos agrotóxicos?

É bastante comum que as pessoas temam aquilo que elas não entendem. Não sabem exatamente para que serve um agrotóxico, mas acreditam numa publicação da rede social dizendo que ele pode fazer mal à saúde.
É compreensível que temam, já que todas as medidas devem realmente ser tomadas para se preservar a saúde da família.

No entanto, em tempos de fake news, é sempre importante lembrar de verificar cada informação, muito antes de dizer se é favorável ou contrário a determinado produto, a determinada legislação, ou mesmo, a um tema tão amplo como a utilização os defensivos agrícolas no Brasil. Para exemplificar, imagine aquele clássico filme da Sessão da Tarde, onde as crianças muito ouviram falar da bruxa que mora na vizinhança, mas ninguém jamais teve coragem de conversar com ela.

Simplesmente tem medo daquela senhora e, por ouvirem outros dizendo, também passam a chamá-la de bruxa, sem saber que, na verdade, ela apenas preparava uma sopa para a janta em seu caldeirão. E os ingredientes desta sopa? Com certeza eram verduras e legumes que, para que pudessem crescer, foi necessário utilizar muito do chamado “agrotóxico” que, daqui para frente, chamaremos de “defensivos agrícolas”, visando dar o devido nome a estes produtos.

Mas então, quem tem medo dos defensivos agrícolas? Por que insistem em dizer que fazem mal à saúde?

Isto se trata de uma má compreensão da realidade por certos grupos sociais. Não existe produção agrícola em larga escala sem a utilização de agrotóxicos, sem que o agricultor possa defender a sua plantação dos mais variados tipos de pragas. E é assim que, por mais que existam opiniões divergentes a respeito do uso de agrotóxico no Brasil, todos concordam que ele é de suma importância para fazer com que se chegue a comida à mesa dos brasileiros.

Agrotóxicos e Fake News

Por tratar-se de um tema tão polêmico socialmente e amplamente estudado a nível acadêmico e técnico, os defensivos agrícolas geram muitas discussões em redes sociais, sendo que todos parecem sentir uma necessidade de se posicionar frente ao assunto.

Isto é natural e muito bom, afinal, faz parte do Estado Democrático de Direito. Porém, muitos grupos contrários aos agrotóxicos no Brasil acabam se utilizando de uma série de notícias falsas para perpetuarem os seus pontos de vista.

Geralmente em tom alarmante, do tipo “o veneno em sua mesa”, “alerta contra a sua família”, estes grupos tendem a se basear em apenas trechos de informações verdadeiras para, colocando ao seu ponto de vista, distorcerem a notícia de tal modo a demonizar a utilização de agrotóxicos no país. A seguir, separamos apenas três das muitas histórias que são compartilhadas diariamente que envolvem notícias falsas sobre a utilização de agrotóxicos no país.

Os alimentos estão envenenados pelos agrotóxicos

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Como aprofundar o tema: Fraternidade e Vida – Dom e Compromisso?

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), perto do lançamento da CF 2020, vai apresentar por quais caminhos os agentes pastorais das comunidades, paróquias, pastorais e organismos da Igreja devem trilhar para se preparar bem para a realização da Campanha da Fraternidade em 2020. E nós, do Portal Kairós, que estamos deste o meio do ano divulgando essa Campanha, temos ainda uma série de subsídios extras para vocês.

Como aprofundar o tema: Fraternidade e Vida - Dom e Compromisso?

Já estamos nos aproximando da abertura da Campanha da Fraternidade 2020. Sabemos que boa parte das ações já devem estar programadas para viver adequadamente esse momento e colher muitos frutos com a sua comunidade.

A Campanha da Fraternidade é o modo com o qual a Igreja no Brasil vivencia a Quaresma. Há mais de cinco décadas, ela anuncia a importância de não se separar conversão e serviço à sociedade e ao planeta. A cada ano, um tema é destacado. Desta forma, a Campanha da Fraternidade já refletiu sobre realidades muito próximas dos brasileiros: família, políticas públicas, saúde, trabalho, educação, moradia e violência, entre outros enfoques.

Em 2020, a CF convida, a olhar de modo mais atento e detalhado para a vida. Com o tema “Fraternidade e Vida: Dom e Compromisso” e lema “Viu, sentiu compaixão e cuidou dele” (Lc 10,33-34), busca conscientizar, à luz da palavra de Deus, para o sentido da vida como dom e compromisso, que se traduz em relações de mútuo cuidado entre as pessoas, na família, na comunidade, na sociedade e no planeta, casa comum.

Como aprofundar o tema deste ano?

Trabalhando a caridade na CF 2020
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Resumo do texto-base, palestras, cursos, material extra e vídeos integram um conjunto de subsídios adicionais (além dos oficiais da CNBB que a gente já tem) para conhecer e aprofundar o tema central da campanha e se inspirar na atitude do “Bom Samaritano” na hora de planejar ações nas comunidades.

Veja abaixo alguns subsídios:

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Mais centenas de arquivos extras da CF 2020

Conhecer e ler o texto-base

A Campanha da Fraternidade oferece sempre uma publicação conhecida como “Texto-base” com o aprofundamento do tema de cada ano organizado no método “ver, julgar e agir”. Este ano, o texto-base convida a um olhar que se eleva para Deus, no mais profundo espírito quaresmal, e volta-se também para os irmãos e irmãs, identificando a criação como presente amoroso do Pai.

Ver, sentir, compaixão e cuidar são os verbos de ação que irão conduzir este tempo quaresmal. Para isso, o texto-base que é dividido em três partes, convida que cada pessoa, cada grupo pastoral, movimento, associação, Igreja Particular e o Brasil inteiro, motivados pela Campanha da Fraternidade, possam ver fortalecida a revolução do cuidado, do zelo, da preocupação mútua e, portanto, da fraternidade.

O subsídio, disponível nas livrarias, além de oferecer um panorama completo, com todo o referencial para que se possa viver, difundir e praticar os preceitos dessa edição da CF, traz a letra do hino oficial, a oração e o conceito da arte do cartaz. Também apresenta dados e orientações sobre o Fundo Nacional de Solidariedade e o resultado integral das coletas realizadas nas celebrações do Domingo de Ramos, coleta da solidariedade.
E aqui no Portal kairós, você encontra o resumo do texto-base, estudos e aprofundamentos do tema.

Resumo do Texto-Base

Mais downloads sobre a CF 2020
Mais centenas de arquivos extras da CF 2020

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Vídeo: O Bom Samaritano

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas (Lc 10, 25-37)

Vídeo: O Bom Samaritano

Naquele tempo, um mestre da Lei se levantou e, querendo pôr Jesus em dificuldade, perguntou: “Mestre, que devo fazer para receber em herança a vida eterna?”

Jesus lhe disse: “O que está escrito na Lei? Como lês?” Ele então respondeu: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração e com toda a tua alma, com toda a tua força e com toda a tua inteligência; e ao teu próximo como a ti mesmo!”

Jesus lhe disse: “Tu respondeste corretamente. Faze isso e viverás”.

Ele, porém, querendo justificar-se, disse a Jesus: “E quem é o meu próximo?”

Jesus respondeu: “Certo homem descia de Jerusalém para Jericó e caiu na mão de assaltantes. Estes arrancaram-lhe tudo, espancaram-no, e foram-se embora, deixando-o quase morto.

Por acaso, um sacerdote estava descendo por aquele caminho. Quando viu o homem, seguiu adiante, pelo outro lado.

O mesmo aconteceu com um levita: chegou ao lugar, viu o homem e seguiu adiante, pelo outro lado.

Mas um samaritano, que estava viajando, chegou perto dele, viu e sentiu compaixão. Aproximou-se dele e fez curativos, derramando óleo e vinho nas feridas. Depois colocou o homem em seu próprio animal e levou-o a uma pensão, onde cuidou dele. No dia seguinte, pegou duas moedas de prata e entregou-as ao dono da pensão, recomendando: ‘Toma conta dele! Quando eu voltar, vou pagar o que tiveres gasto a mais'”.

E Jesus perguntou: “Na tua opinião, qual dos três foi o próximo do homem que caiu nas mãos dos assaltantes?” Ele respondeu: “Aquele que usou de misericórdia para com ele”. Então Jesus lhe disse: “Vai e faze a mesma coisa”.

A parábola do Bom Samaritano:

Portal Kairós

Vídeo: temas da Campanha da Fraternidade 2020

Temas de discussão sobre a Campanha da Fraternidade 2020

Por meio do tema e do lema da Campanha da Fraternidade 2020 – Fraternidade e Vida: Dom e Compromisso / “Viu, sentiu compaixão e cuidou dele” (Lc 10,33-34) –, somos convidados a refletir sobre o significado mais profundo da vida em suas diversas dimensões: pessoal, comunitária, social e ecológica.

Confira nos vídeos os principais temas do texto-base da CF 2020

01 – Contra o homicídio e feminicídio
02 – Ecologia integral
03 – Políticas Públicas
04 – Contra o suicídio
05 – Contra o aborto e eutanásia
06 – Infância e juventude
07 – Contra a violência e automutilação

Portal Kairós

CF 2020: Quem era o Bom Samaritano?

Parábola: uma catequese de atitude. O exemplo do bom samaritano (Lc 10, 25-37)

Introdução

Jesus foi um mestre de seu tempo. Teve como meta, sua única preocupação, o anúncio e instauração do Reino de Deus. Com certa frequência, vemos nos evangelhos, frases que acenam admiração diante do seu modo de ensinar fazendo e ao fazer ensinava. “Quando Jesus acabou de proferir essas parábolas, partiu dali… maravilhavam-se e diziam: De onde lhe vêm essa sabedoria e esses milagres?” (Mt 13,53-54); “Responderam os guardas: Jamais um homem falou assim” (Jo 7,46); “Todos testemunhavam a seu respeito, e admiravam-se das palavras cheias de graça que saiam de sua boca” (Lc 4,22); “De onde lhe vem tudo isto? E que sabedoria é esta que lhe foi dada?” (Mc 6,2).

CF 2020: Quem era o Bom Samaritano?

Quando optamos por ver os caminhos feitos pelo Jesus histórico, observamos que sua vida foi direcionada para as coisas do Reino, tendo como ponto de partida o sofrimento das mulheres e dos homens. Os escritos de Marcos (1,14), Mateus (5,1-12) e Lucas (4,16-21) insistem em inaugurar a atividade pública de Jesus, após um episódio que afetou a vida interna da comunidade. Não temos dúvidas de que na sua historicidade, Jesus foi considerado como um anunciador extraordinário.

O termo parábola “parabolê”, no grego, surge como uma palavra composta para (lado) e ballô (lançar). Oferece a ideia de falar de algo que é impossível explicar diretamente, mas recorrendo à figura de linguagem que se encontra ao lado no desejo de explicar uma determinada realidade ou oferecer uma resposta por comparação ou analogia. Ao recorrer ao gênero das parábolas – termo dito pelos próprios evangelistas – Jesus procurou manifestar uma nova maneira de compreender e relacionar-se com Deus, com a vida das mulheres e homens, com uma postura ética voltada para o  fortalecimento dos laços humanos. Um Deus muito próximo das fraquezas humanas, mas ao mesmo tempo, uma divindade que conta com a colaboração humana para ser conhecido no interior da sociedade. Por meio das parábolas podemos descobrir um  Jesus que ensina a partir da realidade, da cultura, dos problemas, dos desejos das  pessoas do seu tempo. Deu amplos sinais de superar a exclusão sustentada na lei do  puro e impuro. As parábolas revelam um Jesus “plugado” nos desafios e nas realidades de sua época. Com as parábolas Jesus quis revelar aos seus ouvintes a chegada do Reino de Deus. Mostrou-lhes as possibilidades de viver numa sociedade sem excluídos e privilegiados.

Parte 1
Parábolas no Antigo Testamento 

Este gênero literário não é originário do Novo Testamento. Encontramos parábolas nas narrativas históricas do Antigo Israel. Na primeira tentativa de instaurar a monarquia sobre as antigas experiências tribais – modelo de vida descentralizado e partilhado – encontramos na violenta e fratricida experiência de Abimelec e ao seu redor uma inquietante parábola. Os autores deuteronomistas não escondem que o modelo político de reorganizar as relações sociais, o comércio e o uso da religião a serviço do rei é centralizador, violento e injusto (DIETRICH, 2013, p. 24).

Em seu desejo de ser rei, Abimelec não esconde seu plano. Vem a Siquem, reúne todo o clã da casa paterna de sua mãe, busca apoio junto aos homens notáveis e lhes expõe seu plano centralizador: “Que será melhor para vós: que setenta homens, todos filhos de Jerobaal, dominem sobre vós, ou que um só homem domine?” (Jz 9,2). Mas o plano deve ser sustentado por um viés ideológico. Para justificá-lo, Abimelec busca na condição de parentesco a justificativa. Eis o argumento: “Lembrai-vos de que eu sou osso vosso e carne vossa” (Jz 9,2b). Em um regime tribal todos se preocupam com a  vida e sobrevivência de todos. A marca essencial passa a ser, o que é meu, também pertence ao todo. É nesse laço de convivência fraterna que esta o argumento de Abimelec. Às demais lideranças não restam outra escolha. E por ser considerado “nosso irmão” (Jz 9,3), recebe apoio financeiro e com certa quantia recruta homens vadios e aventureiros para por em prática seu projeto de realeza. Tem em mãos prestígio – delegado por seus irmãos – dinheiro e uma certa força militar. Resta-lhe executar o plano. Traiçoeiramente, vem à casa de seu pai e mata seus irmãos em um só lugar, restando somente seu irmão mais novo, Joatão, salvo por ter se escondido. Pronto. Está instituído a monarquia por meio de um tremendo golpe violento.

Mas ao irmão sobrevivente resta fazer a denúncia. A parábola, uma das mais antigas narrativas bíblicas, apresenta uma severa crítica à monarquia. As árvores nobres não aceitam reinar, mas o espinheiro, inútil e perigoso ao propagar o fogo, aceita a função:

“Levaram a notícia a Joatão, e ele subiu ao cume do monte Garizim e lhes disse em alta voz: ´Homens notáveis de Siquém, ouvi-me, para que Deus vos ouça! Um dia as árvores se puseram a caminho para ungir um rei que reinasse sobre elas. Disseram à oliveira: ‘Reine sobre nós!’ A oliveira lhes respondeu: ‘Renunciaria eu ao meu azeite, que tanto honra aos deuses como os homens, a fim de balançar-me sobre as árvores?’ ” (Jz 9,7-9).

Oportuno perceber o início da narrativa e como, recorrendo ao uso das árvores frutíferas – oliveira, figueira e videira – fundamentais para a economia na região, a narrativa expõe o perigo de um governo centralizado na pessoa do rei, aqui, exemplificado na imagem do espinheiro, que por sua natureza é incapaz de oferecer abrigo e sombra, aceita reinar após as seguidas renúncias das nobres árvores.

O estilo parabólico, ontem como hoje, retrata uma experiência de vida que quando dito, verbalizado toda gente compreende. São afirmações comparativas acontecem no desejo de inquietar, chamar certa atenção do ouvinte. Levá-lo a pensar e optar por uma atitude. Não há teoria. Há algo prático. Para o já. Inadiável. Um modo de ensinar marcado por cinco momentos: atenta escuta, reflexão, inquietação, discernimento e tomada de atitude.

Outras parábolas encontramos ao redor de imagens contrapondo o espinho e o cedro (2Rs 14,9-10); o mau rico (2Sm 12,1-9) e os dois irmãos (2Sm 14,4-10). Todas expondo enigmas com forte aceno político ao redor da posição adotada pelo monarca. Inquieta-nos saber se o rei atuará no desejo de agir com justiça e na base do direito. Já nas narrativas proféticas o uso das parábolas tem uma finalidade eminentemente teológica. Acentuam o agir divino em prol do povo: a imagem do leão (Am 3,4-8), a ovelha ferida (Am 3,12; Mq 4,6-7), o povo arredio (Os 7,11; 4,16; 9,10). Outras, visam denunciar o desvio do povo no uso da idolatria que oprime e destrói sua organização social: a vinha (Is 5,1-7; Ez 15; Is 27), o agricultor (Is 28,23-29) e a imagem alegórica dos figos (Jr 24).

Parte 2
Parábolas no evangelho de Lucas

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